Ruta 23 em direção a Toconao

Saída: San Pedro de Atacama/Chile – Km 3397 (12:45h)
Chegada:
San Pedro de Atacama/Chile – Km 3592 (22:13h)
Distância: 195Km

Acordamos em torno das 10h. Arrumamos-nos e saímos para passar no posto de informações turísticas. Em San Pedro ele está localizado na praça da cidade, porém estava fechado devido a ser o dia do Natal. Ainda não havíamos decidido bem aonde iríamos. Pretendíamos ir a Laguna Cejas, porém não tínhamos certeza se era possível chegar de carro normal até lá.

Fomos então ao posto dos carabineiros, também localizado na praça, solicitar esta informação. O policial informou que não era possível. Não ficamos satisfeito com a resposta e fomos à agência Colque (aonde tínhamos contratado o tour para a Bolívia) para saber o caminho e também se era possível chegar de carro. O atendente da agência foi muito atencioso e nos desenhou um mapa. Informou-nos também que dava perfeitamente para ir de carro, pois parte do caminho era asfaltada e outra rípio, mas em boas condições.

Calle Caracolles: a rua principal de San Pedro

Calle Caracolles: a rua principal de San Pedro

Igreja de San  Pedro  do início do século XVI, uma bonita contrução legada pelos antigos colonizadores espanhóis

Igreja de San Pedro do início do século XVI, uma bonita contrução legada pelos antigos colonizadores espanhóis.

Saímos para comprar umas frutas e um lanche. Compramos nectarinas, damascos e uvas. As frutas estavam todas muito saborosas, apesar de caras.

Seguimos para a Laguna Cejas (coordenadas de GPS Lat 23° 3’47.78″S  – Long 68°12’53.88″O) que fica 24km de San Pedro. Para chegar lá se deve pegar a ruta 23 em direção ao povoado Toconao. Deve-se dobrar a direita após 8km (coordenadas GPS Lat 22°58’28.01″S  Long 68° 9’35.46″O), entrando em uma estrada de rípio que tem bem próxima a uma casa de máquinas. Se prestar bem atenção, logo que entra na estrada de rípio há uma placa indicativa a uns 50m da ruta 23. Seguindo a estrada de ripio existem mais placas indicando o caminho a seguir até a laguna. Tem um pouco de areia na estrada, porém é possível passar com um carro normal. Chegando na laguna há um guardaparque que cobra PC$2000,00 (R$ 6,88) por pessoa para o acesso a laguna. Ele nos informou que a Laguna Cejas somente poderia ser fotografada e para tomar banho somente nas outras duas lagunas localizadas 100m ao lado.

Estas lagunas têm uma grande concentração de sal e é possível flutuar involuntariamente. Para quem não sabe nadar é uma beleza. Logo que chegamos à laguna maior onde se podia entrar, tivemos a impressão de que fosse rasa. Mas à medida que se entra na água se vê que a profundidade é grande. No entanto, é seguro, pois não afunda mesmo! A sensação é muito legal, até mesmo quando se está flutuando de barriga para baixo e se quer mudar de posição sente-se um pouco de dificuldade. Além disso, o visual do lugar também é bem bonito, de onde se avista os vulcões Licancabur e Juriques.

Laguna Cejas: vulcões Licancabur e Juriques ao fundo

Laguna Cejas: vulcões Licancabur e Juriques ao fundo

Flutuando na laguna ao lado da Cejas devido a alta concentração de sal da água

Flutuando na laguna ao lado da Cejas devido a alta concentração de sal da água

Lá também encontramos o casal de gaúchos que conhecemos nas Salinas Grandes, além de outro casal de brasileiros que viajavam de moto. Conhecemos também um brasileiro que viajava sozinho e que estava conhecendo os arredores de San Pedro de bicicleta.

Saindo de lá fomos até os Ojos del Salar (coordenadas de GPS Lat 23° 8’14.80″S – Long 68°14’6.59″O) que fica a uns 12Km adiante da Laguna Cejas. Logo que se pega a estrada de volta dobra-se para a direita a uns 100m do guardaparque. Percorre-se os 12Km e com facilidade chega-se aos Ojos del Salar que são 2 buracos cheios de água no meio do Salar de Atacama.

Atravessando o Salar de Atacama em direção aos ojos del salar

Atravessando o Salar de Atacama em direção aos ojos del salar

Ojos del Salar: localizado do Salar de Atacama, em pleno Deserto de Atacama

Ojos del Salar: localizado do Salar de Atacama, em pleno Deserto de Atacama

Ojos del Salar (Salar de Atacama): vulcões Licancabur e Juriques ao fundo

Ojos del Salar (Salar de Atacama): vulcões Licancabur e Juriques ao fundo

Salar de Atacama

Salar de Atacama

Após fomos em direção a Toconao, um povoado distante 33km de San Pedro, seguindo a ruta 23 em direção ao sul. As paisagens deste trecho valem a ida até o povoado. Lá a maior atração é o Valle de Jere, que fica a uns 500m da área central do povoado. Chegamos ao povoado e passeamos pela pequena praça, encontramos mais lhamas soltas e após fomos para o Valle de Jere. Lá pagamos P$1500,00 (R$5,16) por pessoa para entrar. O Valle é uma quebrada, onde corre um rio e há uma plantação de árvores frutíferas. É um passeio bem interessante.

Ruta 23 em direção a Toconao: cortando o deserto

Ruta 23 em direção a Toconao: cortando o deserto

Ruta 23 em direção a Toconao

Ruta 23 em direção a Toconao

Um dos moradores de Toconao

Um dos moradores de Toconao

Valle de Jere

Valle de Jere

Valle de Jere

Valle de Jere

Queríamos ir ainda a Laguna Chaxa (coordenadas de GPS Lat 23°17’17.41″S – Long 68°10’38.89″O) no Salar de Atacama. Saímos de Toconao um pouco tarde, porém nos informamos quanto à distância e acesso e partimos rumo à laguna. Ela fica a 29km de Toconao e o caminho é pela ruta 23 em direção ao sul. Na estrada há uma placa indicando a estrada à direita para chegar à laguna, onde se segue por uma estrada que parece ser uma mistura de ripio e sal e está em ótimas condições de tráfego. Percorre-se esta estrada durante 9Km até entrada do Salar do Atacama e Laguna Chaxa.

A laguna está localizada dentro do salar. Lá também há um guarda parque e a entrada custou PC$2500,00 (R$8,60) por pessoa.

Na laguna existem vários flamingos. Os flamingos ficam voando de uma parte para outra da laguna e há um local específico para a procriação. No salar há caminhos pré-definidos para serem percorridos por seus visitantes.

Antes de ir até esta laguna, estávamos indecisos sobre o horário que estávamos indo seria tarde ou não, porém acabamos acertando muito, pois o salar durante o pôr do sol fica com uma paisagem incrível.

