Há muitos anos queríamos percorrer a famosa e enigmática Carretera Austral. Enfim, em dezembro de 2016, partirmos para lá. Foi uma viagem de 23 dias e cerca de 8.500km rodados. Foi nessa viagem que estreamos nosso novo carro (Chevrolet S10) e o camper Duaron. Acreditamos que o momento foi perfeito, já que o uso do camper compensou a pouca infraestrutura da região.

A Carretera Austral, oficialmente chamada de Ruta 7, está localizada no sul do Chile (regiões de Los Lagos e Aysén) e conecta as cidade de Puerto Montt e Villa O’Higgins. Esta última cidade é a porta de entrada do Campo de Hielo Sur. Atualmente carretera possui 1255km, sendo que cerca de 769km desses não estão pavimentados.

Lago General Carrera na chegada a Puerto Tranquilo

Ao longo da estrada a altitude varia entre 200 e 2000m, podendo cair neve até mesmo no verão. As temperaturas na região são baixas e as chuvas estão presentes durante todo o ano.

Sua construção foi iniciada em 1976 durante o governo militar de Pinochet. Os militares levaram mais de 20 anos para abrirem a estrada. A obra está localizada em um território com características geográficas bastante complicadas, junto a Cordilheira dos Andes. Sua construção ainda é um enorme desafio de engenharia, já que a região possui campos de gelos, rios, lagos, montanhas e florestas. Ao percorrê-la é fácil entender a complexidade desse projeto.

A pavimentação iniciou na década de 90, mas ainda segue em ritmo lento. Para se ter uma ideia, durante o ano de 2015 foram asfaltados somente 24km.

O asfalto na Carretera Austral

A carretera está em constante manutenção, pois são comuns os desmoronamentos, quedas de árvores e chuvas que podem algumas vezes causar interdições temporárias. Diversos trechos estão sendo asfaltados, de forma que o tráfego pode também estar interditado em alguns horários para a continuidade das obras.

Na figura abaixo selecionamos um mapa para que vocês possam entender melhor o roteiro. O mapa indica inclusive quais trechos da carretera estão asfaltados. Se você desejar um mapa mais detalhado clique aqui.

Mapa resumido da Carretera Austral (clique na imagem para ampliar)

Mapa resumido da Carretera Austral (clique na imagem para ampliar)

Resolvemos fazer uma série de posts sobre este maravilhoso destino, os quais estamos chamando de Guia da Carretera Austral. Com isso pretendemos tirar as principais dúvidas e ajudar no planejamento de quem quer se aventurar por lá.

Dinheiro

Recomendamos levar todo o valor para cobrir os gastos da viagem pela carretera em dinheiro em espécie. Obviamente que deve-se levar em pesos chilenos, pois é difícil fazer câmbio na região. As maiores cidades da carretera são Puerto Montt, com 220 mil habitantes, e Coyhaique, com cerca de 50 mil. Embora haja caixas eletrônicos em algumas cidades menores, por segurança, somente considere encontrar caixas e câmbio nestas duas cidades. O pagamento de despesas com cartão de crédito também dificilmente será possível nos demais povoados.

Também deve-se levar em conta que despesas inesperadas podem ocorrer, tal como um problema mecânico. Portanto é prudente levar dinheiro para gastos extras. Nossa sugestão é se precaver com pelo menos o equivalente a R$1 mil.

Hospedagem e alimentação

Ao longo da carretera existem hospedagens de diversos tipos e padrões, tais como pousadas, campings e albergues. O verão é a alta temporada, sendo que fevereiro é o mês em que a região recebe mais turistas. Portanto para não haver surpresas, nesta época é recomendável fazer suas reservas de hospedagem com antecedência. Esta dica é essencial para garantir as hospedagens de melhor custo-benefício e para economizar tempo tentando encontrar um bom lugar para pernoitar e ou mesmo a possibilidade de ficar sem acomodação.

Época ideal para percorrer a carretera

Muitos viajantes acreditam que somente é possível viajar pela carretera no verão. No entanto isto não é verdade. A primavera e outono são ótimas épocas para se aventurar por lá. Durante a primavera o caminho fica repleto de flores, o que torna o caminho ainda mais encantador. No outono é o colorido das folhas das árvores que impressionam os viajantes. A vantagem da viagem no verão são as melhores condições climáticas, maior disponibilidade de balsas e menor probabilidade de problemas com a neve.

