Contemplando o pôr-do-sol no Valle de La Luna

Saída: Alota/Bolívia – Km 3592 (6:03h)
Chegada:
San Pedro de Atacama/Chile – Km 3592 (12:35h)
Distância: 266Km

Acordamos às 6h (5h no horário da Bolívia). Havíamos combinado de sair às 4h, mas ninguém teve coragem de levantar antes e resolvemos continuar dormindo até o motorista nos acordar às 6h.

Como era muito cedo, ainda estava escuro, não tivemos café da manhã. Continuamos então nossa viagem de retorno a San Pedro. O motorista, como havia saído com 2 horas de atraso, pisou fundo no acelerador e agora ele ignorava os buracos ainda mais.

Chegando a Laguna Verde (vulcão Lincabur ao fundo)

Chegando a Laguna Verde (vulcão Lincabur ao fundo)

A estrada agora estava em piores condições. O caminho era o mesmo que percorremos na ida. Porém desta vez não paramos nos pontos turísticos do caminho. Estava bem frio, em torno de uns 10°C. A pickup não tinha ar quente (na verdade mal tinha motor) e passamos frio quase a viagem toda.

Durante o caminho atravessamos de carro alguns rios, cujas águas estavam baixas, mas mesmo assim somente um carro alto conseguiria atravessá-las.

Quando passamos na Laguna Colorada havia uma quantidade enorme de flamingos, muito mais do que havia antes. O motorista estava com tanta pressa e o frio era tanto que nem pedimos para dar uma parada e tirar algumas fotos.

Durante o trajeto, o motorista ao menos falava o nome dos lugares e dava algumas informações básicas sobre cada um.

Chegamos à hospedagem que fica ao lado da Laguna Blanca em torno das 11h. Na lagoa havia alguns flamingos. Tomamos um rápido café e aproveitamos para tirar mais algumas fotos. Em seguida o sol abriu e o tempo começou a esquentar.

"Checkup" antes de continuar viagem :)

“Checkup” antes de continuar viagem 🙂

Distante 1Km da Laguna Blanca estava o escritório do guarda parques, onde tivemos que mostrar os tickets de entrada no parque, os quais recebemos na ida a Bolívia neste mesmo local.

Desde a saída da hospedaria onde dormimos, não havíamos passado por nenhum carro. Depois da Laguna Blanca começamos a passar por alguns carros no caminho (pickups de outros tours), os quais passavam por nós em alta velocidade e levantavam uma poeira absurda. A estrada era estreita e os carros passavam quase “raspando” um no outro. Sempre que passávamos por outro carro, andávamos algum tempo no meio da poeira sem enxergar nada e contando com a sorte para não bater em outro carro no caminho.

Algum tempo depois chegamos à aduana de saída da Bolívia. La estava um ônibus nos esperando para nos levar até San Pedro. O ônibus estava cheio de turistas que também regressavam de outros tours pela Bolívia. No ônibus só havia 2 lugares, e como as outras pessoas que estavam conosco resolveram esperar pelo próximo ônibus (que chegaria em 30 minutos), eu e a Rosângela pegamos nossas  malas e embarcamos.

No ônibus mal havia espaço para nossas malas. Os outros turistas eram de países como Austrália, Bélgica, Japão, México, Inglaterra, Brasil, França, Holanda, USA, entre outros. Vimos a procedência deles através da lista de passageiros que todos tiveram que preencher.

Ônibus que nos aguardava para o retorno a San Pedro de Atacama

Ônibus que nos aguardava para o retorno a San Pedro de Atacama

Todos no mesmo ônibus: australianos, belgas, japoneses, mexicanos, ingleses, brasileiros, franceses, holandeses e americanos.

Todos no mesmo ônibus: australianos, belgas, japoneses, mexicanos, ingleses, brasileiros, franceses, holandeses e americanos.

Saímos então em direção a San Pedro de Atacama. Logo em seguida pegamos a ruta 27, que é a estrada do Paso Jama. Começamos novamente a descida dos 4200 até os 2200m. O motorista fez todo este percurso em baixa velocidade, em torno de 50Km/h. Deu para ver que ele conhecia bem o trecho e foi sempre muito cuidadoso, usando o freio motor durante toda a descida.

Este novo motorista era bem atencioso e aproveitamos para pedir informações sobre os lugares que pretendíamos visitar nos arredores de San Pedro. Durante o caminho ele nos explicou que há pouco tempo atrás esta ruta era toda de rípio, e era a estrada usada pelas mineradoras da região. Ele nos disse que esta ruta foi asfaltada há apenas 7 anos, e que antes fazer este percurso era muito difícil, pois os carros patinavam muito na subida e tinham muita dificuldade de frear na descida. Durante a descida ele nos mostrou em vários locais os pedaços de automóveis na beira da estrada, frutos de diversos acidentes ocorridos pela imprudência dos motoristas e desconhecimento do quanto perigosa era a descida. Em uma curva da estrada ele nos disse que já haviam ocorrido 5 acidentes. No local pudemos ver os pedaços dos carros acidentados. Durante o percurso observamos que algumas das pistas de emergência possuíam marcas dos pneus de carros que tiveram problemas com os freios e tiveram que usá-las. O motorista nos falou também que ultimamente os acidentes diminuíram bastante, já que agora as pessoas conhecem melhor a estrada e tomam mais cuidado.

