Saída: Pucón – Km 5830 (9:15h)
Chegada: Villa Él Chocon – Km 6388 (21:15h)
Distância: 558Km (a distância é na verdade 468Km, pois percorremos 90Km a mais por causa do retorno a aduana. Veja texto abaixo.)

Acordamos às 9:00h, arrumamos nossas bagagens e fomos tomar o café da manhã. Sandra, a proprietária do hotel, tinha nos informado que estava montando um mural com fotos das pessoas que tinham se hospedado ali, tiradas em algum lugar de Pucón e com uma dedicatória sobre a cidade. Imprimimos uma foto nossa e a entregamos a Sandra, que a colocou direto no mural. Além da dedicatória, falamos também do quanto nos sentimos em casa durante o tempo que ficamos hospedados naquele hotel.

Hostal Pucón Sur

Hostal Pucón Sur

Iniciamos o nosso retorno ao Brasil, passando do Chile para a Argentina através  paso Tromen (Mamuil Malal) de Pucón para Junin. Para seguir por este caminho deve-se pegar a ruta 199 (neste trecho chamada de Camino Internacional) em sentido contrário a cidade de Villarrica. Segue-se por esta estrada, passando pela cidade de Curarrehue, até a aduana chilena. Após a aduana, já em território argentino, a estrada passa a ser chamada de RP60 e vai até a cidade de Junin de Los Andes.

De Pucón até a aduana chilena são 74Km, destes, 34 são em rípio. O asfalto está em boas condições, porém a parte em rípio (do lado chileno) possui vários trechos em condições bem ruins (muitos buracos e pedras). Mesmo assim está transitável, desde que em velocidades inferiores a 40Km/h.

Passamos no centro de informações turísticas da cidadezinha de Curarrehue, que fica a cerca de 40Km de Púcon (percurso todo de asfalto em boas condições), para pedir informações sobre como estava o paso. Lá fomos informados que a passagem de veículos estava tranquila e sem a necessidade do uso de cadenas. O centro de informações fica do lado esquerdo da avenida principal da cidade, que é o mesmo caminho para o paso.

Curarrehue (entre Pucón e Junin de Los Andes)

Curarrehue (entre Pucón e Junin de Los Andes)

Vulcão Quetrupillan, próximo a Curarrehue

Vulcão Quetrupillan, próximo a Curarrehue

Na travessia da cordilheira, tinha um pouco de neve na estrada de rípio, porém dava para transitar tranquilamente sem as cadenas. A distância com neve foi pequena, em torno de 10Km. Neste trecho também havia várias curvas, subidas e descidas típicas da travessia da cordilheira.

Paso Tromen (Mamuil Malal)

Paso Tromen (Mamuil Malal)

Paso Tromen (Mamuil Malal)

Paso Tromen (Mamuil Malal)

Paso Tromen (Mamuil Malal)

Paso Tromen (Mamuil Malal)

Laguna Quillelhue

Laguna Quillelhue

Paso Tromen (Mamuil Malal) - lado chileno

Paso Tromen (Mamuil Malal) – lado chileno

Vulcão Lanin no Paso Tromen (Mamuil Malal) - lado chileno

Vulcão Lanin no Paso Tromen (Mamuil Malal) – lado chileno

A burocracia para a saída do Chile foi rápida, nos tomou uns 10 minutos.

Seguimos então mais 1Km e chegamos a aduana da Argentina (as duas aduanas estão bem próximas). Nesta demoramos um pouco mais (20 minutos), pois o pessoal estava um pouco atrapalhado, acho que não recebem muitos turistas brasileiros por este paso. Na entrada da Argentina eles não revistaram o carro.

Paso Tromen (Mamuil Malal)

Paso Tromen (Mamuil Malal)

Paso Tromen (Mamuil Malal) - lado argentino

Paso Tromen (Mamuil Malal) – lado argentino

Vulção Lanin no Paso Tromen (Mamuil Malal) - visto do lado argentino

Vulção Lanin no Paso Tromen (Mamuil Malal) – visto do lado argentino

Depois desta última aduana são mais 13Km em estrada de rípio. Este trecho está em boas condições, podendo-se chegar até a velocidade de 80Km/h em alguns pontos. Nos pareceu que os argentinos cuidam mais de suas estradas. Inclusive estavam patrolando este trecho, ficando melhor ainda. Neste último trecho em rípio havia somente um pouco de neve. A estrada é praticamente toda plana, passando pelo belo Bosque das Araucárias com vulcão Lanin ao fundo. Da aduana argentina até Junin são mais 66Km.