Boa parte da estrada é de rípio e passa em meio a mata fechada

Acesso a internet

A subsecretaria de telecomunicações juntamente com os governos regionais do Chile colocaram a disposição vários pontos de internet wi-fi, de acesso gratuito, espalhados pelo país. O Wi-Fi ChileGob é um projeto que visa ajudar a melhorar o acesso nos lugares mais vulneráveis do Chile que possuem poucas alternativas de conectividade. Para informações sobre as zonas com wi-fi gratuita clique aqui.

Essa é uma ótima alternativa para acesso a internet, especialmente, em uma região de pouca infraestrutura de comunicação como a carretera austral. Nós utilizamos essa internet em várias zonas da carretera e constatamos a facilidade do uso e a boa velocidade de acesso da rede.

Além disso, compramos um chip da entel que, segundo informações que coletamos na internet, é a operadora de internet mais rápida do país. O chip é barato, custou 2 mil pesos chilenos o que equivale, na cotação atual, a cerca de R$10,00. É muito fácil utilizar, uma vez que não há necessidade de realizar nenhum tipo de cadastro e, depois de inserido no celular e ativado o número de acesso, basta inserir os créditos para sair utilizando. A partir de um valor X de crédito adquirido é possível acessar algumas redes sociais de forma ilimitada. Também é aconselhavel escolher um plano que se adeque melhor ao uso do chip. Nós optamos por utilizar somente internet e escolhemos um plano específico para acesso a rede com validade de um mês o que foi mais do que o suficiente para o nosso uso (cerca de 10 dias). Há sinal da operadora em todas as cidades da carretera. O chip adquirimos em Pucón, pois não saberíamos se encontraríamos na carretera. Por outro lado, recarregar os créditos é muito fácil, pois são encontrados em minimercados de todas as cidades da carretera austral.

Para mais informações sobre a carretera austral acesse os demais links do nosso guia.

Guia da Carretera Austral: carro mais adequado para a viagem

Guia da Carretera Austral: travessias de balsa

Guia da Carretera Austral: principais pontos turísticos

Guia da Carretera Austral: condições da estrada

Guia da Carretera Austral: postos de combustíveis

Guia da Carretera Austral: vale a pena ir até Villa O’Higgins?

Encontre o Viajando de Carro nas redes sociais.

Curta a Fanpage do Viajando de Carro no Facebook e acompanhe as notícias sobre todas as viagens que realizamos de carro.

Nos siga no Instagram @blogviajandodecarro e curta as fotografias que tiramos durante as nossas viagens.

Veja as nossas fotografias no Flickr.

Nos acompanhe no Twiter: @viajedecarro.

Ao longo da carretera há um bom número de postos de combustíveis, portanto não há necessidade de levar combustível reserva. A rede Copec está presente na maioria dos povoados e alguns dos postos aceitam cartão de crédito.

Portanto a falta combustível não é uma grande preocupação para os viajantes que querem se aventurar pela região. De qualquer forma é sempre recomendável manter uma autonomia mínima do tanque de 200km.

Localização dos postos Copec na Carretera Austral (Guia 2017)

Em nossa viagem nunca chegamos a menos de meio tanque de combustível em nosso carro, isto que nossa autonomia com tanque cheio era de apenas 520km devido ao peso do camper.

Embora haja um quantidade suficiente de postos de combustíveis em todo o trajeto da carretara austral, predominando os postos da rede Copec, eles não oferecem muita infraestrutura. Os postos, no geral, possuem uma cafeteria simples e banheiros. No entanto, para utilizar os banheiros é necessário pagar uma taxa, ou seja, não são gratuitos nem para quem abastece nos postos. A sua maioria possui wi-fi, mas não são disponibilizadas para os clientes.

Posto na Carretera Austral/Chile

Posto na Carretera Austral/Chile

No entanto, para veículos de recreação como motorhomes, trailers e campers os postos fornecem água gratuitamente para o reabastecimento dos depósitos dos veículos. O único que cobrou para esse abastecimento foi no posto Copec de Chaitén.

Além disso, é possível pernoitar pernoitar com segurança já que a maioria dos postos funcionam 24h.