Flamingos na Laguna Chaxa (Salar do Atacama)

Flamingos na Laguna Chaxa (Salar do Atacama)

Salar de Atacama

Salar de Atacama

Salar de Atacama

Salar de Atacama

Estrada de sal: caminho que atravessa o Salar de Atacama até a Laguna Chaxa

Estrada de sal: caminho que atravessa o Salar de Atacama até a Laguna Chaxa

Pôr do sol no salar: retornando a San Pedro

Pôr do sol no salar: retornando a San Pedro

Após retornamos para San Pedro, abastecemos o carro e fomos para o hotel. O hotel que estamos hospedados em San Pedro é o hotel La Ruca que fica na calle Toconoao umas 2 quadras da Caracoles. É um hotel simples, porém é limpo e confortável. Tem internet wi-fi, porém nem sempre tem sinal no quarto, às vezes somente na aérea de lazer no pátio do hotel. O único inconveniente, é que na noite anterior deixamos para tomar banho muito tarde e a água acabou. Porém hoje já nos antecipamos e tomamos um ótimo banho. Mais tarde a água acabou novamente, então para ficar neste hotel o negócio é tomar banho cedo. É um hotel com um ótimo custo-benefício. Como vamos ficar hospedados mais dias o dono cobrou 30000,00 (R$103) a diária sendo possível o pagamento com cartão. Além disso, como vamos para a Bolívia de tour no próximo dia, conseguimos deixar o carro no pátio do hotel sem custo extra.

Então, após o banho saímos para jantar. Passamos em frente a uma loja que fazia câmbio e já trocamos alguns pesos chilenos por bolivianos. Aproveitamos e pedimos informações sobre onde jantar algo bom e barato. O rapaz nos informou que na calle Tocopilla havia vários restaurantes com bom custo-benefício. Escolhemos um deles e jantamos uma deliciosa pizza por PC$8000 (R$27,52). Voltamos para o hotel arrumamos as coisas para levar para Bolívia e descansar para acordar cedo no dia seguinte.

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Ir para o próximo dia.

Festa em homenagem a Gauchito Gil em Mercedez/Argentina

Saída: Resistencia/Argentina – Km 6904 (10:30h)
Chegada: Pelotas/Brasil – Km 7920 (1:30h)
Distância: 1016Km

Acordamos em torno das 9:30h. Arrumamos tudo e saímos sem tomar café. Abastecemos o carro e “pneu na estrada”. Já na saída de Resistencia, logo que pegamos a RN16 um policial muito simpático nos parou. Pediu documento do carro e carteira de motorista. Deu uma rápida olhada, perguntou para onde estávamos indo e falou em português: “Muito obrigado”. 🙂

De Resistencia até Paso de Los Libres passamos por uns 8 policiais que estavam em frente aos postos de controle. Fomos parados em uns 3 deles. Em todos os postos policiais havia um policial à beira da rodovia. Logo depois descobrimos que havia uma festa relacionada ao famoso Gauchito Gil em Mercedes e estava todo mundo indo para lá, por isto tanto controle policial na estrada. Neste trecho nenhum policial pediu documentos, somente perguntaram de onde vínhamos e para onde íamos, nos liberando rapidamente.

Próximo ao trevo de entrada para Mercedes havia uma quantidade absurda de pessoas e carros, acampados próximos a estrada. Muitos estavam vestidos como “gaúchos”, com roupas vermelhas em homenagem ao Gauchito. Havia diversas bancas vendendo de tudo um pouco: comida (alguns estavam fazendo churrasco), frutas, lembranças, artesanatos, entre outros. No local havia vários guardas organizando o trânsito, que estava um caos.

Festa em homenagem a Gauchito Gil em Mercedez/Argentina

Festa em homenagem a Gauchito Gil em Mercedez/Argentina

Festa em homenagem a Gauchito Gil em Mercedez/Argentina

Festa em homenagem a Gauchito Gil em Mercedez/Argentina

O Gauchito Gil é uma lenda na Argentina, conta-se que ele foi recrutado pelo exército e se recusou a lutar contra seus amigos. Mais tarde ele desertou e acabou sendo preso e assassinado por isso. Ele é uma espécie de protetor dos motoristas. Pelo que pudemos perceber realmente ele é muito querido pelos argentinos, pois a quantidade de pessoas no local era realmente grande. Por todos os lugares da Argentina que passamos nesta viagem, havia pequenos santuários (todos enfeitados de vermelho) à beira das estradas em homenagem a ele. Pelo que nos contaram o Gauchito não é reconhecido como um santo pela igreja católica. Mas milhares de pessoas em toda a Argentina dizem terem sido abençoadas por Gauchito Gil

Paramos em Mercedes para abastecer o carro e almoçar. Mercedes estava bem agitada, devido à festa do Gauchito. Havia um pequeno restaurante chamado Sal e Pimenta onde estavam diversas pessoas almoçando. Já que estava lotado, deveria ser bom. Pedimos 2 pratos de carne de rês (lomito), com queijo, presunto e um ovo frito por cima, tomate e alface, além de uma porção de batatas fritas e uma coca litro. Aproveitamos para pedir nossa janta: dois sanduíches de milanesa (que coisa boa). Tudo saiu por PA$ 51,00 (R$26,56). Já estamos ficando com saudades de pagar pouco e comer muito na Argentina!

Chegamos à aduana em Paso de Los Libres, na qual havia uma circulação grande de carros entrando e saindo da Argentina. Carimbamos nosso cartão de imigração, pegamos novamente o carro e entregamos o cartão ao policial da aduana, que nos perguntou de onde vínhamos. Todo o processo foi muito rápido e não durou mais que 15 minutos. Para o carro não precisamos de nenhum documento de controle de entrada/saída na Argentina, pois esta faz parte do Mercosul. Percebemos que vários carros brasileiros estavam retornando ao Brasil sem precisar entregar nenhum documento. Ficamos supondo que para os carros de Uruguaiana não exista nenhum controle de entrada/saída na Argentina, podendo ir a Paso de Los Libres sem nenhuma burocracia.

Desta vez fizemos um caminho diferente para ir para Pelotas, pois queríamos passar por Alegrete/RS, onde a Rosângela morou quando criança. Saindo de Uruguaiana fomos então para Pelotas pela BR290 e BR392.

Ficamos em Alegrete por 1h, visitando a vila militar (onde a Rosângela morou) e a escola Oswaldo Aranha (onde ela estudou). Tiramos algumas fotos da cidade, abastecemos o carro e pé na estrada.

Trevo de entrada a Alegrete

Trevo de entrada a Alegrete (Brasil/RS)

Catedral de Alegrete (Brasil/RS)

Catedral de Alegrete (Brasil/RS)

BR290 - as belas paisagens do Rio Grande do Sul, tchê!

