Na nossa última viagem de carro, em fevereiro de 2014, umas das principais novidades foi a companhia da nossa princesinha Isabela de quatro meses. A Isabela viajou junto com o seu irmão, Felipe de três anos, que embarcou na sua terceira aventura de carro. Portanto esta foi a nossa primeira viagem de carro com duas crianças!

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Prontos para a nossa primeira viagem com duas crianças

 

Antes de contar como eles se comportaram durante a viagem gostaríamos de comentar um pouco como é o pensamento de muitas pessoas em relação as viagens mais longas, principalmente de carro, com as crianças.

Nós começamos a realizar viagens de carro com percursos mais longos (maiores que 2 mil km) em 2009 (data de criação deste blog). Sempre viajamos sozinhos, ou seja, eu (Rosângela) e o Alexandre. Quando decidimos partir na nossa primeira grande aventura, muitos familiares e amigos achavam que era maluquice da nossa parte viajar mais de 6 mil quilômetros de carro e ainda por cima para fora do país. Não demos ouvidos a eles e seguimos para fazer o que desejávamos, afinal já havíamos feito um ótimo planejamento e coletado valiosíssimas dicas de outros viajantes mais experientes.

Pois bem, imaginem o que muita gente pensou quando tivemos o nosso primeiro filho. Muitos acharam que finalmente nós iríamos parar ou dar uma longa pausa nas viagens. No entanto, sempre tivemos em mente que quando os nossos filhos nascessem eles iriam viajar conosco.

Felipe viajando dentro da barriga para já ir se acostumando ;)

Felipe viajando a Buenos Aires, dentro da barriga, para já ir se acostumando 😉

Como já comentamos em outros posts aqui no blog, o Felipe nasceu e realmente pensamos que iríamos dar uma breve pausa nas viagens. Porém, este pensamento foi extremamente passageiro e, na verdade, foi fruto daquele mar de inseguranças que o início da maternidade e paternidade nos traz, pois não sabíamos como o nosso filho seria e isso nos gerou muitas dúvidas. Será que ele vai incomodar muito? Vai ser uma criança chorona? Será que vai ter dificuldades para dormir à noite? Será que ele vai ter cólicas? Será que vai mamar no peito ou vai precisar de mamadeira? Será que vai ser saudável ou ficará doente com frequência? Enfim, inseguranças que certamente poderiam influenciar na hora de decidir colocar ou não o “pneu na estrada” ainda nos primeiros meses. No entanto, após o seu nascimento e a medida que fomos conhecendo-o melhor, vimos que fomos imensamente abençoados com uma criança muito tranquila e extremamente saudável. Portanto, assim que possível, planejamos a nossa primeira viagem com o Felipe e partimos quando ele tinha seis meses de idade.

Felipe, com 6 meses, em sua primeira longa viagem de carro

Felipe, com 6 meses, em sua primeira longa viagem de carro

 

Claro que as pessoas ao nosso redor não deixaram de exteriorizar suas opiniões e questionavam sobre o tempo de viagem, a distância, o transporte (para grande maioria avião é a melhor opção). Sem contar que ficavam questionando: e se ficarem doentes? E se o carro estragar? E se…? No entanto, se formos pensar de maneira pessimista não vamos passear nem mesmo até a esquina de casa. Quanto ao meio de transporte, sempre que possível, preferimos a liberdade que as viagens de carro nos proporcionam e não acreditamos que os possíveis imprevistos e perrengues da viagem diminuiriam tanto assim se fizéssemos a opção de ter o avião como meio de transporte principal.

Durante as viagens, principalmente quando encontramos brasileiros, muitos se surpreendem de estarmos viajando com crianças tão pequenas. A maioria se admira pela nossa coragem ou consideram que o que estamos fazendo é uma ótima experiência para nossos filhos e terá um grande impacto no futuro.

Além disso, acreditamos que a nossos relatos podem sim influenciar e encorajar outros pais a fazerem longas viagens com os seus filhos, seja de carro, ônibus ou avião. No entanto, tem que haver um pouco de espírito aventureiro para impulsionar esta decisão e curtir momentos agradáveis e divertidos com a família.

O Felipe sempre se comportou muito bem durante as viagens que já realizamos com ele ainda bebê, com seis e depois com 12 meses. Portanto, todo o seu bom comportamento em casa se refletiu durante as viagens que foram muito bem sucedidas, inclusive durante  a nossa viagem de maior percurso (mais de 11 mil quilômetros rodados em 31 dias).

