Devido a chuva torrencial que caiu a noite, em alguns pontos da estrada havia desmoronamentos de barro e pedras

Saída: Tafí del Valle/Argentina – Km 5990 (10:20h)
Chegada: Resistencia/Argentina – Km 6903 (23:00h)
Distância: 913Km

O plano era acordar cedinho para percorrer mais de 900Km até Resistencia. Antes mesmo de o despertador tocar acordamos com um temporal com chuvas e ventos muito fortes. Esta chuva acabou por nos atrasar um pouco, pois tivemos que esperar a chuva forte passar. Tomamos o café da manhã no hotel, igualmente simples como os demais, mas muito gostoso e caprichado.

Passamos em um caixa eletrônico para sacar um pouco mais de dinheiro por garantia, pois muitos postos de combustível não aceitam cartão de crédito. Saímos de Tafí del Valle por volta das 10h.

De Tafi del Valle para chegar a Resistencia deve-se pegar a ruta RP307 até Acheral, onde pega-se a ruta RN38 à esquerda até Famailla. Pega-se então a ruta RP323 à direita e então dobra-se à esquerda na RN157. Em seguida toma-se a RP323 à direita, passando por Santa Rosa de Leales. Continua-se na RP323 e pega-se a ruta RN9 à direita. Segue-se na ruta RN9 passando por Termas de Rio Hondo até Santiago Del Estero.  Nesta cidade deve-se então pegar a ruta RN34, para fazer isto se deve: sair da RN9 pegando a Av. Liberdad à esquerda, posteriormente se pega  à Av. Belgrano à esquerda e então a autopista Peron Juan Domingo à direita, entra-se na próxima ruta à direita, seguindo até a ruta RN34, onde entra-se à direita. Segue-se pela RN34, passando por Beltran, Forres, Fernandez e Herrera. Alguns km após Herrera pega-se a RP92 à esquerda (próximo ao posto YPF). Segue-se pela RP92, passando por Añatuya e Vilelas, até a ruta RN89 em Quimili, onde se entra à direita. Segue-se pela ruta RN89, passando por General Pinedo, Charata, Las Breñas, Corzuela e Campo Largo, até o encontro com a RN16 (em Avia Terai), onde se entra à direita. Segue-se pela RN16 até Resistencia, passando por Presidencia Roque Saenz Peña e Quitilipi.

Saindo de Tafí del Valle pegamos a ruta RP307 que é um percurso cheio de curvas, onde se faz uma decida de aproximadamente 1000m de altitude. Existem muitos trechos em meia pista e curvas muito fechadas e por isto deve-se dirigir com precaução, usando freio motor e evitando fazer este trajeto durante a noite. A paisagem é muito bonita, só não podemos apreciá-la melhor devido à chuva. Acompanhando a estrada há um rio que estava com uma correnteza muito forte por causa da chuva e em muitos trechos da estrada a água da chuva descia em cachoeira morro abaixo.

Devido a chuva torrencial que caiu a noite, em alguns pontos da estrada havia desmoronamentos de barro e pedras

Devido a chuva torrencial que caiu a noite, em alguns pontos da estrada havia desmoronamentos de barro e pedras

Seguimos viagem e no entroncamento das rutas RP323 e RN9 (GPS Lat 27° 9’29.85″S – Long 65° 8’0.56″O,  na província de Tucumán) fomos parados e tivemos nossa primeira experiência com os famosos policiais argentinos corruptos. Já haviam nos informado que além das regiões do Chaco e de Entre Rios, Tucumán também estava apresentando casos de turistas com problemas com a corrupção da polícia argentina. Neste local havia uma barreira policial e eles estavam parando todo mundo. O policial da Dirección General de Transporte nos abordou pedindo carteira de motorista, documento do veículo e seguro. Entregamos os documentos, o policial olhou e solicitou um selo que devia estar colado no párabrisas do carro, certificando a revisão técnica anual do veículo. Nós já conhecíamos esta artimanha dos policiais e começamos a desconfiar que daí viesse um golpe de extorsão. Falamos que no Brasil não temos este selo e sabemos que não precisávamos dele para circular pelos países do Mercosul. O policial falou que precisava consultar um dos outros colegas e depois solicitou que o motorista descesse do carro (no caso, o Alexandre).  O policial abriu uma pasta e tirou a lei de trânsito da Argentina, onde mostrou alguns artigos que não tinham nada a ver com o tal selo. Daí ele falou que dariam várias multas que custariam em torno de 1000l de nafta super e, como eles não estavam com recibo para receber o pagamento da multa, teriam que apreender o carro pois o pagamento só poderia ser feito em Tucumán no outro dia.

Na verdade ele estava complicando a negociação para poder receber o dinheiro na hora sem precisar dar nenhum recibo. Explicamos que estávamos acostumados a viajar pela Argentina e sabíamos de tudo que era obrigatório para circular de carro neste país e, além disso, falamos que o consulado da Argentina no Brasil nos informou de todos os requisitos e de que o tal selo não era um deles. Inventamos que tínhamos outros amigos viajando de carro pela mesma região e que todos conheciam muito bem os requisitos para trafegar.

Explicamos educadamente e com convicção que isto era somente um mal entendido e que tínhamos um celular e o número do consulado do Brasil na Argentina e poderíamos ligar para que eles pudessem nos ajudar a resolver o problema. Neste momento, perguntarmos como resolver esta questão e o policial disse que precisaria falar novamente com o comissário que era o primeiro policial que nos parou. Explicamos tudo novamente e o outro policial falou ao comissário que queríamos entrar em contato com o consulado. Enquanto eles conversavam entre si, parou um carro argentino que chamou o Alexandre para pedir informações sobre como chegar a Tafí del Valle. O Alexandre explicou que estávamos vindo de lá e informou ao motorista como chegar a Tafí.

