Como planejar sua viagem
Aclimatação à altitude
- O que é o mal da altitude?
O soroche (em espanhol), também conhecido como mal agudo da montanha (Acute Mountain Sickness – AMS, em inglês), apuniamento, mal de puna e mal da altitude, é o nome dado aos efeitos causados pela dificuldade do organismo em absorver oxigênio para suprir às necessidades impostas ao nosso corpo em lugares de grande altitudes. Esta falta de oxigenação pode causar diversos problemas e, em casos mais graves, se não for tratado adequadamente, levar a um edema pulmonar ou cerebral e colocar em risco a vida do viajante.
Quando a porcentagem de oxigênio no sangue é reduzida, o nosso organismo estimula uma série de mecanismos que possam levar mais oxigênio as nossas células, aumentando assim a respiração e a nossa pulsação.
Ao nível do mar, a porcentagem de oxigênio na atmosfera é de cerca de 21% e a pressão atmosférica é de 1 atm (760 mmHg – milímetros de mercúrio). Com o aumento da altitude, a porcentagem de oxigênio permanece constante em 21%, porém o oxigênio realmente absorvido por nosso organismo diminui. Em uma altitude de 3600m, a pressão atmosférica é de 0,6 atm (480 mmHg) e nosso organismo absorve cerca de 40% a menos de oxigênio.
O soroche é causado pela falta de aclimatação a altitudes geralmente superiores aos 2400 metros. Porém, dependendo do organismo, os efeitos podem se apresentar em altitudes menores, apesar disto não ser muito comum. Os primeiros sintomas aparecem normalmente entre 4 e 8 horas após chegar a altitudes elevadas.
As altitudes que podem causar o problema podem ser dividas em três classes:
– moderadas: entre 2.400 e 3.600 metros;
– altas: entre 3.600 e 5.400 metros;
– extremas: acima do 5.400 metros.
O mal da montanha pode afetar pessoas de qualquer idade, mesmo que tenham uma boa forma física e sejam completamente saudáveis. Mesmo pessoas que não tenham sentido os seus efeitos em uma viagem anterior, podem sentí-los em uma próxima viagem.
Poucas pessoas tem problemas realmente sérios. Dores de cabeça, falta de apetite, insônia e enjoo nos primeiros dias em grandes altitudes são comuns e constumam ser sintomas passageiros. Porém é necessário estar sempre atento aos sinais apresentados pelo seu organismo, evitando assim a evolução para quadros mais críticos.
As formas graves do mal da altitude ocorrem geralmente com alpinistas que fazem uma ascensão de grande desnível ou de forma rápida. A causa principal é uma má aclimatação. O problema pode evoluir para um quadro pior, como edema pulmonar ou cerebral quando não tratado adequadamente. Estas formas graves podem ser precedidas de sintomas leves, tais como dor de cabeça, insônia, falta de apetite e tonturas.
O edema pulmonar é o acúmulo anormal de líquido nos pulmões que leva à falta de ar. Os sintomas são graves, tais como grande dificuldade respiratória, tosse seca, expectoração sanguinolenta, pressão ou dor no peito, palpitações e fadiga. Neste caso é possível ouvir ruídos de borbulhas durante a respiração e os lábios, orelhas e unhas podem ficar roxos devido à falta de oxigênio.
O edema cerebral é resultado do aumento de líquidos dentro e por entre as células que compõem o sistema nervoso central. Seus sintomas são: náuseas, vômitos, dores de cabeça, alterações visuais, irritabilidade, distração, confusão, possível perda de consciência, convulsões e coma.
- Sintomas
O principal sintoma do mal da altitude é uma interminável dor de cabeça. O cérebro consome em torno de 20% do oxigênio que inspiramos e é um dos primeiros órgãos de nosso corpo a indicar a falta de oxigenação causadas pelas grandes altitudes. A dor de cabeça é provocada devido ao inchaço gerado pela dilatação dos vasos sanguíneos que suprem o cérebro. Esta ditalação é a reação de nosso organismo para permitir que mais sangue chegue à nossa cabeça. A falta de apetite, respiração ofegante e cansaço poderão vir em seguida.