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Felipe, com 12 meses, em Ushuaia. Nosso mais longo percurso viajando de carro

 

Em nossa última viagem (fevereiro de 2014) ele estava com três anos, foi quando podemos perceber melhor o quanto ele realmente gosta de viajar de carro e, por isso, dizemos que ele é um viajante nato! Até mesmo para nós o seu comportamento foi uma surpresa, pois achávamos que em algum momento ele poderia se chatear de ficar muito tempo dentro do carro. Porém, mesmo viajando percursos longos, em nenhum momento ele reclamou da viagem ou se mostrou entediado.

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Curtindo uma viagem de carro

 

Nesta viagem ele já compreendia melhor o que isto significa. Quando estávamos fazendo o planejamento, falávamos para ele que iríamos ver grandes montanhas e vulcões com picos nevados. Com isto o Felipe ficou muito entusiasmado. Logo que iniciamos a viagem, ele não via a hora de ver estas maravilhas da natureza. Isso fez com que a aventura tivesse um objetivo especial para ele, além da expectativa de ver dinossauros de algumas atrações que iríamos visitar durante a viagem.

 

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Felipe em El Chocón na Argentina

 

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Parque Nahuelito em Bariloche na Argentina

 

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Depois de muito perguntar, enfim o encontro com o seu primeiro vulcão 😉

 

A Isabela nasceu em setembro de 2013 e queríamos muito planejar uma viagem para o início de 2014. Da mesma forma como ocorreu com o Felipe, só que com bem menos insegurança e ansiedade, queríamos conhecê-la primeiro antes de decidir viajar e começar os preparativos. Após o nascimento e os seus primeiros meses, constatamos que fomos novamente abençoados com uma bebê calma, tranquila e esbanjando saúde. Não tivemos dúvida de que em seguida iríamos viajar, o que foi possível em fevereiro de 2014.

Logo no início da viagem de estréia da nossa pequena ela chorava. Mesmo estando com as suas necessidades atendidas, ou seja, sem fome e com as fraldas limpas, quando ela queria dormir começava a chorar muito. Diferentemente da maioria dos bebês, quando ela estava com sono o balanço do carro não ajudava muito para fazê-la adormecer. Porém, isto aconteceu somente durante os três primeiros dias da viagem. Passados esses primeiros dias, ela se acostumou. A partir deste momento, assim como acontecia com seu irmão em suas primeiras viagens, quando ela chorava tínhamos certeza que era fome ou um pedido de troca de fraldas. Desde então, após ser atendida, seguia a viagem tranquilamente, pois já conseguia dormir sozinha somente com o movimento do carro.

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Isabela, com 4 meses, em sua primeira longa viagem de carro. Parece estar incomodada? 🙂

 

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O momento do “Tetê” não tem ruim… Até no teleférico!

 

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Isabela Viajando de Carro 😉

 

A nossa experiência viajando de carro com duas crianças foi muito positiva e tranquila. Importante lembrar que cada criança pode se comportar de forma diferente de acordo com a sua personalidade. Como comentamos, o comportamento dos nossos filhos em casa se refletiu durante as nossas viagens. Além disso, confira abaixo as nossas dicas dos cuidados que temos para minimizar o máximo possível que ocorram transtornos durante as viagens:

  • Fazer um bom planejamento e levar todos os itens necessários para o bem estar das crianças e sucesso da viagem (veja aqui o que levar em viagens com crianças);
  • Procurar inserir atividades e passeios que despertem o interesse dos pequenos;
  • Fazer paradas regulares para descanso, alimentação, trocas de fraldas e idas ao banheiro;
  • Ter pequenos e importantes cuidados para minimizar qualquer tipo de contaminação, tal como lavar as mãos com frequência, usar álcool gel, beber somente água mineral, evitar alimentos com maior probabilidade de agentes contaminantes e cuidamos para que eles não peguem frio ou calor excessivo.
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Em um piquenique durante a viagem

 

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Felipe colaborando durante a viagem

 

Viajar com uma, duas ou mais crianças é maravilhoso, pois elas são ótimas companhias, nos divertem, encantam e nos enchem de alegria quando os seus olhinhos brilham demonstrado interesse pelos locais visitados e passeios realizados. Porém nem tudo são flores, devido a companhia dos pequenos, muitos passeios e atividades não podem ser realizadas. A viagem também fica mais demorada devido as paradas constantes para atender às necessidades dos mesmos. Em muito momentos, os passeios são mais trabalhosos e cansativos. Porém, ter a companhia destes pequenos viajantes é bom demais e, no final, tudo é recompensado!

