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Hoje nos despedimos do Chile e rumamos para Argentina. Logo estaremos em casa! Mas, ainda faltam três longos dias de viagem. Tomamos um delicioso o café da manhã no Bed and Breakfast Hola Chile, onde foi servido pães, leite, iogurte, suco, chás, café, geleias, manteiga, ovos (opcional) e frutas e após seguimos viagem.

O trajeto é hoje é: La Serena->(41)->Vicuña->Guanta->[aduana]->(RN150)->Las Flores->Pismanta->Rodeo. São 341km, sendo 150km em rípio o resto asfaltado.

No nosso trajeto atravessamos o Paso Internacional Água Negra. Esse paso une a região de Coquimbo no Chile a província de San Juan na Argentina. É importante estar bem aclimatado a altitude, pois o ponto mais alto, no limite internacional, atinge a altitude de 4779m. Esta foi a maior altitude que já chegamos em nossas viagens.

O paso Água Negra possui belas paisagens. Durante a nossa travessia passamos por lagos, paisagens características de clima árido e também vimos a formações de gelo denominadas penitentes.

Com certeza valeu a pena! A travessia é um pouco demorada em função da estrada de rípio e das condições da mesma. Nós deveríamos ter saído mais cedo para fazer a travessia de forma mais tranquila.

Não é possível andar muito rápido devido as condições da estradas. As nossas paradas foram breves para não demorarmos muito na travessia. Caso as paradas sejam mais frequentes ou demoradas é recomendado o uso de um protetor solar, devido ao clima seco e a elevada altitude, assim como fazer uma boa hidratação. O horário de travessia é das 7 às 17h, sendo que esse paso fica aberto somente entre os meses de novembro a maio. Nos outros meses do ano o paso fica fechado devido as condições climáticas que impossibilitam a travessia. Para mais informações sobre o Paso Internacional Agua Negra acesse o site oficial aqui e consulte o folheto de integração aqui. Sugerimos não confiar totalmente nos horários informados, pois podem sempre haver alterações.

Para o trajeto percorrido hoje saímos de de La Serena e pegamos a ruta 41 até a aduana chilena que corresponde a aproximadamente 150km de asfalto em bom estado. Neste trecho a estrada passa por diversos vilarejos em um percurso cheio de curvas. A partir da aduana inicia o trecho de rípio, que até a fronteira está em mau estado, com muitas pedras e costelas de boi. O trecho em rípio também é o mais alto da travessia do paso. Em alguns pontos o carro trepida tanto que parece que vai soltar os parafusos. Neste trecho dificilmente se passa dos 40Km/h.

O caminho até a fronteira tem subidas íngremes e inúmeras curvas. Neste trecho, sai-se de La Serena ao nível do mar e chega-se a altitude máxima 4779m na divisa entre os dois países. A partir daí inicia-se a decida com as condições da estrada um pouco melhores. Este último trecho é menos pedregoso e havia acabado de ser patrolado, por isto estava melhor. Há algumas obras na pista, próximo ao final do ripio no lado argentino. Este trecho está sendo asfaltado, mas pelo que parece isso ainda irá levar muito tempo para ser concluído.

Pelo lado argentino a ruta de chama RN150. No lado argentino, os quilômetros iniciais do asfalto estão um pouco deteriorados. Para atravessar o trecho de rípio levamos cerca de 3h e 40 minutos, contando com algumas paradas que fizemos para fotografar. Mesmo sem paradas, acreditamos que dificilmente dá para fazer em menos de 3h no estado em que o trecho se encontrava.