Algum tempo depois chegamos à aduana chilena. Todos preencheram o cartão de entrada e a declaração de que não trazíamos nada ilegal conosco.

Como estávamos de ônibus, ao invés de revisarem todas as malas, eles passaram todas as bagagens (até mesmo as de mão) pela máquina de raio x.

Na aduana conhecemos uma jovem brasileira que está morando na Bélgica e está com seu marido belga fazendo uma viagem de 7 meses pela América do Sul. Ambos estão em ano sabático e quando retornarem a Bélgica voltarão para seus empregos.

Após uns 40 minutos na aduana, seguimos com o ônibus até a agência de turismo. Terminou aqui nosso tour pela Bolívia.

Este tour de 4 dias pela Bolívia vale a pena, mas deve-se levar em consideração que será necessário um pouco de sacrifício. Pois em alguns dos dias não se pode tomar banho, dorme-se em quartos compartilhados com pessoas desconhecidas, os banheiros são péssimos e em alguns lugares falta energia elétrica (em muitos locais só tem gerador que é desligado durante à noite, em outros o gerador não funciona). Mas com certeza tudo isto não torna o passeio frustrante, pois conhecer a Bolívia, seu povo, suas paisagens e sua cultura compensam todo o sacrifício. Portanto desista do tour caso você não abra mão de uma boa hospedagem, caso contrário este passeio se tornará uma grande tortura. Nossa recomendação: faça o tour, pois vale a pena.

No tour não se passa muito frio nem muito calor na maior parte do tempo. Nas pickups, apesar de não ter ar condicionado, basta abrir o vidro que o vento deixa uma temperatura bem agradável. Em alguns lugares, como nos geisers Sol de Mañana e logo cedo pela manhã, deve-se ter sempre um casaco em mãos para amenizar o frio. Durante à noite a temperatura cai e sente-se um friozinho agradável, bastando os cobertores fornecidos pelas pousadas para dormir sem passar frio.

Lemos na internet que a alimentação fornecida pelas agências era muito fraca. Em nosso tour isto não aconteceu. Sempre tivemos bons cafés da manhã (melhores que em muitos dos bons hotéis da Argentina e Chile que já nos hospedamos) e os almoços e jantas sempre foram com abundância e boa comida, apesar de simples. Em uma das jantas tivemos até vinho e em outras refeições nos serviram sobremesa de frutas.

Fomos então ao supermercado El Oasis (calle Vilama, 425D, esquina com a Caracolles). Compramos algumas frutas: cereja, nectarina e coração de Paloma. Cada uma custando em torno de PC$1200 (R$4) o quilograma. Um pouco caro, mas as frutas estavam saborosas.

Descansamos um pouco e depois pegamos o carro para conhecer alguns lugares nos arredores de San Pedro.

Nosso primeiro destino foi as Termas de Puritama, que fica a 33Km ao norte de São Pedro seguindo pela calle Ignacio Carrera Pinto (mesma estrada em direção aos Geisers El Tatio). O caminho é bem bonito e vale a pena percorrer. Neste trajeto a altitude aumenta um pouco e o carro sofre em algumas subidas do caminho. O trajeto possui uma parte de asfalto e outra de rípio, ambos em boas condições. No caminho passamos pela Quebrada de Guatin (cânion rochoso atravessado por um rio de águas tépidas por causa da união do rio Puritama de água termal com o Purifica de águas frias), onde paramos para tirar algumas fotos.

Vista do vulcão Licancabur desde a calle Ignacio Carrera Pinto

Vista do vulcão Licancabur desde a calle Ignacio Carrera Pinto

Calle Ignacio Carrera Pinto em direção as Termas de Puritama

Calle Ignacio Carrera Pinto em direção as Termas de Puritama

Quebrada de Guatin

Quebrada de Guatin

Em seguida chegamos à entrada das termas, mas ao vermos o preço de PC$10000 (R$35) por pessoa, desistimos. As termas parecem ficar dentro da Quebrada de Guatin, e de cima da quebrada conseguimos tirar algumas fotos do local. Mesmo que não se queira chegar às termas, o caminho e a paisagem em volta das mesmas já valem a pena. Depois descobrimos que esse era o preço para ficar o dia todo, para ficar nas termas a partir das 14h custava à metade.

