Saída: Salta/Argentina – Km 1804 (7:50h)
Chegada: Salta/Argentina – Km 2315 (23:15h)
Distância: 511Km
Acordamos cedo e saímos do hotel antes das 8h. Para os argentinos seria antes da 7h, pois aqui não tem horário de verão. Não tomamos o café da manhã e seguimos viagem. Nosso destino foi o percurso de Salta para Cachi (pelas rutas 68, 33 e 40), passando pela Cuesta del Obispo e Parque Nacional Los Cardones. Depois fomos de Cachi para Cafayate pela ruta RN40 passando por Quebrada las Flechas, Quebrada de Cafayate (também chamada de Quebrada las Conchas), retornando para Salta pela ruta 68. Tínhamos também planos de passar em Quilmes, mas infelizmente o dia foi curto para fazer todo o percurso e tivemos que desistir.
Logo que saímos o dia estava nublado e continuou assim por um bom tempo. Próximo do final da manhã quando estávamos no alto da Cuesta del Obispo o dia começou a melhorar e ficar ensolarado, pois afinal estávamos acima das nuvens, numa altitude de 3348m.
Para chegar a Cachi o caminho é feito pelas rutas 68, 33 e 40. Uma parte do trecho é pavimentado e o restante é de rípio em estado razoável. O percurso de rípio é cheio de subidas e descidas e consegue-se andar a uma média de 30Km/h. Chegando na Cuesta del Obispo, o caminho é de rípio com muitas subidas e intermináveis curvas. Na Cuesta del Obispo as paisagens são lindas, principalmente quando se alcança maior altitude, onde é possível ter uma visão acima das nuvens. A visão é espetacular!
Na sequência passamos pelo Parque Nacional Los Cardones, também com paisagens maravilhosas com incontáveis cactus enormes. Este parque é uma reserva natural de 64 mil hectares de extensão a 2700m de altitude, onde é possível ver animais como vicunhas, mulas e raposas. Mas vimos apenas mulas. É uma região repleta de cactus (em espanhol: cardón) que dão o nome ao parque. Estes cactus podem atingir até 8m de altura e viver 400 anos, cujas formas são uma marca registrada de todo noroeste argentino.
O trecho da ruta em Los Cardones é boa parte asfaltada (em bom estado). Alguns trechos da pista estavam em obras de pavimentação. Uma parte da rodovia é uma estrada retilínea perfeita de 18Km a 3000m de altitude que corta o parque e é chamada de Recta del Tin-Tin.
Há poucos quilômetros está a cidade de Cachi. De Salta a Cachi levamos cerca de 4h30, com muitas paradas para fotos. Cidade pacata e muito simpática com aproximadamente 5 mil habitantes. É a mais importante produtora de pimenta do país. Chegando em Cachi fomos procurar algo para comer, mas como estávamos com pressa queríamos algo que podemos levar para continuar viagem. Chegamos ao restaurante chamado Comedor El Estribo, localizado na esquina da praça e próximo ao museu. Compramos uns deliciosos sanduíches de milanesa (com ovo, alface e tomate, carne à milanesa) pagamos PA$18,00 (R$ 9,38) o que correspondeu a 4 sanduíches do tamanho do nosso pão francês. Ótimo custo benefício. Enquanto esperávamos os sanduíches ficarem prontos, tiramos algumas fotos das ruas da cidade, da praça central, da igreja e do museu.
Então seguimos viagem até Cafayate pela ruta 40. Esta ruta é de rípio em precárias condições. São 157Km e o pior trecho é o que segue logo após Cachi, tornando-se melhor próximo a Quebrada de las Flechas. Embora a quilometragem seja pouca, se leva muito tempo viajando neste percurso devido às condições da rodovia (andamos um bom trecho entre 20 e 40km/h). Parece que não chegávamos nunca ao destino, até porque uma parte do trecho não tem muitas atrações.
Isto tudo foi bastante amenizado ao chegarmos à Quebrada de las Flechas. Um lugar muito interessante com enormes formações rochosas, formando uma longa cadeia de pedra bruta. Logo que passa a Quebrada las Flechas, do nada tem alguns painéis de espelhos na beira da estrada. Maluco, mas interessante para fotografar! Vale a pena o passeio.
Próximo a Cafayate, em San Carlos, a estrada já é asfaltada. De Cachi a Cafayate (157Km) levamos 5h15! Acredite, é difícil fazer em menos tempo, pois boa parte da RN40 está em condições bem ruins e é necessário dirigir devagar por causa das pedras e costeletas.
Passamos rapidamente em Cafayate para abastecer e, como já era tarde, desistimos de visitar as ruínas de Quilmes. Então seguimos viagem em direção a Salta pela ruta 68.