Em relação ao tempo de travessia, leve em consideração que depende muito das condições da estrada. Quando passamos, cerca de 60% da estrada havia sido recentemente patrolada, facilitando bastante a travessia. Apesar das condições da estrada, esse paso pode ser cruzado por qualquer tipo de veículo. Para motos o trecho inicial do lado chileno pode ser um pouco mais complicado, porque há muitas pedras soltas. Pelo menos a metade dos carros que vimos cruzando o paso eram veículos de passeio convencionais. Mesmo carros com motorização 1.0 cruzariam este paso. O nosso carro possui motorização 1.4 (97 cv) e não teve perda de potencia significativa ou aumento de consumo devido a altitude. Em algumas subidas mais longas e íngremes o motor aqueceu bastante (ainda abaixo do limite) e tivemos que desligar o ar condicionado para ganhar um pouco mais de potencia e não forçar tanto o motor. Passamos por um policial com radar entre as cidades de La Serena e Vicuña.

Os trâmites nas aduanas chilena e argentina foram rápidos. Nós atravessamos na aduana chilena no final da manhã. Perguntamos aos agentes chilenos o horário que a aduana argentina fechava, eles nos informaram que é feito um controle compartilhado entre agentes dos dois países de quais veículos estão fazendo a travessia do paso.

Um pouco antes de chegar a aduana chilena pegamos uma chuva de granizo muito forte. As pedras de gelo não eram grandes, mas caiam em muita quantidade e choveu durante alguns minutos torrencialmente. Esse com certeza foi o maior susto de nossa viagem, pois pensamos que o parabrisa ia quebrar.

Nunca havíamos presenciado uma chuva de granizo tão intensa. A estrada e os campos ficaram brancos de tantas pedras.

O maior problema foi que a estrada não tinha nenhum tipo de abrigo, nem mesmo uma única árvore para noso proteger. Aqueles minutos não passavam. Não paramos de dirigir para ver se escapávamos nuvem de granizo e ficamos com as mãos segurando o parabrisas para ver se amenizava o impacto. O vidro vibrava devido a força das pedras. Foram realmente momentos assustadores. As pedras caíram durante longos 10 minutos. Tiramos algumas fotos nos momentos em que as pedras aliviavam um pouco, porque nos mais intensos realmente não foi possível. Felizmente passamos ilesos e o parabrisas ficou intacto. O bagageiro de teto protegeu o teto do carro. Posteriormente verificamos o carro e felizmente não vimos nenhuma marca das pedras.

Depois de alguns minutos chegamos na aduana ainda debaixo de chuva. Enquanto fazíamos os trâmites voltou a cair mais algumas pedras, mas com pouca intensidade e durou bem pouco.

A seguir partimos em direção a cidade Rodeo, onde iríamos pernoitar. Em Rodeo, após pesquisar alguns lugares, nos hospedamos na Pousada 50 Nudos. De uma forma geral gostamos da pousada, mas o que nos conquistou foi a parte externa. O local tem uma grande área verde, com piscina e um campo de futebol. É uma ambiente muito agradável e, mesmo pagando um pouco a mais do que pretendíamos, foi ótimo para a nossa família e principalmente para as crianças. Após um dia cansativo de viagem curtir a área verde do local foi muito bom para recarregarmos as baterias.

Na parte externa dos quartos há mesinhas com vista para a piscina, onde os hóspedes podem ficar curtindo a paisagem. O Alexandre e o Felipe ficaram até a noitinha jogando futebol com o filho da proprietária, um vizinho e mais dois meninos que estavam hospedados no local.

Nem preciso dizer o quanto o Felipe gostou desse final de dia. Foi bem legal, até porque foi algo que nem havíamos planejado e acabou sendo um final de dia bem divertido e agradável para todos nós. A família que administra o local foi bem hospitaleira e nos recebeu muito bem. No entanto, em relação aos quartos propriamente ditos, não nos agradamos muito. O ambiente todo é bem rústico, chega a ser rústico demais! Tinha banheiro privativo, mas não consideramos muito bom. A limpeza do local também deixou um pouco a desejar. Mesmo assim, consideramos uma opção regular. Como disse inicialmente, a parte externa nos conquistou primeiro e isso foi decisivo para nos hospedarmos lá.