Em geral, os primeiros sinais do soroche são
- Dor de cabeça leve que não passa;
- Náuseas e mal estar geral;
- Ligeiras tonturas;
- Dificuldades para dormir.
Quando se apresentam sintomas mais grave devemos buscar ajuda médica rapidamente e iniciar imediatamente a descida a menor altitude possível. Os sintomas que indicam uma grau mais grave do mal de altitude são:
- Náuseas e vômitos contínuos;
- Tonturas e alterações visuais;
- Dor de cabeça intensa e grave, que não desaparece com analgésicos;
- Pressão no peito, respiração e pulso rápidos (taquicardia), sensação de dificuldade respiratória;
- Hipotermia (perda de calor do corpo);
- Edemas (inchaço) localizados em torno dos olhos, rosto, mãos e tornozelos;
- Diminuição da quantidade de urina, confusão e desorientação;
- Desmaio por falta de oxigenação no cérebro;
- Convulsões e alterações psicológicas (indiferença, perda do sentido de perigo, etc…).
- Prevenção e como se aclimatar
A melhor forma de se prevenir contra o mal da altitude é fazer uma correta aclimatação antes de subir às grandes altitudes. Isto é feito através da ascensão gradual, que é o método mais seguro e garantido de se prevenir do problema.
Devido as grandes altitudes da Bolívia e Peru, o soroche ocorre com mais incidência em viajantes que visitam os lugares turísticos destes países. O problema acontece com mais frequência em pessoas que chegam nestes países de avião, pois o organismo não têm tempo de se adaptar a altitude. Em viagens de carro é possível fazer um roteiro prévio considerando as altitudes dos locais a serem visitados, permitindo assim que o organismo vá se adaptando durante os passeios.
O processo de aclimatação para viajantes de carro é simples, mas precisa de planejamento. Os efeitos são sentidos principalmente quando se permanece muito tempo (mais de 4 horas) em grandes altitudes. Como em viagens de carro normalmente as passagens por estes pontos são rápidas, acaba-se não sofrendo menos com o mal da altitude. O ideal é que se crie o roteiro de viagem levando em consideração as altitudes dos locais que serão visitados. Deve-se iniciar conhecendo por 2 ou 3 dias os locais de altitudes por volta dos 2500 a 3500m, retornando para pernoitar a 2000m.
Depois de acostumar o organismo a altitudes próximas a 3000m pode-se passar a visitar lugares com altitudes superiores. Mesmo assim procure sempre pernoitar em locais com altitudes iguais ou inferiores aos 3000m.
Lembre-se que muitos pasos entre Argentina e Chile possuem altitudes elevadas, portanto você deverá preparar seu organismo para atravessá-los. Por exemplo, os pasos Jama e San Francisco chegam a altitudes de 4600m.
As altitudes encontradas nas Regiões dos Lagos na Argentina e Chile são baixas, não necessitando se preocupar com o soroche. O mesmo acontece em viagens pelo sul da Patagônia e Terra do Fogo, onde a maior altitude encontrada nas estradas ficará por volta dos 600m.
Na Argentina as maiores altitudes ficam no noroeste do país, nas províncias de Jujuy, Salta e Catamarca.
Para realizar os famosos tours 4×4 no sul da Bolívia você deve fazer uma boa aclimatação primeiro. Nestes passeios, que geralmente partem de San Pedro de Atacama, se conhece o Salar de Uyuni, Laguna Colorada, Vulcão Licancabur, Laguna Verde, Laguna Blanca e as demais belezas do Departamento de Potosí. Todos estes lugares são de uma beleza única, porém como boa parte dos passeios é feito em altitudes superiores aos 4000m, é necessário que seu organismo esteja preparado. A maior altitude do passeio acontece nos Geisers Sol de Mañana, que está a 4900m acima do nível do mar. Além do mais, normalmente se pernoita em Villa Mar (4000m) e Villa Alota (3840m). Quando possível, evite pernoitar na cidade de Potosi na Bolívia. Devido a sua altitude de 3967m, o viajante pode facilmente ter problemas com o soroche.
