Plantação de girassóis em Concepción del Bermejo

Saída: Resistencia/Argentina – Km 972 (8:40h)
Chegada: Salta/Argentina – Km 1789 (18:30h)
Distância: 817Km

Acordamos às 7:30h e fomos tomar café. O café na Argentina, não muito diferente dos outros da viagem anterior, foi bem simples com medialunas, torradinhas, doces cremosos, café, leite e suco artificial.

Saímos de Resistencia às 8:40h com destino a Salta. A previsão para hoje é de percorrer 816Km. O tempo hoje continuou bem abafado e estava nublado. Choveu em alguns trechos, amenizando um pouco o calor.

Para chegar a Salta o trajeto é através da RN16 em sentido oeste, passando por Presidencia Roque Saenz Peña e Joaquim V. Gonzalez. Após pega-se a RN9/34 à direita e depois a RN9 à esquerda até Salta.

Na saída de Resistencia passamos por outro pedágio que custou PA$2,10 (R$ 1,09).

Paramos em Saenz Peña para abastecer e já compramos uns sanduíches para a viagem, pois o caminho ainda seria longo e sem muitas opções na beira da estrada. Tínhamos que garantir nosso almoço! Pagamos por 4 sanduíches de presunto e queijo PA$14,00 (R$7,29).

Em Concepción del Bermejo, após Saenz Peña, passamos por um campo de girassóis. Não estava tão bonito e o tempo também não ajudou, pois estava nublado e bem na hora começou uma chuva bem forte.  Mesmo assim deu para fazer uns clicks.

Plantação de girassóis em Concepción del Bermejo

Plantação de girassóis em Concepción del Bermejo

A RN16 possui alguns trechos com pavimento irregular, nestes trechos há muitos buracos. Porém estes trechos não chegam a ser um grande problema, basta dirigir com atenção para desviar da maioria dos buracos. Em toda sua extensão não possui acostamento e a pista é simples. A velocidade permitida é de 110Km/h.

Retas intermináveis na RN16

Retas intermináveis na RN16

Deve-se abastecer em Saenz Peña, pois até Joaquim V. Gonzalez são em torno de 440Km e há alguns abastecimentos na margem da RN16. Por segurança, recomendamos manter combustível para uma autonomia mínima de 200Km. Pelos relatos que lemos na internet tivemos a impressão que este trajeto seria bem mais desolado. O movimento de veículos foi pequeno, mas até que havia um número razoável de postos de combustível e vilarejos no caminho. Todo o percurso da RN16 é tranquilo e pode-se percorrê-lo sem dificuldade alguma.

Neste trajeto passamos por outros 4 carros brasileiros. Um deles era uma pickup que está fazendo uma expedição chamada “América do Sul parte II – 2009/2010”.

Passamos por uns 4 postos policiais e não fomos parados em nenhum. Em um posto policial próximo a Pampa de Los Guanacos (entrocamento com a RP6) havia um policial com uma prancheta na mão que aparentemente anotou nossa placa. O indivíduo tinha uma cara de “falcatrua”, mas não nos parou. Pensamos que ele iria avisar algum de seus colegas pelo rádio e logo adiante seríamos parados, mas isto não aconteceu. Lemos um relato na internet que falava sobre cobrança de propina neste posto policial.

No fim da RN16, se pega a RN9/34 à direita. Esta rodovia é toda duplicada e está em ótimo estado de conservação. Depois se toma a RN9 à esquerda em direção a Salta. Neste trecho somente há postos de combustível próximos a RN9. Ou seja, logo depois da RN16 ainda anda-se um bom trecho da RN9/34 sem abastecimentos: previna-se e encha o tanque em Joaquín V. Gonzáles.

Chegando a Salta passamos por dois pedágios que custaram PA$1,80 (R$) e PA$2,50 (R$).

Chegamos às 18:30h e fomos direto para o Hotel Yatasto, o qual foi indicado pelo André Marques de Maringá-PR (Expedição Trópico de Capricórnio) que fez uma viagem para o Atacama em 2009.