BR290 – as belas paisagens do Rio Grande do Sul, tchê!

Na BR290 o movimento era maior nos primeiros 50Km, depois o trânsito ficou mais calmo.

Saindo de Resistencia, para chegar a Pelotas deve-se tomar a RN16 em sentido leste. Em seguida toma-se a RN12 à direita, passando por Empedrado, San Lorenzo e San Roque. Depois pega-se a RP123 à esquerda, passando por Chavarria e Mercedes. Posteriormente toma-se a RN14 à direita e em seguida a RN117 à direita até a ponte de divisa Argentina/Brasil em Paso de Los Libres. Depois pega-se a BR290, passando por Alegrete, Rosário do Sul, São Gabriel e Vila Nova do Sul. Depois pega-se a BR392 à direita, passando por Caçapava do Sul, Santana da Boa Vista, Canguçu e então chegando a Pelotas.

O percurso entre Resistencia e Paso de Los Libres foi o mesmo que fizemos na viagem de ida. Todas as estradas deste trecho estão muito boas e sinalizadas. Pagamos um pedágio na RN16 de PA$1,20 (R$0,63) logo na saída de Resistencia e outro na RN12 de PA$2,10 (R$1,09).

A BR290 está em condições razoáveis. Nos primeiros 10Km saindo de Uruguaiana a estrada possui muitos buracos, desníveis e remendos.

A partir da BR392 o trânsito diminuiu bastante. Neste percurso se passa por alguns trechos de serra, onde se deve dirigir com cuidado. Quase toda a BR392 está em condições muito boas.

Devido a grande distância a ser percorrida neste dia, quando chegamos a Caçapava do Sul já estávamos bem cansados. Mas seguimos viagem, pois queríamos chegar logo em casa.

Próximo a Canguçu há um pedágio que custa R$7,20.

Chegamos a Pelotas já eram 1:30h. Após 7920km percorridos estávamos felizes por termos chegado em casa com segurança, após ter visto tanta beleza nestes últimos 20 dias. A viagem foi ótima, perfeita, surpreendente. Mais uma vez pudemos comprovar a beleza deste nosso continente, tão vasto e rodeado de belas e únicas paisagens.

Agradecemos a todos aqueles que nos acompanharam e, de alguma forma, contribuiram para tornar mais esta aventura em um grande sucesso. Um abraço a todos e até a próxima expedição, que provavelmente será para Ushuaia/Argentina e Puerto Williams/Chile no fim do mundo, onde conheceremos a Patagônia e a Terra do Fogo.

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Alexandre e Rosângela, Viajando de Carro – Liberdade para conhecer novos lugares.

Devido a chuva torrencial que caiu a noite, em alguns pontos da estrada havia desmoronamentos de barro e pedras

Saída: Tafí del Valle/Argentina – Km 5990 (10:20h)
Chegada: Resistencia/Argentina – Km 6903 (23:00h)
Distância: 913Km

O plano era acordar cedinho para percorrer mais de 900Km até Resistencia. Antes mesmo de o despertador tocar acordamos com um temporal com chuvas e ventos muito fortes. Esta chuva acabou por nos atrasar um pouco, pois tivemos que esperar a chuva forte passar. Tomamos o café da manhã no hotel, igualmente simples como os demais, mas muito gostoso e caprichado.

Passamos em um caixa eletrônico para sacar um pouco mais de dinheiro por garantia, pois muitos postos de combustível não aceitam cartão de crédito. Saímos de Tafí del Valle por volta das 10h.

De Tafi del Valle para chegar a Resistencia deve-se pegar a ruta RP307 até Acheral, onde pega-se a ruta RN38 à esquerda até Famailla. Pega-se então a ruta RP323 à direita e então dobra-se à esquerda na RN157. Em seguida toma-se a RP323 à direita, passando por Santa Rosa de Leales. Continua-se na RP323 e pega-se a ruta RN9 à direita. Segue-se na ruta RN9 passando por Termas de Rio Hondo até Santiago Del Estero.  Nesta cidade deve-se então pegar a ruta RN34, para fazer isto se deve: sair da RN9 pegando a Av. Liberdad à esquerda, posteriormente se pega  à Av. Belgrano à esquerda e então a autopista Peron Juan Domingo à direita, entra-se na próxima ruta à direita, seguindo até a ruta RN34, onde entra-se à direita. Segue-se pela RN34, passando por Beltran, Forres, Fernandez e Herrera. Alguns km após Herrera pega-se a RP92 à esquerda (próximo ao posto YPF). Segue-se pela RP92, passando por Añatuya e Vilelas, até a ruta RN89 em Quimili, onde se entra à direita. Segue-se pela ruta RN89, passando por General Pinedo, Charata, Las Breñas, Corzuela e Campo Largo, até o encontro com a RN16 (em Avia Terai), onde se entra à direita. Segue-se pela RN16 até Resistencia, passando por Presidencia Roque Saenz Peña e Quitilipi.

Saindo de Tafí del Valle pegamos a ruta RP307 que é um percurso cheio de curvas, onde se faz uma decida de aproximadamente 1000m de altitude. Existem muitos trechos em meia pista e curvas muito fechadas e por isto deve-se dirigir com precaução, usando freio motor e evitando fazer este trajeto durante a noite. A paisagem é muito bonita, só não podemos apreciá-la melhor devido à chuva. Acompanhando a estrada há um rio que estava com uma correnteza muito forte por causa da chuva e em muitos trechos da estrada a água da chuva descia em cachoeira morro abaixo.

Devido a chuva torrencial que caiu a noite, em alguns pontos da estrada havia desmoronamentos de barro e pedras

Devido a chuva torrencial que caiu a noite, em alguns pontos da estrada havia desmoronamentos de barro e pedras

Seguimos viagem e no entroncamento das rutas RP323 e RN9 (GPS Lat 27° 9’29.85″S – Long 65° 8’0.56″O,  na província de Tucumán) fomos parados e tivemos nossa primeira experiência com os famosos policiais argentinos corruptos. Já haviam nos informado que além das regiões do Chaco e de Entre Rios, Tucumán também estava apresentando casos de turistas com problemas com a corrupção da polícia argentina. Neste local havia uma barreira policial e eles estavam parando todo mundo. O policial da Dirección General de Transporte nos abordou pedindo carteira de motorista, documento do veículo e seguro. Entregamos os documentos, o policial olhou e solicitou um selo que devia estar colado no párabrisas do carro, certificando a revisão técnica anual do veículo. Nós já conhecíamos esta artimanha dos policiais e começamos a desconfiar que daí viesse um golpe de extorsão. Falamos que no Brasil não temos este selo e sabemos que não precisávamos dele para circular pelos países do Mercosul. O policial falou que precisava consultar um dos outros colegas e depois solicitou que o motorista descesse do carro (no caso, o Alexandre).  O policial abriu uma pasta e tirou a lei de trânsito da Argentina, onde mostrou alguns artigos que não tinham nada a ver com o tal selo. Daí ele falou que dariam várias multas que custariam em torno de 1000l de nafta super e, como eles não estavam com recibo para receber o pagamento da multa, teriam que apreender o carro pois o pagamento só poderia ser feito em Tucumán no outro dia.