Só para constar, Cafayate é uma pequena cidade de 12 mil habitantes que é conhecida como a terra do bom vinho de altitude, onde suas principais atrações são suas bodegas, as ruínas de Quilmes e a Quebrada de Cafayate.
No retorno para Salta passamos pelas impressionantes paisagens com formações rochosas da Quebrada de Cafayate. Estas formações foram causadas devido à erosão do rio las Conchas. A vista é de montanhas rochosas e algumas vezes com formações inusitadas. Passamos pelas formações chamadas Los Castillos, El Obelisco, El Fraile, El Sapo, El Anfiteatro e Garganta del Diablo, todas devidamente identificadas com placas. Sendo que os mais interessantes são os dois últimos. Destaque para El Anfiteatro, que é realmente algo muito interessante. Consiste de uma concha acústica natural, praticamente uma caverna enorme sem teto. Chegando lá havia um músico tocando seus instrumentos, sendo isto um show a parte, contribuindo com a beleza e acústica do lugar. Ficamos um tempo fotografando, enquanto ouvíamos 2 ou 3 músicas que ele tocou. Acabamos compramos um cd por PA$20,00 (R$10,42) para contribuir com o rapaz (Bonzo Horak) que acabou nos tirando fotos bem legais dentro da caverna, pois ele já sabe das “manhas” do local para fazer boas fotos. As músicas dos CDs são acústicas e bem legais.
Além destas formações, este percurso conta com belíssimas paisagens nos seus primeiros quilômetros entre Cafayate e Salta pela ruta 68, que no total são 186Km (asfaltado e em ótima condição). Após passadas as maiores atrações, a viagem ficou bem cansativa e não víamos à hora de chegar ao hotel para descansar. Na chegada a Salta estava chovendo bastante. Fomos direto para o hotel e, de tão cansados, acabamos nem jantando.
Chegando ao hotel Hector nos informou que havia mais 2 casais de brasileiros que estavam hospedados e também estavam viajando de carro: um casal de São Paulo e o outro de Campinas. Fizemos amizade com o Décio e a Margarete de São Paulo, casal muito simpático. Conversamos um pouco antes de ir dormir. O legal de tudo isso é encontrar pessoas que gostam de viajar e curtem aventuras de carro como nós, para podermos assim trocar experiências. Trocamos contatos e como nosso roteiro é parecido, provavelmente nos encontraremos em San Pedro do Atacama no Chile daqui alguns dias.
O dia foi bem cansativo, mas valeu muito a pena os 2 percursos que fizemos. Amanhã tem mais… rumo a Purmamarca.
Dica do dia
Este percurso que fizemos é muito longo para ser feito em apenas um dia. E a ruta RN40 entre Cachi e Cafayate está péssima, obrigando a dirigir devagar. Sugerimos fazer este percurso em 2 dias, dormindo em Cafayate. No primeiro dia pode-se fazer o primeiro trecho que fizemos, que é o mais difícil e demorado (Salta -> Cachi -> Cafayate, pelas rutas 33 e 40). No segundo dia pode-se ir até as ruínas de Quilmes e depois retornar para Salta pela ruta 68, conhecendo sem pressa as belas paisagens deste trecho. Se sobrar tempo pode-se visitar uma das bodegas aos arredores de Cafayate.
Clique aqui e conheça a diferença entre lhama, alpaca, guanaco e vicunha.
Veja mais fotos deste dia no Flicker: clique aqui!
meus parabéns pelo relato, estou pensando em fazer esse trajeto rebocando um mini trailer, meu carro é 4×4,vou em setembro, voce chegou ver algum trailer ou motor home na estrada?obrigado
Prezados Viajantes
Parabéns pelo site e pelas fotos. Muito informativo.
Em Agosto deste ano estarei em Salta e pretendo fazer o circuito Salta-Cachi-Cafayate.
Minha idea é fazer o circuito em carro alugado em dois dias. No primeiro, de Salta a Cafayate e no segundo de Cafayate a Salta (ver Quilmes, etc). Inclusive já reservei hotel em Cafayate, etc.
Estou preocupado com as condições das estradas, principalmente a ROTA 40 entre Cachy e Cafayate e então gostaria de saber se vocês podem me ajudar com as seguintes dúvidas:
1) É possível fazer os circuitos em carro simples, econômico,tipo Corsa,Clio,Gol 1.0? Pergunto isto porque o preço do aluguel de um 4X4 é altíssimo.
2) Existe risco do carro atolar em algum lugar?
3) Existe perigo de assalto na estrada?
4) Em suma, quais são os riscos? Que conselhos me dariam?
