Saída: Bariloche – Km 4676 (12:00h)
Chegada: Pucón – Km 5158 (23:00h)
Distância: 482Km
Hoje pretendíamos subir ao Cerro Campanário para nos despedir da cidade, porém estava chovendo e tivemos que desistir. Partimos, então novamente para Pucón, no Chile. Segundo a previsão do tempo, os próximos dias seriam de sol. Saímos de Bariloche às 12:00h.
Saímos em direção a Villa La Angostura pela ruta RN40, após alguns quilômetros seguimos pela ruta 231. Ambas as estradas estão em bom estado. Durante este percurso choveu o tempo todo e nevou em alguns pontos.
Em Villa La Angostura fomos ao centro de informações turísticas perguntar sobre as condições de travessia do Paso Cardenal Samoré. Lá informaram que provavelmente seria necessário o uso de cadenas. Seguimos viagem e após poucos quilômetros começou a nevar.
Mais adiante a neve começou a ficar mais intensa e já havia uma quantidade razoável cobrindo a pista. Dava para perceber que os pneus do carro não estavam aderindo muito bem ao asfalto. Encontramos no caminho um caminhoneiro chileno que estava colocando as cadenas em sua carreta. Resolvemos parar e colocar também, pois em uma subida um pouco íngreme o carro já estava patinando. Como nunca havíamos instalado as cadenas e só sabíamos como fazer apenas teóricamente, resolvemos pedir ajuda ao caminhoneiro. Este exitou um pouco, mas acabou concordando.
Neste momento percebemos, também, que estávamos com um dos pneus traseiros furado e, para complicar, estava nevando muito. Como o caminhoneiro nunca tinha instalado as cadenas do modelo que compramos, tivemos um pouco de dificuldade em colocá-las, mas com um pouco de persistência conseguimos. Conferimos cuidadosamente para ver se estavam bem apertadas e que não estavam encostando nas mangueiras de freio e amortecedores do carro.
O caminhoneiro, bem atencioso, nos deu algumas instruções de como dirigir na neve e disse que poderíamos seguir tranquilos, desde que devagar e com cuidado. Enquanto colocávamos as cadenas, vários carros passaram por nós sem usá-las. Estávamos achando que talvez estivéssemos exagerando em colocar as cadenas naquele trecho, quando um carro perdeu o controle e se atravessou na pista bem perto de onde estávamos. Este motorista parou e resolveu colocar as cadenas também.
Seguimos em frente a uma velocidade entre 20 e 30Km/h. Realmente as cadenas fazem uma boa diferença na aderência do carro. Mesmo nas subidas o carro seguia bem estável. Andamos alguns quilômetros e a neve da pista havia diminuído bastante. Resolvemos então retirar as correntes e seguir em frente.
Após mais alguns quilômetros a neve começou a acumular novamente na estrada. Haviam 2 caminhões instalando suas cadenas em uma subida, paramos e resolvemos colocá-las novamente. Um carro que vinha atrás de nós também parou. Fomos conversar com eles (um casal de chilenos), os quais nos informaram que tinham as cadenas, mas nunca tinham usado antes. Instalamos no nosso carro e ajudamos ao casal. Desta vez a instalação foi rápida, pois já tínhamos pegado “o jeito”. Depois de aprender a instalar, o processo é bem rápido e fácil. Por isto vale a pena “treinar” primeiro, pois no meio da neve e do frio o processo de aprendizagem é mais lento e “doloroso”. Levamos cerca de 10 minutos para instalar no nosso carro. Seguimos então os dois carros juntos, pois caso algum de nós tivesse algum problema teríamos com quem contar.
Durante o caminho vários outros carros passaram sem cadenas. Alguns estavam usando. Praticamente todos os caminhões também estavam com correntes. Passamos por 4 caminhões que derraparam e saíram da estrada, todos não estavam usando cadenas. Um deles era um brasileiro, que estava com o cavalo de sua carreta em posição perpendicular a pista. Incrível! Nenhum dos acidentes foi muito grave, mas alguns dos caminhões estavam um tanto amassados.