Na verdade ele estava complicando a negociação para poder receber o dinheiro na hora sem precisar dar nenhum recibo. Explicamos que estávamos acostumados a viajar pela Argentina e sabíamos de tudo que era obrigatório para circular de carro neste país e, além disso, falamos que o consulado da Argentina no Brasil nos informou de todos os requisitos e de que o tal selo não era um deles. Inventamos que tínhamos outros amigos viajando de carro pela mesma região e que todos conheciam muito bem os requisitos para trafegar.

Explicamos educadamente e com convicção que isto era somente um mal entendido e que tínhamos um celular e o número do consulado do Brasil na Argentina e poderíamos ligar para que eles pudessem nos ajudar a resolver o problema. Neste momento, perguntarmos como resolver esta questão e o policial disse que precisaria falar novamente com o comissário que era o primeiro policial que nos parou. Explicamos tudo novamente e o outro policial falou ao comissário que queríamos entrar em contato com o consulado. Enquanto eles conversavam entre si, parou um carro argentino que chamou o Alexandre para pedir informações sobre como chegar a Tafí del Valle. O Alexandre explicou que estávamos vindo de lá e informou ao motorista como chegar a Tafí.

Assim que o carro seguiu viagem o policial perguntou se eram nossos amigos. Mentimos que eram e ele, desconfiado que nosso suposto amigo pudesse denunciá-los mais adiante, resolveu nos liberar. Ele entregou os documentos, apertamos as mãos (agradecendo por não nos roubar) e seguimos viagem. Este infeliz encontro nos atrasou em torno de 30 minutos. Logo que fomos parados eles estavam abordando quase todos os carros, em seguida ficamos somente nós parados e todos os policiais (4) ficaram “envolvidos” no nosso caso. A tática quase sempre é a mesma, pegam os seus documentos e não devolvem, ficam te passando de um policial para outro, inventam alguma exigência que você não está cumprindo e dizem que vão apreender o veículo e liberá-lo somente no outro dia (na tentativa de pressionar pelo atraso e transtorno que isto irá causar à viagem) e que a multa será alta.

O que parece ter realmente resolvido a situação foi dizer que queríamos entrar em contato com o consulado e talvez a coincidência de aparecer um carro pedindo informações (que seria um suposto amigo) bem na hora. O que também ajudou bastante foi nossa tranquilidade, argumentar educadamente e a convicção de que estávamos dentro da lei.

Seguimos viagem e paramos em Termas do Rio Hondo para comprarmos algo para comermos durante a viagem. Fomos a um restaurante procurando por empanadas. O atendente informou que não tinha e que deveríamos ter muito cuidado ao comprar empanadas, por devido ao calor poderiam estar estragadas. Então perguntamos se havia alguma outra coisa que pudéssemos levar para viagem, ele nos indicou os já conhecidos e saborosos sanduíches de milanesa com ovo, queijo, presunto, tomate e alface. Pedimos para que fizessem 2 para levar, enquanto íamos em uma loja do lado comprar alfajores.

Termas de Rio Hondo chamou-nos a atenção pela quantidade de lojas que vendem especificamente alfajores. Compramos alguns para provar e realmente são uma delicia! Voltamos para buscar os sanduíches e nos impressionamos com seu tamanho. Os sanduíches foram suficientes para almoçar e jantar. Pagamos PA$18,00 (R$9,38) pelos dois. Uma pechincha!

Seguimos viagem tranquila até Resistencia. Embora a viagem tenha sido longa, não foi uma viagem muito cansativa, pois fomos alternando o motorista. Chegamos a Resistencia e resolvemos nos hospedar ao hotel ao lado do hotel Royal, que ficamos anteriormente, que é o Residencial Bariloche, que fica na calle Obligado, 239. Fomos neste hotel por ter estacionamento no local (o Royal tem estacionamento, mas está afastado uma quadra). Os quartos do hotel Royal são um pouco melhores do que os deste hotel. Pagamos PA$100,00 (R$52,08) e mais PA$20,00 (R$10,42) para termos direito a usar o ar condicionado. Os quartos têm TV, ventilador de teto e internet wi-fi. Este hotel não é muito bom, não aconselhamos.

Deixamos nossas coisas no hotel e fomos a um bar próximo do calçadão de Resistencia comemoramos nossa última noite fora do Brasil. Após algumas voltas pelo calçadão, retornamos ao hotel e fomos dormir.

A RP89, em grande parte de sua extensão, estava com asfalto irregular com muitos buracos e remendos. As demais rutas estavam em boas condições para trafego. Na RN34 o movimento era razoável. Na RP92 e RN89 tinha pouquíssimo movimento e na RN16 (já durante a noite) o movimento de carros foi mais intenso.

No total do trajeto deste dia passamos por 3 pedágios: na RN9, RN34 e RN16. Pagamos PA$1,70 (R$0,89), PA$2,50 (R$1,30) e PA$2,10 (R$1,09), respectivamente.

Dicas do dia

Existe outra possibilidade de roteiro entre Santiago del Estero e Quimili, que é pegar a ruta RN89 diretamente da ruta RN34. Porém o trecho da RN89 entre a RN34 e Quimili (passando por Suncho Corral) é somente em meia pista, toda vez que vier um carro em outro sentido alguém terá que sair da pista. Como o acostamento é de rípio, algumas vezes as pedras pegam nos pára-brisas. Neste trecho também é muito difícil ultrapassar. Por estes motivos fizemos a volta pela RP92, sugestão dada por Osvaldo (Konai) do Forum 4×4 Brasil. Este desvio aumenta o percurso em 100Km, mas com certeza vale a pena reduzindo a possibilidade de danos ao veículo e reduzindo o risco de acidentes ao trafegar por uma ruta em meia pista. Veja a dica de desvio clicando aqui. O roteiro sugerido está grifado em amarelo na figura. Em rosa está o trecho em meia-pista.

Como opção de hospedagem em Resistencia, entre o Residencial Bariloche e o Hotel Royal, de preferência para este último. Apesar do Hotel Royal não ter estacionamento no local, seus quartos são melhores. Não indicamos o Residencial Bariloche (sua bela fachada engana muito bem).

