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Hoje o nosso destino foi o Valle Hermoso. Faz alguns dias que estamos retornando e daqui a dois dias chegaremos em casa. É ótimo viajar, mas voltar para casa também é muito bom. Claro que a gente já retorna pensando na próxima viagem!

Bom, voltando para o nosso relato, a atração do dia foi passar pela RN150, ruta que atravessa o Parque Provincial de Ischigualasto. Isso com certeza foi garantia de belas paisagens na estrada. Adoramos!

Assista o vídeo abaixo com imagens de tirar o fôlego da Ruta Nacional 150 (Argentina). Essa ruta faz parte do corredor bioceânico que está em construção e irá interligar o Atlântico ao Pacífico, cruzando o Brasil, Argentina e Chile. A estrada passa por importantes pontos turísticos, como o Parque Provincial de Ischigualasto e o Paso Internacional Agua Negra (4779 msnm).

 

O dia estava bem quente e só o ar condicionado para ajudar a refrescar! Logo que saímos de Rodeo as belas paisagens já começam a aparecer. Como estamos retornando para casa, passamos o dia em deslocamento para cumprir a quilometragem. Nada melhor do que um roteiro que passa por lugares muito bonitos para dar um “up” na viagem.

A ruta RN150 entre Rodeo e San Jose de Chacal está com diversas imperfeições e buracos. Há belas paisagens em um trecho de serra com diversas curvas com baixo movimento de veículos.

A ruta RN150 atravessa o Parque Ischigualasto e está em ótimas condições nesse trecho. As paisagens mais belas se localizam entre San Jose de Chacal e o Parque El Chiflón. Neste percurso passamos por vários túneis e alguns mirantes. No projeto Mapear a ruta RN150 (entre as ruta RN40 e RN38) está indicada com em construção, mas ela já foi concluída e está em excelente condições. O movimento de veículos é muito baixo e sem praticamente nenhum hotel, restaurante e posto de combustível.

A RN38 está em boas condições com apenas alguns buracos isolados. Na RN38 o movimento de veículos é baixo somente até Cruz del Eje. A partir daí, até Valle Hermoso, o movimento se intensifica bastante devido aos inúmeros vilarejos do percurso. Neste trecho passamos por um praça de pedágio onde pagamos 9,00 pesos argentinos (próximo a Valle Hermoso).

Recomendamos encher o tanque em San Jose de Chacal onde há um posto afiliado a rede ACA. Após San Jose de Chacal só há uma boa infraestrutura de postos de combustíveis a partir Villa de Soto.

Não tínhamos reserva de hotel. Inicialmente iríamos viajar até Cordoba mas, no meio do caminho achamos que seria mais fácil ficar em um hotel na beira da estrada do que entrar em Cordoba. Mas, não foi fácil encontrar hospedagem nessa região. Passamos em vários lugares e estava tudo lotado. Mas, enfim conseguimos nos hospedar em uma das opções localizada na rodovia em Valle Hermoso. Infelizmente esquecemos de pegar o cartão da hospedagem e não recordamos o nome para indicar. Logo que nos acomodamos saímos para jantar.

O trajeto de hoje foi Rodeo->(RN150)->San José de Jáchal->San Roque->Ischigualasto->Baldecitos->El Chiflon->Parquia->(RN38)->Chamical->Villa de Soto->Cruz Del Eje->(RN38)->(RP-E55)->San Roque->(AUN38)->Valle Hermoso. Foram percorridos 590km.

Hoje é nosso penúltimo dia de viagem. Como não teria nenhuma grande atração durante o nosso trajeto, resolvemos fazer um piquenique com as crianças em algum lugar na beira da estrada. Desse modo, após sairmos do hotel passamos em um supermercado e padaria para comprar alguns alimentos.

Após seguimos viagem em direção a Concordia. O dia estava muito bonito, ensolarado e agradável. Ou seja, perfeito para fazer um piquenique. Por volta do horário do almoço paramos em uma área de descanso junto a estrada. Havia até churrasqueiras e latões de lixo, uma pena que nem todas as pessoas usam, pois havia bastante lixo fora das lixeiras. O local possuia muita sombra, pois era rodeado de árvores. A área possuia uma boa distância da estrada, tornando-a muito segura para um pequenique.

