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Villa O’Higgins é o último povoado da carretera, sendo o ponto de acesso ao Campo de Hielo Sur. A vila possui uma população de cerca de 600 pessoas e foi fundada em 1966 com o objetivo estratégico de marcar a soberania chilena na região.

No povoado há alguns supermercados, restaurantes, campings e pousadas. Também há um posto de combustível da rede Copec. Apesar de afastada de tudo, a população e os turistas possuem acesso gratuito à internet na Biblioteca Municipal.

Próximo a vila é possível visitar os glaciares O´Higgins (localizado no lago homônimo), El Mosco e El Tigre. Também pode-se conhecer o paso fronterizo Río Mayer. Para os que gostam de trekking, é possível fazer alguns trilhas nos arredores no povoado. Umas das principais trilhas é a que leva ao Mirador La Bandera.

Montanhas nevadas no caminho até Villa O´Higgins

A maioria dos viajantes que percorrem a carretera não segue até Villa O’Higgins. Provavelmente o principal motivo é que normalmente o fim ou início da viagem pela carretera é feito pelo paso fronterizo Río Jeinimeni, o qual conecta as cidades de Chile Chico (Chile) e Los Antigos (Argentina). Não há nenhum acesso a Argentina a partir de Villa O’Higgins que possa ser feito de carro. Portanto, por exemplo, para quem está fazendo a carretera no sentido norte->sul, logo após passar a cidade de Puerto Tranquilo e chegar ao entroncamento com a ruta 265, quem quer ir até Villa O’Higgins terá que seguir mais 293km ao sul pela carretera e retornar pelo mesmo caminho a este ponto (entroncamento com a 265), para então seguir para a Argentina pelo paso em Chile Chico.

Outro motivo para muitos aventureiros desistirem de seguir até o fim da carretera é a má fama das condições da estrada, no trecho entre o paso Chile Chico e a Villa O’Higgins. Existem muitos relatos falando que a estrada está muito mal conservada e até mesmo intransitável para veículos que não tenham tração 4×4. Em nossa viagem nós vimos uma realidade totalmente diferente, na verdade todo este trecho estava em condições muito boas, até melhores que a maioria do resto da carretera.

Um ventisqueiro no caminho que leva até ao ponto final da Carretera Austral

Um terceiro motivo que assusta os viajantes é depender de mais uma balsa, a qual atravessa o Fiordo Mitchell, conectando Puerto Yungay a Rampa Río Bravo. A balsa é pequena e comporta somente 12 carros.
Na alta temporada, entre dezembro e março, são feitas 4 travessias diárias. Nos demais meses do ano são 3 horários. Como são poucos os viajantes por aqui, esta frequência da balsa é o suficiente para atender a demanda da região. A travessia é sem custo, subsidiada pelo governo chileno.

Belas paisagens que marcam a beleza de Villa O´Higgins

Em nossa opinião, o único problema de seguir até o final da carretera é que não há qualquer tipo de infraestrutura de apoio entre o entroncamento com a ruta 265 e Villa O’Higgins. Durante todo este percurso de 293km somente existem algumas poucas casas e nada mais. Portanto se ocorrer algum problema com o carro, pode ser bem complicado resolver. A única cidade com uma infraestrutura razoável é Coyhaique (50 mil habitantes), distante 559km ao norte de Villa O’Higgins. Nesta última cidade a infraestrutura para resolver problemas com o carro é praticamente inexistente, pois não há onde comprar peças, ou até mesmo um pneu. Se tiver um problema mais sério, será necessário colocar o carro em cima de um guincho e retornar uma boa quilometragem.

Uma queda d’água na beira da estrada

Em nossa viagem, quando estávamos indo em direção a Villa O’Higgins, rasgamos um pneu faltando 15km para pegar a balsa em Puerto Yungay. Resolvemos colocar a estepe e continuar a viagem rumo ao sul. Chegando em Villa O’Higgins confirmamos que realmente não haveria como consertar o pneu, pois o rasgo foi muito grande. Na vila não há onde comprar um pneu novo, portanto nossa única chance era conseguir um pneu usado para colocar como estepe. Como teríamos que percorrer 861km (sendo 407km em rípio) até Rivadavia (Argentina), que era a primeira cidade onde provavelmente conseguiríamos comprar o pneu, seguir a viagem sem a estepe seria uma péssima ideia. Como a roda de nossa pickup é de 17 polegadas, foi muito difícil encontrar um pneu deste tamanho. Com muita procura (muita mesmo), conseguimos comprar um pneu velho de um borracheiro. O pneu estava em péssimo estado, mas era melhor do que nada. Ainda tivemos que pagar em torno de R$120,00 pela sucata.