Termas de Puritama (dentro da Quebrada de Guatin)

Termas de Puritama (dentro da Quebrada de Guatin)

A bela Quebrada de Guatin

A bela Quebrada de Guatin

Seguimos então em direção ao povoado Machuca, retornando pela mesma ruta, já que a entrada do caminho que leva a este povoado fica a alguns quilômetros antes das termas. Logo após entrarmos na estrada que leva ao povoado, encontramos um rio que corta a estrada, mas como a água era baixa atravessamos. Mais a frente o rio cortava novamente a estrada. Neste ponto a água estava mais alta e resolvemos não arriscar. Há uma ponte em construção neste local, possivelmente daqui a algum tempo este rio não será mais problema. Nestes momentos que sentimos falta de ter uma pickup 🙁

Imprevisto na estrada em direção ao povoado Machuca

Imprevisto na estrada em direção ao povoado Machuca

As belezas da calle Ignacio Carrera Pinto

As belezas da calle Ignacio Carrera Pinto

Deserto do Atacama!

Deserto do Atacama!

Kidding!

Kidding!

Resolvemos ir então ao Valle de La Luna, que é possivelmente o ponto turístico mais visitado da região. O lugar fica distante 16Km de San Pedro. O local é um vale em plena Cordilheira de Sal, rodeado de formações rochosas geradas por séculos de erosão.

A Cordilheira do Sal foi formada há milhões de anos atrás. Era um antigo lago, cujo fundo foi sendo levantado e verticalizado pelos mesmos movimentos da costa terrestre que originaram a Cordilheira dos Andes. Moldada pelo tempo através da chuva, do vento e do sol do Deserto do Atacama, sua forma final que conhecemos hoje é plena de esculturas naturais, diferentes tipos estratificações e colorações variadas pela diversidade mineral do local.

Para chegar ao Valle de La Luna se pega a mesma ruta que vai para Calama (ruta 23) e após alguns quilômetros entra-se à esquerda onde há uma placa indicativa. Mais alguns Km entra-se à direita (também indicado por uma placa), onde existe um guarda parques, onde se deve pagar a taxa de entrada de PC$2000 (R$7) por pessoa. Em seguida a estrada é de rípio, mas em boas condições. Alguns km a frente encontra-se o estacionamento, junto ao acesso a grande duna de onde se pode contemplar o pôr do sol. Havia uma quantidade enorme de turistas, todos subindo a duna. Subimos rapidamente, pois o sol já estava se pondo. Haviam 2 lugares principais onde os turistas estavam se aglomerando: seguindo em frente em direção a onde o sol estava se pondo ou entrando à esquerda, de onde se podia ver os raios de sol sobre o vulcão Lincabur. Resolvemos entrar à esquerda, e acertamos. Deste local podiam-se ver os raios de sol sobre o vulcão, nas montanhas a sua volta e também nas montanhas do vale. Tiramos várias fotos aproveitando as belas paisagens do local.

Estacionamento no Valle de La Luna

Estacionamento no Valle de La Luna

Subindo a Grande Duna no Valle de La Luna

Subindo a famosa grande duna do Valle de La Luna

Valle de La Luna

Valle de La Luna

Valle de La Luna

Valle de La Luna

Contemplando o pôr-do-sol no Valle de La Luna

Contemplando o pôr-do-sol no Valle de La Luna

Quando o sol já havia desaparecido resolvemos conhecer o outro local para onde os turistas também tinham ido. No caminho todos já estavam voltando, e mais adiante encontramos um guia do parque que disse para retornarmos, pois o local já estava fechando. Ficamos intrigados, pois nunca pensamos que uma duna de areia fecharia. :/ Resolvemos então descer e conhecer o resto do vale. Pegamos o carro e continuamos o caminho, sem saber onde a estrada iria terminar. Andamos um pouco, onde em alguns locais ainda havia vans de empresas de turismos. Andamos mais um pouco e resolvemos voltar, pois já estava escuro. Resolvemos que iríamos voltar outro dia mais cedo para explorar o local com mais tempo.

Retornamos então para a cidade, onde jantamos e fomos para o hotel dormir. Lendo sobre o Valle de La Luna descobrimos que o caminho que estávamos seguindo saia novamente na ruta 23, de onde se podia retornar para San Pedro.

Dica do dia:

Aproveite para caminhar pelas ruas da cidade de Uyuni, assim você poderá conhecer de perto a cultura boliviana.

As roupas de frio (feitas artesanalmente) são bem baratas na Bolívia (especialmente na cidade de Uyuni), aproveite para fazer algumas compras por lá.

As pickups usadas do tour da Bolívia (Toyota Land Cruiser) podem transportar até 6 pessoas mais o motorista, porém 5 pessoas é o ideal. Caso você for alto, tente pegar algum banco nas 2 primeiras fileiras, já que na terceira o espaço é bem menor.

Dicas do que levar para quem pretende fazer o tour na Bolívia:

  • 3 litros de água por pessoa: a água é por sua conta.
  • Lanterna, pois em algumas das hospedagens podem não haver energia elétrica (eles usam geradores em condições precárias).
  • Barras de cereais: apesar de toda a alimentação ser fornecida pela agência, vale a pena levar alguns complementos caso sinta fome entre as refeições.
  • Saco de dormir: as roupas de cama dos alojamentos parecem estar limpas, mas vale a pena ter este acessório caso você encontre algum local com higiene duvidosa.
  • Leve algumas roupas de inverno: alguns locais são um pouco frios, especialmente pela manhã. Em torno de 90% do tempo é possível usar bermudas, camiseta e chinelos.
  • Boné, óculos de sombra e bloqueador solar: o sol é forte, principalmente no salar.
  • Várias pilhas reservas para a câmera fotográfica: a maioria dos locais onde você fica hospedado tem energia elétrica através de geradores em condições precárias e somente à noite, portanto não dá para contar sempre com energia elétrica para usar carregadores. Um carregador automotivo é uma boa opção, contanto com a sorte de que a tomada de 12V da pickup do tour esteja funcionando.