A seguir estão listadas as altitudes, em ordem decrescente, de algumas cidades e lugares da Bolívia, Argentina e Chile. Os valores não são exatos, porém podem ser usados como referência. Use esta tabela para planejar o seu roteiro com o objetivo de se ter uma boa aclimatação.
Cidade ou local | País | Altitude (m) | Observações |
Geisers Sol de Mañana | Bolívia | 4900 | |
Desierto de Salvador Dalí | Bolívia | 4750 | |
Paso de Jama (Aguada de Suco) | Argentina/Chile | 4600 | |
Paso San Francisco | Argentina/Chile | 4600 | Boa parte do paso é feita em altitudes superiores aos 4000m |
Paso Hito Cajón | Chile/Bolívia | 4480 | |
Laguna Blanca | Bolívia | 4350 | |
Salar de Talar | Chile | 4322 | |
Geisers de Tatio | Chile | 4320 | |
Laguna Colorada | Bolívia | 4278 | |
Viaduto La Polvorilla (San Antonio de los Cobres) | Argentina | 4200 | |
Cristo Redentor (Paso Los Libertadores) | Argentina/Chile | 4200 | |
Abra de Potrerillos (Cuesta del Lipán) | Argentina | 4170 | |
Laguna Miscanti | Chile | 4120 | |
Laguna Miñiques | Chile | 4120 | |
Abra Blanca | Argentina | 4080 | Ruta 51 entre Salta e San Antonio de Los Cobres |
Villa Mar | Bolívia | 4000 | |
Ruta RP13 | Argentina | 4000 | Ruta que vai até a cidade de Iruya |
Potosí | Bolívia | 3967 | É uma das cidades mais altas do mundo |
San Cristóbal | Bolívia | 3919 | |
Villa Alota | Bolívia | 3840 | |
San Antonio de los Cobres | Argentina | 3775 | |
Oruro | Bolívia | 3700 | |
La Paz | Bolívia | 3660 | |
Salar de Uyuni | Bolívia | 3650 | |
Cuzco | Peru | 3400 | |
Cuesta del Obispo | Argentina | 3348 | Arredores de Salta |
Antofagasta de La Sierra | Argentina | 3223 | |
Paso Los Libertadores | Argentina/Chile | 3200 | |
Ruta RP52 | Argentina | 3100 | Estrada de rípio entre Mendoza e Uspallata, próxima as curvas de Villavicencio |
Humahuaca | Argentina | 3012 | |
Sucre | Bolívia | 2800 | |
Iruya | Argentina | 2780 | |
Parque Nacional Los Cardones | Argentina | 2700 | |
Cachi | Argentina | 2531 | |
Tilcara | Argentina | 2465 | |
San Pedro de Atacama | Chile | 2400 | |
Machu Picchu | Peru | 2400 | |
Deserto do Atacama | Chile | 2400 | |
Purmamarca | Argentina | 2195 | |
Uspallata | Argentina | 2039 | |
Cafayate | Argentina | 1683 | |
Fiambalá | Argentina | 1505 | |
Paso Cardenal Antonio Samoré | Argentina/Chile | 1314 | |
Salta | Argentina | 1187 | |
Paso Tromen (Mamuil Malal) | Argentina/Chile | 1169 | |
Bariloche | Argentina | 893 | |
Villa La Angostura | Argentina | 870 | |
San Agustín de Valle Fértil | Argentina | 828 | |
Mendoza | Argentina | 824 | |
Nazca | Peru | 630 | |
Santiago | Chile | 567 | |
Paso Garibaldi | Argentina/Chile | 430 | |
Santa Cruz de la Sierra | Bolívia | 416 | |
Copiapó | Chile | 391 | |
Córdoba | Argentina | 352 | |
Pucón | Chile | 220 | |
Lima | Peru | 154 | |
Rosário | Argentina | 25 | |
Ushuaia | Argentina | 6 |
Para ajudar a reduzir os efeitos do mal da altitude deve-se beber muito chá de folhas de coca nos dias que antecedem os passeios em lugares elevados. Pode-se também mascar diretamente as folhas, o que é um hábito muito comum das pessoas que habitam nestas regiões. As folhas são compradas facilmente em bancas que vendem ervas medicinais nas ruas de cidades próximas a grandes altitudes, tais como Salta e San Pedro de Atacama. As folhas são mais baratas e terão um efeito melhor do que os sachês produzidos industrialmente e vendidos em farmácias e supermercados. Para preparar o chá basta ferver as folhas em água quente. Leve o chá durante os passeios e beba-o regularmente, pois ele é inofensivo e não possui os efeitos da droga da qual as folhas são uma das matérias primas.