No trecho entre Pucón e Junín, só há postos de combustível em Curarrehue e em Junín.

A travessia da cordilheira neste paso foi bem tranquila e é bem segura, mesmo sendo em rípio. Consideramos este paso muito mais fácil e seguro que o Cardenal Samoré. Na estrada em rípio, no caso de haver neve, o carro fica mais estável (não derrapa ou patina com tanta facilidade quanto no asfalto). Como também o número de veículos é bem inferior (passamos por no máximo 5 carros e por nenhum caminhão) e você consegue dirigir mais tranquilo. Outro aspecto interessante é a possibilidade de parar em vários trechos da estrada para tirar fotos, sem atrapalhar o trânsito (praticamente inexistente). Neste paso praticamente não existem penhascos que coloquem em risco os passageiros no caso de uma derrapagem. Caso o carro derrapar provavelmente vai acabar batendo nos barrancos das laterais da estrada. Outro aspecto é que o trecho de subidas e descidas para a travessia das cordilheiras é bem curto, em torno de 10Km e as subidas e descidas não são muito íngremes. Talvez em julho tenha muita neve e então este paso esteja mais difícil de cruzar ou provavelmente interditado.

Após nos afastarmos 45Km da aduana argentina, estávamos parados na beira da estrada tirando algumas fotos da paisagem, quando pára um ônibus e desce o policial que tinha nos atendido na aduana argentina. Ele nos disse que tinha se dado conta que não havia pedido um documento do carro que tínhamos recebido na entrada do Chile e que teríamos que retornar até a aduana, pois isto poderia nos trazer problemas na saída da Argentina. Momentos antes, na aduana da Argentina, vimos que eles estavam meio atrapalhados. Quando saímos até perguntamos se estava tudo bem e se poderíamos prosseguir, este mesmo guarda concordou e nós não nos demos conta que teríamos que ter entregue o tal do documento. Bom, sorte que pelo menos ele foi atrás e conseguiu nos alcançar. Voltamos a aduana e resolvemos o problema rapidamente, aproveitando para rever as belas paisagens do caminho.

A paisagem da travessia por este paso é muito bonita. Passa-se pela espetacular Laguna Quillelhue e pelos vulcões Vilarrica, Quetrupillan e Lanin.  Este último fica à direita da estrada, junto (junto mesmo!) a aduana da Argentina, porém é possível visualizá-lo bem antes de chegar a aduana. Você continua enxergando o Lanin por vários quilômetros. Após passarmos por Junin de Los Andes ainda podíamos visualizá-lo perfeitamente. O Lanin possui 3770m e é a montanha mais alta da região. O Quetrupillan, que fica entre os outros 2 vulcões,  está distante em torno de 20km de cada um.

Após os 13Km de rípio dentro da Argentina, segue-se ainda pela ruta 60 (já pavimentada) até a ruta 23, onde toma-se a ponte à direita.  Segue-se por esta estrada (que está em perfeitas condições) até bem próximo a Junin de Los Andes, onde pegamos a ruta 234 em direção a Neuquén. Alguns quilômetros depois pegamos a ruta 40 (no cruzamento à direita, no mesmo sentido de Bariloche).   Posteriormente pegamos a ruta 237 (próximo a ponte sobre o rio Limay) até Villa El Chocón (mesmo sentido que Neuquén). O trecho da ruta 237 até El Chocón  está em boas condições, apesar de alguns trechos estarem em manutenção. Neste último trecho há uma maior concentração de caminhões do que de carros, porém o trânsito estava calmo.

Não podemos deixar de comentar novamente a beleza das rutas 234 e 40 do trecho de Junin até chegar a RN237, junto ao rio Limay. É a mesma estrada que passamos quando fomos de Junin a Bariloche. A beleza deste caminho é espetacular!! Além de ter uma flora diversificada com uma combinação belíssima de cores, seus lagos, suas montanhas e o vulcão Lanín. Desta vez vimos flamingos e até cervos!! Devido a termos nos atrasado um pouco por causa do retorno até a aduana, pegamos o entardecer no final deste trecho, porém o pôr-do-sol foi maravilhoso e compensou tudo.