Mapas salar e lagunas na Bolívia:

  • Mapa turístico (Potosi)

  • Mapa sudoeste de Poto

Veja mais fotos deste dia no Flicker: clique aqui!

Ir para o próximo dia.

Subindo a Cuesta del Lipán

Saída: Tilcara/Argentina – Km 2960 (10:10h)
Chegada: San Pedro de Atacama/Chile – Km 3397 (19:00h)
Distância: 437Km

Acordamos por volta das 7h e tomamos o café da manhã no hotel. Como sempre um café bem simples, mas saboroso. Arrumamos nossas coisas e “pneu na estrada”.

O caminho para seguir para San Pedro de Atacama é: saindo de Tilcara pega-se a ruta RN9 rumo ao sul, posteriormente entra-se na ruta RN52 à direita em direção a Purmamarca, segue-se pela RN52 atravessando a Cuesta de Lipán, continua-se na RN52 atravessando o salar Salina Grande até a aduana Argentina; já no Chile a ruta RN52 passa a ser chamada de RN27, segue-se por esta ruta até encontrar com a RN23, onde toma-se à direita já em San Pedro de Atacama.

A bela ruta RN9 entre Tilcara e Purmamarca

A bela ruta RN9 entre Tilcara e Purmamarca

De Tilcara até San Pedro de Atacama são 436Km, com todo o percurso de asfalto em bom estado. Não há nenhum pedágio no caminho. Deve-se encher o tanque em Tilcara e outra vez um pouco antes da aduana da Argentina. Lembre-se que o consumo do carro aumenta devido à altitude. De Tilcara a Purmamarca são 26Km.

Todo o percurso do Paso Jama já vale a viagem. A beleza deste percurso é fantástica. Logo após sairmos de Tilcara e pegarmos a ruta RN52 fizemos a travessia da bela Cuesta del Lipán, pouco depois de Purmamarca. São muitas curvas, subidas e descidas. A tradicional foto deste lugar não mostra a quantidades de curvas que há neste caminho. Neste lugar sobe-se de 2600m para 4200m de altitude. Na altitude de 4170, local chamado de Abra de Potrerillos, há uma placa e algumas pessoas vendendo artesanatos. Após este ponto pode-se ver o Nevado del Chañi, que é uma montanha de 6200m, cujo pico está sempre nevado. A travessia da Cuesta del Lipán é bem mais demorada e complexa que a travessia dos Caracoles do Paso Los Libertadores na ruta RN7.

As belas curvas da Cuesta del Lipán na RN52

As belas curvas da Cuesta del Lipán na RN52

Curvas da Cuesta del Lipán

Curvas da Cuesta del Lipán

Subindo a Cuesta del Lipán

Subindo a Cuesta del Lipán

No caminho fomos tomando chá de coca, que ajuda a enfrentar os sintomas da altitude. Trouxemos uma caneca que pode ser conectada na tomada de 12V do carro, aquecendo a água do chá. Fizemos o chá na hora de sairmos e fomos tomando pelo caminho. Como vamos passar pelo Paso Jama, era bom se precaver devido a altitude. Esta caneca é ótima, ela tem um fio que se conecta na tomada do carro e esquenta de verdade, só é necessário esperar em torno de uns 40 minutos. Para viagens é muito útil.

Chá de coca para enfrentar a altitude de quase 5000m

Chá de coca para enfrentar a altitude de quase 5000m

Abra de Potrerillos (4170m): próximo ao ponto mais alto da Cuesta del Lipán

Abra de Potrerillos (4170m): próximo ao ponto mais alto da Cuesta del Lipán

Cuesta del Lipán

Cuesta del Lipán

Nevado del Chañi: montanha de 6200m de altitude

Nevado del Chañi: montanha de 6200m de altitude

Mais alguns quilômetros chegamos à famosa Salinas Grandes, que antigamente era uma lagoa e agora está quase seca, onde há uma imensa área plana repleta de sal. Este foi nosso primeiro contato com um salar. A ruta RN52 corta o salar, fazendo com que este percurso seja ainda mais empolgante. Ainda tivemos a alegria de que de um lado da rodovia o salar estava alagado e no outro seco. Do lado seco pode-se ver a formação dos hexágonos no salar, parecendo um quebra-cabeça gigante. Do lado alagado, tudo que está no horizonte se reflete na água (é uma fina camada de água com poucos centímetros), transformando o salar em um imenso espelho. Neste ponto conhecemos um casal de gaúchos de Novo Hamburgo que também estavam indo para San Pedro. Fizemos várias fotos do lugar e seguimos viagem.