Fizemos o nosso lanche, descansamos um pouco e logo seguimos viagem. É uma atividade simple, mas nós adoramos e as crianças ainda mais! Com certeza foi o suficiente para deixar o dia um pouco mais especial.

O nosso trajeto nesse dia foi: saindo de Valle Hermoso seguimos pela RN38 até próximo a Carlos Paz, onde tomamos a autopista AUN20 até Cordoba. A partir daí pegamos a Avenida Circunvalación (autopista AU-A019) que circunda a cidade, desviando do trânsito local. Ainda em Cordoba pegamos a RN19 até Santa Fé. A RN19 é quase toda em pista simples, em bom estado e com intenso movimento de veículos. Esta estrada atravessa diversas vilas, interligando-a ao trânsito local. Depois pega-se as rutas RN18 e RN14 até Córdoba.

Os últimos 30 quilômetros da RN19, antes do encontro da RN14, estão deformados pelo peso dos caminhões, com diversos buracos e vários trechos em obras (existem vários desvios). A RN19 está sendo duplicada, mas pelo visto. ainda levará muitos anos para a conclusão da obra. A autopista AUN20 está em bom estado, com trânsito médio de veículos. A velocidade máxima é 130Km/h. A Avenida Circunvalación (autopista AU-A019) está em bom estado, com trânsito intenso de veículos. A RN14, entre a RN19 e Concordia, está toda duplicada em ótimo estado e bem sinalizada.

No trecho de hoje passamos por sete praças de pedágios, onde pagamos 6,00, 15,00 15,00, 8,00, 8,00, 3,00, 13,00 e 13,00 pesos argentinos.

Chegando em Concordia fomos para a Hosteria San Benito, a qual havíamos previamente reservado por meio do Booking. É a segunda vez que nos hospedamos lá e consideramos uma boa opção. Ela possui um bom custo benefício para quem quer somente pernoitar na cidade. A hosteria é simples, mas organizada e limpa. Possui estacionamento, ar condicionado, TV LCD, wi-fi, preço acessível, café da manhã, além de um atendimento muito atencioso e cordial dos seus donos. O lugar passou por uma reforma e está melor que da outra vez que nos hospedamos.

O trajeto de hoje foi: Valle Hermoso->(AUN38)->(AUN20)->(AU-A019)->Córdoba->(RN19)->Arroyto->San Francisco->(RN19)->(AP01)->Santa Fe->(RN168)->[túnel]->Paraná->(RN18)->San Salvador->(RN18)->(RN14)->Concordia. A total foram 740km.

Hoje nos despedimos do Chile e rumamos para Argentina. Logo estaremos em casa! Mas, ainda faltam três longos dias de viagem. Tomamos um delicioso o café da manhã no Bed and Breakfast Hola Chile, onde foi servido pães, leite, iogurte, suco, chás, café, geleias, manteiga, ovos (opcional) e frutas e após seguimos viagem.

O trajeto é hoje é: La Serena->(41)->Vicuña->Guanta->[aduana]->(RN150)->Las Flores->Pismanta->Rodeo. São 341km, sendo 150km em rípio o resto asfaltado.

No nosso trajeto atravessamos o Paso Internacional Água Negra. Esse paso une a região de Coquimbo no Chile a província de San Juan na Argentina. É importante estar bem aclimatado a altitude, pois o ponto mais alto, no limite internacional, atinge a altitude de 4779m. Esta foi a maior altitude que já chegamos em nossas viagens.

O paso Água Negra possui belas paisagens. Durante a nossa travessia passamos por lagos, paisagens características de clima árido e também vimos a formações de gelo denominadas penitentes.

Com certeza valeu a pena! A travessia é um pouco demorada em função da estrada de rípio e das condições da mesma. Nós deveríamos ter saído mais cedo para fazer a travessia de forma mais tranquila.