O hotel possui estacionamento a uma quadra e meia (já incluído na diária), ventilador de teto, café da manhã e internet wi-fi. O dono (Hector) é casado com uma brasileira, que no momento está passando uma temporada no Brasil. Hector além de ter o hotel, faz passeios pela Bolívia, Chile e pelas regiões de Salta e Catamarca na Argentina. Como já havíamos pesquisado sobre a Catamarca, onde em alguns lugares não é recomendável ir num veículo só (mesmo se tenha um veículo 4×4), acabamos muito incentivados a voltar e fazer uma expedição 4×4 de 9 dias. Estes lugares da Catamarca, segundo um francês que organiza tours por vários lugares no mundo, diz serem os mais lindos de todos! Como podem ver, mal chegamos aqui e já estamos com o pé que é um leque fazendo planos para voltar, porque este lugar é mágico. Mas isso até o momento é somente teoria para nós (vistos em relatos e fotos), pois ainda nem iniciamos a parte boa da viagem.

Após nos instalarmos no hotel fomos dar uma volta para conhecer a cidade.

Fomos primeiramente ao início da subida do cerro San Bernardo para ter uma vista geral da cidade e poder fotografar. Não chegamos a subir, pois já estava tarde e ainda queríamos dar mais umas voltas. A subida no cerro pode ser feita a pé, de carro (até bem próximo do topo) ou de teleférico que parte do parque San Martín. Há também a opção de subir e descer pelas escadarias ou subir e descer através do teleférico. Após fomos conhecer a Iglesia San Francisco, localizada na Calle Córdoba esquina Caseros. Que é uma igreja muito bonita, um dos cartões postais da cidade.

Salta vista do mirante no Cerro San Bernardo

Salta vista do mirante no Cerro San Bernardo

Iglesia San Francisco

Iglesia San Francisco

Depois fomos passear no parque San Martín. É um belíssimo lugar para passar uma tarde. Tem brinquedos para crianças, lago com barquinhos e pedalinhos, além de espaço para se fazer caminhadas. Quando chegamos tinha um grupo musical se apresentando, não sabemos se era chileno ou argentino. O que nos chamou bastante atenção é que as pessoas desta região da Argentina possuem características do povo chileno e boliviano: pele mais escura e estatura baixa.

Músicos argentinos no Parque San Martín

Músicos argentinos no Parque San Martín

Parque San Martín em Salta

Parque San Martín em Salta

Passamos na feira de artesanato que acontece todos os domingos no Parque San Martín. Lá compramos mais uma toquinha de lã para enfrentar o frio dos Geisers Él Tatio no Chile. Jantamos numa pizzaria chamada El Palacio de La Pizza na Calle Caleros, 117. Comemos uma pizza grande e pagamos PA$39,00 (R$ 20,31) que foi bem saborosa. Esta pizzaria estava bem pouco movimentada para um domingo. Na pizzaria o garçom nos recomendou tomar cuidado com nossas bolsas e máquinas fotográficas, pois poderíamos ser furtados.

Convento San Bernardo

Convento San Bernardo

Depois abastecemos o carro e voltamos para o hotel. Na chegada ao hotel conversamos com Hector que nos deu muitas dicas de passeios, sendo muito atencioso conosco. O Hector também nos deu um saquinho com folhas de cocas secas para fazermos chá e tolerar melhor a altitude. Após fomos dormir, pois o outro dia seria cheio, afinal é a partir dé amanhã que começa a melhor parte da viagem.

Dica do dia:

Não durma em Corrientes, escolha um hotel em Resistência, pois nesta última cidade existem maiores e melhores opções de hospedagem.

Veja mais fotos deste dia no Flicker: clique aqui!

Ir para o próximo dia.

Rumo a fronteira Brasil/Argentina!

Saída: Pelotas/Brasil – Km 0 (8:30h)
Chegada: Resistencia/Argentina – Km 967 (22:45h)
Distância: 967Km

Hoje inicia mais uma de nossas aventuras. Na noite anterior organizamos no carro uma parte do que iríamos levar. Dois dias antes já tínhamos o bagageiro de teto instalado, pois para colocá-lo se leva um tempo considerável.

