Purmamarca (Cerro Siete Colores ao fundo)

Saída: Purmamarca/Argentina – Km 2698 (11:25h)
Chegada: Tilcara/Argentina – Km 2956 (19:40h)
Distância: 258Km

Acordamos por volta das 9h e tomamos o café da manhã com torradas, doce, manteiga e café, chá ou leite. Estava simples, mas saboroso. Fomos dar umas voltas pela cidade para depois seguirmos até Iruya. Ficamos muito encantados com Purmamarca. Uma cidadezinha pequena, mas encantadora no meio de várias montanhas rochosas. Destaca-se o Cerro Siete Colores, que é a maior atração da cidade. Nesta volta encontramos um brasileiro que viajava de carro desde Campo Grande no Matogrosso do Sul. Após este passeio, seguimos o nosso destino.

Ruas de Purmamarca (Cerro Siete Colores ao fundo)

Ruas de Purmamarca (Cerro Siete Colores ao fundo)

Purmamarca (Cerro Siete Colores ao fundo)

Purmamarca (Cerro Siete Colores ao fundo)

Fomos em direção a Iruya, passando por Tilcara e Humahuaca, onde paramos para abastecer.

Saindo de Purmamarca, para chegar a Iruya deve-se seguir pela ruta 52 em sentido leste. Poucos quilômetros à frente pega-se a ruta RN9 à esquerda. Segue-se pela RN9, passando por Maimará, Tilcara e Humahuaca. Mais adiante entra-se à direta na RP13, passando pelas vilas Iturbe e Chaupi Rodero até chegar a Iruya.

RN9 em direção a Iruya

RN9 em direção a Iruya

De Purmamarca até o entrocamento da RN9 e RP13 são 93Km de asfalto em bom estado de conservação. Deste entrocamento (RN9 com RP13) até Iruya são 47Km de estrada de rípio. Os primeiros 10Km estão em condições bem ruins. Quase desistimos devido às condições precárias da estrada. O caminho todo é muito pedregoso, fazendo o carro sacudir muito. Logo após os primeiros 5Km tivemos que atravessar o Rio Grande que cortava a estrada, próximo a vila Iturbe. A água estava baixa, e um morador do local nos indicou o melhor caminho para atravessar, demos umas balas para o menino que estava com ele. O mesmo aproveitou e nos pediu uma carona de 1 Km. Não entendíamos uma palavra que ele falava, pois falava em algum dialeto indígena. Quando foram descer, o menino vendo algumas moedas que tínhamos dentro do carro, pediu por “la plata” (esta nos entendemos). Demos algumas moedas e seguimos viagem. Após estes 10Km iniciais (percorremos a uns 20Km/h) a estrada melhora e segue-se subindo as montanhas até chegar a altitude de 4000m. A partir daí começa a descida e a paisagem que se descortina é espetacular.

RP13 em direção a Iruya

RP13 em direção a Iruya

Caramelos para os niños

Caramelos para os niños

Altitude: 4000m (ruta RP13)

Altitude: 4000m (ruta RP13)

Ponto de maior altitude na RP13: 4000m

Ponto de maior altitude na RP13: 4000m

Se percorre um trecho de 27Km descendo em zigue-zague pelas montanhas, tudo isto com paisagens de perder o fôlego.

O Rio Iruya corta a estrada diversas vezes, mas só havia água na estrada no local que descrevemos anteriormente (próximo a vila Iturbe), onde o Rio Grande corta a estrada. Quando chove, a estrada fica intransitável, pois o rio sobe muito e não é possível mais atravessá-lo de carro (ao menos carros comuns). As 2 últimas vezes que o Rio Iruya corta a RP13, logo na chegada a Iruya, pode-se observar que é o pior trecho em caso de chuva. Caso você encontre o rio alagado, e não estiver mais chovendo na região, basta esperar umas 2 ou 3 horas que o rio volta a baixar. Nestas horas não adianta se apavorar, você tem que ter paciência e aguardar até que a água baixe.

Veja nos vídeos a seguir o que acontece quando a água do rio sobe: é incrível! Mas não se impressione muito, pois isto somente acontece quando chove na região. Caso contrário os rios ficam secos ou com a água bem baixa.

  • Iruya SW4 al horno
    Click aqui para ver o video na página do YouTube.
  • Cruce iruya
    Click aqui para ver o video na página do YouTube.
  • Agua por todos lados
    Click aqui para ver o video na página do YouTube.
  • Iruya mas cruces de agua
    Click aqui para ver o video na página do YouTube.

No caminho, paramos em uma casa à beira da estrada para dar balas para uma criança que estava na porta. Em pouco tempo saíram de dentro da casa mais umas cinco e demos “caramelos” para todas.

Caminho até Iruya (descida em zigue-zague)

Caminho até Iruya (descida em zigue-zague)

Caminho até Iruya

Caminho até Iruya

Rio Iruya corta a RP13 várias vezes

Rio Iruya corta a RP13 várias vezes

Rio Iruya corta a RP13 várias vezes (chegando em Iruya)

Rio Iruya corta a RP13 várias vezes (chegando em Iruya)

Chegando em Uruya se avista de longe a igreja da vila. Paramos para fotografar a igreja e nisso estava vindo uma moradora local, que nos abordou dizendo que não aceitava que tirassem fotos dela sem pagar propina. E que seu “sombrero” e seus trajes eram muito valiosos!! Realmente não estávamos tirando fotos dela, mas resolvemos pagar PA$2,00 e aproveitar para fotografarmos a mulher. Só deu para tirar uma foto, pois ela não deixou mais que isso, pois falava que nem sabia o que íamos fazer com aquela foto.

Chegando em Iruya

Chegando em Iruya

Iruya!

Iruya!

Ficamos uns 15 minutos em Iruya e retornamos em direção a Tilcara, onde iríamos passar a noite. Na volta paramos para fotografar o Trópico de Capricórnio, que fica à beira da RN9 (à direita).