No final, acabou compensando uma coisa pela outra. O lugar oferece estacionamento, café da manhã e wi-fi. A rede sem fio funciona somente em alguns lugares, como por exemplo na sala de café da manhã, nos quartos o sinal é muito fraco. Junto a sala do café da manhã tem uma cozinha que pode ser utiliza pelos hóspedes. O local também dispõe de aluguel de bicicletas.

Hoje foi o dia de chegarmos em casa. Por um lado estamos tristes com o fim da viagem, pois os 35 dias passaram voando… Quando estamos viajando nem sentimos o tempo passar e queremos que a viagem dure mais. Por outro lado, também é legal chegar em casa e em seguida já começar o planejamento de uma nova viagem.aduana

Essa foi uma viagem especial, pois foi a realização de mais um sonho, um sonho de chegar ao Peru de carro. Há bastante tempo planejávamos isso, mas somente agora foi possível. Hoje estamos felizes em escrever esse diário, pois nossa viagem foi ótima. Não aconteceu 100% como o planejado, pois tivemos que fazer algumas pequenas adaptações no caminho. Essa é uma das características das aventuras de carro, pois podemos mudar os planos sem comprometer a viagem como um todo.

O que realmente importa é que foi tudo tranquilo e sem grandes perrengues que pudessem interferir em nossa viagem. Por isso, estamos muito agradecidos! As crianças, mais uma vez, foram super parceiras. Realmente são ótimos pequenos viajantes de carro! Podemos dizer que nossa aventura foi tudo de bom e valeu muito a pena os nossos últimos 34 dias!! Será mais uma recordação para toda a vida.

Em relação aos trâmites, para a saída da Argentina e entrada no Uruguai, todos são feitos na mesma aduana (que fica do lado argentino), pois é integrada. Nesta aduana foi necessário a presença de todos os membros da família. Demorou somente uns 10 minutos para a realização dos trâmites. As aduanas da Argentina e Uruguai (Concordia/Salto) funcionam durante 24h, portanto neste sentido não há a preocupação com o horário de chegada nessa fronteira.

Mais adiante, documentação para a saída do Uruguai e entrada no Brasil foi super tranquila, não sendo necessária a presença de todos os membros da família junto aos agentes. Dessa forma o Alexandre foi sozinho com os nossos documentos e fez o registro da nossa saída do Uruguai.

Esse último dia de viagem transcorreu numa boa ou quase… Na verdade os pequenos perrengues que tivemos, fora o Alexandre ter ficado doente, se concentraram todos nesse último dia. Ainda bem, né?

Perrengues com a viagem acabando e mais perto de casa são mais fáceis de contornar. Nisso estamos tendo sorte pois, em outra viagem, quando o nosso carro estragou, estávamos no Uruguai no último dia de viagem e a poucos quilômetros de casa (para conferir clique aqui).

Mas, voltando aos problemas do dia, hoje tivemos um pneu furado e o ar condicionado pifado. O dia estava quente e tivemos que relembrar o tempo em que o nosso carro não tinha ar condicionado e tivemos que viajar com os vidros abertos! Mas, um ventinho no rosto não faz mal a ninguém, né?! Bom, mas ainda bem que foi no último dia pois, pegamos dias bem quentes e com criança seria bem complicado ficar sem o ar.

Também tivemos que consertar o pneu furado, mas foi tranquilo. Já estávamos no Brasil. Passamos então em uma borracharia ao lado de um posto de combustíveis e fizemos a troca. Aproveitamos para esticar as pernas e fazer um lanchinho com as crianças.

O trajeto realizado no dia de hoje foi: Condordia->Salto->(RN31)->Biassini->(RN4)->Artigas->Quaraí->(BR-293)->Santana do Livramento->Bagé->Pelotas.

A RN31 e RN4 (ambas no Uruguai) possuem baixo movimento de veículos e são cheias de buracos, no entanto é possível dirigir entre 80 e 100Km/h desviando da maioria deles.

A BR293 está em bom estado e com baixo movimento de veículos.