Não é possível andar muito rápido devido as condições da estradas. As nossas paradas foram breves para não demorarmos muito na travessia. Caso as paradas sejam mais frequentes ou demoradas é recomendado o uso de um protetor solar, devido ao clima seco e a elevada altitude, assim como fazer uma boa hidratação. O horário de travessia é das 7 às 17h, sendo que esse paso fica aberto somente entre os meses de novembro a maio. Nos outros meses do ano o paso fica fechado devido as condições climáticas que impossibilitam a travessia. Para mais informações sobre o Paso Internacional Agua Negra acesse o site oficial aqui e consulte o folheto de integração aqui. Sugerimos não confiar totalmente nos horários informados, pois podem sempre haver alterações.

Para o trajeto percorrido hoje saímos de de La Serena e pegamos a ruta 41 até a aduana chilena que corresponde a aproximadamente 150km de asfalto em bom estado. Neste trecho a estrada passa por diversos vilarejos em um percurso cheio de curvas. A partir da aduana inicia o trecho de rípio, que até a fronteira está em mau estado, com muitas pedras e costelas de boi. O trecho em rípio também é o mais alto da travessia do paso. Em alguns pontos o carro trepida tanto que parece que vai soltar os parafusos. Neste trecho dificilmente se passa dos 40Km/h.

O caminho até a fronteira tem subidas íngremes e inúmeras curvas. Neste trecho, sai-se de La Serena ao nível do mar e chega-se a altitude máxima 4779m na divisa entre os dois países. A partir daí inicia-se a decida com as condições da estrada um pouco melhores. Este último trecho é menos pedregoso e havia acabado de ser patrolado, por isto estava melhor. Há algumas obras na pista, próximo ao final do ripio no lado argentino. Este trecho está sendo asfaltado, mas pelo que parece isso ainda irá levar muito tempo para ser concluído.

Pelo lado argentino a ruta de chama RN150. No lado argentino, os quilômetros iniciais do asfalto estão um pouco deteriorados. Para atravessar o trecho de rípio levamos cerca de 3h e 40 minutos, contando com algumas paradas que fizemos para fotografar. Mesmo sem paradas, acreditamos que dificilmente dá para fazer em menos de 3h no estado em que o trecho se encontrava.

Em relação ao tempo de travessia, leve em consideração que depende muito das condições da estrada. Quando passamos, cerca de 60% da estrada havia sido recentemente patrolada, facilitando bastante a travessia. Apesar das condições da estrada, esse paso pode ser cruzado por qualquer tipo de veículo. Para motos o trecho inicial do lado chileno pode ser um pouco mais complicado, porque há muitas pedras soltas. Pelo menos a metade dos carros que vimos cruzando o paso eram veículos de passeio convencionais. Mesmo carros com motorização 1.0 cruzariam este paso. O nosso carro possui motorização 1.4 (97 cv) e não teve perda de potencia significativa ou aumento de consumo devido a altitude. Em algumas subidas mais longas e íngremes o motor aqueceu bastante (ainda abaixo do limite) e tivemos que desligar o ar condicionado para ganhar um pouco mais de potencia e não forçar tanto o motor. Passamos por um policial com radar entre as cidades de La Serena e Vicuña.

Os trâmites nas aduanas chilena e argentina foram rápidos. Nós atravessamos na aduana chilena no final da manhã. Perguntamos aos agentes chilenos o horário que a aduana argentina fechava, eles nos informaram que é feito um controle compartilhado entre agentes dos dois países de quais veículos estão fazendo a travessia do paso.

Um pouco antes de chegar a aduana chilena pegamos uma chuva de granizo muito forte. As pedras de gelo não eram grandes, mas caiam em muita quantidade e choveu durante alguns minutos torrencialmente. Esse com certeza foi o maior susto de nossa viagem, pois pensamos que o parabrisa ia quebrar.

Nunca havíamos presenciado uma chuva de granizo tão intensa. A estrada e os campos ficaram brancos de tantas pedras.