A minha impressão é que dirigindo devagar é possível fazer o circuito sem susto, inclusive o de Cachy-Cafayate pela Ruta 40, mas como nunca estive lá, acho melhor me precaver.
Agradeceria muito qualquer ajuda.
Marcos Silveira
Olá Marcos
Não sei como são as condições da ruta 40 no inverno, pois tem alguns trechos em grandes altitudes e podes pegar neve. Não lembro direito, mas pode ser que em alguns trechos a estrada passe por algum trecho que pode estar alagado no inverno. No verão é possível ir tranquilo com um carro 1.0.
Sugiro que entres em contato com um centro de informações turísticas da região para saber das condições da estrada no inverno. Uma possibilidade é você ir de Salta até Cachi, pois é quase tudo asfaltado e então retornar. Depois, partindo novamente de Salta, vá para Cafayate pela ruta 68 (estrada asfaltada) e de lá vá até a Quebrada de Las Flechas. Com esta dica a viagem é mais tranquila no inverno e você irá ver o melhor deste roteiro. Acredite, não precisa mais que isso. 🙂
Não há postos na ruta 40, talvez somente em Cachi. Fora esta cidade não há infraestrutura alguma pelo caminho. Você irá passar por algumas vilas somente. Não há porque temer em relação a assaltos, há apenas algumas vilas no caminho a acredito que seja tudo muito seguro.
Um abraço
Alexandre, Rosângela, Felipe e Isabela
Lindas paisagens, o roteiro é bacana mas comigo, nada de estradas de rípio, barro, terra, cascalho, etc…Meu negócio é asfalto.
Olá Ezequiel
Agradecemos sua visita ao blog.
Realmente, para percorrer estradas de rípio, o planejamento é bem mais complexo.
Um abraço
Alexandre, Rosângela, Felipe e Isabela
Boa tarde, meus caros!!! Postei meu roteiro aqui no blog de vcs. É bastante semelhante ao que fizeram (eu que copiei, claro hehe), mas com menos dias. Vamos sair de Curitiba dia 31 de dezembro e precisamos estar de volta dia 14 pela noite. Então, temos 15 dias…
Pensamos em dormir a primeira noite em Puerto Iguazú, a segunda Resistencia e a terceira em Salta. Aí que vem nossa dúvida. Acham que é imprescindível esse passeio de bate e volta que fizeram neste post? Ou acham que podemos seguir adiante, passando por Purmamarca e dormindo em Tilcara, para depois seguir para San Pedro de Atacama?
Abração!!!
Olá Cláudio
Já respondi o comentário sobre seu roteiro. O roteiro que me enviastes tinha 17 dias, saindo dia 31/dez e retornando no dia 16/jan. Para 15 dias vocês terão que tirar alguma coisa.
O passeio apresentado neste post é muito bom, mas é puxado demais para um dia só (conselhamos 2, dormindo em Cafayate). Como teu roteiro já está apertado, deves deixar este passeio de fora.
Um grande abraço
Alexandre e Rosângela
oiii…adoramos o blog de vcs….Nós também amamos viajar..aventurar-se pelo mundo..por enquanto Brasil e a América do Sul…
Também temos um blog…fica aí a dica se vcs quiserem dar uma passadinha lá.
Abraços aventureiros…hehe
http://www.marcosejosiane.blogspot.com
Até a próxima.
Olá Josiane
Obrigado pela visita. Vamos dar uma olhada no seu blog.
Um grande abraço
Alexandre e Rosângela
Olá, estaremos indo novamente em dezembro2010, sim, é melhor fazer uma pousada em Cachi ou Cafayate, dependendo do sentido do roteiro. Nós partimos de Salta para Cafayate e dormimos em Cachi, e no dia seguinte voltamos para Salta. Recomendo a dormida no trajeto para melhor aproveitar o passeio. Muito bom seu blog, parabéns! Sueli
Sueli
Obrigado pela visita e pelas dicas.
Suas fotos estão espetaculares.
Abraços
Alexandre e Rosângela
Caramba, que Lugares lindos!
E seu blog, nota 10, cheio de informações úteis..
Um dia viajarei assim também.
Abraços.
Iremar
Olá Iremar
Agradecemos sua visita.
PS.: Você pode receber as novidades do site por email. Visite:
http://viajandodecarro.wordpress.com/contato/novidades-do-site/
Abraços
Alexandre e Rosângela
Realmente vocês andaram demais nesse dia, viram tudo muito rápido….e como aconteceu comigo, fica aquela lembrança de poder ter visto com mais calma, de apreciar mais, mas sei como é….planejamos os dias e temos que cumprí-los…é um bom motivo para voltar outro dia.
André
Neste dia ficamos exaustos. Mas foi um passeio e tanto.
Abraços
Alexandre e Rosângela