Assim que o carro seguiu viagem o policial perguntou se eram nossos amigos. Mentimos que eram e ele, desconfiado que nosso suposto amigo pudesse denunciá-los mais adiante, resolveu nos liberar. Ele entregou os documentos, apertamos as mãos (agradecendo por não nos roubar) e seguimos viagem. Este infeliz encontro nos atrasou em torno de 30 minutos. Logo que fomos parados eles estavam abordando quase todos os carros, em seguida ficamos somente nós parados e todos os policiais (4) ficaram “envolvidos” no nosso caso. A tática quase sempre é a mesma, pegam os seus documentos e não devolvem, ficam te passando de um policial para outro, inventam alguma exigência que você não está cumprindo e dizem que vão apreender o veículo e liberá-lo somente no outro dia (na tentativa de pressionar pelo atraso e transtorno que isto irá causar à viagem) e que a multa será alta.

O que parece ter realmente resolvido a situação foi dizer que queríamos entrar em contato com o consulado e talvez a coincidência de aparecer um carro pedindo informações (que seria um suposto amigo) bem na hora. O que também ajudou bastante foi nossa tranquilidade, argumentar educadamente e a convicção de que estávamos dentro da lei.

Seguimos viagem e paramos em Termas do Rio Hondo para comprarmos algo para comermos durante a viagem. Fomos a um restaurante procurando por empanadas. O atendente informou que não tinha e que deveríamos ter muito cuidado ao comprar empanadas, por devido ao calor poderiam estar estragadas. Então perguntamos se havia alguma outra coisa que pudéssemos levar para viagem, ele nos indicou os já conhecidos e saborosos sanduíches de milanesa com ovo, queijo, presunto, tomate e alface. Pedimos para que fizessem 2 para levar, enquanto íamos em uma loja do lado comprar alfajores.

Termas de Rio Hondo chamou-nos a atenção pela quantidade de lojas que vendem especificamente alfajores. Compramos alguns para provar e realmente são uma delicia! Voltamos para buscar os sanduíches e nos impressionamos com seu tamanho. Os sanduíches foram suficientes para almoçar e jantar. Pagamos PA$18,00 (R$9,38) pelos dois. Uma pechincha!

Seguimos viagem tranquila até Resistencia. Embora a viagem tenha sido longa, não foi uma viagem muito cansativa, pois fomos alternando o motorista. Chegamos a Resistencia e resolvemos nos hospedar ao hotel ao lado do hotel Royal, que ficamos anteriormente, que é o Residencial Bariloche, que fica na calle Obligado, 239. Fomos neste hotel por ter estacionamento no local (o Royal tem estacionamento, mas está afastado uma quadra). Os quartos do hotel Royal são um pouco melhores do que os deste hotel. Pagamos PA$100,00 (R$52,08) e mais PA$20,00 (R$10,42) para termos direito a usar o ar condicionado. Os quartos têm TV, ventilador de teto e internet wi-fi. Este hotel não é muito bom, não aconselhamos.

Deixamos nossas coisas no hotel e fomos a um bar próximo do calçadão de Resistencia comemoramos nossa última noite fora do Brasil. Após algumas voltas pelo calçadão, retornamos ao hotel e fomos dormir.

A RP89, em grande parte de sua extensão, estava com asfalto irregular com muitos buracos e remendos. As demais rutas estavam em boas condições para trafego. Na RN34 o movimento era razoável. Na RP92 e RN89 tinha pouquíssimo movimento e na RN16 (já durante a noite) o movimento de carros foi mais intenso.

No total do trajeto deste dia passamos por 3 pedágios: na RN9, RN34 e RN16. Pagamos PA$1,70 (R$0,89), PA$2,50 (R$1,30) e PA$2,10 (R$1,09), respectivamente.

Dicas do dia

Existe outra possibilidade de roteiro entre Santiago del Estero e Quimili, que é pegar a ruta RN89 diretamente da ruta RN34. Porém o trecho da RN89 entre a RN34 e Quimili (passando por Suncho Corral) é somente em meia pista, toda vez que vier um carro em outro sentido alguém terá que sair da pista. Como o acostamento é de rípio, algumas vezes as pedras pegam nos pára-brisas. Neste trecho também é muito difícil ultrapassar. Por estes motivos fizemos a volta pela RP92, sugestão dada por Osvaldo (Konai) do Forum 4×4 Brasil. Este desvio aumenta o percurso em 100Km, mas com certeza vale a pena reduzindo a possibilidade de danos ao veículo e reduzindo o risco de acidentes ao trafegar por uma ruta em meia pista. Veja a dica de desvio clicando aqui. O roteiro sugerido está grifado em amarelo na figura. Em rosa está o trecho em meia-pista.

Como opção de hospedagem em Resistencia, entre o Residencial Bariloche e o Hotel Royal, de preferência para este último. Apesar do Hotel Royal não ter estacionamento no local, seus quartos são melhores. Não indicamos o Residencial Bariloche (sua bela fachada engana muito bem).

De Presidencia Saenz Roque até Resistencia é possível circular a noite, pois há mais movimentos de carros e há menores chances de encontrar animais soltos na pista. No trecho final da RN16, entre Presidencia Saenz Roque e o entroncamento com a RN9/34 (em direção a Salta, trajeto que fizemos no segundo dia de viagem) raramente você passa por carros e vilarejos e há muitos animais soltos, não sendo recomendado percorrê-la durante a noite. Além disso, provavelmente os postos de combustível estarão fechados.

Ir para o próximo dia.

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