A cada 10Km parávamos para conferir como estavam as correntes. Percorremos vários quilômetros com as cadenas, tirando somente a uns 16Km antes da aduana chilena, quando vimos que a neve na estrada havia reduzido bastante e os caminhões estavam retirando as suas também. Neste momento fiz uso das cadenas líquidas. Após aplicar o spray, o fabricante aconselha aguardar alguns minutos. Deve-se também evitar que o spray atinja os discos de freios.
Desta vez, durante todo o percurso do paso não derrapamos nenhuma vez, comprovando assim a eficiência das cadenas convencionais e líquida. A melhor dica que podemos dar para dirigir no gelo é: conduza seu carro devagar. O segredo é ter paciência e não se afobar só porque os outros andam mais rápido que você. Lembre-se que muitos deles estão acostumados a dirigir nesta situação. Já outros são é mesmo imprudentes.
Chegando a aduana chilena depois de 4 horas desde a saída de Villa Angostura. Levamos uns 30 minutos para sermos liberados da aduana. Desta vez a revista no carro foi mais detalhada. Tivemos que esvaziar o porta-malas e abrir algumas de nossas malas. O fiscal acabou confiscando 2 de nossos artesanatos de madeira (tínhamos 6), pois estes tinham alguns furos que, segundo ele, indicavam que havia algum tipo de germe na madeira. O fiscal nos informou que leite em caixinha e iogurte poderiam entrar no Chile. Itens derivados de carne (presunto, mortadela, etc), leite e derivados não industrializados (queijo, por exemplo), vegetais (frutas, verduras, etc) não podem. Ele nos mostrou que no formulário, onde se refere a vegetais, também fala de artesanato em madeira.
Chegamos em Pucón às 23h. Nos hospedamos no Hotel Pucón Sur, indicado por um casal de brasileiros (Fabrício e Isabella) que encontramos no centro de Pucón. O hotel é muito aconchegante e com um ambiente bem familiar. A proprietária Sandra é uma pessoa muito simpática e atenciosa. Além disso, dá ótimas indicações de onde ir em Pucón. O hotel possui quartos bem confortáveis, com aquecedor elétrico, internet wi-fi e café da manhã. A diária é de $25000 (R$86,00).
Dica do dia:
Estamos acompanhando a previsão do tempo do Chile e Argentina através dos sites abaixo:
Usamos estes sites para nos programar para onde ir, dependendo das condições do tempo. Algumas vezes estas previsões não deram certo e acabamos perdendo alguns dias em cidades que choveu, como Pucón e Bariloche.
Olá Marina! Adorei ler tudo que postou, parabéns e obrigada pelas dicas. Tenho uma curiosidade sobre este trajeto de Bariloche a Osorno. A estrada é entre a cordilheira? É muito alta? Irei agora em fevereiro, creio não ter neve. Bjss
Olá, estou adorando seu roteiro, mesmo antigo tem dado ótimas dicas.
Estou com dúvida em elação as cadenas. Onde você comprou e na época sabe quanto pagou? No Brasil não encontro nada. Ah e você comprou cambão tb?
Obrigada.
Olá Marina! Que bom que as dicas ainda estejam sendo úteis para a sua viagem! Nós compramos as cadenas em San Martín de Los Andes em um posto de combustíveis. Na época, junho de 2009, pagamos R$75,00. O cambão compramos em um loja de autopeças na nossa cidade. Você já procurou no Mercado Livre?
Um grande abraço,
Rosângela, Alexandre, Felipe e Isabela.
Boa noite Marina. Você fez o roteiro? Achou as cadenas e o cambão? PAgou quanto? estou me programando para sair do RS em 31/julho/17 até Bariloche, passar uns 2 dias lá e ir para Puerto Varas. Vamos de carro próprio. É tranquila a travessia?
Oi Miriam,
Eu fui sim, mas não fui até Bariloche. Fiz a travessia das cordilheiras (argentina – chile) e foi bem tranquilo.
Encontrei as cadenas e o cambão mais foi muuuuito dificil, inclusive estou vendendo!
O cambão está fechadinho e as cadenas usei uma vez.
Se tiver interesse me manda um email que podemos combinar a venda!
Boa sorte!
Olá minha esposa e eu tb faremos em julho o mesmo itinerário.
Ah esse blogue é. Otimo
Grande Viagem! Parabéns.
Obrigado Paulo!
Um abraço
Alexandre, Rosângela e Felipe