Para mais informações sobre a carretera austral acesse os demais links do nosso guia.

Guia da Carretera Austral: aspectos gerais

Guia da Carretera Austral: carro mais adequado para a viagem

Guia da Carretera Austral: travessias de balsa

Guia da Carretera Austral: principais pontos turísticos

Guia da Carretera Austral: condições da estrada

Guia da Carretera Austral: vale a pena ir até Villa O’Higgins?

Veja também: Preços dos combustíveis na Argentina, Chile e Uruguai (jan/2017)

Encontre o Viajando de Carro nas redes sociais.

Curta a Fanpage do Viajando de Carro no Facebook e acompanhe as notícias sobre todas as viagens que realizamos de carro.

Nos siga no Instagram @blogviajandodecarro e curta as fotografias que tiramos durante as nossas viagens.

Veja as nossas fotografias no Flickr.

Nos acompanhe no Twiter: @viajedecarro.

Atualmente a carretera possui 1255km, sendo que cerca de 769km desses não estão pavimentados. O trecho não asfaltado é em rípio (cascalho).

É sempre complicado falar sobre as condições de uma estrada não pavimentada, já que o estado varia conforme as condições climáticas e com a sua manutenção. Por exemplo, em um dia um determinado trecho pode estar repleto de buracos e pedras soltas, enquanto no outro, após ter sido patrolado, a estrada pode ter ficado em ótimas condições.

Carretera Austral sendo patrolada

Devido a grande extensão em rípio, o estado da carretara varia muito de um lugar para outro. Mas no geral a estrada está bem conservada e são poucos os trechos em condições ruins.

Um dos piores trechos pelo qual passamos com buracos e pedras soltas

Apesar das constantes chuvas, como a estrada é composta de rípio, dificilmente forma barro em grande quantidade. Pegamos bastante chuva praticamente em toda a sua extensão e não vimos nenhum trecho que houvesse barro em que se pudesse se ficar atolado mesmo com um carro convencional. Também não encontramos nenhum ponto de alagamento, que dificultasse a travessia de carros menores.

Rípio em boas condições

O problema maior em alguns trechos são as pedras soltas e buracos. As famosas costelas de boi estão presentes em uma boa parte da extensão, pois são geradas pelo escorrimento das águas da chuva pela estrada.

Os trechos asfaltados estão todos em boas condições, o que é uma características constantes da pavimentação chilena. Quando eles asfaltam um trecho, o fazem bem feito.

Um dos trechos asfaltados da Carretera Austral

De qualquer forma, é necessário cautela ao dirigir em estradas com rípio. Este tipo de solo diminui radicalmente a aderência do carro. Portanto deve-se tomar muito cuidado nas curvas, ultrapassagens e frenagens mais bruscas. Alguns viajantes se descuidam e acabam sendo surpreendidos por derraparem e saírem da estrada, o que pode acabar em um acidente grave devido aos diversos penhascos presentes na região.

Para mais informações sobre a carretera austral acesse os demais links do nosso guia.

Guia da Carretera Austral: aspectos gerais

Guia da Carretera Austral: carro mais adequado para a viagem

Guia da Carretera Austral: travessias de balsa

Guia da Carretera Austral: principais pontos turísticos

Guia da Carretera Austral: postos de combustíveis

Guia da Carretera Austral: vale a pena ir até Villa O’Higgins?

Encontre o Viajando de Carro nas redes sociais.

Curta a Fanpage do Viajando de Carro no Facebook e acompanhe as notícias sobre todas as viagens que realizamos de carro.

Nos siga no Instagram @blogviajandodecarro e curta as fotografias que tiramos durante as nossas viagens.

Veja as nossas fotografias no Flickr.

Nos acompanhe no Twiter: @viajedecarro.

Villa O’Higgins é o último povoado da carretera, sendo o ponto de acesso ao Campo de Hielo Sur. A vila possui uma população de cerca de 600 pessoas e foi fundada em 1966 com o objetivo estratégico de marcar a soberania chilena na região.

No povoado há alguns supermercados, restaurantes, campings e pousadas. Também há um posto de combustível da rede Copec. Apesar de afastada de tudo, a população e os turistas possuem acesso gratuito à internet na Biblioteca Municipal.