No caminho passamos pelo Complexo Eólico Cerro Chato, da Eletrosul em Santana do Livramento, onde mais uma vez podemos apreciar os “cataventos” enormes.

A nossa viagem chegou portanto ao fim, após percorrermos 10351km. Mesmo com todos os percalços do dia chegamos em casa felizes após esses 35 dias viajando de carro pelos países da América do Sul. E já estamos ansiosos pela próxima…

Nossa viagem pela Carretera Austral foi muito rápida, pois tínhamos disponíveis somente 23 dias. Portanto não conseguimos explorar adequadamente as inúmeras atrações desse roteiro.

Praticamente toda a carretera possui paisagens que encantam o viajante, portanto é difícil apontar suas principais atrações.

A seguir destacamos os lugares de que mais gostamos.


Termas El Amarillo

Está localizada a 25km ao sul de Chaitén, dentro do Parque Pumalin. Para chegar ao local se desvia 5km da carretera, através de uma estrada de rípio em bom estado. As termas estão abertas ao público durante todo o ano. As águas aquecidas são provenientes do vulcão Michimahuida e têm temperaturas médias de 52ºC. O local possui infraestrutura turística, com hotel, camping e cabanas. A entrada nas termas custa CLP 3.800,00 (R$17,90) por pessoa.

Mesmo com muito frio e chovendo pode-se aproveitar para tomar um relaxante banho quente ao ar livre em uma das piscinas do local.


Parque Nacional Queulat (Vestiquero Colgante)

O parque possui fácil acesso, sendo que a guarita do guarda parques está distante a apenas 1km da carretera. O acesso está a 20km ao sul de Puyuhuapi. O parque está a uma altitude de 2255m e possui algumas trilhas de diferentes dificuldades, tais como Sendero Laguna Témpanos, Sendero El Aluvión, Sendero Mirador Panorámico e Sendero Río Guillermo.

A principal atração do local é o espetacular Vestiquero Colgante, que é uma geleira suspensa na montanha que forma quedas d`água provenientes de seu degelo. A trilha que leva ao mirador é de pouca dificuldade e pode ser feita até mesmo por crianças. A vista desde o mirador é de tirar o fôlego. Pode-se percorrer uma trilha mais longa (2h30 na ida e 1h30 na volta) que leva a um local mais próximo da geleira.


Capillas de Mármol

Possivelmente seja o passeio mais famoso e desejado pelos viajantes da carretera. As formações rochosas mais famosas são: Cabeza de Perro, Cavernas de Mármol, Catedral de Mármol e Capilla de Mármol. O local é acessível através de um passeio de barco de 1h30 que parte do povoado Puerto Río Tranquilo. Em frente ao posto de combustíveis da cidade estão as tendas de onde se compra o passeio. Não é necessário reserva antecipada. Vá bem agasalhado, pois o frio é intenso.


Lago Bertrand

Saindo de Puerto Tranquilo, logo em seguida, está o Lago Bertrand. É um lago de cor azulada que vai margeando a estrada e dando um toque especial as paisagens juntamente com as montanhas ao fundo.


Lago General Carrera/Buenos Aires (Paso Chile Chico)

Este lago é compartilhado pelo Chile (onde é chamado de General Carrera) e pela Argentina (chamado de Buenos Aires). Possuiu uma superfície de 1850km quadrados e 590 metros de profundidade máxima.

Parte de seu entorno é percorrido pelas rutas 265 (no Chile) e RP43 (na Argentina), interligando as cidades de Chile Chico e Los Antiguos. A ruta 265 é em rípio em ótimo estado e a RP43 está pavimentada.

O trecho que conecta a Carretera Austral até Chile Chico, costeando o lago, é foi um dos trechos mais deslumbrantes de nossa viagem. Nosso camping selvagem na localidade de Fachinal, distante 48km de Chile Chico, foi com certeza o momento mais especial de nossa aventura.