O maior problema foi que a estrada não tinha nenhum tipo de abrigo, nem mesmo uma única árvore para noso proteger. Aqueles minutos não passavam. Não paramos de dirigir para ver se escapávamos nuvem de granizo e ficamos com as mãos segurando o parabrisas para ver se amenizava o impacto. O vidro vibrava devido a força das pedras. Foram realmente momentos assustadores. As pedras caíram durante longos 10 minutos. Tiramos algumas fotos nos momentos em que as pedras aliviavam um pouco, porque nos mais intensos realmente não foi possível. Felizmente passamos ilesos e o parabrisas ficou intacto. O bagageiro de teto protegeu o teto do carro. Posteriormente verificamos o carro e felizmente não vimos nenhuma marca das pedras.

Depois de alguns minutos chegamos na aduana ainda debaixo de chuva. Enquanto fazíamos os trâmites voltou a cair mais algumas pedras, mas com pouca intensidade e durou bem pouco.

A seguir partimos em direção a cidade Rodeo, onde iríamos pernoitar. Em Rodeo, após pesquisar alguns lugares, nos hospedamos na Pousada 50 Nudos. De uma forma geral gostamos da pousada, mas o que nos conquistou foi a parte externa. O local tem uma grande área verde, com piscina e um campo de futebol. É uma ambiente muito agradável e, mesmo pagando um pouco a mais do que pretendíamos, foi ótimo para a nossa família e principalmente para as crianças. Após um dia cansativo de viagem curtir a área verde do local foi muito bom para recarregarmos as baterias.

Na parte externa dos quartos há mesinhas com vista para a piscina, onde os hóspedes podem ficar curtindo a paisagem. O Alexandre e o Felipe ficaram até a noitinha jogando futebol com o filho da proprietária, um vizinho e mais dois meninos que estavam hospedados no local.

Nem preciso dizer o quanto o Felipe gostou desse final de dia. Foi bem legal, até porque foi algo que nem havíamos planejado e acabou sendo um final de dia bem divertido e agradável para todos nós. A família que administra o local foi bem hospitaleira e nos recebeu muito bem. No entanto, em relação aos quartos propriamente ditos, não nos agradamos muito. O ambiente todo é bem rústico, chega a ser rústico demais! Tinha banheiro privativo, mas não consideramos muito bom. A limpeza do local também deixou um pouco a desejar. Mesmo assim, consideramos uma opção regular. Como disse inicialmente, a parte externa nos conquistou primeiro e isso foi decisivo para nos hospedarmos lá.

No final, acabou compensando uma coisa pela outra. O lugar oferece estacionamento, café da manhã e wi-fi. A rede sem fio funciona somente em alguns lugares, como por exemplo na sala de café da manhã, nos quartos o sinal é muito fraco. Junto a sala do café da manhã tem uma cozinha que pode ser utiliza pelos hóspedes. O local também dispõe de aluguel de bicicletas.

Hoje foi o dia de chegarmos em casa. Por um lado estamos tristes com o fim da viagem, pois os 35 dias passaram voando… Quando estamos viajando nem sentimos o tempo passar e queremos que a viagem dure mais. Por outro lado, também é legal chegar em casa e em seguida já começar o planejamento de uma nova viagem.aduana

Essa foi uma viagem especial, pois foi a realização de mais um sonho, um sonho de chegar ao Peru de carro. Há bastante tempo planejávamos isso, mas somente agora foi possível. Hoje estamos felizes em escrever esse diário, pois nossa viagem foi ótima. Não aconteceu 100% como o planejado, pois tivemos que fazer algumas pequenas adaptações no caminho. Essa é uma das características das aventuras de carro, pois podemos mudar os planos sem comprometer a viagem como um todo.

O que realmente importa é que foi tudo tranquilo e sem grandes perrengues que pudessem interferir em nossa viagem. Por isso, estamos muito agradecidos! As crianças, mais uma vez, foram super parceiras. Realmente são ótimos pequenos viajantes de carro! Podemos dizer que nossa aventura foi tudo de bom e valeu muito a pena os nossos últimos 34 dias!! Será mais uma recordação para toda a vida.