Moradores da região

Moradores da região

Ruta RN52 cortando as Salinas Grandes

Ruta RN52 cortando as Salinas Grandes

Ruta RN52 em direção a Salinas Grandes

Ruta RN52 em direção a Salinas Grandes

Salinas Grandes

Salinas Grandes

Salinas Grandes

Salinas Grandes

Salinas Grandes

Salinas Grandes

Salinas Grandes

Salinas Grandes

Salinas Grandes

Salinas Grandes

Salinas Grandes

Salinas Grandes

Salinas Grandes

Salinas Grandes

Ruta RN52 cortando as Salinas Grandes

Ruta RN52 cortando as Salinas Grandes

Em direção ao Chile

Em direção ao Chile

Susques, ainda na Argentina

Susques, ainda na Argentina

Abastecendo em Susques

Abastecendo em Susques

Mais adiante passamos pelo Salar de Olaroz e Salar de Jama ainda na Argentina. Logo em seguida chegamos à aduana Argentina, onde rapidamente fizemos a burocracia de saída do país. Na aduana encontramos novamente o casal de Novo Hamburgo. Além disto, no lugar havia um bichinho de estimação típico da região: uma lhama. Ela apareceu do nada, correndo em direção a um grupo de pessoas que estavam na aduana. Foi a alegria do pessoal, todos tiraram fotos ao lado do bicho, que era tão manso quanto um cachorro.  Inclusive teve até uma “cacetada” com a Rosângela, quando ela foi tirar uma foto com a lhama o bicho fez que estava beijando o seu rosto, porém a câmera falhou bem na hora, a Rosângela foi atrás da lhama para tentar fotografar novamente e ela espirrou no seu rosto, hehehe. Só não foi vídeo cacetada porque não estávamos filmando!

Salar de Olaroz

Salar de Olaroz

Ruta RN52

Ruta RN52

Posto YPF na RN52 próximo a aduana Argentina (alternativa ao posto de Susques)

Posto YPF na RN52 próximo a aduana Argentina (alternativa ao posto de Susques)

Aduana Argentina

Aduana Argentina

Lhama, mascote da Aduana Argentina

Lhama, mascote da Aduana Argentina

Seguimos viagem em direção ao Chile. As belas paisagens impressionavam. Neste trecho começa a subida do Paso de Jama, onde chegamos a 4600m de altitude. Próximo aos 4600m o carro já começou a perder potência, e fizemos boa parte do percurso em 3ª marcha com o pé no fundo do acelerador. O carro andava a no máximo 50Km/h. Neste ponto alcançamos o casal de gaúchos e seguimos a viagem juntos. Ambos os carros sofreram um pouco nos pontos mais altos, mas não chegou a ser um grande inconveniente, pois a perda de potência não foi tão grande quanto esperávamos. A Rosângela sentiu um pouco de dor de cabeça durante a viagem devido à altitude e se sentiu mal em uma de nossas paradas, onde correu um pouquinho para subir um barranco, dando um pouco de taquicardia, falta de ar e muito cansaço. Estes sintomas passaram em alguns instantes depois de cessado o esforço físico. Eu já senti bem menos, uma leve pressão na cabeça que não chegou a incomodar muito. Parecia mais um início de dor de cabeça. Possivelmente não tivemos grandes problemas porque bebemos muito chá de coca durante todo o percurso.

Nos pontos mais altos do percurso a temperatura chegou a 0°C e nevava um pouco. Neve em pleno dezembro, coisas da altitude. Toda vez que chegávamos próximos aos 4600m voltava a nevar um pouco.

Neve em pleno dezembro, coisas da altitude (4800m)

Neve em pleno dezembro, coisas da altitude (4600m)

A paisagem do lado chileno é ainda mais impressionante. Quando já estávamos próximos a San Pedro iniciamos a descida, que começou em 4200m e terminou em 2200m. Toda esta descida é feita através de uma estrada com algumas curvas através de 42Km. É impressionante o quanto se desce em tão pouco tempo. Na beira da estrada há vários pontos de escape (pistas de emergência, que possuem vários montes de brita para redução de velocidade) para o caso de ter problemas nos freios. Como não estávamos preparados para isto (não sabíamos desta descida), acabamos iniciando a descida em uma velocidade muita alta, em torno de 100Km/h em 5ª marcha. Como todo este trecho é de pista simples e sem acostamento, caso você tenha que ultrapassar algum caminhão que venha em baixa velocidade se torna muito perigoso, pois fica difícil reduzir a velocidade em uma descida como esta. Levamos um bom tempo para conseguir reduzir a velocidade através dos freios, que já estavam cheirando a queimado. Quando conseguimos, colocamos o carro em 3ª marcha e fizemos o resto da descida usando o freio motor, com uma velocidade em torno de 60 a 80Km/h. Deste jeito a descida se torna tranquila e segura. Mas deve-se tomar o cuidado de já iniciar a descida usando o freio motor para evitar surpresas na hora de reduzir a velocidade.