Parque Patagônia (Paso Robalos)

Em um desvio de 15Km da carretera, se encontra a administração e camping do Parque Patagônia, junto ao Paso Robalos.
O Paso Robalos é um estrada pouco utilizada que une Chile a Argentina, acessível durante todo o ano. Possui altitude máxima de 715m em relação ao nível do mar.
Fomos ao parque para levar as crianças para ver os guanacos.


Rio Baker

O Rio Baker é o mais caudaloso do Chile e suas águas possuem uma impressionante cor verde esmeralda. O rio, que tem sua origem no Lago Bertrand e segue até Caleta Tortel, é outro ponto obrigatório para quem viaja para esta região do Chile. Com uma extensão de 200 quilômetros, Rio Baker é uma ótima opção para as práticas esportivas e de recreação. Devido a velocidade de suas águas é indicado para a pesca com mosca, rafting e o caiaque de rio.


Caleta Tortel

Caleta Tortel é um povoado com pouco mais de 500 habitantes localizado há 125Km de Cochrane e 23km da ruta principal (ruta 7). Caleta Tortel é um lugar sem ruas com somente passarelas e escadarias de madeira pelas quais é feita toda a locomoção. Em sua extensão são cerca de 7,5Km de passarelas e escadarias. As casas se localizam na encosta das montanhas. Cerca de 80% da superfície do pequeno povoado corresponde a áreas silvestres protegidas. A estrada que dava acesso aos povoado estava em condições ruins, com muitas pedras soltas.


Para mais informações sobre a carretera austral acesse os demais links do nosso guia.

Guia da Carretera Austral: aspectos gerais

Guia da Carretera Austral: carro mais adequado para a viagem

Guia da Carretera Austral: travessias de balsa

Guia da Carretera Austral: condições da estrada

Guia da Carretera Austral: postos de combustíveis

Guia da Carretera Austral: vale a pena ir até Villa O’Higgins?

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Devido ao grande percurso em rípio, o “ideal” são carros mais altos e com rodas maiores, tal como pickups, SUVs e crossovers. Mas isto é apenas uma recomendação para que se tenha maior conforto e menor desgaste no carro. Quanto maior a roda do carro, menor será a trepidação devido aos buracos e costelas de boi. A grande maioria dos aventureiros que percorrem a carretera utilizam pickups e SUVs. Os moradores destas regiões também dificilmente andam com carros menores.

A necessidade de uso de tração 4×4 é quase nula, pois a estrada é firme o suficiente para permitir a circulação de qualquer tipo de veículo. Portanto pode-se fazer toda a carretera com um carro convencional sem maiores dificuldades, desde que tenha uma altura normal em relação ao solo. Apesar de boa parte do percurso ser em rípio, dificilmente se encontram pedras grandes na estrada que poderiam danificar o cárter ou algum outro componente da parte inferior do carro.

A carretera austral pode ser percorrida com um carro de passeio convencional

De qualquer forma, ao utilizar um carro convencional deve-se sempre dirigir com mais atenção para desviar de pedras e buracos maiores, evitando assim uma surpresa desagradável na viagem.

Pode-se percorrer toda a carretera mesmo com um carro com motor 1.0. Os leitores que nos acompanham sabem que utilizávamos em nossas outras viagens um Prisma 1.4 2007 e um Classic 1.0 2013. Pela nossa experiência, qualquer um destes dois carros poderiam ser utilizados para percorrer a ruta 7. Obviamente que o carro iria sofrer um pouco devido as condições da estrada, mas não há nada que impeçam seu uso. Dúvida? Clique aqui e veja então o relato de um viajante que foi de Uno Mille.

Para mais informações sobre a carretera austral acesse os demais links do nosso guia.