Próximo a vila é possível visitar os glaciares O´Higgins (localizado no lago homônimo), El Mosco e El Tigre. Também pode-se conhecer o paso fronterizo Río Mayer. Para os que gostam de trekking, é possível fazer alguns trilhas nos arredores no povoado. Umas das principais trilhas é a que leva ao Mirador La Bandera.

Montanhas nevadas no caminho até Villa O´Higgins

A maioria dos viajantes que percorrem a carretera não segue até Villa O’Higgins. Provavelmente o principal motivo é que normalmente o fim ou início da viagem pela carretera é feito pelo paso fronterizo Río Jeinimeni, o qual conecta as cidades de Chile Chico (Chile) e Los Antigos (Argentina). Não há nenhum acesso a Argentina a partir de Villa O’Higgins que possa ser feito de carro. Portanto, por exemplo, para quem está fazendo a carretera no sentido norte->sul, logo após passar a cidade de Puerto Tranquilo e chegar ao entroncamento com a ruta 265, quem quer ir até Villa O’Higgins terá que seguir mais 293km ao sul pela carretera e retornar pelo mesmo caminho a este ponto (entroncamento com a 265), para então seguir para a Argentina pelo paso em Chile Chico.

Outro motivo para muitos aventureiros desistirem de seguir até o fim da carretera é a má fama das condições da estrada, no trecho entre o paso Chile Chico e a Villa O’Higgins. Existem muitos relatos falando que a estrada está muito mal conservada e até mesmo intransitável para veículos que não tenham tração 4×4. Em nossa viagem nós vimos uma realidade totalmente diferente, na verdade todo este trecho estava em condições muito boas, até melhores que a maioria do resto da carretera.

Um ventisqueiro no caminho que leva até ao ponto final da Carretera Austral

Um terceiro motivo que assusta os viajantes é depender de mais uma balsa, a qual atravessa o Fiordo Mitchell, conectando Puerto Yungay a Rampa Río Bravo. A balsa é pequena e comporta somente 12 carros.
Na alta temporada, entre dezembro e março, são feitas 4 travessias diárias. Nos demais meses do ano são 3 horários. Como são poucos os viajantes por aqui, esta frequência da balsa é o suficiente para atender a demanda da região. A travessia é sem custo, subsidiada pelo governo chileno.

Belas paisagens que marcam a beleza de Villa O´Higgins

Em nossa opinião, o único problema de seguir até o final da carretera é que não há qualquer tipo de infraestrutura de apoio entre o entroncamento com a ruta 265 e Villa O’Higgins. Durante todo este percurso de 293km somente existem algumas poucas casas e nada mais. Portanto se ocorrer algum problema com o carro, pode ser bem complicado resolver. A única cidade com uma infraestrutura razoável é Coyhaique (50 mil habitantes), distante 559km ao norte de Villa O’Higgins. Nesta última cidade a infraestrutura para resolver problemas com o carro é praticamente inexistente, pois não há onde comprar peças, ou até mesmo um pneu. Se tiver um problema mais sério, será necessário colocar o carro em cima de um guincho e retornar uma boa quilometragem.

Uma queda d’água na beira da estrada

Em nossa viagem, quando estávamos indo em direção a Villa O’Higgins, rasgamos um pneu faltando 15km para pegar a balsa em Puerto Yungay. Resolvemos colocar a estepe e continuar a viagem rumo ao sul. Chegando em Villa O’Higgins confirmamos que realmente não haveria como consertar o pneu, pois o rasgo foi muito grande. Na vila não há onde comprar um pneu novo, portanto nossa única chance era conseguir um pneu usado para colocar como estepe. Como teríamos que percorrer 861km (sendo 407km em rípio) até Rivadavia (Argentina), que era a primeira cidade onde provavelmente conseguiríamos comprar o pneu, seguir a viagem sem a estepe seria uma péssima ideia. Como a roda de nossa pickup é de 17 polegadas, foi muito difícil encontrar um pneu deste tamanho. Com muita procura (muita mesmo), conseguimos comprar um pneu velho de um borracheiro. O pneu estava em péssimo estado, mas era melhor do que nada. Ainda tivemos que pagar em torno de R$120,00 pela sucata.