Durante a descida passaram por nós 3 motos de brasileiros, que nos cumprimentaram e fizeram poses para tirarmos fotos!

Vulcões Licancabur e Juriques vistos da ruta 27

Vulcões Licancabur e Juriques vistos da ruta 27

Todo o trajeto do Paso Jama é bem tranqüilo, devendo-se tomar cuidado apenas na travessia da Cuesta de Lipán (devido à grande quantidade de curvas e altitude) e também na chegada a San Pedro, onde se faz a descida dos 4200m até os 2200m. Tendo bom senso e estando com o carro bem revisado e em boas condições, não há grandes dificuldades em percorrê-lo. Lembre-se sempre de andar em baixas velocidades neste trecho e usar o freio motor para fazer as descidas.

Ruta 27 na chegada de San Pedro: descendo dos 4200m para 2200m de altitude em 42Km

Ruta 27 na chegada de San Pedro: descendo dos 4200m para 2200m de altitude em 42Km

Vulcões Licancabur e Juriques vistos da ruta 27

Vulcões Licancabur e Juriques vistos da ruta 27

Veja abaixo o gráfico com as altitudes de todo o trajeto deste dia:

Altitudes no Paso Jama

Altitudes no Paso Jama

A aduana de entrada no Chile fica na cidade de San Pedro de Atacama, ao contrário do que se espera que seja: logo após a fronteira do país. A impressão que dá é que já havíamos passado da aduana e nem havíamos percebido. Na verdade, é possível entrar no Chile e até mesmo na cidade de San Pedro sem passar pela aduana.

Chegando à aduana, fizemos a entrada no país, que foi bem rápida. Somente revisaram rapidamente o porta-malas e o interior do carro. O bagageiro de teto não foi nem aberto. Uma recomendação que haviam nos alertado é que não tentássemos entrar no Chile com as folhas de coca, pois seria problema na certa. Isto porque na verdade não se pode entrar com nenhum tipo de vegetal, além de madeira (artesanatos) e derivados de carne e leite. Por isto, logo antes da aduana Argentina já havíamos nos desfeito de nossas folhas de coca.

Aduana chilena em San Pedro de Atacama

Aduana chilena em San Pedro de Atacama

Na aduana encontramos novamente o casal de gaúchos e também aproveitamos para fazer amizade com os brasileiros que estavam de motos.

Saindo da aduana, fomos dar uma volta em San Pedro à procura de hotel. Visitamos alguns, com preços que variavam de PC$30000 a PC$48000. Acabamos escolhendo o hotel La Ruca, que nos cobrou PC$30000 (R$103,00) a diária, sem café da manhã, mas possuía internet Wi-Fi e estacionamento. O hotel fica situado na calle Toconao, 513 (hostalaruca@hotmail.com).

À noite fizemos alguns passeios pela cidade, que estava lotada devido à véspera de Natal. Na igreja e praça central assistimos a uma apresentação de dança feita pelos moradores, que estavam todos com suas vestes tradicionais. Em seguida fomos jantar no restaurante Adobe, que fica na calle Caracoles. É um dos restaurantes mais caros da cidade e está sempre lotado. Comemos uma massa com champignon e queijo, que não estava lá muito boa. Pagamos PC$16500 (R$57,00). O valor é alto, mas o restaurante está bem localizado, com um ambiente bem planejado e é considerado um dos melhores de San Pedro. O custo-benefício é questionável. No restaurante, coincidentemente encontramos novamente o casal de Novo Hamburgo, quando nos demos conta estávamos nas mesas lado a lado.

San Pedro é uma cidade com menos de 5000 habitantes, que nesta época dobra devido aos turistas. Suas ruas são quase todas de areia. A rua principal (Caracoles) é também de areia e é possível percorrê-la somente a pé, nesta rua estão localizados inúmeros restaurantes e agências de turismo. A cidade não chega a ser bonita, mas seu ambiente rústico e seus arredores a tornam um lugar especial. A cidade está repleta de turistas do mundo inteiro. Por todo o lado se vê turistas dos EUA, França, Austrália, Brasil, México, Inglaterra, Japão, Bélgica, Alemanha, entre outros. Arriscamos em dizer que o maior número de turistas são americanos, brasileiros e franceses. Os restaurantes, lojas e hotéis possuem placas, cardápios e demais informações em inglês e espanhol. Até nas pequenas lojas de artesanato os atendentes arriscam algumas palavras em inglês, pois estão acostumados a atender pessoas do mundo todo.

Durante o dia a cidade possui pouco movimento, pois os turistas estão explorando os seus arredores através das inúmeras empresas que oferecem tours por toda a região. À noite a rua Caracoles, onde estão localizados a maioria dos restaurantes e empresas de turismo, fica repleta de gente caminhando de um lado para o outro.

Em San Pedro o que não falta são restaurantes, hospedagens, lojas de artesanatos, lan houses para acesso a internet, casas de câmbio (que trocam dólares, libras esterlinas, euros, bolivianos, reais e pesos argentinos) e empresas de turismo. Existem vários locais onde se podem alugar bicicletas, fazer passeios a cavalo ou agendar um tour para qualquer um dos pontos turísticos da região.

