Saída: Buenos Aires – Km 789 (10:30h)
Chegada: Mendoza – Km 1853 (23:00h)
Distância: 1064Km

O planejado não deu certo, estávamos cansados e acabamos acordando umas 8:15, nos arrumamos e fomos tomar o café da manhã. O café do hotel era bem fraquinho. Tinha que fazer o pedido do que queria comer no balcão. Não havia muita variedade de alimentos (somente pães, croissants e algo para beber) e também não podia servir-se do que quisesse, porém os croissants eram deliciosos.

Após o café tivemos que ir ao banco sacar alguns pesos argentinos para poder seguir viagem. Pegamos o endereço do banco mais próximo através do GPS. Fomos ao banco, já próximo das 9:30. Tivemos um problema com a senha do cartão (o saque internacional no Itaú é feito com 4 dígitos ao contrário dos 6 usados no Brasil), o que acabou atrasando um pouco a nossa saída da cidade.

Buenos Aires

Buenos Aires

Buenos Aires - Av. 9 de Julio

Buenos Aires – Av. 9 de Julio

Voltamos ao hotel, carregamos o carro e seguimos em direção a Mendoza. A partir do hotel, conseguimos facilmente encontrar a Ruta 7 (rodovia que nos levará até Mendoza).

Nos primeiros 200Km a pista possui 4 pistas para cada sentido e depois se reduz para 2.

A pista apresenta boas condições. O fluxo é intenso nos primeiros 300Km. Neste trecho a velocidade máxima varia entre 110 e 130Km/h.

Ruta 7 em direção a Mendoza

Ruta 7 em direção a Mendoza

Após alguns quilômetros anda-se em uma pista com uma faixa para cada sentido. Este trecho possui intermináveis retas e a velocidade máxima, em boa parte, é de 80Km/h. A via é pouco movimentada e grande parte do caminho andávamos entre 120-140Km/h, arriscando o pêlo, é claro. Diga-se de passagem, é difícil andar em linha reta em uma estrada bem conservada e pouco movimentada a 80km/h, ainda mais tendo pela frente 1050Km até o destino.

Flamingos

Flamingos

Num destes momentos que estávamos a 140Km/h, tivemos que reduzir para 100 pra fazer uma ultrapassagem e demos de cara com a polícia, que estava com um daqueles radares que medem a velocidade a longa distância. A polícia acabou parando um carro que vinha a uns 400m atrás de nós. Aprendemos a lição e reduzimos para 110Km/h, observando sempre se não haviam policiais a frente.

Nos primeiros 600Km existem vários postos de combustíveis à beira da estrada (YPF, Shell e Petrobras). A gasolina na Argentina chama-se Nafta e deve-se prestar bem atenção para evitar que o frentista abasteça com diesel, cujo uso é comum nos carros argentinos.  Pagamos pelo litro da gasolina normal $2,48 (R$1,30). Não há necessidade de abastecer o carro com a gasolina super, porque a normal é de melhor qualidade quando comparada a gasolina aditivada brasileira. Durante o trajeto de Buenos Aires a Mendoza encontramos alguns postos que oferecem gás natural (aqui chamados de GNC, ao invés de GNV no Brasil).

Após percorrermos alguns quilômetros, lembramos que na nossa lista de exigências da polícia argentina estava faltando o kit de primeiro socorros, o qual deixamos para comprar quando chegássemos ao país. Tínhamos a informação de que encontraríamos o mesmo em postos de gasolina. A nossa surpresa foi que procuramos em vários postos, os quais não tinham os kits.  Pela cara que os argentinos faziam, deu para perceber que estes kits (kit de primeiros auxílios), não são muito comuns nos carros argentinos.

Falando em exigências da polícia, outra coisa que percebemos, é que passamos por argentinos na beira da estrada usando apenas 1 triângulo, quando o exigido são 2.

Passamos por 4 barreiras policias e fomos parados em 2. Em uma delas pediram somente a carteira de habilitação e documento do veículo. Na outra, além destes documentos, o policial preencheu um ficha com dados pessoais do condutor e pediu para ver o porta-malas, ao qual deu apenas uma olhada por cima. Os guardas que nos abordaram foram todos educados.

Fomos parados também em uma barreira sanitária, onde foi solicitado para verificar o porta-malas e nossa caixa térmica para ver se haviam frutas ou outros alimentos cuja entrada na região é proibida.