De Presidencia Saenz Roque até Resistencia é possível circular a noite, pois há mais movimentos de carros e há menores chances de encontrar animais soltos na pista. No trecho final da RN16, entre Presidencia Saenz Roque e o entroncamento com a RN9/34 (em direção a Salta, trajeto que fizemos no segundo dia de viagem) raramente você passa por carros e vilarejos e há muitos animais soltos, não sendo recomendado percorrê-la durante a noite. Além disso, provavelmente os postos de combustível estarão fechados.

Ir para o próximo dia.

Paisagens da ruta RP43

Saída: Antofagasta de la Sierra/Argentina – Km 5576 (12:00h)
Chegada: Tafi del Valle/Argentina – Km 5987 (20:43h)
Distância: 411Km

Acordamos cedo, pois ainda queríamos dar uma volta rápida em um ponto turístico de Antofagasta que fica bem próximo da cidade. Tomamos o café da manhã e saímos. Nossa intenção era visitar as Penhas Coloradas e os petroglifos deixados pelos Incas. Estes pontos turístico ficam a apenas 5km da cidade. Esta sugestão de passeio foi do casal de Brusque (Marli e Manolo) que conhecemos 2 dias atrás.

Fomos em direção as Penhas Coloradas. Após percorrer os 5km chega-se às formações rochosas onde estão os petróglifos. Tem que ter um pouquinho de paciência para encontrá-los. Mas é bem interessante, principalmente a busca pelas famosas gravuras. Quase todos os petróglifos têm desenhos de lhaimas.

Em busca das Penhas Coloradas

Em busca das Penhas Coloradas

Petroglifos (inscrições nas pedras) deixados pelos Incas

Petroglifos (inscrições nas pedras) deixados pelos Incas

Petroglifos (inscrições nas pedras) deixados pelos Incas

Petroglifos (inscrições nas pedras) deixados pelos Incas

Não temos certeza se encotramos as penhas coloradas, pois há muitas pedras no local e não conseguimos identificá-las.

Mais distante um pouco haviam outras formações rochosas. Como ainda não havíamos identificado as penhas, resolvemos ir até mais adiante. No caminho, uma surpresa! Finalmente conseguimos avistar o zorro (um animal semelhante à raposa). Apareceu um pouco à frente do carro, ele estava bem tranquilo e conseguimos fotografá-lo e filmá-lo. Seguimos um pouco mais e resolvemos voltar porque o tempo estava curto e o caminho ainda era longo até Tafi Del Valle.

Zorro: semelhante a uma pequena raposa

Zorro: semelhante a uma pequena raposa

Retornando dos petroglifos

Retornando dos petroglifos

Fomos então em direção a Tafi del Valle. Passamos novamente por aquela ruta RP43 com suas paisagens maravilhosas e tiramos mais fotos. Impossível não se encantar com este lugar.

Lava vulcânicas petrificadas junto a ruta RP43

Lava vulcânicas petrificadas junto a ruta RP43

Paisagens da ruta RP43

Paisagens da ruta RP43

Mais um dos diversos vulcões na região de Antofagasta de La Sierra

Mais um dos diversos vulcões na região de Antofagasta de La Sierra

Paisagens da ruta RP43

Paisagens da ruta RP43

Paisagens da ruta RP43

Paisagens da ruta RP43

Paisagens da ruta RP43 (trecho de rípio)

Paisagens da ruta RP43 (trecho de rípio)

Paisagens da ruta RP43

Paisagens da ruta RP43

Paisagens da ruta RP43

Paisagens da ruta RP43

Tentamos abastecer o carro no posto de combustíveis que existe no entroncamento entre a RP43 e RN40, mas devido ao calor intenso havia muitos gases no reservatório do posto e não conseguimos abastecer nafta normal. Tinha nafta super no outro reservatório do posto, mas como havia outros postos um pouco mais adiante e tínhamos ainda bastante combustível resolvemos seguir adiante.

Quando paramos para abastecer em Hualfin na RN40 encontramos mais brasileiros de motos. Um casal e mais um homem vindos de SP. Foi engraçada a coincidência, pois eles estavam fazendo piadas de Pelotas e Campinas (pois haviam passado há pouco por um casal de Campinas). Quando nós paramos o carro na bomba de combustível eles foram ver de que cidade do Brasil nós éramos. Quando viram que éramos de Pelotas ficaram surpresos pela grande coincidência. Conversamos ainda durante alguns minutos e cada um seguiu o seu rumo.

A viagem seguiu tranquila. Chegando a Tafi del Valle a paisagem é muito bonita, tendo alguns mirantes na beira da estrada. Passamos por Abra del Infiernillo, onde cruzamos por dentro das nuvens devido a altitude  de 3042m. A seguir passamos também por La Quebradita.

Abra del Infiernillo

Abra del Infiernillo

Abra del Infiernillo

Abra del Infiernillo

Hora do café da tarde

Hora do café da tarde

De Antofagasta de La Sierra para chegar a Tafi del Valle deve-se pegar a ruta RP 43 e posteriormente a RN 40 à esquerda, passando por El Peñon e Villa Vil. Segue-se pela RN 40 passando por Hualfin e chegando a Santa Maria. Em Santa Maria se pega a RP337 à direita até Amaichá del Valle, onde toma-se a RP307 à direita até chegar a Tafi del Valle.

O trecho percorrido na RP43 é o mesmo que passamos anteriormente, com 30Km em rípio e o restante em asfalto. Após a RP43, os primeiros 30Km da RN 40 é em rípio em condições razoáveis (alguns rios cortam a estrada, mas o nível das águas são baixos e dá para passar com um carro normal).  O trecho em asfalto da RN 40 está em boas condições e também é cortado várias vezes por rios. Com chuva forte pode gerar correnteza na passagem do rio sobre o asfalto, não sendo possível passar. As rutas RP337 e RP307 estão todas em asfalto irregular com muitos buracos e remendos. Nos últimos 20km a ruta alterna algumas vezes entre asfalto e rípio. De Amaicha Del Valle em diante (em Abra del Infiernillo) há muitas curvas, penhascos, subidas e descidas. Em alguns pontos a ruta é muito estreita e a sinalização é precária. Deve-se evitar percorrer este último trecho durante a noite. Do entroncamento da RP43 com a RN 40 até Tafi Del Valle existem diversos postos de combustível.

Chegamos em Tafi, estacionamos o carro e fomos no centro de informações turísticas para que nos dessem alguma dica de hospedagem com um preço bom. Informaram-nos uma no centro, a ATEP, porém já estava lotada. Fomos então a outro hotel que estava localizada na mesma rua. Ficamos hospedados no Virgen del Valle Hotel, que fica na 1ª quadra da calle Los Menhires. Ótimo hotel, com quarto amplo, TV a cabo, internet, café da manhã e estacionamento aberto. Pagamos PA$160,00 (R$83,33) por um quarto com TV. Os quartos sem TV custam PA$150,00 (R$78,13), porém já estavam lotados.

