Saída: Uspallata – Km 2310 (9:00h)
Chegada: Valparaíso – Km 2632 (21:30h)
Distância: 322Km

Acordamos cedo, pois como planejado, teríamos um dia cheio. A propósito aqui nesta região da Argentina (nesta época do ano) amanhece por volta das 8:00h e anoitece em torno das 19:00h. Arrumamos as malas, tomamos o café da manhã (muito fraco por sinal, só para dizer que tinha), organizamos o carro e acabamos saindo somente às 9:00h em direção a Valparaíso no Chile.

Embora a distância fosse pequena entre nossa origem e destino, tínhamos planejado fazer uma viagem de um dia inteiro aproveitando para conhecer os vários pontos turísticos pelo caminho.

Saímos de Uspallata em direção ao Chile pela Ruta RN7. Logo que começamos a viagem já começou a se descortinar belíssimas paisagens de morros e montanhas com seus picos nevados. Toda a viagem até passar pelos caracoles da Cordilheira dos Andes foi assim. Viajar num cenário como este, com certeza, é um show a parte. Somente pelas paisagens vistas neste trecho já valeria a pena uma viagem até o Chile. Ficamos encantados, filmamos, fotografamos, tentamos registrar de todas as maneiras aquela beleza, porém não adianta, só estando presente e vendo ao vivo este espetáculo da natureza para poder ter a idéia da emoção que sentimos.

Ruta RN7 en direção ao Chile (travessia da cordilheira)

Ruta RN7 em direção ao Chile (travessia da cordilheira)

Ruta RN7 em direção ao Chile (travessia da cordilheira)

Ruta RN7 em direção ao Chile (travessia da cordilheira)

A temperatura estava agradável, porém onde havia vento e sombra a sensação térmica era de muito frio. Tivemos até que colocar toucas, mantas e luvas em alguns locais.

Fomos parados pela polícia, que solicitou documentos do condutor e do carro. Pediu para dar uma olhada no porta-malas e nos entregou um papel que deveria ser entregue no pedágio (que ficava a 7Km da aduana), tipo algum registro de saída do país, pois nos perguntou qual o nosso destino.

A primeira parada que fizemos foi no Cementerio de Andinista, onde estão sepultados os corpos de alguns dos montanhistas que morreram na tentativa de subir o Aconcágua. Este cemitério esta localizado a 193Km de Mendoza, à esquerda de quem vai em direção ao Chile. Tem que cuidar pela quilometragem ou pelas coordenadas do GPS, pois há somente uma placa localizada bem na entrada, daquele tipo que quando você viu, já passou. Foi o que aconteceu conosco e tivemos que retornar. Vale fazer uma parada rápida para conhecê-lo. É um cemitério pequeno e surpreendente. Fica a 200m da rodovia.

Cementerio de Andinista

Cementerio de Andinista

Logo em seguida, paramos na Puente del Inca, cujo nome origina-se da formação natural em forma de arco que passa sobre o Rio Mendoza como uma ponte, que, dizem, foi utilizada pelos incas. Um lugar bem interessante e vale a parada de alguns minutos para fotografar. Também fica bem próximo da estrada. Para quem gosta de compras e suvenires, lá há muitas banquinhas vendendo roupas de lã e toda sorte de lembrancinhas, pedras e outros objetos feitos pelo povo local.

Puente del Inca

Puente del Inca

Depois fomos a um dos nossos mais esperados pontos turísticos, o Parque Provincial Aconcagua. Este parque fica a 196Km de Mendoza. Tem que pagar $5,00 (R$2.60) por pessoa para entrar no parque. Lá, eles te entregam um folder com um mapinha das paradas dentro do parque. É possível entrar de carro até o estacionamento localizado dentro do parque e seguir o restante a pé. Consegue-se visitar o parque em um passeio sem pressa de 1h. O parque é muito bonito, com belas paisagens e no final do trajeto há um mirante para poder admirar de perto o imponente Aconcagua de 6962m de altitude, que é a maior montanha das Américas.