Em relação aos trâmites, para a saída da Argentina e entrada no Uruguai, todos são feitos na mesma aduana (que fica do lado argentino), pois é integrada. Nesta aduana foi necessário a presença de todos os membros da família. Demorou somente uns 10 minutos para a realização dos trâmites. As aduanas da Argentina e Uruguai (Concordia/Salto) funcionam durante 24h, portanto neste sentido não há a preocupação com o horário de chegada nessa fronteira.

Mais adiante, documentação para a saída do Uruguai e entrada no Brasil foi super tranquila, não sendo necessária a presença de todos os membros da família junto aos agentes. Dessa forma o Alexandre foi sozinho com os nossos documentos e fez o registro da nossa saída do Uruguai.

Esse último dia de viagem transcorreu numa boa ou quase… Na verdade os pequenos perrengues que tivemos, fora o Alexandre ter ficado doente, se concentraram todos nesse último dia. Ainda bem, né?

Perrengues com a viagem acabando e mais perto de casa são mais fáceis de contornar. Nisso estamos tendo sorte pois, em outra viagem, quando o nosso carro estragou, estávamos no Uruguai no último dia de viagem e a poucos quilômetros de casa (para conferir clique aqui).

Mas, voltando aos problemas do dia, hoje tivemos um pneu furado e o ar condicionado pifado. O dia estava quente e tivemos que relembrar o tempo em que o nosso carro não tinha ar condicionado e tivemos que viajar com os vidros abertos! Mas, um ventinho no rosto não faz mal a ninguém, né?! Bom, mas ainda bem que foi no último dia pois, pegamos dias bem quentes e com criança seria bem complicado ficar sem o ar.

Também tivemos que consertar o pneu furado, mas foi tranquilo. Já estávamos no Brasil. Passamos então em uma borracharia ao lado de um posto de combustíveis e fizemos a troca. Aproveitamos para esticar as pernas e fazer um lanchinho com as crianças.

O trajeto realizado no dia de hoje foi: Condordia->Salto->(RN31)->Biassini->(RN4)->Artigas->Quaraí->(BR-293)->Santana do Livramento->Bagé->Pelotas.

A RN31 e RN4 (ambas no Uruguai) possuem baixo movimento de veículos e são cheias de buracos, no entanto é possível dirigir entre 80 e 100Km/h desviando da maioria deles.

A BR293 está em bom estado e com baixo movimento de veículos.

No caminho passamos pelo Complexo Eólico Cerro Chato, da Eletrosul em Santana do Livramento, onde mais uma vez podemos apreciar os “cataventos” enormes.

A nossa viagem chegou portanto ao fim, após percorrermos 10351km. Mesmo com todos os percalços do dia chegamos em casa felizes após esses 35 dias viajando de carro pelos países da América do Sul. E já estamos ansiosos pela próxima…

Villa O’Higgins é o último povoado da carretera, sendo o ponto de acesso ao Campo de Hielo Sur. A vila possui uma população de cerca de 600 pessoas e foi fundada em 1966 com o objetivo estratégico de marcar a soberania chilena na região.

No povoado há alguns supermercados, restaurantes, campings e pousadas. Também há um posto de combustível da rede Copec. Apesar de afastada de tudo, a população e os turistas possuem acesso gratuito à internet na Biblioteca Municipal.

Próximo a vila é possível visitar os glaciares O´Higgins (localizado no lago homônimo), El Mosco e El Tigre. Também pode-se conhecer o paso fronterizo Río Mayer. Para os que gostam de trekking, é possível fazer alguns trilhas nos arredores no povoado. Umas das principais trilhas é a que leva ao Mirador La Bandera.

Montanhas nevadas no caminho até Villa O´Higgins

A maioria dos viajantes que percorrem a carretera não segue até Villa O’Higgins. Provavelmente o principal motivo é que normalmente o fim ou início da viagem pela carretera é feito pelo paso fronterizo Río Jeinimeni, o qual conecta as cidades de Chile Chico (Chile) e Los Antigos (Argentina). Não há nenhum acesso a Argentina a partir de Villa O’Higgins que possa ser feito de carro. Portanto, por exemplo, para quem está fazendo a carretera no sentido norte->sul, logo após passar a cidade de Puerto Tranquilo e chegar ao entroncamento com a ruta 265, quem quer ir até Villa O’Higgins terá que seguir mais 293km ao sul pela carretera e retornar pelo mesmo caminho a este ponto (entroncamento com a 265), para então seguir para a Argentina pelo paso em Chile Chico.