O ponto que marca o final da Carretera Austral

Olhando por outro lado o problema que tivemos com o pneu era fácil de resolver. Havia um casal de franco-chilenos (franceses que moram atualmente no chile), que estavam em uma pickup Nissan Frontier com um camper Duaron acoplado. Eles tiveram um problema no disco de embreagem da pickup (que tinha apenas 40 mil km), o qual precisava ser substituído. Apesar de eles terem conseguido um mecânico em Villa O’Higgins que conseguiria fazer o conserto, tiveram que esperar 2 semanas aguardando que a peça chegasse. Felizmente eles conseguiram consertar a pickup e seguir viagem. Posteriormente nos encontramos novamente com eles no paso Chile Chico.

De qualquer forma, o que queremos deixar claro é que inconvenientes podem acontecer na viagem (tanto na carretera, quanto em qualquer outro lugar). Durante a aventura pode ocorrer um problema de saúde ou mesmo com o carro. Todo viajante que se aventura por lugares mais isolados deve ter em mente que nem sempre será fácil resolvê-los. Mas precisamos ter paciência e tranquilidade na hora do aperto para achar uma solução e poder seguir viagem. Os obstáculos na viagem fazem parte da aventura e servem para nosso aprendizado e amadurecimento. Portanto não podemos deixar que nossos medos nos impeçam de seguir em frente e percorrer estes lugares mais remotos.

Villa O’Higgins vista do mirante

Não temos como descrever a beleza deste último trecho da carretera até Villa O’Higgins. Ele é diferente do que tínhamos visto antes e é verdadeiramente surpreendente. Portanto temos certeza ao afirmar que realmente vale a pena ir até o fim da carretera. A região é bastante selvagem e as paisagens são únicas, repletas de florestas fechadas, cachoeiras, penhascos e montanhas nevadas. Durante a ida até a villa estava chovendo, fazendo com que formassem incontáveis cachoeiras nas encostas das montanhas. As fotos não reproduzem o quanto esta região é única, portanto você precisa ir lá para ver com seus próprios olhos!

Para mais informações sobre a carretera austral acesse os demais links do nosso guia.

Guia da Carretera Austral: aspectos gerais

Guia da Carretera Austral: carro mais adequado para a viagem

Guia da Carretera Austral: travessias de balsa

Guia da Carretera Austral: principais pontos turísticos

Guia da Carretera Austral: condições da estrada

Guia da Carretera Austral: postos de combustíveis

Encontre o Viajando de Carro nas redes sociais.

Curta a Fanpage do Viajando de Carro no Facebook e acompanhe as notícias sobre todas as viagens que realizamos de carro.

Nos siga no Instagram @blogviajandodecarro e curta as fotografias que tiramos durante as nossas viagens.

Veja as nossas fotografias no Flickr.

Nos acompanhe no Twiter: @viajedecarro.

Hoje apresentamos um relato de viagem diferente. Na verdade nem tão diferente assim… O que tem de diferente é o local, que é fora da América do Sul, pois todos os outros relatos encontrados aqui nesse blog é dentro da nossa América.

Logo abaixo vocês vão ler um texto leve e bem humorado que relata a grande aventura da Fernanda e do Gilberto que passaram um tempo percorrendo os Estados Unidos de carro. No total foram 2 meses e 18 estados. No relato a Fernanda destaca o roteiro percorrido, os lugares visitados e alguns perrengues enfrentados. Viagem boa sempre tem perrengue, não é mesmo? Então, vamos curtir um pouquinho os EUA aos olhos desse casal gaúcho?

Agradecemos a Fernanda e o Gilberto pela colaboração e disponibilidade em contar como foi a sua viagem para nós e nossos leitores. Temos certeza que servirá de inspiração para muitos que tem o desejo ou sonho de explorar os EUA de carro!

Viajantes: Fernanda Schena e Gilberto Matiotti

Período: 60 dias

Local de Partida: New York

Quilometragem total: 12.000 Km

Países visitados: Estados Unidos (18 estados)

Veículo: Cruze e Jeep

Malas prontas, passagem na mão: chegou a hora! O roteiro da viagem foi (quase) todo preparado pelo meu marido, meu bedelho estava presente na parte que dizia: povo AMISH. Dois meses para voar as tranças pelos EUA, percorrer 18 estados, sugar todo conhecimento possível e nos divertir. Lá fomos nós. Uma jornalista que não falava inglês e um marido que serviu incansáveis (e lindos) dias como google tradutor.