Aconcagua - a montanha mais alta das américas

Aconcagua – a montanha mais alta das américas

Lago congelado no Parque Provincial Aconcagua

Lago congelado no Parque Provincial Aconcagua

Passamos pelo povoado de Las Cuevas rapidamente e em seguida fomos subir para ver o Cristo Redentor, distante 218Km de Mendoza. Este monumento marca a divisa da fronteira Argentina-Chile. Fica a uma altitude de 4200m. Deve-se ter cuidado para subir a íngreme estrada de terra de 8Km montanha acima. Não foi possível chegar até o Cristo de carro. Tivemos que estacioná-lo e andar cerca de 200m a pé, devido a quantidade de neve acumulada na estrada. Levamos aproximadamente 40 minutos para subir de carro.  Lá sim é muito frio e venta muito, quase encarangamos de frio. Quanto mais alto se chega, mais neve se acumula à beira da estrada. Lá de cima, a visão que se tem das cordilheiras é espetacular. Aconselhamos ir bem agasalhado para não sentir tanto frio e aproveitar mais o momento. Se houver muita neve na estrada que leva ao Cristo, a mesma é interditada.

Antes da construção do Tunel Cristo Redentor, o cerro do Cristo Redentor era o caminho internacional para ir até o Chile. Através  do Google Earth é possível ver a estrada serpenteada que, após o monumento do Cristo, continua descendo o cerro em direção ao Chile.

Povoado de Las Cuevas

Povoado de Las Cuevas

Cerro Cristo Redentor

Cerro Cristo Redentor

Cerro Cristo Redentor

Cerro Cristo Redentor

Monumento no cerro Cristo Redentor

Monumento no cerro Cristo Redentor

Cerro Cristo Redentor

Cerro Cristo Redentor

Saímos do Cristo por volta das 15:30h e só então paramos para lanchar. Em seguida partimos para continuar a viagem. Passamos por um pedágio, que custou $3,00 (R$1,60), onde deixamos o papel que o policial havia pedido que fosse entregue.

Após 7Km, já estávamos na aduana (Paso Los Libertadores) para sair da Argentina e entrar no Chile. Antes de chegar tivemos que nos desfazer de alguns iogurtes e “Todinhos” que tínhamos. Como são produtos industrializados, não sabíamos se podíamos entrar ou não no Chile com eles. Não quisemos arriscar, porque se fosse proibido teríamos que pagar multa e sabe-se lá os outros problemas que isto poderia noa trazer. E realmente, quando chegamos lá vimos placas indicando que a infração de tentar entrar no país com alimentos proibidos (frutas, vegetais e derivados de carne e leite) acarretaria em pagamento de multas. Achamos que a burocracia na aduana foi rápida (40 minutos), pois não precisamos ficar esperando. Demora um pouco para preencher os formulários. Há 5 passos burocráticos pelos quais você deve passar para completar o processo. Pagamos o pedágio para a entrada no país que custou $4000,00 (R$14,00) e após o fiscal da aduana foi fazer a revista no carro. Eles revistaram mesmo, abriram o porta-malas e retiraram algumas bagagens. Também abriram as bagagens para ver seu conteúdo. Depois foram revistar o interior do carro, onde olharam dentro da caixa térmica e também de uma bolsa onde levávamos bolachinhas, bombons e balas. O fiscal foi bem educado, fiscalizou tudo, mas com bom humor. Enquanto esperávamos no guichê, vimos que eles usaram cão farejador nos carros para tentar encontrar algum tipo de droga.

Após sairmoa da aduana, a menos de 1Km, chegamos aos famosos Los Caracoles, descendo a Cordilheira dos Andes. Neste trecho há alguns locais no acostamento onde é possível parar o carro e admirar a paisagem da estrada com seus impressionantes zigue-zagues, formando um caracol entre as montanhas. A vista é com certeza fantástica. Não tinha nada de neve na estrada. Na descida passamos por aventureiros ciclistas (mochileiros) que começavam a aventura de subir as cordilheiras no pedal.

Los Caracoles descendo a Cordilheira dos Andes (entrando no Chile)

Los Caracoles descendo a Cordilheira dos Andes (entrando no Chile)

A ruta RN 7, entre Uspallata e a aduana Argentina-Chile, está em excelente condições. Apesar de somente em alguns pontos ser duplicada, a dirigibilidade é boa, e devido as paisagens não se consegue andar a mais do que a 100Km/h. Maior parte do tráfego são de caminhões que andam em sua maioria a 80Km/h. Tome cuidado ao dirigir, pois a pista é muito sinuosa e cheia de grandes penhascos. A travessia da cordilheira, desde que não haja neve ou gelo, é tranquila. Apesar de não termos atravessado este trecho com gelo ou neve, acreditamos que nestas condições deva ser bem complicado.