Acordamos às 6:30h e terminamos de arrumar tudo e organizar nossa bagagem no carro. Fizemos uma última revisão de tudo que deveríamos levar. O mapa mental que usamos como checklist do que levar nos ajudou muito a garantir mais uma vez que nada seria esquecido.

Desta vez, como já saímos de Pelotas com o bagageiro de teto (compramos no Chile na viagem anterior), acabamos levando um pouco de coisas a mais, até porque pretendemos acampar em algum lugar. Nosso porta malas de 460l foi lotado e ainda colocamos mais uns 100l de coisas no bagageiro de teto (que é de 450l).

Começamos a nossa viagem às 8:30h. O dia estava bem bonito e ensolarado.

Nosso objetivo de hoje foi chegar a Resistencia, na Argentina. O percurso previsto é de 955Km. Saindo de Pelotas/RS pega-se a BR293 em direção a Bagé. Depois passa-se por Santana do Livramento e Quaraí. Segue-se pela BR293 e depois pega-se a BR290 à esquerda, seguindo até Uruguaiana, cidade que faz divisa com Paso de Los Libres na Argentina. De Paso de Los Libres pega-se a RN14 e em seguida entra-se à esquerda na RP123. Segue-se pela RP123 passando por Mercedes, até encontrar a RN12 (à direita) em direção a Corrientes. De Corrientes, se sai da RN12 e pega-se a RN16 à esquerda até Resistencia. De Pelotas a Uruguaiana são em torno de 566Km. De Paso de Los Libres a Resistencia são mais uns 389Km.

Coisas de gaúcho (próximo a Dom Pedrito/RS)

Coisas de gaúcho (próximo a Dom Pedrito/RS)

Morro de Palomas (Santana do Livramento/RS)

Morro de Palomas (Santana do Livramento/RS)

Chegamos a Quaraí (RS) com o tanque entrando na reserva. Péssima notícia, pois saímos de Pelotas com o tanque cheio de gasolina (48l) e percorremos somente 443Km. Pelos nossos cálculos  a autonomia do tanque cheio deverá ficar em torno de 500Km. Isto é um problema, pois a travessia do Paso San Francisco, entre Copiacó (Chile) e Fiambalá (Argentina) é de 470Km sem abastecimentos. Como pretendemos parar muitas vezes neste percurso e teremos um trecho grande de rípio, poderemos ter problemas com falta de combustível. O consumo deste primeiro tanque de gasolina está bem estranho. Estamos suspeitando que não encheram bem o tanque e qualidade da gasolina do posto que abastecemos. Nas férias passadas tivemos média de 14Km/l abastecendo a gasolina da Argentina. Como no Brasil só usamos álcool como combustível, não sabemos qual a autonomia atual de nosso carro com gasolina.

Rumo a fronteira Brasil/Argentina!

Rumo a fronteira Brasil/Argentina!

Por via das dúvidas, em Uruguaiana compramos um galão de 20l para carregarmos algum combustível reserva para os trechos mais críticos (Paso San Francisco, Paso Jama e Antofagasta de La Sierra).

Compramos também algumas latas de café produzido no Brasil, para usar como alternativa caso algum policial argentino tente barganhar alguma propina. A RN16 que atravessa todo o Chaco argentino, entre Resistência e Salta é famosa pelos seus policiais corruptos. E o que piora a situação é que estamos perto do Natal e a polícia corrupta gosta de angariar fundos para a “cidra”.