Importante: antes de cruzar as fronteiras, lembre-se de se desfazer das folhas de coca, pois é proibido entrar em outro país com produtos de origem vegetal.
A seguir estão algumas dicas que também irão ajudar a reduzir os efeitos das grandes altitudes:
- Somente use medicação por recomendação médica;
- Evite esforço físico desnecessário;
- Mantenha-se bem agasalhado;
- Fazer a ingestão diária de 3 a 4 litros de água;
- Realize passeios em ritmo lento;
- Não comer muita carne e comidas “pesadas”;
- Evite a ingestão de bebidas alcoólicas.
- Tratamento
A primeira dica importante é não usar medicamentos sem a indicação de um médico. Alguns remédios podem acabar inibindo os sintomas iniciais dos estágios mais graves do mal da altitude. Portanto, o uso de remédios deve ser usado com cautela.
O mal da altitude leve e moderado geralmente melhora após alguns dias de descanso, desde que a pessoa não se desloque para lugares ainda mais elevados. Nestes casos é indicado fazer repouso, hidratação e uma dieta energética. Aguarde até que seu organismo se adapte à altitude antes de visitar locais ainda mais altos. A recuperação será ainda mais rápida se você descer algumas centenas de metros.
No caso de ocorrer perda de coordenação, os sintomas serem graves ou piorarem, mesmo permanecendo-se em repouso na mesma altitude, deve-se ir imediatamente para algum local com a menor altitude possível. Algumas vezes uma redução de 400m na altitude já resulta em uma melhora significativa.
A administração de oxigênio suplementar, se disponível, serve tanto no tratamento quanto na prevenção do mal da altitude. O efeito é rápido, em poucos minutos você se sentirá melhor. O oxigênio deve ser administrado a uma concentração igual ou superior a 40%, de 3 a 5 litros por minuto. Alguns viajantes levam do Brasil cilindros de oxigênio, os quais podem ser comprados ou alugados nas lojas especializadas em produtos hospitalares. Algumas aduanas localizadas em pasos de grande altitudes, tais como no Jama, possuem cilindros de oxigênio para ajudar os viajantes que estejam se sentindo mal. Em algumas cidades específicas, tais como Cuzco, é possível adquirir latas de sprays de oxigênio, geralmente vendidos em farmácias.
- Nossa experiência em grandes altitudes
Nunca tivemos problemas sérios devido a grandes altitudes. Os maiores efeitos que sentimos ocorreram durante a travessia do Paso Jama, no tour pelo sul da Bolívia (próximo ao salar de Uyuni) e aos arredores de Antofagasta de La Sierra.
Fizemos a passagem do paso Jama bebendo muito chá de coca, o que ajuda a enfrentar os sintomas da altitude. Levamos uma caneca que é conectada na tomada de 12V do carro, mantendo a água do chá sempre quente. A Rosângela sentiu um pouco de dor de cabeça durante a viagem e também se sentiu mal em uma de nossas paradas, onde correu um pouquinho para subir em um barranco para tirar uma foto. Ela também sentiu um pouco de taquicardia, falta de ar e muito cansaço. Estes sintomas passaram em alguns instantes depois de cessado o esforço físico. O Alexandre sentiu bem menos, apenas uma leve pressão na cabeça que não chegou a incomodar muito. Os sintomas sentidos pareciam mais um início de dor de cabeça. Possivelmente não tivemos grandes problemas porque bebemos muito chá de coca durante todo o percurso e passamos 2 dias nos arredores de Salta para fazer a aclimatação.
Quando fomos ao Salar de Antofalla, aos arredores da cidade de Antofagasta de La Sierra, chegamos a altitudes de 4670m. O salar está a 3360m e a cidade, onde ficamos hospedados por 2 noites, está a 3232m. Durante os passeios sentimos um pouco de desconforto nos pontos mais elevados, mas assim que voltamos para a cidade não sentimos mais nada.