Quem não lembra de uma viagem marcante? Independente do destino sair da rotina sempre traz novas histórias para contar. E do que é feita a nossa vida se não de um grande livro aberto pronto para ser escrito com as mais loucas histórias?

Essa foi a viagem que mais nos marcou até agora. Não só pelo fato de ser a mais longa fora de casa (foram dois meses), ou por ser fora do país. Mas pelos pequenos detalhes que foram acontecendo no desenrolar dos dias e, claro, porque éramos só nós dois vendo o sol nascer na estrada e a lua cheia iluminando as noites claras. Teve dias silenciosos e dias de barulho. Teve bagunça só nossa. E os melhores sorrisos iam se fazendo presentes.

De New York até a Califórnia dirigindo. Da Califórnia até a Florida voando. 60 dias de risadas, de corre pro hospital mal da barriga no meio da madrugada, de “sorry,i dont speak english”, de muito fast food e quilos a mais, de festival de piadas no carro, de policial dizendo que nossa carteira não valia nada para eles… Ah! Pois é, uma viagem não pode ser contada só pelas partes boas. Mas juuuro que tentarei me concentrar nas partes boas. Confesso que adoro um drama!

Carregando curiosidade e frio na barriga e motivados por muito café com panqueca e bacon seguíamos cada dia mais impressionados com o que víamos. Cada km percorrido a sensação de liberdade nos fazia mais felizes. Vegetação, comidas típicas do sul, pântanos, estradas com 5 pistas, donuts deliciosos, só de descrever isso bate uma sensação louca de ‘queria estar lá de novo’.

O roteiro foi o seguinte: New York, Pennsylvania, DC Washington, Delaware, New Jersey, Maryland, Virginia, Carolina do Norte, Tennessee, Mississipi, Louisiana, Texas, Oklahoma, New Mexico, Arizona, Nevada, Califórnia, Flórida. Boa parte do caminho fizemos a Rota 66.

Alugamos o primeiro carro em NY e fomos com ele até o Texas. Lá trocamos a caranga. Pegamos um jeep pra encarar o deserto até a Califórnia. Os hotéis que nos hospedamos eram escolhidos no momento que chegamos nas cidades. Sempre optando pelas redes mais simples e que ficavam fora da cidade para facilitar a saída no dia seguinte.

Depois de todo aquele sonho que é NY fomos até a praia de Hamptons. Curtimos aquela água gelada (óteeema) e seguimos para Pennsylvania. Bóra conhecer os costumes do povo amish! Chegando em Lancaster, a maior concentração desse povo de costumes tão peculiar, já nos deparamos com famílias em suas charretes. Eu, encantada, abanava para todos, e eles retribuíam o gesto. Não existe estar frente a frente com essa cultura e não comparar com a nossa vida. A simplicidade é evidente. Eles não usufruem de energia elétrica, e seu lema é “Be in the world, not of the world”. E assim, o fazem. Vivem como se estivessem no século XVI. Uma luz e gentileza que nos enche os olhos e o coração!

Bueno, continuando as andanças no clima de paz e amor fomos parados por um policial que dizia que nossa carteira de habilitação internacional não valia nada pra eles. Trememos na base, mas no fim ele nos liberou. Já que estamos falando da parte bad da viagem… Uma dica que vale ouro: o pacote de seguro saúde que eles oferecem é fundamental para quem vai ficar mais dias por lá. Eu fiquei mal, fui para o hospital e desembolsei 500 dólares. Se tivesse pago o seguro tinha lucrado. Mas enfim, fiquei bem no dia seguinte e seguimos viagem cantarolando e agradecendo.

Washington, Filadelfia, NY e New Orleans foram os lugares que mais provamos comidas diferentes. Sabe aqueles reality de competições dos melhores lugares: pois então, fomos em todos que conseguimos. Provamos por exemplo o tal po-boy e amamos!! Ele é feito numa baguete de pão francês e o recheio tradicional é o rosbife.