Por volta da 1h voltamos ao hotel e fomos dormir. Durante o banho faltou água (que achamos que é algo um tanto comum por aqui). Este problema ocorre em vários lugares, a qualquer hora do dia (mas principalmente à noite, quando todos os turistas estão nos hotéis).

Dicas do dia

Encha o tanque em Tilcara ou Purmamarca e depois no posto YPF próximo a aduana da Argentina. Este posto YPF é novo e muitos viajantes nem sabe que existe. Lembre-se que o consumo de combustível aumenta muito devido à altitude. Há um posto também em Susques, mas a qualidade é duvidosa (o posto é uma pocilga) e o preço é alto: pagamos PA$4,30 (R$2,24) o litro da nafta super (para a Argentina é bem caro). Só para registrar: de Tilcara a Susques são 161Km e o consumo foi de 14 litros de gasolina.

Leve chá de folhas de coca para tomar durante a travessia do Paso Jama, isto ajudará a reduzir os sintomas causados pela altitude. Não se esqueça de se desfazer das folhas antes de chegar à aduana Chilena em San Pedro de Atacama. Não faça muito esforço físico nas grandes altitudes, procure não correr ou carregar peso.

Muitos carros, independente de sua potência, sofrem muito devido a altitude no paso Jama. Alguns até mesmo param ou tem que andar em 1ª marcha nos trechos de maior altitude. Dê uma lida no post “Problemas com a altitude” no site Mochileiros. Um truque que o pessoal usa quando o carro perde muita potência é tirar o filtro de ar, reduzindo um pouco o problema. Lembre-se de fazer isto somente se não tiver muita poeira, que algumas vezes ocorre devido a ventos fortes na região.

Seja prudente na travessia da Cuesta del Lipán e chegada a San Pedro de Atacama (descida de 4200m para 2200m): use o freio motor e dirija devagar.

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Purmamarca (Cerro Siete Colores ao fundo)

Saída: Purmamarca/Argentina – Km 2698 (11:25h)
Chegada: Tilcara/Argentina – Km 2956 (19:40h)
Distância: 258Km

Acordamos por volta das 9h e tomamos o café da manhã com torradas, doce, manteiga e café, chá ou leite. Estava simples, mas saboroso. Fomos dar umas voltas pela cidade para depois seguirmos até Iruya. Ficamos muito encantados com Purmamarca. Uma cidadezinha pequena, mas encantadora no meio de várias montanhas rochosas. Destaca-se o Cerro Siete Colores, que é a maior atração da cidade. Nesta volta encontramos um brasileiro que viajava de carro desde Campo Grande no Matogrosso do Sul. Após este passeio, seguimos o nosso destino.

Ruas de Purmamarca (Cerro Siete Colores ao fundo)

Ruas de Purmamarca (Cerro Siete Colores ao fundo)

Purmamarca (Cerro Siete Colores ao fundo)

Purmamarca (Cerro Siete Colores ao fundo)

Fomos em direção a Iruya, passando por Tilcara e Humahuaca, onde paramos para abastecer.

Saindo de Purmamarca, para chegar a Iruya deve-se seguir pela ruta 52 em sentido leste. Poucos quilômetros à frente pega-se a ruta RN9 à esquerda. Segue-se pela RN9, passando por Maimará, Tilcara e Humahuaca. Mais adiante entra-se à direta na RP13, passando pelas vilas Iturbe e Chaupi Rodero até chegar a Iruya.

RN9 em direção a Iruya

RN9 em direção a Iruya

De Purmamarca até o entrocamento da RN9 e RP13 são 93Km de asfalto em bom estado de conservação. Deste entrocamento (RN9 com RP13) até Iruya são 47Km de estrada de rípio. Os primeiros 10Km estão em condições bem ruins. Quase desistimos devido às condições precárias da estrada. O caminho todo é muito pedregoso, fazendo o carro sacudir muito. Logo após os primeiros 5Km tivemos que atravessar o Rio Grande que cortava a estrada, próximo a vila Iturbe. A água estava baixa, e um morador do local nos indicou o melhor caminho para atravessar, demos umas balas para o menino que estava com ele. O mesmo aproveitou e nos pediu uma carona de 1 Km. Não entendíamos uma palavra que ele falava, pois falava em algum dialeto indígena. Quando foram descer, o menino vendo algumas moedas que tínhamos dentro do carro, pediu por “la plata” (esta nos entendemos). Demos algumas moedas e seguimos viagem. Após estes 10Km iniciais (percorremos a uns 20Km/h) a estrada melhora e segue-se subindo as montanhas até chegar a altitude de 4000m. A partir daí começa a descida e a paisagem que se descortina é espetacular.

RP13 em direção a Iruya

RP13 em direção a Iruya

Caramelos para os niños

Caramelos para os niños

Altitude: 4000m (ruta RP13)

Altitude: 4000m (ruta RP13)

Ponto de maior altitude na RP13: 4000m

Ponto de maior altitude na RP13: 4000m

Se percorre um trecho de 27Km descendo em zigue-zague pelas montanhas, tudo isto com paisagens de perder o fôlego.