Guia da Carretera Austral: aspectos gerais

Guia da Carretera Austral: travessias de balsa

Guia da Carretera Austral: principais pontos turísticos

Guia da Carretera Austral: condições da estrada

Guia da Carretera Austral: postos de combustíveis

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Há muitos anos queríamos percorrer a famosa e enigmática Carretera Austral. Enfim, em dezembro de 2016, partirmos para lá. Foi uma viagem de 23 dias e cerca de 8.500km rodados. Foi nessa viagem que estreamos nosso novo carro (Chevrolet S10) e o camper Duaron. Acreditamos que o momento foi perfeito, já que o uso do camper compensou a pouca infraestrutura da região.

A Carretera Austral, oficialmente chamada de Ruta 7, está localizada no sul do Chile (regiões de Los Lagos e Aysén) e conecta as cidade de Puerto Montt e Villa O’Higgins. Esta última cidade é a porta de entrada do Campo de Hielo Sur. Atualmente carretera possui 1255km, sendo que cerca de 769km desses não estão pavimentados.

Lago General Carrera na chegada a Puerto Tranquilo

Ao longo da estrada a altitude varia entre 200 e 2000m, podendo cair neve até mesmo no verão. As temperaturas na região são baixas e as chuvas estão presentes durante todo o ano.

Sua construção foi iniciada em 1976 durante o governo militar de Pinochet. Os militares levaram mais de 20 anos para abrirem a estrada. A obra está localizada em um território com características geográficas bastante complicadas, junto a Cordilheira dos Andes. Sua construção ainda é um enorme desafio de engenharia, já que a região possui campos de gelos, rios, lagos, montanhas e florestas. Ao percorrê-la é fácil entender a complexidade desse projeto.

A pavimentação iniciou na década de 90, mas ainda segue em ritmo lento. Para se ter uma ideia, durante o ano de 2015 foram asfaltados somente 24km.

O asfalto na Carretera Austral

A carretera está em constante manutenção, pois são comuns os desmoronamentos, quedas de árvores e chuvas que podem algumas vezes causar interdições temporárias. Diversos trechos estão sendo asfaltados, de forma que o tráfego pode também estar interditado em alguns horários para a continuidade das obras.

Na figura abaixo selecionamos um mapa para que vocês possam entender melhor o roteiro. O mapa indica inclusive quais trechos da carretera estão asfaltados. Se você desejar um mapa mais detalhado clique aqui.

Mapa resumido da Carretera Austral (clique na imagem para ampliar)

Mapa resumido da Carretera Austral (clique na imagem para ampliar)

Resolvemos fazer uma série de posts sobre este maravilhoso destino, os quais estamos chamando de Guia da Carretera Austral. Com isso pretendemos tirar as principais dúvidas e ajudar no planejamento de quem quer se aventurar por lá.

Dinheiro

Recomendamos levar todo o valor para cobrir os gastos da viagem pela carretera em dinheiro em espécie. Obviamente que deve-se levar em pesos chilenos, pois é difícil fazer câmbio na região. As maiores cidades da carretera são Puerto Montt, com 220 mil habitantes, e Coyhaique, com cerca de 50 mil. Embora haja caixas eletrônicos em algumas cidades menores, por segurança, somente considere encontrar caixas e câmbio nestas duas cidades. O pagamento de despesas com cartão de crédito também dificilmente será possível nos demais povoados.

Também deve-se levar em conta que despesas inesperadas podem ocorrer, tal como um problema mecânico. Portanto é prudente levar dinheiro para gastos extras. Nossa sugestão é se precaver com pelo menos o equivalente a R$1 mil.

Hospedagem e alimentação

Ao longo da carretera existem hospedagens de diversos tipos e padrões, tais como pousadas, campings e albergues. O verão é a alta temporada, sendo que fevereiro é o mês em que a região recebe mais turistas. Portanto para não haver surpresas, nesta época é recomendável fazer suas reservas de hospedagem com antecedência. Esta dica é essencial para garantir as hospedagens de melhor custo-benefício e para economizar tempo tentando encontrar um bom lugar para pernoitar e ou mesmo a possibilidade de ficar sem acomodação.