 

Nossos pimpolhos apreciando uma bela paisagem

Nossos pimpolhos apreciando uma bela paisagem

 

3 respostas
  1. Ana Paula
    Ana Paula says:

    Esse seu post caiu como uma luva pra mim. Tenho duas crianças, a Heloisa de 3 anos e a Sofia de 4 meses, meu marido é chileno, e desde que voltamos do Chile (fazem 4 anos) ainda nao voltamos pra lá, porque sempre aparece um imprevisto, ou nao temos dinheiro, ou ele nao tem ferias. Este ano decidimos ir sim ou sim!
    Aí começamos a estudar as possibilidades: De avião está muito caro, uma média de 4 mil reais para chegar na cidade dele, Calama, no deserto do Atacama. Pra ir de ônibus estamos pensando, pois sairia beeeem mais barato, mas creio que sería muito mais cansativo pra nós e pras crianças, e nao teriamos a liberdade de parar pra conhecer algum lugar, ou de parar quando elas estivesses chorando ou querendo algo.
    Então estamos pensando em ir de carro, e é justo como vocÊ falou: TODOS dizem que somos loucos, que nao deveriamos, e tal… Lendo seu depoimento me encorajei muito em ir de carro, o unico problema é o carro… rsrs.. temos um Fiesta, 97.. o carro está bom, nao tem nenhum reparo a fazer, mas é carro velho, e é a primeira vez que temos um carro, nao temos experiencia em carros, nem em carros velhos… Ele nao tem seguro. Voce foi com qual carro? Voce acha que daria pra irmos com este carro (claro, levando ele no mecanico e vendo se realmente nao tem nenhum reparo a fazer) voce conhece alguem que já tenha ido fazer uma viajem tão longa nessas condições? Tambem gostaria de saber, no caso da altitude (que no Chile chega a 2.000 m acima do nivel do mar) se as crianças irão se incomodar muito ou se é necessário levar algum remedio que amenize os efeitos da altitude. Se você puder me dar umas dicas nesse sentido eu agradeceria!!! Forte abraço!

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  2. Luciana Bordallo Misura
    Luciana Bordallo Misura says:

    Legal Rosângela! Nós também adoramos viajar de carro com as crianças e fazemos várias viagens assim por ano. Acredito que fazendo isso desde cedo as crianças se acostumam também, mas é claro que depende da personalidade deles. A Julia quando era bebê chorava muito no carro, só depois de uns 6 meses que começou a ficar melhor, então esperamos um pouco pra viajar de carro com ela. O Eric não teve problemas, desde novinho ficava bem, mas eu sempre planejava várias paradas pra minimizar o número de horas seguidas dentro do carro. Tem coisas que mudam com a idade também, hoje com 7 anos a Julia já é mais impaciente com o carro do que era quando tinha 3 ou 4. Mesmo assim os dois gostam, quando falei que a gente ia pra Disney em setembro passado e que a gente ia de avião eles reclamaram, falaram que queriam ir de carro (fomos de carro ano passado). Beijos!

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    • Rosângela Souza
      Rosângela Souza says:

      Que legal relatares a sua experiência aqui no blog Luciana! Nós vamos vivenciando as experiências conforme eles crescem e estamos bem satisfeitos de não ter esperado eles “crescerem um pouquinho” para partir em nossas aventuras em família. Quando estava grávida realmente fiquei sem saber como seria e que talvez não fossemos viajar enquanto eles fossem bebês mas, depois nos perguntamos, por que não? E desde então tem dado super certo. Como você comentou cada fase é uma fase e temos que ir nos adaptando. Ficamos um ano sem fazer viagens longas e quando viajamos novamente o nosso filho mais velho tinha completado 3 anos (antes ele tinha viajado com 6 e 12 meses) e ficamos pensando que ficaria inquieto e realmente não ficou. Ficamos bem surpresos pois, em nenhum momento ele fez qualquer reclamação. A única coisa que ocorreu é que devido nós conversarmos muito sobre a viagem durante o planejamento sobre o que ele iria ver, onde ele iria ir durante o nosso passeio ele perguntava sobre estas atrações. Tipo, 100km depois de sairmos de casa ele já queria ver um vulcão mas, super traquilo respondíamos que ia demorar um pouquinho e chamávamos a atenção dele para outras coisas e ele seguia super bem. A nossa pequena também chorou bastante, mas foi somente nos primeiros 3 dias. Depois disso acostumou tanto que voltou para casa bem ambientada ao bebê conforto e ao carro. Antes de viajar sempre que estava com sono chorava no carro durante os nossos pequenos percursos dentro da cidade e após a viagem ela nunca mais chorou dentro do carro por este motivo. Continuaremos incentivando as viagens em família e vamos observando o comportamento deles enquanto crescem de uma viagem para outra. Beijos! 🙂

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