Até o momento, além da aduana na entrada do Uruguai, somente apresentamos identidade, carteira de motorista e documento de registro do carro (CRLV).

No trecho de Buenos Aires até Medonza, passamos por 9 pedágios cujos  valores variam de PA$1,50 a PA$4,00, totalizando PA$22,3 (R$11,66).

Toda a estrada apresenta boas condições, totalmente plana e possui boa visibilidade, apesar de não ter os famosos olhos de boi (marcações fluorescentes na pista). Em compensação em alguns trechos a estrada é duplicada e possui uma ótima iluminação (aproximadamente 200Km). Todo o trajeto é bem sinalizado e possui diversas placas de advertências e placas indicando cidades e vilarejos.

Ruta 7 em direção a Mendoza

Ruta 7 em direção a Mendoza

Desconsiderando a distância, viajar de Pelotas a Porto Alegre requer mais habilidade do motorista do que Buenos Aires a Mendoza.

Durante todo trajeto, a paisagem é interessante, porém não apresenta nenhum ponto de destaque, composta basicamente de planícies.  Paramos rapidamente apenas para fotografar alguns flamingos, num tipo de lagoinha na beira da estrada e o pôr do sol. As demais fotos foram tiradas com o carro em movimento.

Boa parte do trajeto percorremos à noite e não tivemos maiores dificuldades. Nos 400Km próximos a Mendoza, o trânsito era mais intenso e mesmo assim foi tranquilo trafegar. Boa parte deste trecho andamos a 110Km/h, que era o máximo permitido.

Em alguns trechos, após a metade do caminho, a distância entre alguns postos de combustível na beira da estrada foi bem considerável. Aconselhamos manter uma quantidade mínima de combustível para uma autonomia de 200Km.

Como prejuízo tivemos o pára-brisa trincado após ser atingido por uma pedra que foi jogada por um caminhão, mas isto faz parte da aventura. Temos uma dica, é sempre bom carregar um adesivo de proteção para vidros trincados. Estes adesivos servem para proteger a parte trincada do vidro evitando que a poeira acumule no local e posteriormente possa ser feito reparos sem a necessidade da troca do para-brisas (dependendo da região onde o vidro foi trincado e do tamanho da trinca).

Chegamos em Mendoza às 23h. Como vimos anteriormente pela internet, a cidade possui um hotel da rede Ibis. Não fizemos reservas e fomos direto para lá ver se tinha vagas. Como tínhamos as coordenadas do GPS deste hotel, retiradas do seu site na internet, colocamos o ponto no GPS e fomos seguindo sua orientação. O hotel fica ao lado da RN 7 e o GPS nos levou facilmente para lá, apesar de nos fazer entrar em uma rua na contramão. A vantagem da rede Ibis é que todos os hotéis possuem praticamente a mesma infraestrutura e bom preço. Para o casal, o preço foi de $119 (R$62,26), sem café da manhã e com estacionamento grátis. O hotel possui estacionamento vigiado e seguro. Sua estrutura é igual a todos os outros da rede: possui TV a cabo, banheiro e um quarto com aquecimento. Neste quarto não tínhamos frigobar. Como vantagem está disponível internet sem fio grátis na cafeteria.

Fomos dormir às 0:30h.

Dicas do dia:

A opção de localização no GPS de lugares próximos ao lugar onde você está é bastante útil. Por exemplo: caso você queira procurar algum banco próximo do local onde você está. Usamos esta função no software de GPS do notebook para encontrarmos uma agência do Itaú. Foi uma mão na roda!

Para quem está de carro em Buenos Aires, uma boa dica é ficar em algum hotel próximo a Avenida 9 de Julio, pois esta fica perto do Buquebus e também é o caminho para pegar as rutas principais de saída da cidade. Nosso hotel possuía esta vantagem, pois ficava quase no cruzamento entre as avenidas 9 de Julio e de Mayo. Em 10 minutos já estávamos na ruta de saída da cidade.

Procure sempre descer do carro quando for abastecê-lo para garantir que o frentista irá abastecer com o combustível correto. Já ouvimos um relato de um brasileiro que teve seu carro abastecido com diesel por engano.

Ir para o próximo dia.

19 respostas
  1. Alessandro
    Alessandro says:

    Boa Tarde Alexandre, Rosângela e Felipe, primeiramente parabéns pelo blog, ele está servindo de base para muitas informações, pois em Dezembro eu e minha esposa pretendemos fazer um percurso parecido.
    Porém muitas dúvidas vão surgindo ao longo desse planejamento, e espero se possível vocês me esclarecerem algumas delas.

    O percurso de ida que gostaríamos de fazer seria: a saída de Londrina, Criciúma,Porto Alegre, Uruguaiana, Buenos Aires, Mendoza, Santiago. (Talvez mudaremos algumas cidades dessas.)

    Por nosso carro se tratar de leasing, teremos que levar fisicamente a autorização do banco até o consulado Chileno ou esse trâmite pode ser feito por correios?

    1)Teremos 14 dias para fazer essa viajem, vc acha que é suficiente o tempo?
    2)Quantos dias vc indicaria para ficar em Buenos Aires, Mendoza e Santiago?
    3)Existe postos de gasolina suficientes ao longo desse trajeto?

    Por enquanto é só isso meu amigo.
    Vou destrinchar mais um pouco seu blog e busca de informações.
    Abraço para a família.

    Responder
  2. Guilherme
    Guilherme says:

    Olá Alexandre, parabén pelo blog!
    Estou marcando uma viagem e vou de Buenos Aires a Mendoza de carro também, porém pretendia dormir uma noite no meio do caminho. Existe algum local para isso na rota?

    Responder
  3. Fernando Effting
    Fernando Effting says:

    Eu e minha esposa estamos pensando em ir pra Montevideo, Buenos Aires, e Santigo e depois retornamos para Braço do Norte – Santa Catarina, queremos ir agora dia 16 de dezembro e voltar lá pelo dia 02 de janeiro, vc acha que da pra fazer esse roteiro que vcs fizeram, vamos de troller

    Responder
    • arrsouza
      arrsouza says:

      Olá Fernando
      Dá para fazer boa parte dele. Caso vocês desçam até Bariloche o tempo fica um pouco apertado e talvez tenham que tirar alguns lugares.
      Abraços
      Alexandre e Rosângela

      Responder
  4. GILVAN ALVES DE LIMA
    GILVAN ALVES DE LIMA says:

    OLÁ ALEXANDRE VCS FORAM LÁ NA ARGENTINA ANO PASSADO, PRECISO SABER SE A PONTE INTERNACIONAL DE URUGUAIANA ESTA FUNCIONANDO POIS PRETENDO IR AGORA EM DEZEMBRO

    Responder
  5. Anne
    Anne says:

    Olá Boa tarde
    Estou programando minhas férias para Mendoza/ Santiago em agosto desse ano. Iremos de avião Santiago/mendoza, porém iremos alugar um carro para conhecer os lugares. Tira uma dúvida por favor… você comenta que sacou dinheiro em um banco, tem banco Itau, Bradesco lá? Como saco dinheiro ?

    Obrigado e parabéns pelo blog

    Responder
  6. Paulo Monteiro
    Paulo Monteiro says:

    Olá, temos o relato da nossa pequena viagem ( 15.000 km ) em 17 dias no orkut, não tão detalhado mas com boas fotos. Nós só tinhamos 2 semanas prá ir em todos esses marivilhosos lugares, más 30 dias seria ideal. Posso te enviar o relato ou te adcionar prá vcs acessá-las.
    Caso prefira o envio é só me passar seu e-mail.
    Abç.

    Responder
  7. Paulo Monteiro
    Paulo Monteiro says:

    Olá Alexandre, belo relato.
    Estamos indo, agora em outubro, de Uberlândia para Buenos e depois Mendoza e Santiago e este relato recente vai nos ajudar bastante.
    Já fui prá Ushuaia e subi trançando Chile ( carretera austral) e ruta 40 na Argentina.
    Qdo vc for prá la e quiser algumas dicas….
    Esse relato do frentista que colocou diesel no carro à gasolina é relativamente comum, pois diesel em castelhano é gasoil e gasolina é nafta. Abç.

    Responder
    • arrsouza
      arrsouza says:

      Boa noite Paulo

      Obrigado. Pretendemos ir no início do próximo ano. Estamos organizando a viagem aos poucos.
      Se tiveres algumas dicas de locais serão bem vindas.
      Caso tenhas o roteiro da viagem nos envie.

      Grande abraço

      Alexandre e Rosângela

      Responder

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