Na travessia do Paso Los Libertadores não chegamos a sentir nenhum efeito, até porque o ponto mais alto está a 3200m. Mesmo subindo de carro no morro do Cristo Redentor, que possui 4200m, não chegamos a sentir nada além de muito frio.
No Paso San Francisco, cuja maior altitude é de 4600m, também não sentimos nenhum incômodo. Apesar de grande parte desta travessia ser em altitudes maiores de 4000m, possivelmente não sentimos nada porque já estávamos bem aclimatados. Como já havíamos passado um bom tempo visitando os arredores de Salta, atravessado o paso Jama, feito o tour na Bolívia e ter ficado alguns dias conhecendo o Atacama, nosso organismo já estava adaptado a grandes altitudes.
Também não sentimos nenhum desconforto em alguns outros lugares que já visitamos, tais como Abra Blanca (4080m – Ruta 51 entre Salta e San Antonio de Los Cobres), Ruta RP13 (4000m – próximo a Iruya), Cuesta del Obispo (3348m – arredores de Salta) e Ruta RP52 (3100m, Estrada de rípio entre Mendoza e Uspallata, próxima as curvas de Villavicencio)
Abaixo segue nosso relato de nossa viagem de 2015 em relação a altitude:
Estivemos viajando com as crianças em janeiro/2015 nas grandes altitude do Peru e Bolívia. Fizemos uma boa aclimatação e não tivemos nenhum inconveniente.
O segredo é depois dos 2500m ir aumentando 500 metros de altitude por dia. Assim seu organismo vai se acostumando. Aproveite as belezas do noroeste Argentino para se adaptar a altitude, aumentando 500m por dia, antes de entrar na Bolívia e Peru.
O planejamento desta viagem foi mais complexo que das outras. Tínhamos grandes desafios: criar um roteiro que permitisse uma boa aclimatação a altitude, descobrir toda a documentação necessária, contratar os seguros necessários para o carro e descobrir qual a melhor rota, evitando assim estradas ruins.
Em relação a altitude, nosso plano de aclimatação funcionou muito bem. Nossa maior preocupação era em relação as crianças. O Felipe está agora com 4 anos e a Isabela com 1 ano e 3 meses.
Nosso plano de aclimatação ficou assim:
Dia 3: Maimará/ARG – altitude: 2390m
Dia 4: Humahuaca/ARG – altitude: 3012m
Dia 5: Villazón/BOL – altitude: 3407m
Dia 6: Potosí/BOL – altitude: 3967m
Dia 7: La Paz/BOL – altitude: 3640m
Desta forma fomos aumentando a altitude aos poucos. Funcionou muito bem. As crianças não apresentaram nenhum comportamento diferente que indicasse que estavam com dificuldades de aclimatação. Eu (Alexandre) e a Rosângela tivemos maior dificuldade em Humahuaca. A Rosângela apresentou um pouco de taquicardia, tonturas e dor de cabeça. Eu tive um pouco de dor de cabeça. Mas os sintomas não foram muito fortes e conseguimos superá-los sem maiores dificuldades. Já em Potosi, que era nossa maior preocupação, estávamos bem aclimatados.
Não chegamos nem a tomar o famoso chá de coca para ajudar no processo de aclimatação. A Rosângela tomou Paracetamol algumas vezes para amenizar as dores de cabeça.
Olá, Alexandre e Rosângela. Vou a Salta e Jujuy no final do ano com meus filhos de 13 e 16 anos. As crianças também podem tomar o chá de coca e mascar as folhas? (me ajudou muitíssimo quando fui a Cuzco e Machu Picchu).
Usaremos Salta e Purmamarca como base para os passeios.
Em Salta acho que será tranquilo, apenas teremos o dia do passeio do Tren a las Nubes (4.220m), mas vamos e voltamos no mesmo dia.
Em Purmamarca (2.324 m), iremos um dia a Tilcara (2.465 m) e Humauaca (3.012 m)
e outro a Salinas Grandes (3.410 m), sempre voltando para dormir em Purmarmarca.
O que acham? Estou um pouco apreensiva. Obrigada.