Retornando para Tilcara pela RP13 (o zigue-zague que aparece cortando a montanha é a estrada que cruzamos para chegar a Iruya)

Retornando para Tilcara pela RP13 (o zigue-zague que aparece cortando a montanha é a estrada que cruzamos para chegar a Iruya)

Atravessando o Rio Grande que corta a RP13 (próximo a vila Iturbe)

Atravessando o Rio Grande que corta a RP13 (próximo a vila Iturbe)

As belas cores das montanhas na RN9 (próximo ao Trópico de Capricórnio)

As belas cores das montanhas na RN9 (próximo ao Trópico de Capricórnio)

Marco do Trópico de Capricórnio (ao lado da ruta RN9)

Marco do Trópico de Capricórnio (ao lado da ruta RN9)

Chegamos em Tilcara e aproveitamos para passear pela cidade. Fomos à feira de artesanato na praça principal e após procuramos um hotel para ficar. Fomos até o Cabañas Malka (situado no final calle San Martin s/n), uma das indicações do nosso guia. O hotel fica um pouco afastado do centro da cidade, mas é muito bom. Tem uma ampla área de lazer e o atendimento é feito pelos proprietários, que são muito atenciosos. A diária para casal custa PA$180,00 (R$93,75). Eles nos indicaram um restaurante para jantar.

Auto de outro aventureiro em Tilcara

Auto de outro aventureiro em Tilcara

A bela Tilcara

A bela Tilcara

Fomos jantar no restaurante Khuska (calle Padilla s/n, entre Jujuy e Ambrusetti) e comemos uma comida local chamada carbonada, que é tipo uma sopa bem consistente com abóbora, milho, carne e queijo de cabra e pão.

Jantando no restaurante Khuska (ambiente alternativo)

Jantando no restaurante Khuska (ambiente alternativo)

Retornamos para o hotel e vimos o seu único inconveniente (antes tínhamos ido a pé): uma subida de rípio em curva muito íngreme em que o carro patinava e não subia. Mesmo freando o carro para ele não descer, ele escorregava de volta para baixo. Tentamos pegar o embalo na segunda tentativa e mesmo assim não conseguimos subir, pois o carro estava muito pesado devido a todas nossas bagagens. Como a subida era em curva acabamos ficando atravessados e não conseguimos subir nem descer. Tivemos que ser rebocados pelo dono do hotel, que por sorte tem uma Land Rover. Após este stress, fomos descansar para acordarmos cedo no dia seguinte. Se fores ficar neste hotel peça para o proprietário subir o carro até o estacionamento, pois ele está mais acostumado e fará isto com mais segurança.

O único incoveniente do Hostel Malka: difícil acesso ao estacionamento

O único incoveniente do Hostel Malka: difícil acesso ao estacionamento

Dica do dia:

Para chegar a Iruya pela ruta RN9, há uma placa à direita indicando a entrada da RP13. Porém deve-se ignorar esta primeira entrada e continuar pela RN9, entrandor à direita na próxima entrada 500m mais adiante. Estas duas entradas se encontram um 1Km adiante na RP13, mas a primeira entrada está em condições bem ruins e não está mais sendo usada. Descobrimos isto na volta e não sabemos o porquê ainda não transferiram a placa para a segunda entrada. Abaixo, em rosa, você poderá ver o melhor caminho a seguir.

Melhor caminho até Iruya. Imagem do software Garmin Mapview (mapa do projeto Mapear).

Se estiver chovendo na região não vá para Iruya, pois os rios (Rio Grande e Rio Iruya) que cortam a RP13 diversas vezes alagam completamente a estrada, deixando-a intransitável.

Leve balas (caramelos) para distribuir para a criançada no caminho para Iruya (RP13), com certeza você trará uma grande alegria para elas.

Caso queira se hospedar em Iruya, segue abaixo uma dica de hotel: Hotel Iruya. Não nos hospedamos lá e também não conhecemos o hotel, mas alguns internautas o indicam como uma boa opção de hospedagem na vila.

Veja mais fotos deste dia no Flicker: clique aqui!

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Pôr do sol na ruta exRN40

Saída: Salta/Argentina – Km 2330 (12:57h)
Chegada: Purmamarca/Argentina – Km 2694 (23:27h)
Distância: 364Km

Hoje acordamos mais tarde, por volta das 9:30h. Arrumamos nossas coisas no carro e tomamos o café da manhã. Aquecemos água e fizemos chá de coca nas nossas garrafinhas de inox para tomarmos durante o caminho, já que íamos atingir maiores altitudes. Fomos então nos despedir do Hector, dono da pousada. Como tínhamos que fazer a troca de óleo do carro, ele nos deu uma dica de onde fazer. Na hora de pagar a hospedagem, é importante ressaltar que na pousada do Hector são aceitas diversas moedas: pesos chilenos e argentinos, reais, dólares, bolivianos e euros. A hospedagem neste hotel foi muito boa, principalmente pela atenção que o dono dá aos seus hóspedes. Ainda na hora de sair ele falou que se tivéssemos qualquer problema, tanto na Argentina quanto no Chile, poderíamos entrar em contato com ele.

Fomos trocar o óleo, sacar dinheiro e comprar algo para comer durante a viagem, tudo isso acabou nos atrasando bastante e acabamos saindo de Salta às 13h.

Nosso destino deste dia é era ir até Purmamarca, passando por San Antonio de Los Cobres (SALC).

O dia estava muito bonito e ensolarado. Fomos em direção a San Antonio de Los Cobres pela ruta 51, cujos primeiros 10km são de rípio em condições irregulares e após asfaltada em ótimo estado. Os últimos 20km também são de rípio, porém em bem melhores condições que o primeiro trecho que não era asfaltado.

As paisagens desta ruta também são muito bonitas, com morros cobertos por muitos cactus. As paisagens certamente compensam a viagem.

Ruta 51 em direção a San Antonio de Los Cobres

Ruta 51 em direção a San Antonio de Los Cobres

Ruta 51 em direção a San Antonio de Los Cobres

Ruta 51 em direção a San Antonio de Los Cobres

Ruta 51 em direção a San Antonio de Los Cobres

Ruta 51 em direção a San Antonio de Los Cobres

Ruta 51 em direção a San Antonio de Los Cobres

Ruta 51 em direção a San Antonio de Los Cobres

Ruta 51 em direção a San Antonio de Los Cobres

Ruta 51 em direção a San Antonio de Los Cobres

Ruta 51 em direção a San Antonio de Los Cobres

Ruta 51 em direção a San Antonio de Los Cobres

Um pouco antes de chegar a San Antonio, o tempo começou a ficar feio e pegamos chuva forte no caminho. Caiu até mesmo chuva de pedra, sorte que eram bem pequenas.