Época ideal para percorrer a carretera

Muitos viajantes acreditam que somente é possível viajar pela carretera no verão. No entanto isto não é verdade. A primavera e outono são ótimas épocas para se aventurar por lá. Durante a primavera o caminho fica repleto de flores, o que torna o caminho ainda mais encantador. No outono é o colorido das folhas das árvores que impressionam os viajantes. A vantagem da viagem no verão são as melhores condições climáticas, maior disponibilidade de balsas e menor probabilidade de problemas com a neve.

Boa parte da estrada é de rípio e passa em meio a mata fechada

Acesso a internet

A subsecretaria de telecomunicações juntamente com os governos regionais do Chile colocaram a disposição vários pontos de internet wi-fi, de acesso gratuito, espalhados pelo país. O Wi-Fi ChileGob é um projeto que visa ajudar a melhorar o acesso nos lugares mais vulneráveis do Chile que possuem poucas alternativas de conectividade. Para informações sobre as zonas com wi-fi gratuita clique aqui.

Essa é uma ótima alternativa para acesso a internet, especialmente, em uma região de pouca infraestrutura de comunicação como a carretera austral. Nós utilizamos essa internet em várias zonas da carretera e constatamos a facilidade do uso e a boa velocidade de acesso da rede.

Além disso, compramos um chip da entel que, segundo informações que coletamos na internet, é a operadora de internet mais rápida do país. O chip é barato, custou 2 mil pesos chilenos o que equivale, na cotação atual, a cerca de R$10,00. É muito fácil utilizar, uma vez que não há necessidade de realizar nenhum tipo de cadastro e, depois de inserido no celular e ativado o número de acesso, basta inserir os créditos para sair utilizando. A partir de um valor X de crédito adquirido é possível acessar algumas redes sociais de forma ilimitada. Também é aconselhavel escolher um plano que se adeque melhor ao uso do chip. Nós optamos por utilizar somente internet e escolhemos um plano específico para acesso a rede com validade de um mês o que foi mais do que o suficiente para o nosso uso (cerca de 10 dias). Há sinal da operadora em todas as cidades da carretera. O chip adquirimos em Pucón, pois não saberíamos se encontraríamos na carretera. Por outro lado, recarregar os créditos é muito fácil, pois são encontrados em minimercados de todas as cidades da carretera austral.

Para mais informações sobre a carretera austral acesse os demais links do nosso guia.

Guia da Carretera Austral: carro mais adequado para a viagem

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Ao longo da carretera há um bom número de postos de combustíveis, portanto não há necessidade de levar combustível reserva. A rede Copec está presente na maioria dos povoados e alguns dos postos aceitam cartão de crédito.

Portanto a falta combustível não é uma grande preocupação para os viajantes que querem se aventurar pela região. De qualquer forma é sempre recomendável manter uma autonomia mínima do tanque de 200km.

Localização dos postos Copec na Carretera Austral (Guia 2017)

Em nossa viagem nunca chegamos a menos de meio tanque de combustível em nosso carro, isto que nossa autonomia com tanque cheio era de apenas 520km devido ao peso do camper.

Embora haja um quantidade suficiente de postos de combustíveis em todo o trajeto da carretara austral, predominando os postos da rede Copec, eles não oferecem muita infraestrutura. Os postos, no geral, possuem uma cafeteria simples e banheiros. No entanto, para utilizar os banheiros é necessário pagar uma taxa, ou seja, não são gratuitos nem para quem abastece nos postos. A sua maioria possui wi-fi, mas não são disponibilizadas para os clientes.

Posto na Carretera Austral/Chile

Posto na Carretera Austral/Chile

No entanto, para veículos de recreação como motorhomes, trailers e campers os postos fornecem água gratuitamente para o reabastecimento dos depósitos dos veículos. O único que cobrou para esse abastecimento foi no posto Copec de Chaitén.

Além disso, é possível pernoitar pernoitar com segurança já que a maioria dos postos funcionam 24h.

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Veja também: Preços dos combustíveis na Argentina, Chile e Uruguai (jan/2017)

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