Olá Alexandre:tenho 68 anos e há três anos atrás viajamos para Cuzco,no Peru, juntamente com um grupo de 30 pessoas.Que experiência horrível!Assim que chegamos passei a sentir os sintomas do mal,com terrível falta de ar.Compramos tubos de oxigênio que não surtia nenhum efeito,fiquei gripado pelas baixas temperaturas e tive agravado fortemente meus problemas de refluxo.Para encurtar o relato, fiquei um dia internado numa clínica em observação e ao chegar no Brasil passei a sofrer de problemas de audição e hoje uso aparelho auditivo.Altitude nunca mais!!
Muito interessante o relato. Uma dica importante eu aprendi no Pronto Socorro de Santo Antonio de Los Cobres a caminho de S. Pedro do Atacama. Uma das pessoas que estava em nosso grupo sentiu-me levei-a ao Hospital da cidade, pequeno, simples, mas com pessoas muito atenciosas. A primeira coisa que ela fez foi medir o nivel de oxigenio no sangue, na pessoa que estava comigo esta comigo estava bem baixo. Ele colocou a pessoa no oxigenio por 5 minutos e os sintomas reduziram. Eu estava me sentindo bem, com os leves sintomas da altitude (3200 ms), ela mediu meu oxigenio e deu 75%, ela falou que eu precisava do exigenio. Fiquei uns minutos e logo chegou em 90%. DICA PARA QUEM VAI DE CARRO: levar tubo de oxigenio e as máscaras (uma para cada pessoa), levar um medidor de oxigeno desses que se coloca no dedo. Se baixar o nível tomar oxigeno de modo moderado, só para reduzir os sintomas, isso vai permitindo evitar os maiores incômodos. Quando chegamos em S. Pedro ja estavamos aclimatados. O “despacito” é uma excelente tática, entre outras: folhas de coca, muita agua e não tomar bebida alcoólica.
Olá, estou em San Pedro do Atacama há alguns dias. Meu primeiro passeio foi no ambulatório médico. Tenho alergia e o pó das ruas junto ao clima seco e a altura me deixaram muito mal. Tomei 4 dias de antibiótico e ibrupofeno, pois peguei até uma bactéria com o pó . Ainda assim, com um pouco de receio, viajei para o Salar de Uyuni. Passei frio e sangramento nas narinas, mas o Soroque não me abateu. Quando voltei para San Pedro, tudo voltou. Mesmo em altitude mais baixa, meu corpo está sentindo muito. Fadiga, nariz congestionado e frio. Penso que o pó daqui e pior que a altitude. ( pelo menos para mim).
Ola Alexandre e Rosangela vou visitar o Peru em abril, tenho poucos dias e queria conhecer trujillo e Huaraz a ideia é sair de onibus de trujillo e ir até Huaraz (3mil metros) você acha que devo perder um dia me aclimatando em Huaraz ou por ir de onibus de um lugar ao outro o corpo já estará mais aclimatado para fazer os passeios nas montanhas (5mil metros)
oi arrsouza gostei muito de visitar esse blog e tirei umas duvidas, estou planejando uma viagem de moto com minha esposa pra o deserto do atacama nesse ano e sse tal de soroche me da um poco de medo,, um moto abraço
Oi Alexandre
Dessa vez, vamos direto para a Bolivia, e de Sta Cruz de La Sierra é que vamos para outros lugares. Você ja ouviu falar em Diamox? Parece ser um remédio que se toma 24h antes da viagem e ajuda…
Obrigada!!
Olá Mônica
Não conheço esse remédio, mas acredito que o melhor mesmo é a subir aos poucos.
Um abraço
Alexandre, Rosângela, Felipe e Isabela
Olá,
passei muito mal em Iruya devido à altitude. Estou um pouco com medo de ir a Uyuni e Cuzco, o que vocês acham?
Obrigada!
Olá Mônica
Estivemos viajando com as crianças em janeiro/2015 nas grandes altitude do Peru e Bolívia. Fizemos uma boa aclimatação e não tivemos nenhum inconveniente.