Chegamos a San Antonio de Los Cobres às 18:30h. A cidade fica no meio dos morros e sua principal atração é o viaduto La Polvorilla por onde passa o Tren a las Nubes (Trem para as Nuvens). Este trem faz o percurso entre Salta e San Antonio de Los Cobres, passando da altitude de 1200m até 4200m. Logo que chegamos algumas crianças já vieram nos abordar. Uma menina nos deu 2 pedrinhas dizendo que eram “regalos da suerte” e em troca queria dinheiro. Demos umas balas que já tínhamos comprado para este propósito. Boa parte dos povoados do noroeste argentino são bem pobres, e as balas (caramelos) sempre fazem a alegria da criançada. Em seguida veio um menino que queria servir de guia para nos levar até o viaduto La Polvorilla. Dissemos que não era preciso, demos mais balas e seguimos para dar uma volta rápida pela cidade.

San Antonio de Los Cobres

San Antonio de Los Cobres

Ruas de San Antonio de Los Cobres

Ruas de San Antonio de Los Cobres

Logo seguimos para o famoso viaduto, demoramos um pouco para encontrar sua localização no GPS. Depois que encontramos, o GPS nos levou direto para lá. Para chegarmos lá seguimos pela ruta 51, depois pegamos a ruta 40 à direta até o viaduto. O trecho da ruta 40 está péssimo, pois passa literalmente por dentro do rio, acabamos levando muito tempo para chegar lá. Próximo a chegada tivemos que tapar alguns buracos na estrada com pedra para poder passar. Na volta descobrimos um caminho mais fácil (veja no fim da página, nas dicas do dia).

Viaduto La Polvorilla por onde passa o Tren a las Nubes

Viaduto La Polvorilla por onde passa o Tren a las Nubes

Viaduto La Polvorilla por onde passa o Tren a las Nubes

Viaduto La Polvorilla por onde passa o Tren a las Nubes

Retornamos para SALC pelo novo caminho e seguimos para Purmamarca. Para irmos para Purmamarca pegamos a ruta exRN40 em SALC, indo em direção ao norte até encontrar a ruta 52 (em Salinas Grandes, no paso Jama). Este trecho é de 100Km de rípio, sendo que os 10 primeiros em condições bem ruins: tem que andar no máximo a 20Km/h devido as costeletas na estrada. Posteriormente a estrada está ótima, podendo-se andar de 60 a 80km/h. Após as Salinas Grandes pega-se a ruta 52 à direita em direção a Purmamarca, passando pela Cuesta del Lipán. Toda a ruta 52 é pavimentada e está em ótimas condições Após 60km pela ruta 52 chega-se a Purmamarca, logo após a Cuesta del Lipán.

Retornando para San Antonio de Los Cobres (ruta 51)

Retornando para San Antonio de Los Cobres (ruta 51)

Retornando para San Antonio de Los Cobres (ruta 51)

Retornando para San Antonio de Los Cobres (ruta 51)

O trecho da exRN40 possui paisagens deslumbrantes. Como pegamos este caminho já ao final da tarde, podemos contemplar as belas paisagens de montanha no pôr do sol. No caminho você encontra algumas criações de lhamas e mulas, além de algumas vicunhas soltas. Conseguimos chegar bem perto delas e tiramos várias fotos. Com o pôr do sol as montanhas ficam com cores fantásticas. Conseguimos fazer também ótimos clicks das salinas, com a luz do sol refletida e as montanhas ao fundo. Este trecho valeu a pena mesmo!

Percorrendo a exRN40 em direção a Purmamarca

Percorrendo a exRN40 em direção a Purmamarca

Percorrendo a exRN40 em direção a Purmamarca

Percorrendo a exRN40 em direção a Purmamarca

Lhamas na exRN40

Lhamas na exRN40

Lhamas na exRN40

Lhamas na exRN40

Salinas Grandes vista desde a ruta exRN40

Salinas Grandes vista desde a ruta exRN40

Pôr do sol na ruta exRN40

Pôr do sol na ruta exRN40

Pôr do sol na ruta exRN40

Pôr do sol na ruta exRN40

Quando chegamos a ruta 52 já estava noite e acabamos não conseguindo apreciar as belas paisagens da Cuesta del Lipán. O bom é que iremos passar por este mesmo caminho quando formos em direção ao Chile, pois este é o percurso do paso Jama, que vai até San Pedro de Atacama.

Durante a descida da Cuesta del Lipán, os discos do freio aqueceram muito (estavam cheirando a queimado) e perdemos muita sua eficiência, isto de uma hora para outra. Sorte que conseguimos perceber isto a tempo, antes de precisar deles em alguma das muitas curvas. Tivemos que descer os 2000m em segunda marcha (a no máximo 40km/h), usando o freio motor e com as luzes de alerta ligadas. Levamos um susto, mas conseguimos chegar a Purmamarca sem maiores problemas. Não entendemos o porquê do problema, já que fizemos a revisão dos freios antes de sair de viagem e as pastilhas possuem pouco uso.

Chegando em Purmamarca tivemos uma impressão muito boa da cidade, pois havíamos lido que possuía apenas 500 habitantes e achamos que não ia ter ninguém. Porém chegando lá vimos que é muito turística e havia bastante movimento, mesmo sendo bem tarde da noite. Havia também várias opções de hospedagem.

Andamos um pouco pelas ruas de Purmamarca em busca de um hotel. Nos dois primeiros hotéis que perguntamos, e que foram indicados por uma pessoa na rua, o preço foi de PA$250,00 (R$130,20). Embora o hotel fosse muito bom, o valor estava acima do que pretendíamos pagar. Continuamos procurando e encontramos a hosteria Él Ricon de Claudia Vilte por PA$120,00 (R$62,50), localizado na calle Libertad, s/nº (entre Belgrano e Rivadavia). A pousada era bem simples e rústica, mas valeu a pena para passar apenas uma noite. Na pousada funciona um bar/restaurante com música ao vivo. A proprietária, Claudia Vilte, é uma cantora.