Outro motivo para muitos aventureiros desistirem de seguir até o fim da carretera é a má fama das condições da estrada, no trecho entre o paso Chile Chico e a Villa O’Higgins. Existem muitos relatos falando que a estrada está muito mal conservada e até mesmo intransitável para veículos que não tenham tração 4×4. Em nossa viagem nós vimos uma realidade totalmente diferente, na verdade todo este trecho estava em condições muito boas, até melhores que a maioria do resto da carretera.

Um ventisqueiro no caminho que leva até ao ponto final da Carretera Austral

Um terceiro motivo que assusta os viajantes é depender de mais uma balsa, a qual atravessa o Fiordo Mitchell, conectando Puerto Yungay a Rampa Río Bravo. A balsa é pequena e comporta somente 12 carros.
Na alta temporada, entre dezembro e março, são feitas 4 travessias diárias. Nos demais meses do ano são 3 horários. Como são poucos os viajantes por aqui, esta frequência da balsa é o suficiente para atender a demanda da região. A travessia é sem custo, subsidiada pelo governo chileno.

Belas paisagens que marcam a beleza de Villa O´Higgins

Em nossa opinião, o único problema de seguir até o final da carretera é que não há qualquer tipo de infraestrutura de apoio entre o entroncamento com a ruta 265 e Villa O’Higgins. Durante todo este percurso de 293km somente existem algumas poucas casas e nada mais. Portanto se ocorrer algum problema com o carro, pode ser bem complicado resolver. A única cidade com uma infraestrutura razoável é Coyhaique (50 mil habitantes), distante 559km ao norte de Villa O’Higgins. Nesta última cidade a infraestrutura para resolver problemas com o carro é praticamente inexistente, pois não há onde comprar peças, ou até mesmo um pneu. Se tiver um problema mais sério, será necessário colocar o carro em cima de um guincho e retornar uma boa quilometragem.

Uma queda d’água na beira da estrada

Em nossa viagem, quando estávamos indo em direção a Villa O’Higgins, rasgamos um pneu faltando 15km para pegar a balsa em Puerto Yungay. Resolvemos colocar a estepe e continuar a viagem rumo ao sul. Chegando em Villa O’Higgins confirmamos que realmente não haveria como consertar o pneu, pois o rasgo foi muito grande. Na vila não há onde comprar um pneu novo, portanto nossa única chance era conseguir um pneu usado para colocar como estepe. Como teríamos que percorrer 861km (sendo 407km em rípio) até Rivadavia (Argentina), que era a primeira cidade onde provavelmente conseguiríamos comprar o pneu, seguir a viagem sem a estepe seria uma péssima ideia. Como a roda de nossa pickup é de 17 polegadas, foi muito difícil encontrar um pneu deste tamanho. Com muita procura (muita mesmo), conseguimos comprar um pneu velho de um borracheiro. O pneu estava em péssimo estado, mas era melhor do que nada. Ainda tivemos que pagar em torno de R$120,00 pela sucata.

O ponto que marca o final da Carretera Austral

Olhando por outro lado o problema que tivemos com o pneu era fácil de resolver. Havia um casal de franco-chilenos (franceses que moram atualmente no chile), que estavam em uma pickup Nissan Frontier com um camper Duaron acoplado. Eles tiveram um problema no disco de embreagem da pickup (que tinha apenas 40 mil km), o qual precisava ser substituído. Apesar de eles terem conseguido um mecânico em Villa O’Higgins que conseguiria fazer o conserto, tiveram que esperar 2 semanas aguardando que a peça chegasse. Felizmente eles conseguiram consertar a pickup e seguir viagem. Posteriormente nos encontramos novamente com eles no paso Chile Chico.

