Este foi um dia especial para nós, pois era o dia do aniversário do Alexandre e fomos comemorá-lo no Salar de Uyuni, o maior salar do mundo!
Acordamos cedo e tomamos café da manhã, que foi semelhante aos outros. O tour para o salar iria sair somente às 10:30h (Bolívia). Então nós e Andrew fomos caminhar pela cidade e brincar de fotografar o povo local. Falamos em brincar, pois parecia uma brincadeira, tínhamos que fotografar cenas e pessoas de modo disfarçado (com flash desligado, ou fingindo fotografar outra coisa), porque eles ficam muito bravos ao serem fotografados. Não gostam até mesmo quando fotografávamos os produtos vendidos no mercado.
Foi bem legal o nosso passeio e fotografamos cenas bem interessantes da cultura boliviana. Compramos algumas alças para carregar garrafas de água mineral, o que é muito comum tanto aqui quanto em San Pedro no Chile.
Depois fomos para agência Colque, esperamos um pouco e em seguida partimos para o Salar de Uyuni. Agora tinha mais um integrante, o Sebastian, um francês que estava numa viagem de 10 meses pela América do Sul. A caminhonete que usaríamos para entrar no salar é outra, bem mais antiga e sem injeção eletrônica. Isto porque o sal prejudica muito o funcionamento de carros com muitos dispositivos eletrônicos.
Chegando ao salar, o guia fez uma parada antes em um lugar onde havia muitas bancas vendendo artesanato local e esculturas feitas em sal. Eram muito bonitas, porém não adquirimos, pois tínhamos a informação de que as mesmas poderiam derreter no Brasil devido à umidade.
Entramos então de carro no salar, onde havia em torno de 5 a 10cm de água. O guia parou durante alguns minutos dentro do salar, mas é claro que o tempo que o guia disponibilizou não foi o suficiente para nós, que queríamos aproveitar e tirar muitas fotos. Seguimos então com a camionete entrando mais um pouco no salar. Paramos novamente próximo ao Hotel de Sal (GPS Lat 20°19’50.45″S – Long 67° 2’48.92″O), onde também iríamos almoçar. O hotel fica há uns 7km para dentro do salar.
Aproveitamos para tirar mais umas fotos e em seguida o guia nos chamou para almoçar. Almoçamos em mesas e cadeiras feitas de sal ao ar livre, junto do hotel de sal. Uma maneira bem interessante e diferente para o Alexandre passar o seu aniversário, ainda em companhia de pessoas agradáveis vinda de vários lugares do mundo. Muito legal!
Após o almoço fomos visitar o hotel de sal onde tiramos mais algumas fotos.
Quando chegamos ao salar o guia havia nos comunicado que não iríamos a Isla del Pescado (GPS Lat 20°08’35″S – Long 67°48’27″O). Este fato foi o único problema que temos de reclamação deste tour. O guia justificou que não poderíamos ir porque havia muita água no salar. Pelo que vimos isto não era verdade, já que outros carros estavam indo até a ilha. O problema real é que a caminhonete que andávamos estava com problemas, falhando muito e provavelmente iria nos deixar no meio do caminho.
O guia falou que poderia ser bastante arriscado, pois o carro poderia ter problemas e também porque levaríamos muito tempo para chegar até a ilha devido à quantidade de água no salar (que para nós não parecia ser muita). Resolvemos não complicar, pois tínhamos horário para retorno a San Pedro e os demais integrantes tinham que pegar um ônibus para partirem para outras cidades. Resolvemos também não arriscar porque se a camionete tivesse problemas teríamos que fazer uma longa caminhada de volta, já que a ilha ficava a 82Km do Hotel de Sal. Enfim, é uma pena, mas ficamos sem ir a Isla del Pescado. Então, após a visita ao Hotel de Sal ficamos mais algum tempo no salar e retornamos para a cidade de Uyuni.
Em Uyuni aproveitamos para caminhar mais um pouco pela cidade e tirar mais algumas fotos. Fomos dar mais algumas voltas pelos mercados da cidade, que é sempre um bom local para conhecer mais sobre a cultura do povo.
Mais tarde retornamos a agência Colque, onde tivemos que esperar um bom tempo até que o motorista aparecesse. Próximo das 20h o carro que iria nos levar novamente para San Pedro apareceu. Mais uma vez nos disponibilizaram um caminhonete em estado questionável, bem diferente do estado daquela que andamos nos outros 2 dias. A caminhonete era também uma Toyota Land Cruiser, só que bem antiga. O motorista também era bem “antigo”, devia ter uns 70 anos.
Desta vez tínhamos outras 3 companheiras de viagem: uma francesa e duas argentinas de Tucumán. A simpática francesa estava tirando férias de 6 meses pela América do Sul e já estava na Bolívia há 2 meses. As argentinas, mãe e filha, estavam tirando férias no Chile e Bolívia por alguns dias. Todas estavam indo passar alguns dias em San Pedro.
O objetivo de hoje era chegar a Alota, distante 145Km de Uyuni pela ruta 701. A distância parecia pequena, mas devido ao horário que saímos, o estado da estrada, a caminhonete e o motorista, pudemos perceber logo no início que a missão não seria muito fácil. Todo o percurso até San Pedro é de estrada de chão. Os primeiros quilômetros foram bem assustadores, pois o motorista não enxergava muito bem, o limpador de pára-brisas não funcionava e o vidro ficava sujo de lama, pois havia chovido na estrada.
O motorista insistia em dirigir do lado esquerdo da estrada, indo para o lado direito somente quando o carro em sentido contrário estava bem próximo de nós. O engraçado, na verdade de engraçado não tinha nada, é que mesmo que a estrada do lado esquerdo estivesse em estado pior que do lado direito, o motorista insistia em andar do lado errado. Além de tudo estava muito frio e a caminhonete não tinha aquecimento. Não sei como não pegamos uma gripe de tanto frio que passamos.
Após uns 50km onde não havia mais nenhum carro na estrada. Isto foi uma boa notícia, já que ficávamos apavorados sempre que tínhamos que passar por outro carro.
A estrada estava bem ruim, mas o motorista andava sempre correndo, pois saímos muito tarde de Uyuni. Chegamos em Alota as 22:26h, exautos e com muito frio. O alojamento foi o mesmo onde tínhamos almoçado no dia anterior. Nos serviram uma janta, que estava muito boa e com bastante variedade de alimentos.
O banheiro era uma espelunca e banho nem pensar. Ficamos todos (menos o motorista) em um dos quartos do alojamento. Os quartos até que estavam limpos, mas resolvemos usar os sacos de dormir.
O motorista nos disse que pretendia sair às 3h da manhã (horário da Bolívia). Pior notícia impossível! Fomos então dormir e aproveitar as poucas horas de sono que nos restavam.
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