Purmamarca é um pequeno povoado com ruas estreitas de terra, fundada em 1594, localizada entre diversas montanhas coloridas. Com apenas 500 habitantes, a vila é agradável e possui várias opções de hospedagem. Sua atração principal é o Cerro de Siete Colores, que é uma montanha com pelo menos 7 faixas de cores, formada por diferentes camadas de sedimentos e que pode ser vista de praticamente qualquer parte da vila. A imagem desta montanha é um dos principais cartões postais de toda a região. Apesar de pequena e rústica, a vila é muito frequentada por turistas.

Dica do dia:

A seguir descrevemos o melhor caminho para chegar ao viaduto La Polvorilla: para seguir até o viaduto saindo de San Antonio, deve-se pegar a ruta 51 até o encontro da RP74, onde se toma à direita até a ruta 40, pegando novamente à esquerda até o viaduto. Este caminho é muito melhor mesmo, leva-se menos da metade do tempo, pois a estrada está em condições bem melhores. Abaixo, em rosa, você poderá ver o melhor caminho a seguir.

Melhor caminho para chegar no viaduto La Polvorilla (em rosa). Imagem do software Garmin Mapview (mapa do projeto Mapear).

Faça o percurso da exRN40, entre San Antonio de Los Cobres e Salinas Grandes ao entardecer, as paisagens são deslumbrantes.

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Quebrada las Flechas

Saída: Salta/Argentina – Km 1804 (7:50h)
Chegada: Salta/Argentina – Km 2315 (23:15h)
Distância: 511Km

Acordamos cedo e saímos do hotel antes das 8h. Para os argentinos seria antes da 7h, pois aqui não tem horário de verão. Não tomamos o café da manhã e seguimos viagem. Nosso destino foi o percurso de Salta para Cachi (pelas rutas 68, 33 e 40), passando pela Cuesta del Obispo e Parque Nacional Los Cardones. Depois fomos de Cachi para Cafayate pela ruta RN40 passando por Quebrada las Flechas, Quebrada de Cafayate (também chamada de Quebrada las Conchas), retornando para Salta pela ruta 68. Tínhamos também planos de passar em Quilmes, mas infelizmente o dia foi curto para fazer todo o percurso e tivemos que desistir.

Ruta 33 em direção a Cachi

Ruta 33 em direção a Cachi

Ruta 33 em direção a Cachi

Ruta 33 em direção a Cachi

Logo que saímos o dia estava nublado e continuou assim por um bom tempo. Próximo do final da manhã quando estávamos no alto da Cuesta del Obispo o dia começou a melhorar e ficar ensolarado, pois afinal estávamos acima das nuvens, numa altitude de 3348m.

Para chegar a Cachi o caminho é feito pelas rutas 68, 33 e 40. Uma parte do trecho é pavimentado e o restante é de rípio em estado razoável. O percurso de rípio é cheio de subidas e descidas e consegue-se andar a uma média de 30Km/h. Chegando na Cuesta del Obispo, o caminho é de rípio com muitas subidas e intermináveis curvas. Na Cuesta del Obispo as paisagens são lindas, principalmente quando se alcança maior altitude, onde é possível ter uma visão acima das nuvens. A visão é espetacular!

Cuesta del Obispo

Cuesta del Obispo

Cuesta del Obispo

Cuesta del Obispo

Cuesta del Obispo

Cuesta del Obispo

Cuesta del Obispo

Cuesta del Obispo

Na sequência passamos pelo Parque Nacional Los Cardones, também com paisagens maravilhosas com incontáveis cactus enormes. Este parque é uma reserva natural de 64 mil hectares de extensão a 2700m de altitude, onde é possível ver animais como vicunhas, mulas e raposas. Mas vimos apenas mulas. É uma região repleta de cactus (em espanhol: cardón) que dão o nome ao parque. Estes cactus podem atingir até 8m de altura e viver 400 anos, cujas formas são uma marca registrada de todo noroeste argentino.

Parque Nacional Los Cardones

Parque Nacional Los Cardones

Parque Nacional Los Cardones

Parque Nacional Los Cardones

Parque Nacional Los Cardones

Parque Nacional Los Cardones

Parque Nacional Los Cardones

Parque Nacional Los Cardones

Parque Nacional Los Cardones

Parque Nacional Los Cardones

O trecho da ruta em Los Cardones é boa parte asfaltada (em bom estado). Alguns trechos da pista estavam em obras de pavimentação.  Uma parte da rodovia é uma estrada retilínea perfeita de 18Km a 3000m de altitude que corta o parque e é chamada de Recta del Tin-Tin.

Há poucos quilômetros está a cidade de Cachi. De Salta a Cachi levamos cerca de 4h30, com muitas paradas para fotos. Cidade pacata e muito simpática com aproximadamente 5 mil habitantes. É a mais importante produtora de pimenta do país. Chegando em Cachi fomos procurar algo para comer, mas como estávamos com pressa queríamos algo que podemos levar para continuar viagem. Chegamos ao restaurante chamado Comedor El Estribo, localizado na esquina da praça e próximo ao museu. Compramos uns deliciosos sanduíches de milanesa (com ovo, alface e tomate, carne à milanesa) pagamos PA$18,00 (R$ 9,38) o que correspondeu a 4 sanduíches do tamanho do nosso pão francês. Ótimo custo benefício. Enquanto esperávamos os sanduíches ficarem prontos, tiramos algumas fotos das ruas da cidade, da praça central, da igreja e do museu.

Chegando em Cachi (ruta 40)

Chegando em Cachi (ruta 40)

Ruas de Cachi

Ruas de Cachi

Então seguimos viagem até Cafayate pela ruta 40. Esta ruta é de rípio em precárias condições. São 157Km e o pior trecho é o que segue logo após Cachi, tornando-se melhor próximo a Quebrada de las Flechas. Embora a quilometragem seja pouca, se leva muito tempo viajando neste percurso devido às condições da rodovia (andamos um bom trecho entre 20 e 40km/h). Parece que não chegávamos nunca ao destino, até porque uma parte do trecho não tem muitas atrações.