A bela e verde Tafi del Valle

A bela e verde Tafi del Valle

Tafi del Valle estava repleta de turistas

Tafi del Valle estava repleta de turistas

Passeamos um pouco pelo centro e fomos jantar. Tafi del Valle é uma cidade muito turística. Estava bem movimentada e com muitos mochileiros. No centro há vários restaurantes, lojas e tendas de artesanatos. Só achamos estranho não ter nenhuma casa de câmbio, pelo menos foi o que nos informaram.

Jantamos uma pizza em um restaurante em frente ao posto YPF. Estava boa, mas a massa parecia ser daquelas compradas em supermercado. Pagamos PA$28,50 (R$14,84) pela pizza grande, refri de 1 litro e mais o limão (coisas da Argentina: cobraram-nos PA$1,50 pelo limão que pedimos para colocar no refri). Esta refeição foi muito barata, pois era uma promoção do restaurante. Porém em Tafi nos pareceu que os preços são bem mais caros quando comparada a outra cidades argentinas.

Após jantarmos fomos para o hotel descansar.

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Ojos del salar (Salar de Antofalla)

Saída: Antofagasta de la Sierra/Argentina – Km 5561 (9:00h)
Chegada:
Antofagasta de la Sierra/Argentina – Km 5561 (22:00h)
Distância: 221Km

Acordamos bem cedo em função do nosso tour para o Salar de Antofalla, o qual possui em torno de 140Km de extensão. Tomamos o café da manhã no hotel, simples e composto de torradinhas com doce ou manteiga, chá, leite ou café e água mineral com gás.

Separamos as coisas que levaríamos para o tour. O guia já estava com a camionete ligada em frente ao hotel nos esperando. Saímos às 8h (horário na Argentina). Fomos então em direção ao salar e também ao povoado de Antofalla. Passamos primeiramente pela Laguna Colorada, que estava seca.

Hosteria Municipal em Antofagasta de La Sierra

Hosteria Municipal em Antofagasta de La Sierra

Durante todo o passeio passamos várias vezes por vicunas, mulas e emas. O caminho é bem legal e vai gradativamente aumentando a altitude. Chegamos a um ponto onde podíamos ter uma visão panorâmica do Cerro Buenaventura e também, avistar o Vulcão Antofalla.

Montanhas vulcânicas e salares aos arredores de Antofagasta De La Sierra

Montanhas vulcânicas e salares aos arredores de Antofagasta De La Sierra

Casa de camponeses que criam lhamas e ovelhas nas montanhas

Casa de camponeses que criam lhamas e ovelhas nas montanhas

Vicuñas selvagens nas montanhas de Antofagasta de La Sierra

Vicuñas selvagens nas montanhas de Antofagasta de La Sierra

Em direção ao Salar de Antofalla

Em direção ao Salar de Antofalla

Paramos para almoçar em uma casa abandonada, onde os tours geralmente param para o pessoal fazer as refeições e descansar um pouco. Almoçamos o lanche que o guia nos levou, sanduíches de queijo e presunto, coca-cola e frutas. Seguimos e em seguida já podíamos avistar o salar de longe. Mais adiante onde iríamos ter uma ampla visão do salar, o guia parou o carro e perguntou se não gostaríamos de ir caminhando alguns metros para apreciar melhor a vista. Caminhamos um pouco e quando chegamos mais acima podemos apreciar uma paisagem indescritível, provavelmente a mais linda que já vimos!! Tínhamos a visão do salar, do Vulcão Antofalla, cerros, vegetação, uma laguna azul turquesa e, ainda um pouco distante, um pequeno oásis entre as montanhas que era o povoado de Antofalla.

Parada para o almoço

Parada para o almoço

Vale entre as montanhas

Vale entre as montanhas

A incrível paisagem do Salar de Antofalla

A incrível paisagem do Salar de Antofalla

Salar de Antofalla

Salar de Antofalla

Salar de Antofalla

Salar de Antofalla

Salar de Antofalla

Salar de Antofalla: percebam a lagoa azul no meio do salar

Salar de Antofalla: uma das paisagens mais incríveis que já conhecemos

Salar de Antofalla: uma das paisagens mais incríveis que já conhecemos

Salar de Antofalla

Salar de Antofalla: um pouco antes deste ponto estávamos a 4670m de altitude, lá em baixo no salar são 3360m

Ali ficamos alguns minutos contemplando aquela paisagem maravilhosa. Subimos um morro um pouco mais alto para termos uma visão mais ampla. Foi realmente um cenário fantástico! Fomos então, atravessando o salar através de uma estrada que passa bem pelo meio, até o povoado de Antofalla. Lá paramos um pouco, descansamos e tiramos umas fotografias. Neste povoado moram cerca de 40 pessoas. Lá tem escola, e um centro comunitário onde tem internet e TV via satélite. Quando fomos embora demos uns 2 pesos para um guri que ficou na nossa volta no tempo em que ficamos por lá.

Salar de Antofalla: juntos com o guia Sérgio

Salar de Antofalla: juntos com o guia Sérgio (altitude 4025m)

A interminável em descida em zigue-zague ao salar: levamos 1:30h para descer dos 4025m aos 3360m

A interminável em descida em zigue-zague ao salar de Antofalla: levamos 1:30h para descer dos 4025m aos 3360m

Povoado de Antofalla (localizado do outro lado do salar)

Povoado de Antofalla (localizado do outro lado do salar)

Salar de Antofalla

Salar de Antofalla

Salar de Antofalla e seus inúmeros vulcões

Salar de Antofalla e seus inúmeros vulcões

Salar de Antofalla e seus inúmeros vulcões

Salar de Antofalla e seus inúmeros vulcões

Descida ao salar de Antofalla

Descida ao salar de Antofalla

Povoado de Antofalla

Povoado de Antofalla

Povoado de Antofalla: ao fundo dá para ver a estrada em zigue-zague que usamos para descer ao salar e povoado de Antofalla

Povoado de Antofalla: ao fundo (nas montanhas) dá para ver a estrada em zigue-zague que usamos para descer ao salar e povoado de Antofalla

Povoado de Antofalla: ao fundo (nas montanhas) dá para ver a estrada em zigue-zague que usamos para descer ao salar e povoado de Antofalla

Povoado de Antofalla: ao fundo (nas montanhas) dá para ver a estrada em zigue-zague que usamos para descer ao salar e povoado de Antofalla

Capela no povoado de Antofalla

Capela no povoado de Antofalla

Saindo do povoado íamos costeando todo o salar. Em uma das paradas para tirar fotos, o guia juntou várias pedras de material vulcânico (oxidiana ou vidro vulcânico) e nos deu. Com estas pedras é possível fazer vários trabalhos: antigamente se faziam pontas de flechas, hoje em dia são usadas em artesanatos, massagem corporal, entre outras utilidades. As pedras são muito bonitas e contra luz se pode ver que são transparentes e, dependendo do tipo de material, podem ter cores diferentes.