Ponte internacional Brasil/Argentina (Uruguaiana/Paso de Los Libres)

Ponte internacional Brasil/Argentina (Uruguaiana/Paso de Los Libres)

Chegamos em Uruguaiana as 15:15h, onde calor era intenso. Ficamos preocupador com o calor que provavelmente teríamos de enfrentar no Atacama. Após as compras (ficamos 1h na cidade) fomos atravessar a ponte que liga o Brasil a Argentina. As aduanas dos dois países são integradas (estão no mesmo prédio) e estão localizadas após a ponte, dentro do território da Argentina. Após a ponte, antes de chegarmos à aduana, um policial nos solicitou o documento do carro e identidade do motorista, além da carta verde. Revisou os dados dos documentos para verificar se o carro estava realmente no nome do motorista e nos mandou seguir até o prédio da aduana para registrar nossa entrada. Não revistaram nosso carro e nem perguntaram se estávamos com alguma fruta, verdura ou carne. Mas o mesmo guarda revistou a mochila de um motoqueiro que estava em nossa frente. Eles registraram nossa saída do Brasil na aduana brasileira e nos deram os cartões de entrada na Argentina em outro balcão. Para variar, cada aduana usa um sistema diferente. Em nossa viagem anterior, ao sairmos do Brasil e entrar no Uruguai somente registramos a entrada no Uruguai. Na aduana da Argentina nos informaram que para a entrada do carro não precisaríamos receber nenhum documento, pois somente seria registrado no sistema que o carro entrou no país (regras do Mercosul). Levamos em torno de 30 minutos na aduana e seguimos viagem.

Aduana Argentina em Paso de Los Libres

Aduana Argentina em Paso de Los Libres

Quando abastecemos em Quaraí/RS (R$2,69 litro da gasolina aditivada), colocamos somente combustível suficiente para chegar em Mercedes, onde enchemos o tanque pagando PA$3,80 (R$1,98) na nafta grado 2. Logo após a aduana existem vários postos, porém lemos comentários que o preço para brasileiros é mais caro. Abastecemos em um posto Shell, onde pagamos com cartão de crédito.

A estrada entre Pelotas e Uruguaiana está em bom estado de conservação, com apenas alguns trechos ruins próximos a Bagé e também chegando a Uruguaiana. Estes trechos estão em manutenção. A boa noticia é que além da estrada estar em bom estado, não existe pedágio em nenhum ponto. Em todo este trecho havia muito pouco trânsito, dificilmente precisávamos ultrapassar algum carro.

As estradas (RN123 e RN12) entre Paso de Los Libres e Resistência também estão em bom estado de conservação, com somente alguns poucos trechos com buracos, também em manutenção.  O movimento de carros neste trecho também foi muito pequeno. O tráfego foi mais intenso na RP12 que está melhor conservada. A velocidade permitida é de 110km/h para automóveis. Passamos por alguns postos policiais, mas não fomos parados nenhuma vez. Alguns policiais até nos cumprimentaram.

Pouco antes de chegar a Resistencia passamos por 2 pedágios que pagamos PA$2,10 (R$ 1,09) e PA$1,20 (R$0,63). Quem nos dera que no Brasil tivéssemos estes preços.

Chegamos em Resistencia às 22:45h. Abastecemos para já deixar o carro pronto para o dia seguinte, no qual a viagem também será longa. A cidade estava bem movimentada, apesar do horário. Havia uma circulação frenética de carros por todos os lados. Havia até fila nos postos de combustível, mas mesmo assim não esperamos muito para abastecer. O trânsito, aparentemente desorganizado, até que funciona. É interessante ver as motocicletas com toda a família em cima, chega a ter 4 numa mesma moto. Capacete? Para quê?! Ninguém usa.

Fomos procurar um hotel indicado no nosso guia de viagem. Colocamos o endereço no GPS e chegamos até o hotel com facilidade. Este hotel já estava lotado e acabamos ficando no hotel ao lado, que também tinha indicação no nosso guia.

Ficamos no hotel Gran Hotel Royal (www.granhotelroyal.com.ar). O hotel é simples, porém tem estacionamento (distante 1 quadra), ar condicionado, internet wi-fi e café da manhã. Pagamos para casal PA$179,00 (R$93,00). Comemos um lanche, que levamos para o hotel, e fomos dormir.

Em Resistencia estava muito calor, mesmo à noite. O ar condicionado foi de fundamental importância, acreditamos que a temperatura estava próxima a uns 30ºC.

Veja mais fotos deste dia no Flicker: clique aqui!

Ir para o próximo dia.