O ponto que marca o final da Carretera Austral

Olhando por outro lado o problema que tivemos com o pneu era fácil de resolver. Havia um casal de franco-chilenos (franceses que moram atualmente no chile), que estavam em uma pickup Nissan Frontier com um camper Duaron acoplado. Eles tiveram um problema no disco de embreagem da pickup (que tinha apenas 40 mil km), o qual precisava ser substituído. Apesar de eles terem conseguido um mecânico em Villa O’Higgins que conseguiria fazer o conserto, tiveram que esperar 2 semanas aguardando que a peça chegasse. Felizmente eles conseguiram consertar a pickup e seguir viagem. Posteriormente nos encontramos novamente com eles no paso Chile Chico.

De qualquer forma, o que queremos deixar claro é que inconvenientes podem acontecer na viagem (tanto na carretera, quanto em qualquer outro lugar). Durante a aventura pode ocorrer um problema de saúde ou mesmo com o carro. Todo viajante que se aventura por lugares mais isolados deve ter em mente que nem sempre será fácil resolvê-los. Mas precisamos ter paciência e tranquilidade na hora do aperto para achar uma solução e poder seguir viagem. Os obstáculos na viagem fazem parte da aventura e servem para nosso aprendizado e amadurecimento. Portanto não podemos deixar que nossos medos nos impeçam de seguir em frente e percorrer estes lugares mais remotos.

Villa O’Higgins vista do mirante

Não temos como descrever a beleza deste último trecho da carretera até Villa O’Higgins. Ele é diferente do que tínhamos visto antes e é verdadeiramente surpreendente. Portanto temos certeza ao afirmar que realmente vale a pena ir até o fim da carretera. A região é bastante selvagem e as paisagens são únicas, repletas de florestas fechadas, cachoeiras, penhascos e montanhas nevadas. Durante a ida até a villa estava chovendo, fazendo com que formassem incontáveis cachoeiras nas encostas das montanhas. As fotos não reproduzem o quanto esta região é única, portanto você precisa ir lá para ver com seus próprios olhos!

Para mais informações sobre a carretera austral acesse os demais links do nosso guia.

Guia da Carretera Austral: aspectos gerais

Guia da Carretera Austral: carro mais adequado para a viagem

Guia da Carretera Austral: travessias de balsa

Guia da Carretera Austral: principais pontos turísticos

Guia da Carretera Austral: condições da estrada

Guia da Carretera Austral: postos de combustíveis

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Seguindo para Villa María/Argentina

Acordamos após uma noite muito mal dormida, pois a porta do quarto do hostel deixava passar muita luminosidade para o interior do quarto. Isto fez com que o Felipe tivesse muita dificuldade para dormir, pois ele precisa que o ambiente esteja escuro. Nossa sorte que, além da cama de casal, havia um beliche no quarto. Assim tivemos a brilhante ideia de fazer um tipo de barraquinha na cama debaixo. Desta forma o Felipe ficou no escuro e finalmente pegou no sono.

Após arrumarmos a nossa bagagem seguimos viagem rumo a Villa Maria. Hoje já é o nosso terceiro dia do percurso de retorno. Depois de amanhã finalmente chegaremos em casa!

Para chegar a Villa María, pega-se a ruta RN 7 até Villa Mercedes, passando por San Luis. Depois pega-se a ruta RN8 até Rio Cuarto, passando por Sampacho. Depois pega-se a RN158 até Villa María, passando por General Cabrera e General Deheza.

Seguindo para Villa María/Argentina

Seguindo para Villa María/Argentina

A ruta RN7 está em muito bom estado e é toda duplicada neste trecho. Somente havia um maior tráfego de veículos próximo a Mendoza. Daí em diante, tanto a RN7 como as demais rutas, todas em bom estado e em pista única, apresentavam pouco movimento de veículos.

Há um bom número de postos pelo caminho, apesar de que, em alguns trechos, a distância entre os mesmos seja maior do que 100km.

Há 4 pedágios desde Mendoza até Villa María, totalizando PA$ 31,00.

Chuva pela frente

Chuva pela frente

Chegando em Villa María, achamos estranho um grande movimento de pessoas e policiais na entrada da cidade. Pensamos que estava se tratando de uma festa ou algum evento. Quando chegamos ao hotel (Vito Hotel), reservado previamente por meio do Booking.com, fomos informados que parte da cidade havia sido inundada devido as fortes chuvas dos últimos dias. Em virtude disso algumas famílias estavam sendo removidas de suas residências. Veja aqui a reportagem sobre os alagamentos.

Gostamos do hotel. Tem ar condicionado, ventilador, wi-fi e café da manhã. O hotel não possui estacionamento próprio e não haviam vagas na garagem mais próxima. Queríamos procurar um outro estacionamento, porém a atendente garantiu que era bastante seguro deixar o carro na frente do hotel e que havia um vigia. Como sempre tiramos todas as coisas de valor e deixamos o carro estacionado bem em frente a porta do estabelecimento.

Preço do combustível na Argentina

Preço do combustível na Argentina

Onde estamos: Villa María/Argentina

Onde estamos: Villa María/Argentina