De qualquer forma, o que queremos deixar claro é que inconvenientes podem acontecer na viagem (tanto na carretera, quanto em qualquer outro lugar). Durante a aventura pode ocorrer um problema de saúde ou mesmo com o carro. Todo viajante que se aventura por lugares mais isolados deve ter em mente que nem sempre será fácil resolvê-los. Mas precisamos ter paciência e tranquilidade na hora do aperto para achar uma solução e poder seguir viagem. Os obstáculos na viagem fazem parte da aventura e servem para nosso aprendizado e amadurecimento. Portanto não podemos deixar que nossos medos nos impeçam de seguir em frente e percorrer estes lugares mais remotos.

Villa O’Higgins vista do mirante

Não temos como descrever a beleza deste último trecho da carretera até Villa O’Higgins. Ele é diferente do que tínhamos visto antes e é verdadeiramente surpreendente. Portanto temos certeza ao afirmar que realmente vale a pena ir até o fim da carretera. A região é bastante selvagem e as paisagens são únicas, repletas de florestas fechadas, cachoeiras, penhascos e montanhas nevadas. Durante a ida até a villa estava chovendo, fazendo com que formassem incontáveis cachoeiras nas encostas das montanhas. As fotos não reproduzem o quanto esta região é única, portanto você precisa ir lá para ver com seus próprios olhos!

Para mais informações sobre a carretera austral acesse os demais links do nosso guia.

Guia da Carretera Austral: aspectos gerais

Guia da Carretera Austral: carro mais adequado para a viagem

Guia da Carretera Austral: travessias de balsa

Guia da Carretera Austral: principais pontos turísticos

Guia da Carretera Austral: condições da estrada

Guia da Carretera Austral: postos de combustíveis

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Depois de 9 anos conosco, chegou a hora de nos desfazermos do nosso guerreiro Chevrolet Prisma, o companheiro de muitas viagens e aventuras. Com ele percorremos cerca de 43600km durante as viagens que realizamos pela América do Sul.

Esse post é uma homenagem ao nosso carro que propiciou que fossemos a lugares incríveis. Junto dele realizamos uma grande parcela dos nossos sonhos de viajar e conhecer muitos lugares.

Relembrando alguns desses lugares, em 2009 conhecemos a região dos lagos na Argentina e Chile, incluindo a belíssima Ruta dos Siete Lagos. E, nessa mesma oportunidade, visitamos a região de Mendoza, incluindo as curvas de Villavicencio.

Em 2010 fomos a Província de Salta, onde percorremos as rutas 33, 40 e 68, passando por Cachi, Cafayate e no percurso pela Cuesta del Obispo, Parque Nacional Los Cardones, Recta del Tin-Tin, Quebrada las Flechas e formações rochosas da Quebrada Las Conchas.

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Quebrada las Flechas (Argentina)

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Quebrada las Flechas (Argentina)

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Curvas de Villavicencio (Argentina)

Ruta dos Siete Lagos (Argentina)

Ruta dos Siete Lagos (Argentina)

Nesse mesmo ano fomos ao Deserto do Atacama, que foi um dos lugares mais incríveis que conhecemos em todas as nossas viagens. Passamos também pela Quebrada de Humahuaca, Cuesta de Lipán e Salinas Grandes. Fomos a Antofogasta de La Sierra, que é um dos lugares mais impressionantes da Argentina.

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Salinas Grandes (Argentina)

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Maños del Desierto – Antofagasta (Chile)

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Deserto do Atacama (Chile)

Deserto do Atacama (Chile)

Deserto do Atacama (Chile)

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Salinas Grandes (Argentina)

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Salinas Grandes (Argentina)

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Cuesta del Lipán (Argentina)

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Indo para Iruya (Argentina)

Antofagasta de La Sierra Argentina)

Antofagasta de La Sierra (Argentina)

Também podemos citar as Missões Jesuíticas no Brasil e Paraguai, Cataratas do Iguaçu, lado brasileiro e argentino, assim como os Parques Ischigualasto e Talampaia, que também foram destinos muito interessantes.