A propósito, o guia Sérgio faz de tudo um pouco: trabalha na oficina mecânica, na hosteria municipal, faz os tours e outras viagens para transportar amostra de minerais para análises e ainda é artesão e colecionador de pedras (por isso seu gosto e conhecimento sobre pedras)! Ele também nos contou que trabalhou na abertura de várias estradas do salar e dos seus arredores. Ele nos disse também que já escalou o Aconcágua para retirar algumas amostras de minerais para uma empresa.

A nossa próxima parada foi nos ojos del salar, que são poços com águas cujas cores variam conforme os minerais do lugar. Neste salar há vários ojos, cada um com a cor diferente de água. O mais impressionante é o que tem a cor avermelhada e com a vegetação a sua volta refletida na água, lindíssimo! Os outros têm cor azul, esbranquiçada ou estavam secos.

Ojos del salar

Ojos del salar (Salar de Antofalla)

Ojos del salar (Salar de Antofalla)

Ojos del salar (Salar de Antofalla): cada lagoa tem uma cor diferente

Ojos del salar (Salar de Antofalla)

Ojos del salar (Salar de Antofalla)

Ojos del salar (Salar de Antofalla)

Ojos del salar (Salar de Antofalla)

Ojos del salar (Salar de Antofalla)

Ojos del salar (Salar de Antofalla)

Ojos del salar (Salar de Antofalla)

Ojos del salar (Salar de Antofalla)

Salar de Antofalla

Salar de Antofalla

Estrada costeando o Salar de Antofalla

Estrada costeando o Salar de Antofalla

Parece que derramaram uma lata de tinta no alto da montanha

Parece que derramaram uma lata de tinta no alto da montanha

Um cone no salar

Um cone no salar

Estrada que cruza o salar

Estrada que cruza o salar

Estrada que cruza o salar

Estrada que cruza o salar

Após fomos na Vega La Botijuela. É lugar que também tem uma paisagem muito bonita. Neste lugar mora um homem solitário, o Simon.  Dizem que ele fala pelos cotovelos e não pára até te conseguir vender suas pedras. Ele é muito conhecido e recebe ajuda de turistas do mundo inteiro, pois todos querem que ele permaneça morando onde está. Neste dia ele não estava em casa. Próximo a este lugar tem o Salar de Botijuela.

Vega La Botijuela

Vega La Botijuela

Saindo dali fomos ao povoado Las Quinuas. Hoje em dia, neste povoado moram apenas 2 pessoas. Antigamente eram um povoado com mais habitantes, mas devido a falta de emprego e estudo quase todos os habitantes do lugar foram embora. Isto ocorreu também com o povoado de Antofalla. De Las Quinuas se tem uma bela visão do salar.

Cruzando o salar em direção ao povoado Las Quinuas

Cruzando o salar em direção ao povoado Las Quinuas

Cruzando o salar em direção ao povoado Las Quinuas

Cruzando o salar em direção ao povoado Las Quinuas

Cruzando o salar em direção ao povoado Las Quinuas

Cruzando o salar em direção ao povoado Las Quinuas

Vista do salar desde o povoado Las Quinuas

Vista do salar desde o povoado Las Quinuas

Após seguimos viagem de retorno a Antofagasta de La Sierra. No caminho ainda tivemos belas paisagens pela frente. As paisagem mudam constantemente, sendo igualmente bonitas. Chegamos ao hotel às 21:00h (horário da Argentina). Estávamos exaustos, porém valeu e muito a pena.

Observem as cores das montanhas

Observem as cores das montanhas

Cruzando o salar no retorno a Antofagasta de La Sierra

Cruzando o salar no retorno a Antofagasta de La Sierra

Salar de Antofalla

Salar de Antofalla

A estrada não era das melhores

A estrada não era das melhores

Rochas vulcânicas (negras) presentes por todo o salar

Rochas vulcânicas (negras) presentes por todo o salar

As belas cores das montanhas ao redor do Salar de Antofalla

As belas cores das montanhas ao redor do Salar de Antofalla

O guia que nos levou ao Salar de Antofalla foi excelente. É daquelas pessoas que gostam do que fazem. Foi paciente, explicou sobre os lugares, parava sempre que queríamos tirar fotos. Nos explicou muito sobre a cultura e história do povo local e da Argentina em geral. Recomendamos!! Se alguém tiver interesse em contratá-lo, o nome dele é Sérgio Quipildor e pode ser encontrado na oficina mecânica bem em frente ao posto de combustível, na Hosteria Municipal em Antofogasta de La Sierra ou através dos telefones 03835-15528716 e 03835-15410334 .

Se você não tem um carro apropriado (camionete 4×4) para ir aos pontos de difícil acesso em Antofagasta, vale à pena contratar um guia que tenha um. Caso não seja possível, somente a viagem até Antofogasta de La Sierra já é muito gratificante. Infelizmente não tínhamos mais dias para ficar na cidade, pois além deste passeio, há outros como Campo de Pedra Pomez, Salar do Hombre Muerto, subida nos vulcões Antofagasta e/ou Alumbrera entre outros passeios legais. Destes lugares citados, somente a ida aos  vulcões não precisa de carro 4×4.

Logo que chegamos do passeio, fizemos o pedido do jantar no hotel e fomos na Municipalidad mandar um sinal de fumaça para o Brasil através da internet, pois a do hotel estava com problemas.

Jantamos, tomamos um banho e fomos descansar. O dia foi cansativo, mas extremamente compensador.

Dica do dia

A visita ao Salar de Antofalla em Antofagasta de La Sierra é um dos passeios mais deslumbrantes que se pode fazer em toda a Argentina. Caso você não tenha carro 4×4, contrate um guia na cidade que tenha um e faça um passeio por este salar. As paisagens são indescritíveis!

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Bandenes na Ruta 60 (servem para escoar a água das chuvas)

Saída: Fiambalá/Argentina – Km 5094 (11:00h)
Chegada: Antofagasta de la Sierra/Argentina – Km 5561 (20:50h)
Distância: 467Km

Acordamos cedo, arrumamos nossas coisas na casa da família de Fiambalá e fomos embora. Antes de ir pagamos a mulher. Como fomos muito bem recebidos, pagamos um pouco mais do que o combinado. Demos uma pequena volta na praça da cidade, compramos um lanche e umas frutas. A cidade estava bem movimentada em função do rally Dakar.

Praça central de Fiambalá

Praça central de Fiambalá

Seguimos em direção de Antofagasta de La Sierra (Argentina) que, segundo relatos, é um lugar imperdível!