O cajun e creole em nossos pratos ardiam e ascendiam todos os sentidos. New Orleans, que apesar de ser considerada uma das cidades mais perigosas nos EUA, nos recebeu muito bem. Uma cidade que foi devastada pelo furacão Katrina em 2005 e que ainda sente os prejuízos enquanto tenta se reerguer. Com seus shows de jazz à noite vira uma bagunça. Nos hospedamos, por brincadeira sem graça do meu marido, num hotel mal assombrado. Só fiquei sabendo quando saímos. Quase tive um treco.

No Tennessee, as cidades de Nashville, Chatanooga e Memphis com sua alma musical laçaram o coração do marido. Em Memphis visitamos a casa de Elvis Presley e demos sorte, estávamos na semana do aniversário da morte dele, onde várias homenagens foram prestadas por fãs do mundo todo. Esse estado tem uma alma jovem e uma energia eletrizante. Preciso citar que em Nashville tem o famoso café LoveLess e sua deliciosa comida americana, com um toque sulista.

Teria muito mais a contar. Gran Cânion, Las Vegas, Texas e suas cidades fantasmas (texolas). O Texas foi uma surpresa com sua modernidade. Não que esperássemos ver caubóis… Interrompendo minha linha de concentração, meu marido está me obrigando a contar que sim, eu esperava ver caubóis. Gente! Deem um desconto, sou pisciana, sonhadora e fantasio o que eu quiser na minha cabecinha. Porque assim a vida tem mais graça e não sou obrigada a chegar no Texas e não ver caubói!!! Em protesto comprei bota e desfilei por lá! Ora bolas…

Ainda no Texas teve uma cidade que nos marcou muito, San Antonio! A cidade é toda romântica, uma fofura!

Bem, chegando na Califórnia teve todo aquele glamour de Los Angeles, Malibu, Venice, Santa Monica e Hollywood, mas a cereja do bolo foi a linda San Francisco. De uma arquitetura excêntrica, o berço da cultura hippie me pegou de jeito. Me apaixonei pelas cores e pelos ares anos 70. Toquei a campainha de uma das casas que morou Janes Joplin e sai correndo me sentindo pirralha (me julguem!), fiz arte muda pelas ruas, comprei nuns brechós muito loucos e fui muito feliz!

Meu marido fez uma planilha com os dias que ficaríamos em cada lugar, quais atrações iríamos ver, a quilometragem de uma cidade até a outra. Esse planejamento tinha que dar certo porque nossa passagem de avião da Califórnia até a Flórida já estava comprada. Mesmo com algumas mudanças sobraram dois dias para aproveitar em Los Angeles.

Entre uma lambida e outra nos deliciosos sorvetes Ben e Jerry atravessamos boa parte dos EUA. Cada estado foi especial de uma maneira. Nossa última parada foi a Disney. E eu que nunca esperava conhecer e nem tinha esse sonho quase chorei no Magic Kingdom. Foi revigorante estar lá, compartilhando daquela energia e sentindo aquela euforia de criança que estava adormecida.

Claro que as melhores lembranças estão na memória, e, por mais que a gente descreva nunca é a mesma coisa. Assim como as melhores fotografias ficam guardadas no coração e não presas em flash automático com filtros perfeitos. Uma viagem a dois, seja pra onde for, só é boa se as duas almas estiverem serenas e juntas no mesmo ritmo. Tem que ajudar e estar disposto. Tem que ser companheiro mesmo que tu prefira a roda gigante e ele a montanha russa. Aprender a curtir o momento do outro tranquilo e na paz é coisa linda de viver!

Encontre o Viajando de Carro nas redes sociais.

Curta a Fanpage do Viajando de Carro no Facebook e acompanhe as notícias sobre todas as viagens que realizamos de carro.

Nos siga no Instagram @blogviajandodecarro e curta as fotografias que tiramos durante as nossas viagens.

Veja as nossas fotografias no Flickr.

Nos acompanhe no Twiter: @viajedecarro.

Aproveitamos nossa viagem para a Carretera Austral/Chile, agora entre dezembro de 2016 e janeiro de 2017, para coletar os preços dos combustíveis pelos países que passamos: Argentina, Chile e Uruguai.