Km 4484 da ruta 40 (muitas pedras na estrada)

Km 4484 da ruta 40 (muitas pedras na estrada)

As belas paisagens da famosa ruta 40

As belas paisagens da famosa ruta 40

As belas paisagens da famosa ruta 40

As belas paisagens da famosa ruta 40

Isto tudo foi bastante amenizado ao chegarmos à Quebrada de las Flechas. Um lugar muito interessante com enormes formações rochosas, formando uma longa cadeia de pedra bruta. Logo que passa a Quebrada las Flechas, do nada tem alguns painéis de espelhos na beira da estrada. Maluco, mas interessante para fotografar! Vale a pena o passeio.

Quebrada las Flechas

Quebrada las Flechas

Quebrada las Flechas

Quebrada las Flechas

Quebrada las Flechas

Quebrada las Flechas

Quebrada las Flechas

Quebrada las Flechas

Quebrada las Flechas

Quebrada las Flechas

Painéis de espelhos na beira da estrada

Painéis de espelhos na beira da estrada

Próximo a Cafayate, em San Carlos, a estrada já é asfaltada. De Cachi a Cafayate (157Km) levamos 5h15! Acredite, é difícil fazer em menos tempo, pois boa parte da RN40 está em condições bem ruins e é necessário dirigir devagar por causa das pedras e costeletas.

Passamos rapidamente em Cafayate para abastecer e, como já era tarde, desistimos de visitar as ruínas de Quilmes. Então seguimos viagem em direção a Salta pela ruta 68.

Só para constar, Cafayate é uma pequena cidade de 12 mil habitantes que é conhecida como a terra do bom vinho de altitude, onde suas principais atrações são suas bodegas, as ruínas de Quilmes e a Quebrada de Cafayate.

Cafayate

Cafayate

No retorno para Salta passamos pelas impressionantes paisagens com formações rochosas da Quebrada de Cafayate. Estas formações foram causadas devido à erosão do rio las Conchas. A vista é de montanhas rochosas e algumas vezes com formações inusitadas. Passamos pelas formações chamadas Los Castillos, El Obelisco, El Fraile, El Sapo, El Anfiteatro e Garganta del Diablo, todas devidamente identificadas com placas. Sendo que os mais interessantes são os dois últimos. Destaque para El Anfiteatro, que é realmente algo muito interessante. Consiste de uma concha acústica natural, praticamente uma caverna enorme sem teto. Chegando lá havia um músico tocando seus instrumentos, sendo isto um show a parte, contribuindo com a beleza e acústica do lugar. Ficamos um tempo fotografando, enquanto ouvíamos 2 ou 3 músicas que ele tocou. Acabamos compramos um cd por PA$20,00 (R$10,42) para contribuir com o rapaz (Bonzo Horak) que acabou nos tirando fotos bem legais dentro da caverna, pois ele já sabe das “manhas” do local para fazer boas fotos.  As músicas dos CDs são acústicas e bem legais.

Formações rochosas da Quebrada de Cafayate

Formações rochosas da Quebrada de Cafayate

Quebrada Las Conchas (ruta 68)

Quebrada Las Conchas (ruta 68)

Quebrada Las Conchas (ruta 68)

Quebrada Las Conchas (ruta 68)

Quebrada Las Conchas (ruta 68)

Quebrada Las Conchas (ruta 68)

Quebrada Las Conchas (ruta 68)

Quebrada Las Conchas (ruta 68)

El Sapo - Quebrada Las Conchas (ruta 68)

El Sapo – Quebrada Las Conchas (ruta 68)

El Anfiteatro - Quebrada Las Conchas (ruta 68)

El Anfiteatro – Quebrada Las Conchas (ruta 68)

Garganta del Diablo - Quebrada Las Conchas (ruta 68)

Garganta del Diablo – Quebrada Las Conchas (ruta 68)

Além destas formações, este percurso conta com belíssimas paisagens nos seus primeiros quilômetros entre Cafayate e Salta pela ruta 68, que no total são 186Km (asfaltado e em ótima condição). Após passadas as maiores atrações, a viagem ficou bem cansativa e não víamos à hora de chegar ao hotel para descansar. Na chegada a Salta estava chovendo bastante. Fomos direto para o hotel e, de tão cansados, acabamos nem jantando.

Chegando ao hotel Hector nos informou que havia mais 2 casais de brasileiros que estavam hospedados e também estavam viajando de carro: um casal de São Paulo e o outro de Campinas. Fizemos amizade com o Décio e a Margarete de São Paulo, casal muito simpático. Conversamos um pouco antes de ir dormir. O legal de tudo isso é encontrar pessoas que gostam de viajar e curtem aventuras de carro como nós, para podermos assim trocar experiências. Trocamos contatos e como nosso roteiro é parecido, provavelmente nos encontraremos em San Pedro do Atacama no Chile daqui alguns dias.

O dia foi bem cansativo, mas valeu muito a pena os 2 percursos que fizemos. Amanhã tem mais… rumo a Purmamarca.

Dica do dia

Este percurso que fizemos é muito longo para ser feito em apenas um dia. E a ruta RN40 entre Cachi e Cafayate está péssima, obrigando a dirigir devagar. Sugerimos fazer este percurso em 2 dias, dormindo em Cafayate. No primeiro dia pode-se fazer o primeiro trecho que fizemos, que é o mais difícil e demorado (Salta -> Cachi -> Cafayate, pelas rutas 33 e 40). No segundo dia pode-se ir até as ruínas de Quilmes e depois retornar para Salta pela ruta 68, conhecendo sem pressa as belas paisagens deste trecho. Se sobrar tempo pode-se visitar uma das bodegas aos arredores de Cafayate.

Clique aqui e conheça a diferença entre lhama, alpaca, guanaco e vicunha.

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Plantação de girassóis em Concepción del Bermejo

Saída: Resistencia/Argentina – Km 972 (8:40h)
Chegada: Salta/Argentina – Km 1789 (18:30h)
Distância: 817Km

Acordamos às 7:30h e fomos tomar café. O café na Argentina, não muito diferente dos outros da viagem anterior, foi bem simples com medialunas, torradinhas, doces cremosos, café, leite e suco artificial.

Saímos de Resistencia às 8:40h com destino a Salta. A previsão para hoje é de percorrer 816Km. O tempo hoje continuou bem abafado e estava nublado. Choveu em alguns trechos, amenizando um pouco o calor.

Para chegar a Salta o trajeto é através da RN16 em sentido oeste, passando por Presidencia Roque Saenz Peña e Joaquim V. Gonzalez. Após pega-se a RN9/34 à direita e depois a RN9 à esquerda até Salta.