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Parque Ischigualasto (Argentina)

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Parque Ischigualasto (Argentina)

21-07-2011 - Viagem Cordoba a Villa Dolores (Altos Cumbres) - 048

Entre Córdoba e Villa Dolores (Argentina)

Fomos até a cidade do final do mundo, a famosa Ushuaia e, nessa oportunidade, conhecemos a Península Valdés, Glaciar Perito Moreno, Parque Torres del Paine e El Chaltén (terra do trekking e do Cerro Fritz Roy).

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Ushuaia (Argentina)

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Parque Torres del Paine (Chile)

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Parque Torres del Paine (Chile)

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Parque Torres del Paine (Chile)

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Parque Torres del Paine (Chile)

El Chaltén (Argentina)

El Chaltén (Argentina)

Em nossa última aventura de Prisma, viajamos para a Bolívia e o Peru… E quem diria que o nosso Prisma nos levaria até lá? Sim, ele nos levou e nos trouxe de volta!

Na Bolívia conhecemos La Paz e Copacabana. E, no Peru, visitamos Puno, Cusco, Ollantaytambo, Nasca e Arequipa. Essa viagem foi mais um de nossos sonhos realizados.

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Entrando na Bolívia

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Parque El Chiflón (Argentina)

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Copacabana (Bolívia)

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Parque Ischigalasto (Argentina)

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Parque Nacional Lauca (Peru)

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Parque Nacional Lauca (Peru)

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Entre Arequipa e Arica (Peru)

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Litoral do Peru

Não podemos deixar de contabilizar as travessias da cordilheira dos Andes, que também foram as grandes atrações de nossas viagens. Como destaque estão o Paso Los Libertadores, Paso São Francisco, Paso Águas Negras, Paso Cardenal Antonio Samoré e Paso Tromem/Mamuil Malal.

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Paso Aguas Negras (Argentina-Chile)

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Paso San Francisco (Argentina-Chile)

Paso San Francisco (Argentina-Chile)

Paso San Francisco (Argentina-Chile)

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Paso San Francisco (Argentina-Chile)

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Paso San Francisco (Argentina-Chile)

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Paso Jama (Argentina-Chile)

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Paso Tromem/Mamuil Malal (Argentina-Chile)

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Paso Antonio Cardenal Samoré (Argentina-Chile)

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Paso Antonio Cardenal Samoré (Argentina-Chile)

Enfim passamos por vento, sol, chuva, neve e granizo, mas tudo valeu a pena. Com o nosso carro vivenciamos momentos únicos, curtimos cada paisagem, cada parada na beira da estrada… Todos os momentos foram registrados por meio de fotos e vídeos, mas estão também em nossa memória, em nossas lembranças…

Com o Prisma fizemos muitas viagens legais. Foram poucas vezes que tivemos que utilizar outro tipo de transporte, ou seja, o uso de um veículo de passeio nos limitou pouquíssimas vezes. Uma das maiores dúvidas dos nossos leitores é em relação ao carro ideal para viajar… Costumamos responder que o carro ideal é aquele que você tem. Não importa o motor, se tem ou não tração nas quatros rodas e nem mesmo o ano. O que mais importa é a sua vontade, seu planejamento, sua organização e, especialmente, o seu espírito aventureiro. No entanto, em relação ao carro, também importa que seja bem cuidado, revisado e com a manutenção em dia, para ter condições de pegar a estrada com segurança e sem inconvenientes.

Contudo, chegou a hora de nos desfazermos dele… É verdade, somos um pouco apegados, mas isso é porque ele nos proporcionou muitas alegrias e aventuras inesquecíveis. Em troca, mantivemos ele sempre muito bem cuidado e com a manutenção em dia. Em 2007 foi retirado na concessionária e foi uma grande emoção comprar o nosso carro zero, completo e novinho! Fomos os seus únicos donos e até mesmo, de certa forma, lamentamos a sua venda.

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Retirando o carro na concessionária

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Retirando o carro na concessionária

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Uma de nossas últimas fotos com o carro – Paso Aguas Negras (Argentina-Chile)

No entanto, há um lado bom em toda essa história, o outro lado da moeda… E por isso estamos muito felizes por estarmos prestes a realizar mais um grande sonho! Novidades estão vindo por aí. Aguarde…

 

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