Abastecendo em um posto selfservice em Puerto Montt (Chile): equipamento aceita dinheiro e cartão de crédito

Abastecendo em um posto self service em Puerto Montt (Chile): equipamento aceita dinheiro e cartão de crédito

Abaixo segue a tabela com os preços atualizados:

País Combustível Preço (R$) Data
Min Max
Brasil [1]
Gasolina Comum  3,60 Jan/2017
Gasolina Comum aditivada Jan/2017
Gasolina Premium Jan/2017
Etanol/Álcool  3,50 Jan/2017
Diesel  2,76 Jan/2017
Argentina
Patagônia
Nafta Normal (grado 1)  –  –
Nafta Super (grado 2) 2,74 2,98 Jan/2017
Nafta Premium (grado 3) 3,14 3,46 Jan/2017
Diesel 500 2,78 3,32 Jan/2017
Euro Diesel 3,42 3,76 Jan/2017
GNC 1,99 Jan/2017
Demais regiões
Nafta Normal (grado 1)  –  –
Nafta Super (grado 2) 3,97 4,30 Jan/2017
Nafta Premium (grado 3) 4,37 4,78 Jan/2017
Diesel 500 3,47 3,58 Jan/2017
Euro Diesel 4,08 4,78 Jan/2017
GNC
Chile Carretera Austral
Gasolina 93 3,92 4,19 Jan/2017
Gasolina 95 4,11 4,38 Jan/2017
Gasolina 97 4,30 4,59 Jan/2017
Diesel 2,84 3,12 Jan/2017
Diesel K 3,05 3,21 Jan/2017
Demais regiões
Gasolina 93 3,54 3,73 Jan/2017
Gasolina 95 3,71 3,86 Jan/2017
Gasolina 97 3,88 4,07 Jan/2017
Diesel 2,47 2,67 Jan/2017
Diesel K 3,04 3,10 Jan/2017
Uruguai [3] Nafta Super 95 30-S  5,08 5,08 Jan/2017
Nafta Premium 30-S  5,27 5,27 Jan/2017
Gas Oil 50-S  4,62 4,62 Jan/2017
Gas Oil 10-S  5,88 5,88 Jan/2017

Aproveite e dê uma olhada na página Combustível para consultar os preços atualizados para a Bolívia, Paraguai e Peru.

Separamos os preços da Carretera Austral no Chile e na Patagônia na Argentina, pois os preços possuem uma variação significativa nestas regiões.

Em relação a gasolina, desconsiderando a Patagônia Argentina (onde os combustíveis são subsidiados pelo governo), o Brasil está com o menor preço deste combustível.

Em relação ao diesel, o Chile possuiu o menor preço em relação aos demais países que passamos: R$2,47 foi o valor mais barato que encontramos. Este valor é inferior até mesmo ao preço na Patagônia Argentina (R$2,78).

O Uruguai, como sempre, apresenta os maiores preços, tanto da gasolina quanto do diesel. Os preços nesse país são tabelados pelo governo (ANCAP – Administración Nacional de Combustibles, Alcohol y Portland) e portanto são os mesmos em todas as regiões. Para não pagar tão caro, geralmente abastecemos o carro antes de entrar no país.

Posto na Carretera Austral/Chile

Posto na Carretera Austral – La Junta/Chile

Apesar de sempre haver pequenas filas para abastecimento nos postos da Argentina, não há falta de combustíveis pelas regiões que passamos. A única cidade onde observamos uma fila significativa para abastecer foi em Junin de Los Andes. Mas nós havíamos abastecido nosso carro na noite do dia anterior e não haviam filas nos postos desta cidade. Ouvimos falar de falta de combustíveis nas proximidades de Neuquén, pois ocorreu um incêndio que devastou uma área significativa na região e algumas estradas foram interditadas. Quando passamos por lá as estradas estavam liberadas e os postos de combustíveis estavam abastecidos.

Fila para abastecer em Junin de Los Andes/Argentina

Fila para abastecer em Junin de Los Andes/Argentina

Encontre o Viajando de Carro nas redes sociais.

Curta a Fanpage do Viajando de Carro no Facebook e acompanhe as notícias sobre todas as viagens que realizamos de carro.

Nos siga no Instagram @blogviajandodecarro e curta as fotografias que tiramos durante as nossas viagens.

Veja as nossas fotografias no Flickr.

Nos acompanhe no Twiter: @viajedecarro.