Na saída de Resistencia passamos por outro pedágio que custou PA$2,10 (R$ 1,09).

Paramos em Saenz Peña para abastecer e já compramos uns sanduíches para a viagem, pois o caminho ainda seria longo e sem muitas opções na beira da estrada. Tínhamos que garantir nosso almoço! Pagamos por 4 sanduíches de presunto e queijo PA$14,00 (R$7,29).

Em Concepción del Bermejo, após Saenz Peña, passamos por um campo de girassóis. Não estava tão bonito e o tempo também não ajudou, pois estava nublado e bem na hora começou uma chuva bem forte.  Mesmo assim deu para fazer uns clicks.

Plantação de girassóis em Concepción del Bermejo

Plantação de girassóis em Concepción del Bermejo

A RN16 possui alguns trechos com pavimento irregular, nestes trechos há muitos buracos. Porém estes trechos não chegam a ser um grande problema, basta dirigir com atenção para desviar da maioria dos buracos. Em toda sua extensão não possui acostamento e a pista é simples. A velocidade permitida é de 110Km/h.

Retas intermináveis na RN16

Retas intermináveis na RN16

Deve-se abastecer em Saenz Peña, pois até Joaquim V. Gonzalez são em torno de 440Km e há alguns abastecimentos na margem da RN16. Por segurança, recomendamos manter combustível para uma autonomia mínima de 200Km. Pelos relatos que lemos na internet tivemos a impressão que este trajeto seria bem mais desolado. O movimento de veículos foi pequeno, mas até que havia um número razoável de postos de combustível e vilarejos no caminho. Todo o percurso da RN16 é tranquilo e pode-se percorrê-lo sem dificuldade alguma.

Neste trajeto passamos por outros 4 carros brasileiros. Um deles era uma pickup que está fazendo uma expedição chamada “América do Sul parte II – 2009/2010”.

Passamos por uns 4 postos policiais e não fomos parados em nenhum. Em um posto policial próximo a Pampa de Los Guanacos (entrocamento com a RP6) havia um policial com uma prancheta na mão que aparentemente anotou nossa placa. O indivíduo tinha uma cara de “falcatrua”, mas não nos parou. Pensamos que ele iria avisar algum de seus colegas pelo rádio e logo adiante seríamos parados, mas isto não aconteceu. Lemos um relato na internet que falava sobre cobrança de propina neste posto policial.

No fim da RN16, se pega a RN9/34 à direita. Esta rodovia é toda duplicada e está em ótimo estado de conservação. Depois se toma a RN9 à esquerda em direção a Salta. Neste trecho somente há postos de combustível próximos a RN9. Ou seja, logo depois da RN16 ainda anda-se um bom trecho da RN9/34 sem abastecimentos: previna-se e encha o tanque em Joaquín V. Gonzáles.

Chegando a Salta passamos por dois pedágios que custaram PA$1,80 (R$) e PA$2,50 (R$).

Chegamos às 18:30h e fomos direto para o Hotel Yatasto, o qual foi indicado pelo André Marques de Maringá-PR (Expedição Trópico de Capricórnio) que fez uma viagem para o Atacama em 2009.

O hotel possui estacionamento a uma quadra e meia (já incluído na diária), ventilador de teto, café da manhã e internet wi-fi. O dono (Hector) é casado com uma brasileira, que no momento está passando uma temporada no Brasil. Hector além de ter o hotel, faz passeios pela Bolívia, Chile e pelas regiões de Salta e Catamarca na Argentina. Como já havíamos pesquisado sobre a Catamarca, onde em alguns lugares não é recomendável ir num veículo só (mesmo se tenha um veículo 4×4), acabamos muito incentivados a voltar e fazer uma expedição 4×4 de 9 dias. Estes lugares da Catamarca, segundo um francês que organiza tours por vários lugares no mundo, diz serem os mais lindos de todos! Como podem ver, mal chegamos aqui e já estamos com o pé que é um leque fazendo planos para voltar, porque este lugar é mágico. Mas isso até o momento é somente teoria para nós (vistos em relatos e fotos), pois ainda nem iniciamos a parte boa da viagem.

Após nos instalarmos no hotel fomos dar uma volta para conhecer a cidade.

Fomos primeiramente ao início da subida do cerro San Bernardo para ter uma vista geral da cidade e poder fotografar. Não chegamos a subir, pois já estava tarde e ainda queríamos dar mais umas voltas. A subida no cerro pode ser feita a pé, de carro (até bem próximo do topo) ou de teleférico que parte do parque San Martín. Há também a opção de subir e descer pelas escadarias ou subir e descer através do teleférico. Após fomos conhecer a Iglesia San Francisco, localizada na Calle Córdoba esquina Caseros. Que é uma igreja muito bonita, um dos cartões postais da cidade.

Salta vista do mirante no Cerro San Bernardo

Salta vista do mirante no Cerro San Bernardo

Iglesia San Francisco

Iglesia San Francisco

Depois fomos passear no parque San Martín. É um belíssimo lugar para passar uma tarde. Tem brinquedos para crianças, lago com barquinhos e pedalinhos, além de espaço para se fazer caminhadas. Quando chegamos tinha um grupo musical se apresentando, não sabemos se era chileno ou argentino. O que nos chamou bastante atenção é que as pessoas desta região da Argentina possuem características do povo chileno e boliviano: pele mais escura e estatura baixa.

Músicos argentinos no Parque San Martín

Músicos argentinos no Parque San Martín

Parque San Martín em Salta

Parque San Martín em Salta

Passamos na feira de artesanato que acontece todos os domingos no Parque San Martín. Lá compramos mais uma toquinha de lã para enfrentar o frio dos Geisers Él Tatio no Chile. Jantamos numa pizzaria chamada El Palacio de La Pizza na Calle Caleros, 117. Comemos uma pizza grande e pagamos PA$39,00 (R$ 20,31) que foi bem saborosa. Esta pizzaria estava bem pouco movimentada para um domingo. Na pizzaria o garçom nos recomendou tomar cuidado com nossas bolsas e máquinas fotográficas, pois poderíamos ser furtados.