O segredo é depois dos 2500m ir aumentando 500 metros de altitude por dia. Assim seu organismo vai se acostumando. Aproveite as belezas do noroeste Argentino para se adaptar a altitude, aumentando 500m por dia, antes de entrar na Bolívia e Peru.
Abaixo segue nosso relato de nossa viagem de 2015 em relação a altitude:
“O planejamento desta viagem foi mais complexo que das outras. Tínhamos grandes desafios: criar um roteiro que permitisse uma boa aclimatação a altitude, descobrir toda a documentação necessária, contratar os seguros necessários para o carro e descobrir qual a melhor rota, evitando assim estradas ruins.
Em relação a altitude, nosso plano de aclimatação funcionou muito bem. Nossa maior preocupação era em relação as crianças. O Felipe está agora com 4 anos e a Isabela com 1 ano e 3 meses. Tivemos que mudar nosso plano inicial porque acabamos saindo muito tarde de Villazón, pois nosso carro ficou em uma garagem em que tivemos que aguardar todos os outros sairem primeiro. Também demoramos muito tempo no percurso entre Villazón e Potosi. Com isso plano de aclimatação ficou assim:
Dia 3: Maimará/ARG – altitude: 2390m
Dia 4: Humahuaca/ARG – altitude: 3012m
Dia 5: Villazón/BOL – altitude: 3407m
Dia 6: Potosí/BOL – altitude: 3967m
Dia 7: La Paz/BOL – altitude: 3640m
Desta forma fomos aumentando a altitude aos poucos. Funcionou muito bem. As crianças não apresentaram nenhum comportamento diferente que indicasse que estavam com dificuldades de aclimatação. Eu (Alexandre) e a Rosângela tivemos maior dificuldade em Humahuaca. A Rosângela apresentou um pouco de taquicardia, tonturas e dor de cabeça. Eu tive um pouco de dor de cabeça. Mas os sintomas não foram muito fortes e conseguimos superá-los sem maiores dificuldades. Já em Potosi, que era nossa maior preocupação, estávamos bem aclimatados.
Não chegamos nem a tomar o famoso chá de coca para ajudar no processo de aclimatação. A Rosângela tomou Paracetamol algumas vezes para amenizar as dores de cabeça.”
Um abraço
Alexandre, Rosângela, Felipe e Isabela
Olá, eu, meu marido, filhas de 3anos e de 6 meses estamos indo pro atacama em dezembro e o blog de vcs tem nos inspirado… tenho duvidas em relaçao aos sintomas do soroche em crianças e bebês considerando que os bebes por exemplo nao sabem dizer seus sintomas, vcs tem alguma indicaçao exclusiva pros babies? obrigada!
Olá Ana!
Que legal que o nosso blog tem servido de inspiração para vocês! 🙂 Quanto ao soroche, não temos uma indicação exclusiva para crianças e bebês. O que temos lido é que o fato de ser criança não quer dizer que vá sofrer mais o mal da altitude. Lemos em alguns relatos que geralmente os adultos sofrem mais, especialmente quando se compara com um bebê que não faz grande esforço físico por estar grande parte do tempo no carrinho ou no colo. Mas, até mesmo crianças maiores sofrem menos os efeitos da altitude. No entanto, isso varia de pessoa para pessoa independente da idade. É muito importante fazer a aclimatação, ou seja, ir subindo aos pouquinhos. Neste sentido, as viagens de carro favorecem a aclimatação, pois podemos traçar com mais facilidade um roteiro e passar algumas noites em cidades com altitudes intermediárias até chegar ao destino com altitude mais elevada. Quanto ao sintomas, realmente os bebês e crianças pequenas não saberão ou terão dificuldade para informar o que estão sentido. Neste caso, a nossa dica é observar se o comportamento da criança esta diferente do habitual, ou seja, excluindo a possibilidade dela estar desconfortável com a alguma outra necessidade (sono, fome, fraldas sujas), observe se está mais manhosa, chorona, sem apetite, sem vontade de brincar, etc. Neste caso, converse com o pediatra da criança, previamente a viagem, e peça orientações em como proceder neste caso.
Desejamos uma boa viagem e um belo passeio com os babies! Irão curtir uma ótima aventura e se tudo der certo sem interferência do soroche!
Abraço, Rosângela.