Saindo de Fiambalá, para chegar a Antofagasta de La Sierra deve-se pegar a ruta RN 60 ao sul até Tinogasta, depois seguir pela RP 45 e entrar à esquerda na RN 40. Após Belen segue-se pela RN 40 e posteriormente se pega a RP 43 à esquerda. Nesta última intersecção não há nenhuma sinalização, mas é a primeira ruta asfaltada à esquerda. Segue-se pela RP 43 passando por Villa Vil e El Peñon, até chegar em Antofogasta de La Sierra.

Bandenes na Ruta 60 (servem para escoar a água das chuvas)

Bandenes na Ruta 60 (servem para escoar a água das chuvas)

Em direção a Antofagasta de La Sierra

Em direção a Antofagasta de La Sierra

Em direção a Antofagasta de La Sierra

Em direção a Antofagasta de La Sierra

Em Belén , uma pequena cidade que passamos no caminho, paramos para abastecer e almoçar. Almoçamos batatas fritas, carne e salada.

Seguimos viagem e entramos na RP 43. Andamos um pouco e até então as paisagens não estavam tão belas até chegarmos próximos aonde começa o asfalto. A partir deste ponto as paisagens ficam magníficas! Percorremos todo o caminho com belíssimas paisagens e animais como vicunas, lhamas e emas. Neste caminho, um pouco antes de chegar a Antofagasta, se vê diversas montanhas e vulcões (todos inativos) compondo um visual espetacular. Uns 5Km antes de chegar é possível ver a lava petrificada dos vulcões amontoadas na beira da estrada. Realmente é impressionante a quantidade de lava. A lava petrificada ao redor do Vulcão Alumbrera tem mais de 10Km de extensão.  Há uma placa informativa na estrada indicando o Vulcão Antofagasta, que está ao seu lado do Alumbrera. Estes 2 vulcões costumam ser facilmente escalados, sendo possível apreciar a belíssima paisagem lá do alto. Chegando em  Antofagasta há a Laguna Antofagasta, que é mais um elemento para compor a bela paisagem. Só até aqui já valeu e muito a viagem!

RP43 em direção a Antofagasta de La Sierra

RP43 em direção a Antofagasta de La Sierra

RP43 em direção a Antofagasta de La Sierra

RP43 em direção a Antofagasta de La Sierra

RP43 em direção a Antofagasta de La Sierra

RP43 em direção a Antofagasta de La Sierra

RP43 em direção a Antofagasta de La Sierra

RP43 em direção a Antofagasta de La Sierra

Toda a RN 60 está asfaltada e em boas condições assim como o trecho da RN 40 a ser percorrido. Entrando na RP 43 cerca de 20 dos primeiros quilômetros estão asfaltados. Segue-se por cerca de 30Km em estrada de rípio com alguns trechos em condições ruins (muitas pedras) depois continua-se em ruta asfaltada até Antofagasta. Os últimos 60Km (iniciando poucos quilômetros antes de El Peñon) da estrada asfaltada estão deteriorados, mesmo assim se pode andar a uma média de 60Km/h. Fora estes últimos 60Km, o restante da RP 43 que está asfaltado está em ótimas condições. Há postos de combustíveis em Fiambalá, Tinogasta, Belen, no início da RP 43 e em Antofagasta de La Sierra.

Parte do trecho em rípio em torno de Villa Vil é cortado várias vezes por um rio. Em algumas das vezes há um pouco de água, mas consegue-se passar tranquilamente com um carro normal. Porém, quando chove muito este trecho fica intransitável. Neste caso, o trecho se torna novamente transitável após umas 3 horas depois que a chuva passar.

Rio que corta a ruta 43 em torno de Villa Vil

Rio que corta a ruta 43 em torno de Villa Vil

As belas paisagens da ruta 43

As belas paisagens da ruta 43

Vicuñas atravessando a ruta 43

Vicuñas atravessando a ruta 43

As belas paisagens da ruta 43

As belas paisagens da ruta 43

As belas paisagens da ruta 43

As belas paisagens da ruta 43

As belas paisagens da ruta 43

As belas paisagens da ruta 43

Ruta 43 em El Peñon

Ruta 43 em El Peñon

Ruta 43

Ruta 43

Ruta 43: as rochas pretas são lava vulcânica pretificadas

Ruta 43: as rochas pretas são lava vulcânica pretificadas

Vulcão Antofagasta

Vulcão Antofagasta

Vulcão Antofagasta

Vulcão Antofagasta

Ruta 43

Ruta 43

Chegando em Antofagasta de La Sierra

Chegando em Antofagasta de La Sierra

Chegando em Antofagasta de La Sierra

Chegando em Antofagasta de La Sierra

Chegando em Antofagasta de La Sierra

Chegando em Antofagasta de La Sierra

Chegando em Antofagasta de La Sierra

Chegando em Antofagasta de La Sierra

Chegando em Antofagasta de La Sierra

Chegando em Antofagasta de La Sierra

Vulções Antofagasta (à direita) e Alumbrera

Vulcões Antofagasta (à direita) e Alumbrera

Chegando a Antofagasta de La Sierra

Chegando a Antofagasta de La Sierra

Chegando em Antofagasta fomos direto a Hosteria Municipal. Chegando lá ficamos surpreendidos com o local, pois como é municipal não tínhamos esperança de que fosse bom. Engano nosso. Na hosteria havia uma ótima infraestrutura, bons quartos com banheiro, café da manhã, computador com internet, salas de TV e restaurante. O preço é muito bom também. Por um quarto matrimonial cobram PA$81,00 (R$42,20).

Após garantirmos a hospedagem, fomos procurar um guia. O recepcionista da hosteria nos levou até uma oficina mecânica onde havia um homem que tem uma camionete e que também trabalha como guia. Conversamos com ele e contratamos para o próximo dia para tour pelo Salar de Antofalla. O guia (Sérgio) nos cobrou por um tour de um dia inteiro PA$800,00 (R$416,70) incluindo camionete Hilux 4×4, o serviço de guia, combustível e lanches.

Fomos para o hotel, tomamos um banho e fomos jantar no restaurante do hotel. O jantar deve ser pedido na recepção com algumas horas de antecedência. O restaurante é muito bom e o serviço também. Durante o jantar conhecemos um simpático casal de brasileiros de Brusque-SC, a Marli e o Manolo, que estavam viajando há alguns dias. Conversamos durante bastante tempo com eles. Após fomos dormir para estarmos bem descansados para o nosso tour do dia seguinte.

Dica do dia

Se estiver chovendo na região de Antofagasta de La Sierra a ruta RP43 fica intransitável próximo a Villa Vil, pois o rio cruza a estrada de rípio algumas vezes.

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