Convento San Bernardo

Convento San Bernardo

Depois abastecemos o carro e voltamos para o hotel. Na chegada ao hotel conversamos com Hector que nos deu muitas dicas de passeios, sendo muito atencioso conosco. O Hector também nos deu um saquinho com folhas de cocas secas para fazermos chá e tolerar melhor a altitude. Após fomos dormir, pois o outro dia seria cheio, afinal é a partir dé amanhã que começa a melhor parte da viagem.

Dica do dia:

Não durma em Corrientes, escolha um hotel em Resistência, pois nesta última cidade existem maiores e melhores opções de hospedagem.

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Rumo a fronteira Brasil/Argentina!

Saída: Pelotas/Brasil – Km 0 (8:30h)
Chegada: Resistencia/Argentina – Km 967 (22:45h)
Distância: 967Km

Hoje inicia mais uma de nossas aventuras. Na noite anterior organizamos no carro uma parte do que iríamos levar. Dois dias antes já tínhamos o bagageiro de teto instalado, pois para colocá-lo se leva um tempo considerável.

Acordamos às 6:30h e terminamos de arrumar tudo e organizar nossa bagagem no carro. Fizemos uma última revisão de tudo que deveríamos levar. O mapa mental que usamos como checklist do que levar nos ajudou muito a garantir mais uma vez que nada seria esquecido.

Desta vez, como já saímos de Pelotas com o bagageiro de teto (compramos no Chile na viagem anterior), acabamos levando um pouco de coisas a mais, até porque pretendemos acampar em algum lugar. Nosso porta malas de 460l foi lotado e ainda colocamos mais uns 100l de coisas no bagageiro de teto (que é de 450l).

Começamos a nossa viagem às 8:30h. O dia estava bem bonito e ensolarado.

Nosso objetivo de hoje foi chegar a Resistencia, na Argentina. O percurso previsto é de 955Km. Saindo de Pelotas/RS pega-se a BR293 em direção a Bagé. Depois passa-se por Santana do Livramento e Quaraí. Segue-se pela BR293 e depois pega-se a BR290 à esquerda, seguindo até Uruguaiana, cidade que faz divisa com Paso de Los Libres na Argentina. De Paso de Los Libres pega-se a RN14 e em seguida entra-se à esquerda na RP123. Segue-se pela RP123 passando por Mercedes, até encontrar a RN12 (à direita) em direção a Corrientes. De Corrientes, se sai da RN12 e pega-se a RN16 à esquerda até Resistencia. De Pelotas a Uruguaiana são em torno de 566Km. De Paso de Los Libres a Resistencia são mais uns 389Km.

Coisas de gaúcho (próximo a Dom Pedrito/RS)

Coisas de gaúcho (próximo a Dom Pedrito/RS)

Morro de Palomas (Santana do Livramento/RS)

Morro de Palomas (Santana do Livramento/RS)

Chegamos a Quaraí (RS) com o tanque entrando na reserva. Péssima notícia, pois saímos de Pelotas com o tanque cheio de gasolina (48l) e percorremos somente 443Km. Pelos nossos cálculos  a autonomia do tanque cheio deverá ficar em torno de 500Km. Isto é um problema, pois a travessia do Paso San Francisco, entre Copiacó (Chile) e Fiambalá (Argentina) é de 470Km sem abastecimentos. Como pretendemos parar muitas vezes neste percurso e teremos um trecho grande de rípio, poderemos ter problemas com falta de combustível. O consumo deste primeiro tanque de gasolina está bem estranho. Estamos suspeitando que não encheram bem o tanque e qualidade da gasolina do posto que abastecemos. Nas férias passadas tivemos média de 14Km/l abastecendo a gasolina da Argentina. Como no Brasil só usamos álcool como combustível, não sabemos qual a autonomia atual de nosso carro com gasolina.

Rumo a fronteira Brasil/Argentina!

Rumo a fronteira Brasil/Argentina!

Por via das dúvidas, em Uruguaiana compramos um galão de 20l para carregarmos algum combustível reserva para os trechos mais críticos (Paso San Francisco, Paso Jama e Antofagasta de La Sierra).

Compramos também algumas latas de café produzido no Brasil, para usar como alternativa caso algum policial argentino tente barganhar alguma propina. A RN16 que atravessa todo o Chaco argentino, entre Resistência e Salta é famosa pelos seus policiais corruptos. E o que piora a situação é que estamos perto do Natal e a polícia corrupta gosta de angariar fundos para a “cidra”.

Ponte internacional Brasil/Argentina (Uruguaiana/Paso de Los Libres)

Ponte internacional Brasil/Argentina (Uruguaiana/Paso de Los Libres)

Chegamos em Uruguaiana as 15:15h, onde calor era intenso. Ficamos preocupador com o calor que provavelmente teríamos de enfrentar no Atacama. Após as compras (ficamos 1h na cidade) fomos atravessar a ponte que liga o Brasil a Argentina. As aduanas dos dois países são integradas (estão no mesmo prédio) e estão localizadas após a ponte, dentro do território da Argentina. Após a ponte, antes de chegarmos à aduana, um policial nos solicitou o documento do carro e identidade do motorista, além da carta verde. Revisou os dados dos documentos para verificar se o carro estava realmente no nome do motorista e nos mandou seguir até o prédio da aduana para registrar nossa entrada. Não revistaram nosso carro e nem perguntaram se estávamos com alguma fruta, verdura ou carne. Mas o mesmo guarda revistou a mochila de um motoqueiro que estava em nossa frente. Eles registraram nossa saída do Brasil na aduana brasileira e nos deram os cartões de entrada na Argentina em outro balcão. Para variar, cada aduana usa um sistema diferente. Em nossa viagem anterior, ao sairmos do Brasil e entrar no Uruguai somente registramos a entrada no Uruguai. Na aduana da Argentina nos informaram que para a entrada do carro não precisaríamos receber nenhum documento, pois somente seria registrado no sistema que o carro entrou no país (regras do Mercosul). Levamos em torno de 30 minutos na aduana e seguimos viagem.

Aduana Argentina em Paso de Los Libres

Aduana Argentina em Paso de Los Libres

Quando abastecemos em Quaraí/RS (R$2,69 litro da gasolina aditivada), colocamos somente combustível suficiente para chegar em Mercedes, onde enchemos o tanque pagando PA$3,80 (R$1,98) na nafta grado 2. Logo após a aduana existem vários postos, porém lemos comentários que o preço para brasileiros é mais caro. Abastecemos em um posto Shell, onde pagamos com cartão de crédito.