Após o Tunel del Cristo Redentor entra-se em território Chileno, e a estrada passa a ser chamada de ruta 60. O túnel situa-se a 3175 m de altitude e possui 3080 metros de extensão, dos quais 1564 correspondem ao território chileno e 1.516 ao argentino.

Logo após a aduana e os caracoles, a conservação da estrada já não é a mesma coisa. Em território chileno, a ruta possui muitas imperfeições e alguns trechos estão em obras.  Aproximadamente 100Km antes de chegar a Valparaiso, pega-se a Autopista Trocal  Sur e a conservação da pista muda radicalmente. Neste trecho a qualidade do asfalto e da sinalização são perfeitas. Em compensação, em poucos quilômetros passamos por 3 pedágios, totalizando $3750,00 (R$13,00). Até o momento, foi a rodovia de melhor qualidade que pegamos.

Chegamos em Valparaíso as 21:30h. Tínhamos visto um hotel (Hotel Puerto Valparaiso, Chacabuco 2362) pela internet e por coincidência, depois vimos que também estava indicado no nosso guia de viagem do Chile. Chegando ao hotel, vimos que não era muito bom. Porém já estava tarde, estávamos cansados e resolvemos ficar neste mesmo. Mais tarde percebemos que ele era bem pior do que imaginávamos. O prédio era uma casa antiga, o nosso quarto ficava ao lado da recepção e a janela dava para o corredor. Era muito barulhento, principalmente devido a recepção ser ao lado. Não dava para se ter muita privacidade, pois se ouvia tudo que as outras pessoas falavam no corredor e também dos outros quartos. No banheiro havia uma cortina mal colocada no box, o que fez com que o banheiro virasse uma piscina. O barulho de pessoas falando e telefone tocando foi até a madrugada. Também não tinha estacionamento. Obviamente, não recomendamos. Cuidado, as fotos no site do hotel enganam.

Dica do dia:

Recomendamos que a subida ao cerro Cristo Redendor só seja feita com tempo bom e a estrada seca e sem neve. Este percurso deve ser feito com muita cautela, baixa velocidade e a descida utilizando freio motor. Seguindo estas recomendações, a subida é tranquila e vale a pena ser feita.

Faça uma revisão do sistema de freios e pneus do seu veículo antes da viagem, para fazer a travessia da cordilheira com segurança.

Cuidado ao escolher os hotéis pela internet. Às vezes as fotos e os textos apresentados nos sites são muito diferentes do que a realidade. Este é um problema muito comum em Buenos Aires e Montevideo.

Ao fazer este trecho entre Uspallata e Val Paraiso, saia bem cedo, pois há muito o que ver no caminho.

Algumas distâncias, em relação a Mendoza:

Santiago de Chile – 398Km
Buenos Aires – 1049Km
Uspallata – 120Km
Picheuta – 143Km
Polvaredas – 163Km
Punta de Vacas – 176Km
Los Penitentes – 187Km
Los Puquios – 192Km
Puente del Inca – 194Km
Cementerio de Andinistas – 193Km
Parque Provincial Aconcagua – 196Km
Casucha del Rey – 208Km
Las Cuevas – 208Km
Cristo Redentor – 218Km
Las Bóvedas – 122Km
Mirador Camino del Inca – 140Km
Villavicencio – 51Km
El Balcón – 64Km
Paramillos – 71Km

Mais informações:

Ir para o próximo dia.

27 respostas
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  1. moacir antonio esquevani
    moacir antonio esquevani says:

    Quanto tempo gente e ai como vocêis estão muita viagens bem estou separado aconteceu ela me largou e esta em são paulo mas talvez tenha retorno não sei bem ao certo mas o futuro a Deus pertence mas me conta como esta ai novidades ja saiu um filme de vocêis O casal de turismo –

    Responder
    • Alexandre Souza
      Alexandre Souza says:

      Olá Moacir, tudo bem?
      Te desejamos também um Natal cheio de amor e um novo ano repleto de alegrias e muita saúde.
      Um abraço
      Alexandre, Rosângela, Felipe e Isabela

      Responder
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