Vulção Lanin no Paso Tromen (Mamuil Malal) - visto do lado argentino

Vulção Lanin no Paso Tromen (Mamuil Malal) – visto do lado argentino

Paso Tromen (Mamuil Malal) - lado argentino

Paso Tromen (Mamuil Malal) – lado argentino

Paso Tromen (Mamuil Malal) - lado argentino

Paso Tromen (Mamuil Malal) – lado argentino

Vulcão Lanin ao fundo

Vulcão Lanin ao fundo

Ruta 234 na Argentina

Ruta 234 na Argentina

Ruta 234 na Argentina

Ruta 234 na Argentina

Ruta 40 na Argentina

Ruta 40 na Argentina

Ruta 40 na Argentina

Ruta 40 na Argentina

Chegamos em Él Chocon às 22h. Tínhamos uma indicação de hotel, mas pretendíamos dar uma volta para verificar outras opções. Como estamos na baixa temporada, não achamos nada além de cabanas que estavam fechadas. Fomos então ao hotel La Posada Del Dinosaurio que é localizado na beira do lago, no Barrio 1. É um hotel 3 estrelas bem apresentável. Todos os quartos tem vista para o lago, tem TV a cabo, aquecimento e café da manhã. Não tem nenhum tipo de internet. Foi a diária mais cara da viagem até o momento $260,00 (R$136,00) e mesmo assim não era melhor do que os outros. Na verdade ele ganha muito em aparência e acaba-se pagando um pouco mais pela vista do lago e pela falta de outras opções. Acreditamos que seja o único hotel da cidade, pois além deste, o que vimos são cabanas para alugar.  Chegamos tarde e não tinha onde jantar, então a funcionária do hotel disse que poderíamos escolher entre 2 pratos do menu do restaurante do hotel (que foi caro comparado as valores de alimentação que já tínhamos pago na Argentina). Acabamos jantando no hotel. Pagamos $68,00 (R$36,00) para os dois.

Dica do dia:

Caso você queira atravessar do Chile para a Argentina através do paso Tromen, informe-se sobre suas condições da estrada no centro de informações turísticas da cidade de Curarrehue, uns 30Km após Pucón.

Novamente vai a dica: não deixe de reservar um bom tempo para percorrer as belas paisagens através das rutas 234 e 40 do trecho de Junin de Los Andes até chegar a RN237. O trecho não é muito longo, mas as paradas para apreciar a vista são inevitáveis. Este trecho merece ao menos 1 hora para poder-se contemplar o lugar.

Ir para o próximo dia.

4 respostas
  1. Rodrigo Fagundes
    Rodrigo Fagundes says:

    Ola Alexandre e Rosangela.

    Obrigado pelo retorno!Suas dicas vãos er bem aproveitadas sim. Quanto a Peninsula Valdez, é imperdivel, porem dou umas dicas: Antes de entrar na peninsula se abasteçam com água e algum lanche, pois dentro do parque em especial ao norte e leste (que é enorme) ha muito pouca opção de locais para comer. Ha apenas algumas estancias que cobram pequenas fortunas por um sanduiche e nem se fala por um almoço. A maior Pinguinera(local com milhares de Pinguins) é particular e cobram cerca de U$ 80,00 para entrar. Para chegar a Pinguinera alem de seguir as placas , no caminho vocês vão ter que abrir varias porteiras de fazenda, não se preocupem , é normal, e as placas alertam para isso pois ha muita criação de ovelhas por la.

    Tentem chegar cedo ao local dos lobos marinhos, que fica ao nordeste da peninsula, pois é as 8 da manha que se descerra um espetaculo imperdivel (e bisarro), as Baleias Orcas saindo para fora da água para comer os leões marinhos..é sensacional!!

    Na peninsula ha tambem uma pequena cidade chamada Puerto Piramides, la ha pousadas e passeios de barcos para ver as Baleias maiores…a gente não o fez pois chegamos muito tarde.

    No Sul da Argentina em especial nas rutas que cortam o país de leste a oeste muito cuidado a noite, pois ha muitos “guanacos” soltos, tanto domesticos como selvagens. São os primos grandes das lhamas e surgem do nada, aos bandos nos dando sustos terriveis.

    Tambem no Sul na Ruta 25 que vai de Trelew a Esquel tomem o cuidado de abastecer o carro ou em Esquel ou em Los Altares, pois essa região é extremamante desolada. Muito proximo a Esquel na ruta 25 está a cidade de Tecka, o unico local onde tive medo na Argentina em todas as minhas viagens. Quando paramos em um posto de gasolina vimos que se tratava de uma aldeia indigena e parece que as pessoas la não gostam muito de estrangeiros, fomos pessimamente atendidos, debocharam da gente e o pior, varios indios armados com facas e armas de fogo deceram de uma camioneta Dodge Ram, com caras de poucos amigos e ficaram nos observando. Em Trelew contei ha um caminhoneiro sobre o ocorrido e ele sugeriu que não parassemos la nunca mais, pois realmente turistas parecem não serem bem vindos.

    Um grande abraço!!
    Rodrigo

    Responder
    • arrsouza
      arrsouza says:

      Boa noite Rodrigo

      Que ótimas dicas!
      Nós gostamos muito de tirar fotos de animais, e a Peninsula Valdez parece ser um local perfeito para isto. Posteriormente vamos decidir se vamos lá na viagem a Ushuaia ou se faremos uma viagem somente para visitar a península.

      Abraços

      Alexandre e Rosângela

      Responder
  2. Rodrigo Fagundes
    Rodrigo Fagundes says:

    Ola amigos.
    Tambem somos gauchos, de Ijui, e um de nossos Hobyes é viajar também, em especial para a Argentina Uruguay e Chile. Ja fomos varias vezes pela patagônia, Chile etc e recentemente repetimos a dose fazendo um trajeto bem ao sul. Vendo o maravilhoso blog de vcs eu me deparei com uma situação que me deixou desconcertado. Quando estive em Junin de Los Andes, fui visitar o Vulcão Lanin, e minha intenção era passar para o Chile em direção a Pucon pelo passo Tromen, porem ao chegar na aduana Argentina me informaram que não havia estradas alem da mesma, que somente havia uma barca que passava pela manha e voltava somente no outro dia….mesmo achando estranho ja que havia visto estradas no google earth dei meia volta e fui embora…..vi agora que vc fizeram extamente esse caminho e havia estradas la…..Fiquei decepcionado mesmo com o que os oficiais fizeram para nós, claramente uma gozação, parece que ganharam o dia. Nunca tive problemas com policiais no sul da Argentina….mas parece que me passaram prá traz…heheh, mas tudo bem, da próxima eles me pagam. Estou indo para mendoza, na semana que vem e suas dicas me ajudaram muito no quesito “o melhor a se ver” la…Não sei se vcs ja foram, mas uma dica é a Peninsula Valdez, no sul da Argentina, é sensacional mesmo. Tambem na Ruta 25, que vai de Esquel a Puerto Piramidez, ha um local chamado Los Altares, com formações rochosas impressionantes muito parecidas com o Novo Mexico.

    Responder
    • arrsouza
      arrsouza says:

      Boa noite Rodrigo

      Ficamos muito felizes em saber que o site está ajudando a programar sua viagem. A região aos arredores de Mendoza é fantástica. Além dos lugares que comentamos no site, existem várias vinícolas que não tivemos tempo de visitar. Faça o caminho da RP52, é impressionante!

      Pretendemos ir a Ushuaia no próximo ano. Vamos passar na Peninsula Valdez, pois ainda não conhecemos. Iremos pesquisar os lugares que vocês nos indicaram. Qualquer outra informação será bemvinda!

      O que o pessoal da Argentina aprontou para vocês no paso Tromem é muita falta de consideração. Eles também cometeram um erro em nossa entrada na Argentina e nos fizeram perder um bom tempo e andar mais 90Km devido a erro na papelada. Não deixe que isto faça você desistir deste caminho, pois há muito o que ver até Pucón no Chile. Apesar da estrada da aduana até Pucón não ser das melhores, as paisagens compensam.

      Um grande abraço e obrigado pelas dicas

      Alexandre e Rosângela

      Responder

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