A estrada entre Pelotas e Uruguaiana está em bom estado de conservação, com apenas alguns trechos ruins próximos a Bagé e também chegando a Uruguaiana. Estes trechos estão em manutenção. A boa noticia é que além da estrada estar em bom estado, não existe pedágio em nenhum ponto. Em todo este trecho havia muito pouco trânsito, dificilmente precisávamos ultrapassar algum carro.

As estradas (RN123 e RN12) entre Paso de Los Libres e Resistência também estão em bom estado de conservação, com somente alguns poucos trechos com buracos, também em manutenção.  O movimento de carros neste trecho também foi muito pequeno. O tráfego foi mais intenso na RP12 que está melhor conservada. A velocidade permitida é de 110km/h para automóveis. Passamos por alguns postos policiais, mas não fomos parados nenhuma vez. Alguns policiais até nos cumprimentaram.

Pouco antes de chegar a Resistencia passamos por 2 pedágios que pagamos PA$2,10 (R$ 1,09) e PA$1,20 (R$0,63). Quem nos dera que no Brasil tivéssemos estes preços.

Chegamos em Resistencia às 22:45h. Abastecemos para já deixar o carro pronto para o dia seguinte, no qual a viagem também será longa. A cidade estava bem movimentada, apesar do horário. Havia uma circulação frenética de carros por todos os lados. Havia até fila nos postos de combustível, mas mesmo assim não esperamos muito para abastecer. O trânsito, aparentemente desorganizado, até que funciona. É interessante ver as motocicletas com toda a família em cima, chega a ter 4 numa mesma moto. Capacete? Para quê?! Ninguém usa.

Fomos procurar um hotel indicado no nosso guia de viagem. Colocamos o endereço no GPS e chegamos até o hotel com facilidade. Este hotel já estava lotado e acabamos ficando no hotel ao lado, que também tinha indicação no nosso guia.

Ficamos no hotel Gran Hotel Royal (www.granhotelroyal.com.ar). O hotel é simples, porém tem estacionamento (distante 1 quadra), ar condicionado, internet wi-fi e café da manhã. Pagamos para casal PA$179,00 (R$93,00). Comemos um lanche, que levamos para o hotel, e fomos dormir.

Em Resistencia estava muito calor, mesmo à noite. O ar condicionado foi de fundamental importância, acreditamos que a temperatura estava próxima a uns 30ºC.

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Olá amigos

Retornamos ontem à noite (07/jan), assim como prevíamos. A viagem de retorno foi tranquila.

Depois de voltarmos da Bolívia ficamos mais alguns dias em San Pedro de Atacama, onde passamos o reveillon. Na virada do ano estávamos em um restaurante, juntamento com pessoas de diversos outros países. Juntos fizemos uma grande virada de ano, com direito a festa e tudo.

Voltamos para a Argentina pelo paso San Francisco, que realmente impressiona por sua beleza. As paisagens de ambos países neste paso são deslumbrantes. Paulo e Fá Monteiro: obrigado pela dica!

Chegamos em Fiambalá na sexta, e a pequena cidade já estava lotada devido ao rally Dakar 2010. Tivemos de nos hospedar em uma casa de família.

Fomos então para Antofagasta de la Sierra, conhecer alguns dos mais de 200 vulcões da Catamarca Argentina. A paisagem do lugar impressiona, pois é diferente de tudo o que já vimos. Lá conhecemos também o salar de Antofalla, que entre os vulcões, forma uma paisagem inigualável. Com certeza valeu a pena incluirmos esta região em nosso roteiro. Agradecemos as dicas de nossos amigos Mário (iwakura), Newton Guerra e Osvaldo (Konai) do fórum 4×4 Brasil que compartilharam com toda a comunidade de viajantes a beleza de Antofagasta de la Sierra.

Em nosso retorno deu para dar uma passada rápida por Tafi del Valle, que realmente é uma bela cidade e vale a pena conhecer. Infelizmente nossa visita foi rápida e não pudemos explorá-la melhor. Tafi estava bem agitada devido as férias de verão.

Em Tucumã, próximo a Termas de Rio Hondo tivemos a infelicidade de conhecer de perto a tão famosa corrupção da polícia argentina. Mas saímos ileso do encontro. Em breve contaremos todo o infeliz episódio.

Nesta viagem também conhecemos muitas pessoas e fizemos novas amizades. Aproveitamos para deixar o nosso abraço a todos aqueles que encontramos pelo caminho.

Aproveitamos também para agradecer pelas dicas e informações recebidas: Hugo4x4 (Fórum 4x4brasil), Márcio Port (Turismo e Aventura – Dicas de Viagem), André Marques (Expedição Trópico de Capricórnio), Sueli (Mochileiros), Paulo e Fá Monteiro (orkut), Guias O Viajante e as diversas comunidades do Orkut que muitas dicas nos deram. Também vai nosso abraço a todos os amigos dos Fóruns Mochileiros e Vou de Mochila, que muito nos ajudaram a planejar mais esta grande aventura, que com certeza podemos dizer que foi perfeita!

Pessoal, também vai nosso “muito obrigado” a todos que de uma forma ou outra contribuiram com mais essa nossa viagem, seja incentivando ou dando dicas e informações.

Agradecemos também a nossa família e amigos, que souberam com paciência entender nossa ausência neste fim de ano.

Aguardem, pois logo em breve postaremos tudo que aprendemos nessa viagem. Como fizemos em nossa viagem anterior, vamos postar o diário de viagem (que foi escrito durante os 20 dias de nossa aventura), despesas de viagem, roteiro, mapas, dicas de hotéis e restaurantes que frequentamos, lugares imperdíveis, números da viagem, mal da altitude, e como não poderia deixar de ser, as fotos que tiramos. Nossas fotos estão georeferenciadas, podendo saber o lugar exato em que foram tiradas, pois cada arquivo jpeg está com sua coordenada de GPS.

Grande abraço e até breve.

Alexandre e Rosângela
Viajando de Carro, com liberdade para conhecer novos lugares.

EXPEDIÇÃO TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO