Saída: Pelotas – Km 0 (7:00h)
Chegada: Buenos Aires – Km 789 (22:30h)
Distância: 789Km

Acordamos 5h da manhã, como havíamos programado. Levamos muito tempo até fazermos os preparativos finais (conferir tudo que era necessário levar e colocar no carro).

Devido aos preparativos na véspera da viagem (imprimir mapas, traçar rotas, escolher algumas alternativas de hotéis), acabamos dormindo somente 3h. Mesmo assim, acordamos bem dispostos para a nossa aventura de férias.

Saímos de Pelotas às 7h. O tempo estava bom e o dia ainda estava clareando. Nosso objetivo neste primeiro dia é chegar a Buenos Aires na Argentina.

Partimos pela BR-392 e em seguida pegamos a BR-471 até o Chuí, ainda no Brasil. De Pelotas ao Chuí são 260Km.

Paramos na aduana do Chuí (Brasil) para registrar nossos equipamentos eletrônicos que não foram fabricados no Brasil. No caso, somente os 2 GPS e nossas câmeras fotográficas.

As cidades de Chuí (no Brasil) e Chuy (no Uruguai) são separadas apenas por uma avenida. Você atravessa a rua e já trocou de país, sem pontes, sem divisas.

Nesta cidade do Uruguai existem diversos freeshops, onde os turistas (principalmentes nós de Pelotas que somos praticamente seus vizinhos) aproveitam para comprar bebidas, eletrônicos, roupas, entre outros, com preços que estimulam o consumismo em qualquer um.

No Chuy (Uruguai) compramos alguns pesos uruguaios ($672,00, equivalente a R$ 67,00). Lembramos na última hora de comprá-los porque teríamos que pagar os pedágios até Colônia del Sacramento. Também aproveitamos para comprar mais alguns dólares.

A aproximadamente 1Km da fronteira está a aduana do Uruguai. Apresentamos nossos documentos (identidade e documento do carro) para registrar nossa entrada no país. Recebemos nossas “tarjetas de entrada”. Logo que fomos passar com o carro pela aduana o guarda nos parou, perguntou nosso destino e pediu o documento do carro, identidade do proprietário e carta verde. Pediu que abrisse o porta-malas. Ao ver o porta-malas abarrotado de diversas malas e quinquilharias (o porta-malas tem 460 litros e não sobrou espaço para nada), desistiu na hora de revistar e nos mandou prosseguir. Tínhamos diversos alimentos (inclusive os proibidos) em uma caixa térmica no banco de trás do carro (bem à vista), porém, ou não viram, ou não quiseram nem revistar.

Seguimos a viagem pela Ruta 9. A estrada está em boas condições. Até Colônia tinha 1 pedágio no Brasil (R$ 6,80) e 4 pedágios no Uruguai ($50 pesos ou R$ 5,00 cada).

Forte Santa Tereza

Forte Santa Tereza

Entrada do Parque Santa Tereza

Entrada do Parque Santa Tereza

Malabarista em Montevidéu

Malabarista em Montevidéu

Passamos por dentro de Montevidéo. O GPS acabou nos confundindo um pouco, mas também através dele conseguimos encontrar e retornar a Ruta 1 que nos levou até Colônia.

De Montevidéu até Colônia, boa parte da rodovia é duplicada.

Desde que saímos de Pelotas o movimento na estrada foi bem pequeno. Aumentou um pouco ao passarmos por Montevidéu, pois a estrada que pegamos corta a cidade. Uns 20Km em Montevidéu foram bem demorados, pois na estrada haviam diversos semáforos. Isto aumentou bastante nosso tempo de viagem, já que a velocidade máxima permitida era de 60Km/h.

As velocidades máximas nas estradas do Uruguay são 90 e 110Km/h, indicadas pelas placas. Em diversos locais onde existem povoados a velocidade cai para 50Km/h. Todas as rodovias que passamos estão muito bem conservadas e sinalizadas. O movimento é pequeno, mesmo onde os trechos são duplicados. Próximo a Colônia estão finalizando a duplicação da Ruta 1.

Neste 1º dia não paramos em nenhuma cidade, pois nosso objetivo é iniciar nossas “atividades turísticas” somente em Mendoza/Argentina.

Andamos boa parte do tempo a 90km/h e no máximo a 120Km/h. Fizemos pequenas paradas para comer e ir ao banheiro. Boa parte do tempo respeitamos as velocidades indicadas pelas placas, evitando assim problemas com a polícia. Durante o caminho, passamos pela polícia em torno de 6 vezes (incluindo os postos policiais). Até agora não fomos parados.

Chegamos a Colônia às 18h. O horário local é o mesmo do Brasil. O Buquebus fica no fim da Ruta 1, no Porto de Colônia.

Tivemos que deixar o carro fora do porto e fomos comprar as passagens. Eles aceitam cartão de crédito, mas não estava funcionando. Sorte que eles aceitam dólares. Pegamos o navio grande, cuja travessia demora 3h e o custo é menor. O carro mais 2 pessoas nos custou US$ 120,00 (R$ 240,00).

Ao comprar as passagens tivemos de apresentar nossas carteiras de identidade e documentos do carro. No mesmo lugar foi necessário fazer o check-in e depois a imigração. Na imigração só nos pediram os cartões que nos deram na aduana de entrada do Uruguay e nossas carteiras de identidades.  Todo o processo é bem rápido. Na imigração eles fazem a burocracia para saída do Uruguay e nos entregam o cartão para entrada na Argentina.

O Buquebus  é um ferry-boat (balsa) que transporta pessoas e carros e faz a travessia do Rio de La Plata, interligando as cidades de Colônia del Sacramento (Uruguai) e Buenos Aires (Argentina). O trajeto é feito por 2 tipos de barcos. O grande leva 3 horas e custa mais barato. O pequeno custa mais caro e leva 1 hora. Existem diversos horários de travessia e a passagem pode ser comprada pela internet (http://www.buquebus.com/).

O interior do Buquebus é bem agradável. Possui uma ótima estrutura, com banheiros, poltronas confortáveis (mesmo na classe econômica) e mesas. Os carros ficam na parte inferior do barco. Nos andares superiores estão as poltronas, um bar e um free shop. O barco grande possui 4 andares. No último andar é possível ficar na parte exterior do navio.

Compramos as passagens mais baratas (classe turista). A classe mais cara possui algumas poltronas e mesas um pouco mais confortáveis, além de um outro bar próprio. A diferença de conforto não parece ser significativa.

Nossos celulares da operadora Tim não funcionaram no Uruguay, mesmo com Roaming Internacional habilitado. Durante a travessia de barco para Buenos Aires já começamos a receber mensagens e pegar sinal novamente. A travessia no ferry foi tranquila e haviam poucas pessoas e automóveis.

Após as 3 horas de travessia, chegamos a Buenos Aires por volta das 22 horas. Não tínhamos reserva para hospedagem, apenas algumas opções de hotéis. Um dos hotéis era bem próximo ao porto de Buenos Aires. Após algumas dificuldades de configuração do GPS que nos tomou um bom tempo, conseguimos achar o hotel facilmente (demoramos cerca de 10 minutos), seguindo a indicação do nosso mapa roteável.

Como seria a primeira vez que íamos fazer a travessia com o Buquebus, ficamos com receio de fazer a reserva do hotel, pois não sabíamos se conseguiríamos chegara Buenos Aires no mesmo dia. Isto acabou nos prejudicando um pouco, pois a opção de hotel que tínhamos não havia mais vagas e como já eram 23h tivemos que procurar um hotel próximo sem poder escolher muito. Ficamos no Hotel Escorial (calle Salta, 92). Não recomendamos, pois era um prédio velho, mal conservado, de higiene duvidosa e o pior, possuia um elevador arcaico. Além disso, não tinha garagem. Tivemos que descarregar o mínimo de bagagens necessárias e ainda levar o carro a um estacionamento próximo. Contudo, nos quebrou um grande galho.

Fomos dormir quase 1:00h da manhã e planejávamos acordar às 07:00h para seguir até Mendoza.

Interior do Buquebus (poltronas)

Interior do Buquebus (poltronas)

Interior do Buquebus (poltronas e free shop)

Interior do Buquebus (poltronas e free shop)

Interior do Buquebus (automóveis)

Interior do Buquebus (automóveis)

Dicas do dia:

Vale a pena reservar o hotel em Buenos Aires para evitar ficar procurando em cima da hora. Pelo que vimos nos comentários pela web, as fotos dos sites dos hotéis de Buenos Aires não são referência. Muitos turistas reclamam que no site os hotéis pareciam ótimos, quando foram se hospedar descobriram que na verdade eram verdadeiras espeluncas. No site http://www.mochileiros.com/ existem várias dicas de hospedagem feitas por outros turistas.

Compre alguns pesos argentinos antes de entrar neste país, pois pode evitar alguns contra tempos se precisares de pesos para comprar algum alimento,  pagar estacionamentos ou pedágios.

Procure sempre ter mapas roteáveis para o GPS, pois mesmo que a rota indicada pelo GPS não seja a ideal, a rota calculada servirá como uma boa referência.

Deixe sempre ativa a opção de recalcular a rota, pois caso você erre o caminho o GPS irá criar uma nova rota automaticamente, levando em consideração sua posição atual.

Procure, sempre que possível, marcar os pontos de interesse antecipadamente, pois algumas vezes pode-se perder muito tempo para fazer a localização de determinado ponto durante a viagem.

A opção do GPS de localizar a interseção entre 2 ruas também é bem interessante. É um método rápido de localizar um ponto de interesse.

Um boa idéia é ter um GPS que possa ser conectado a um computador portátil, para assim poder utilizar softwares mais avançados como Garmin MobilePC e Garmin MapSource, desta forma você poderá utilizar recursos de software mais avançados e com maior facilidade. No nosso caso, estamos usando um GPS veicular com tela LCD e também um rastreador/logger (sem tela) ligado ao notebook.

Ir para o próximo dia.

66 respostas
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  1. Flávia
    Flávia says:

    Oi
    Adorei os comentários…só vi o primeiro dia…estou querendo ir a Buenos Aires,por Pelotas e fazer a travessia de ferry boat…
    Sou de Pelotas, mas moro em Novo Hamburgo…

    Responder
  2. Jeronimo Pereira
    Jeronimo Pereira says:

    Olá seu blog está me ajudando muito no planejamento de minha próxima viagem de carro que espero seja para janeiro de 2011 até Buenos Aires via Uruguai. Estou atento principalmente aos documentos necessários e não entendi o que vem a ser ” Carta verde ” mencionada junto com RG e documento do carro. Poderia me elucidar o que vem a ser isto? Obrigado!

    Responder
  3. Maria Ozelia
    Maria Ozelia says:

    Olá pessoal, parabéns pelo site.. estou acompanhando seu diário desde o ano passado..e esta me ajudando muito no planejamento de minha viagem: minha rota vai ser Brasi-uruguai- argentina -Chile retorno argentina- Paraguai-Brasil….para julho de 2011…
    E estou com duvidas em relação ao clima No mês de julho faz muito frio por lá?

    Responder
    • arrsouza
      arrsouza says:

      Olá Maria
      Obrigado!
      Faz muito frio, pois é bem no forte do inverno. Mas nada dá para suportar numa boa. A coisa fica feia mesmo somente nos cerros.
      Veja nossas dicas sobre dirigir na neve.
      Abraços
      Alexandre e Rosângela

      Responder
  4. Ana
    Ana says:

    Olá! Parabéns pelo ótimo BLOG! Qual a kilometragem do chuy à montevideo e montevideo colonia? Coloco no google maps mas diz que é impossivel trassar rotas e dizer a km. Estou na dúvida se vou por rio grande chuy ou jaguarao rio branco treinta y tres. vcs conhecem? brigadao.

    Responder
  5. Andre
    Andre says:

    Boa Noite e parabens pelo site , muito util.
    Tambem planejamos uma viagem de carro por uruguai , argentina e chile , gostaria de saber se a declaracao de eletronicos (cameras,gps,etc) feita ao sair do Brasil necessita ser refeita em toda aduana (ex: argentina/chile) ou somente na aduana de saida do brasil ?? Obrigado

    Responder
    • arrsouza
      arrsouza says:

      Olá André
      Nos formulários de entrada nas aduanas da Argentina e Chile eles questionam sobre os eletrônicos, mas não precisa colocar números de série, modelos e outras informações. Basta dizer que o que está levando.
      As informações completas são necessárias apenas na saída do Brasil (aduana brasileira).
      Abraços
      Alexandre e Rosângela

      Responder
  6. Jose Augusto
    Jose Augusto says:

    Oi pessoal,

    Primeiramente parabéns pelo blog. Completíssimo.

    Gostaria de esclarecer acerca do preço do buquebus. O site da empresa é confuso.

    Voces tem idéia dos valores atuais para ir de Colonia a Buenos Aires atravessando um veículo mais 4 pessoas?

    Obrigado

    José

    Responder
    • arrsouza
      arrsouza says:

      Boa noite José
      Obrigado!
      Não sabemos atualmente qual é o preço, mas não deve ter mudado muito. Lembre-se que para pickups o preço é mais alto.
      Grande abraço
      Alexandre

      Responder
  7. Marcos Ribeiro
    Marcos Ribeiro says:

    Ola pessoal, estou adorando ler suas experiências e gostaria de saber três coisas a primeira quanto custa o buquebus barato e o caro? Caso voces tivessem que tirar uma cidade do mapa qual voces tirariam Bariloche ou Mendoza? A ultima é se em Mendoza da para ver a neve em agosto. Obrigado

    Responder
    • arrsouza
      arrsouza says:

      Boa tarde Marcos

      Perdoe-nos pela demora na resposta.

      Estas informações sobre o buquebus estão no diário de viagem, dia 1 (buquebus lento) e dia 20 (buquebus rápido).

      Qual cidade ir dependerá da época do ano. Se fores em agosto (ou outro mes ainda no inverno) eu iria até Bariloche para apreciar as paisagens com neve. Passaria tb em San Martin de Los Andes, Villa la Angostura e faria a ruta dos 7 lagos.

      Nos meses de julho e agosto o inverno é mais intenso, tome cuidado ao dirigir na neve, principalmente na travessia dos pasos. O mais recomendado se não tiveres experiência em dirigir na neve, se fores de carro, é ir no início de junho.

      Na cidade de Mendoza dificilmente neva. Mas nos arredores da cidade é muito comum, rp52, rn7, principalmente em Uspallata e no Paso los Libertadores.

      Abraços

      Alexandre e Rosângela

      Responder
  8. Tânia Martins
    Tânia Martins says:

    olá, custei bastante em achar informações sobre buquebus, legal sua dicas seu relato…mas qto a autorização para trafegar com o veiculo fora do brasil..se eu tiver apenas a autorização da financeira não é suficiente???

    por favor mande resposta…pretendo viajar daqui alguns dias.

    Grata,
    Tânia Martins

    Responder
    • arrsouza
      arrsouza says:

      Boa noite Tânia

      Para transitar na Argentina com carro financiado, a autorização para tráfego de veículo fora do território nacional dada pela financeira precisa obrigatóriamente ser autenticada em cartório e legalizada no Ministério das Relações Exteriores em Brasília. Além disso você terá que legalizar este documento nos consulados chileno e uruguaio. Isto tudo porque os documentos registrados em cartório somente tem validade dentro do Brasil.
      Muitas pessoas arriscam viajar somente com a autenticação em cartório (foi o nosso caso na viagem em junho), mas corre-se o risco de ter problemas com a polícia.

      O documento raramente é solicitado pela polícia. Acreditamos que o problema é maior quando o CRLV está no nome da financeira, e não no nome do comprador (com o nome da financeira no campo de observações).

      Abraços

      Alexandre e Rosângela

      Responder
    • Amabry Castro / Rosely
      Amabry Castro / Rosely says:

      Maravilhosa sua viagem e coragem…tb temos espirito aventureiro. Já fizemos algumas viagem pela A. do Sul a ultima em 2011 fomos para Cuzco voltando pelo Atacama. Bom, estamos de partida em 06 de Set/12 vamos para Ushuaia e carretera austral e agradeço as dicas do seu Blog muito boas. Sei que comprando as passagens do Buque bus pela inernet saem mais baratas, vou tentar…, tinhamos decido ir por Uruguaiana, mais lendo seu Bolg vamos de Buque bus…um forte abraço!!
      Amabry Castro

      Responder
      • arrsouza
        arrsouza says:

        Olá Amabry
        Esperamos que a viagem tenha sido um sucesso!
        Nos conte como foi fazer a viagem no inverno. Estamos curiosos, pois carretera austral e Ushuaia nesta época é um grande desafio!
        Ficaremos muito felizes e saber como foi a experiência.
        Um abraço
        Alexandre, Rosângela e Felipe

        Responder
  9. Vanessa
    Vanessa says:

    Olá!
    Achei seu blog no google, estava procurando informações sobre o Buquebus.
    Muito boa as informações, eu estava na dúvida entre o barco rápido e o lento… Acho que vou ficar no lento mesmo! Gostei das fotos… Me fala uma coisa, o barco balança mto? pq eu tenho labirintite e a única coisa que eu já andei foi de escuna ahaahahahah e eu enjoo muito nisso! Fico com medo, vou levar dramin ou plasil haahahaha…

    Responder
    • Alexandre & Rosângela
      Alexandre & Rosângela says:

      Oi Vanessa!
      Obrigada por sua visita ao blog e pelo elogio.
      O buquebus é muito legal. É bonito e confortável. Quanto a balançar, nem se preocupe, pois não balança nada, mal dá para perceber que ele está andando. É super tranquilo. Quanto ao rápido e ao lento, na verdade nunca escolhemos, pegamos o que coincidiu na hora que chegamos a Colonia ou a Buenos Aires. Ocorreu que pegamos o lento na ida e o rápido na volta, mas a única diferença foi o tempo da travesssia e o valor, é claro.
      Estamos a disposição se surgir mais alguma dúvida.
      Rosângela e Alexandre.

      Responder
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