Saída: Pelotas/Brasil – Km 0 (8:30h)
Chegada: Resistencia/Argentina – Km 967 (22:45h)
Distância: 967Km
Hoje inicia mais uma de nossas aventuras. Na noite anterior organizamos no carro uma parte do que iríamos levar. Dois dias antes já tínhamos o bagageiro de teto instalado, pois para colocá-lo se leva um tempo considerável.
Acordamos às 6:30h e terminamos de arrumar tudo e organizar nossa bagagem no carro. Fizemos uma última revisão de tudo que deveríamos levar. O mapa mental que usamos como checklist do que levar nos ajudou muito a garantir mais uma vez que nada seria esquecido.
Desta vez, como já saímos de Pelotas com o bagageiro de teto (compramos no Chile na viagem anterior), acabamos levando um pouco de coisas a mais, até porque pretendemos acampar em algum lugar. Nosso porta malas de 460l foi lotado e ainda colocamos mais uns 100l de coisas no bagageiro de teto (que é de 450l).
Começamos a nossa viagem às 8:30h. O dia estava bem bonito e ensolarado.
Nosso objetivo de hoje foi chegar a Resistencia, na Argentina. O percurso previsto é de 955Km. Saindo de Pelotas/RS pega-se a BR293 em direção a Bagé. Depois passa-se por Santana do Livramento e Quaraí. Segue-se pela BR293 e depois pega-se a BR290 à esquerda, seguindo até Uruguaiana, cidade que faz divisa com Paso de Los Libres na Argentina. De Paso de Los Libres pega-se a RN14 e em seguida entra-se à esquerda na RP123. Segue-se pela RP123 passando por Mercedes, até encontrar a RN12 (à direita) em direção a Corrientes. De Corrientes, se sai da RN12 e pega-se a RN16 à esquerda até Resistencia. De Pelotas a Uruguaiana são em torno de 566Km. De Paso de Los Libres a Resistencia são mais uns 389Km.
Chegamos a Quaraí (RS) com o tanque entrando na reserva. Péssima notícia, pois saímos de Pelotas com o tanque cheio de gasolina (48l) e percorremos somente 443Km. Pelos nossos cálculos a autonomia do tanque cheio deverá ficar em torno de 500Km. Isto é um problema, pois a travessia do Paso San Francisco, entre Copiacó (Chile) e Fiambalá (Argentina) é de 470Km sem abastecimentos. Como pretendemos parar muitas vezes neste percurso e teremos um trecho grande de rípio, poderemos ter problemas com falta de combustível. O consumo deste primeiro tanque de gasolina está bem estranho. Estamos suspeitando que não encheram bem o tanque e qualidade da gasolina do posto que abastecemos. Nas férias passadas tivemos média de 14Km/l abastecendo a gasolina da Argentina. Como no Brasil só usamos álcool como combustível, não sabemos qual a autonomia atual de nosso carro com gasolina.
Por via das dúvidas, em Uruguaiana compramos um galão de 20l para carregarmos algum combustível reserva para os trechos mais críticos (Paso San Francisco, Paso Jama e Antofagasta de La Sierra).
Compramos também algumas latas de café produzido no Brasil, para usar como alternativa caso algum policial argentino tente barganhar alguma propina. A RN16 que atravessa todo o Chaco argentino, entre Resistência e Salta é famosa pelos seus policiais corruptos. E o que piora a situação é que estamos perto do Natal e a polícia corrupta gosta de angariar fundos para a “cidra”.
Chegamos em Uruguaiana as 15:15h, onde calor era intenso. Ficamos preocupador com o calor que provavelmente teríamos de enfrentar no Atacama. Após as compras (ficamos 1h na cidade) fomos atravessar a ponte que liga o Brasil a Argentina. As aduanas dos dois países são integradas (estão no mesmo prédio) e estão localizadas após a ponte, dentro do território da Argentina. Após a ponte, antes de chegarmos à aduana, um policial nos solicitou o documento do carro e identidade do motorista, além da carta verde. Revisou os dados dos documentos para verificar se o carro estava realmente no nome do motorista e nos mandou seguir até o prédio da aduana para registrar nossa entrada. Não revistaram nosso carro e nem perguntaram se estávamos com alguma fruta, verdura ou carne. Mas o mesmo guarda revistou a mochila de um motoqueiro que estava em nossa frente. Eles registraram nossa saída do Brasil na aduana brasileira e nos deram os cartões de entrada na Argentina em outro balcão. Para variar, cada aduana usa um sistema diferente. Em nossa viagem anterior, ao sairmos do Brasil e entrar no Uruguai somente registramos a entrada no Uruguai. Na aduana da Argentina nos informaram que para a entrada do carro não precisaríamos receber nenhum documento, pois somente seria registrado no sistema que o carro entrou no país (regras do Mercosul). Levamos em torno de 30 minutos na aduana e seguimos viagem.
Quando abastecemos em Quaraí/RS (R$2,69 litro da gasolina aditivada), colocamos somente combustível suficiente para chegar em Mercedes, onde enchemos o tanque pagando PA$3,80 (R$1,98) na nafta grado 2. Logo após a aduana existem vários postos, porém lemos comentários que o preço para brasileiros é mais caro. Abastecemos em um posto Shell, onde pagamos com cartão de crédito.
A estrada entre Pelotas e Uruguaiana está em bom estado de conservação, com apenas alguns trechos ruins próximos a Bagé e também chegando a Uruguaiana. Estes trechos estão em manutenção. A boa noticia é que além da estrada estar em bom estado, não existe pedágio em nenhum ponto. Em todo este trecho havia muito pouco trânsito, dificilmente precisávamos ultrapassar algum carro.
As estradas (RN123 e RN12) entre Paso de Los Libres e Resistência também estão em bom estado de conservação, com somente alguns poucos trechos com buracos, também em manutenção. O movimento de carros neste trecho também foi muito pequeno. O tráfego foi mais intenso na RP12 que está melhor conservada. A velocidade permitida é de 110km/h para automóveis. Passamos por alguns postos policiais, mas não fomos parados nenhuma vez. Alguns policiais até nos cumprimentaram.
Pouco antes de chegar a Resistencia passamos por 2 pedágios que pagamos PA$2,10 (R$ 1,09) e PA$1,20 (R$0,63). Quem nos dera que no Brasil tivéssemos estes preços.
Chegamos em Resistencia às 22:45h. Abastecemos para já deixar o carro pronto para o dia seguinte, no qual a viagem também será longa. A cidade estava bem movimentada, apesar do horário. Havia uma circulação frenética de carros por todos os lados. Havia até fila nos postos de combustível, mas mesmo assim não esperamos muito para abastecer. O trânsito, aparentemente desorganizado, até que funciona. É interessante ver as motocicletas com toda a família em cima, chega a ter 4 numa mesma moto. Capacete? Para quê?! Ninguém usa.
Fomos procurar um hotel indicado no nosso guia de viagem. Colocamos o endereço no GPS e chegamos até o hotel com facilidade. Este hotel já estava lotado e acabamos ficando no hotel ao lado, que também tinha indicação no nosso guia.
Ficamos no hotel Gran Hotel Royal (www.granhotelroyal.com.ar). O hotel é simples, porém tem estacionamento (distante 1 quadra), ar condicionado, internet wi-fi e café da manhã. Pagamos para casal PA$179,00 (R$93,00). Comemos um lanche, que levamos para o hotel, e fomos dormir.
Em Resistencia estava muito calor, mesmo à noite. O ar condicionado foi de fundamental importância, acreditamos que a temperatura estava próxima a uns 30ºC.
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