O Rio Iruya corta a estrada diversas vezes, mas só havia água na estrada no local que descrevemos anteriormente (próximo a vila Iturbe), onde o Rio Grande corta a estrada. Quando chove, a estrada fica intransitável, pois o rio sobe muito e não é possível mais atravessá-lo de carro (ao menos carros comuns). As 2 últimas vezes que o Rio Iruya corta a RP13, logo na chegada a Iruya, pode-se observar que é o pior trecho em caso de chuva. Caso você encontre o rio alagado, e não estiver mais chovendo na região, basta esperar umas 2 ou 3 horas que o rio volta a baixar. Nestas horas não adianta se apavorar, você tem que ter paciência e aguardar até que a água baixe.

Veja nos vídeos a seguir o que acontece quando a água do rio sobe: é incrível! Mas não se impressione muito, pois isto somente acontece quando chove na região. Caso contrário os rios ficam secos ou com a água bem baixa.

  • Iruya SW4 al horno
    Click aqui para ver o video na página do YouTube.
  • Cruce iruya
    Click aqui para ver o video na página do YouTube.
  • Agua por todos lados
    Click aqui para ver o video na página do YouTube.
  • Iruya mas cruces de agua
    Click aqui para ver o video na página do YouTube.

No caminho, paramos em uma casa à beira da estrada para dar balas para uma criança que estava na porta. Em pouco tempo saíram de dentro da casa mais umas cinco e demos “caramelos” para todas.

Caminho até Iruya (descida em zigue-zague)

Caminho até Iruya (descida em zigue-zague)

Caminho até Iruya

Caminho até Iruya

Rio Iruya corta a RP13 várias vezes

Rio Iruya corta a RP13 várias vezes

Rio Iruya corta a RP13 várias vezes (chegando em Iruya)

Rio Iruya corta a RP13 várias vezes (chegando em Iruya)

Chegando em Uruya se avista de longe a igreja da vila. Paramos para fotografar a igreja e nisso estava vindo uma moradora local, que nos abordou dizendo que não aceitava que tirassem fotos dela sem pagar propina. E que seu “sombrero” e seus trajes eram muito valiosos!! Realmente não estávamos tirando fotos dela, mas resolvemos pagar PA$2,00 e aproveitar para fotografarmos a mulher. Só deu para tirar uma foto, pois ela não deixou mais que isso, pois falava que nem sabia o que íamos fazer com aquela foto.

Chegando em Iruya

Chegando em Iruya

Iruya!

Iruya!

Ficamos uns 15 minutos em Iruya e retornamos em direção a Tilcara, onde iríamos passar a noite. Na volta paramos para fotografar o Trópico de Capricórnio, que fica à beira da RN9 (à direita).

Retornando para Tilcara pela RP13 (o zigue-zague que aparece cortando a montanha é a estrada que cruzamos para chegar a Iruya)

Retornando para Tilcara pela RP13 (o zigue-zague que aparece cortando a montanha é a estrada que cruzamos para chegar a Iruya)

Atravessando o Rio Grande que corta a RP13 (próximo a vila Iturbe)

Atravessando o Rio Grande que corta a RP13 (próximo a vila Iturbe)

As belas cores das montanhas na RN9 (próximo ao Trópico de Capricórnio)

As belas cores das montanhas na RN9 (próximo ao Trópico de Capricórnio)

Marco do Trópico de Capricórnio (ao lado da ruta RN9)

Marco do Trópico de Capricórnio (ao lado da ruta RN9)

Chegamos em Tilcara e aproveitamos para passear pela cidade. Fomos à feira de artesanato na praça principal e após procuramos um hotel para ficar. Fomos até o Cabañas Malka (situado no final calle San Martin s/n), uma das indicações do nosso guia. O hotel fica um pouco afastado do centro da cidade, mas é muito bom. Tem uma ampla área de lazer e o atendimento é feito pelos proprietários, que são muito atenciosos. A diária para casal custa PA$180,00 (R$93,75). Eles nos indicaram um restaurante para jantar.

Auto de outro aventureiro em Tilcara

Auto de outro aventureiro em Tilcara

A bela Tilcara

A bela Tilcara

Fomos jantar no restaurante Khuska (calle Padilla s/n, entre Jujuy e Ambrusetti) e comemos uma comida local chamada carbonada, que é tipo uma sopa bem consistente com abóbora, milho, carne e queijo de cabra e pão.

Jantando no restaurante Khuska (ambiente alternativo)

Jantando no restaurante Khuska (ambiente alternativo)

Retornamos para o hotel e vimos o seu único inconveniente (antes tínhamos ido a pé): uma subida de rípio em curva muito íngreme em que o carro patinava e não subia. Mesmo freando o carro para ele não descer, ele escorregava de volta para baixo. Tentamos pegar o embalo na segunda tentativa e mesmo assim não conseguimos subir, pois o carro estava muito pesado devido a todas nossas bagagens. Como a subida era em curva acabamos ficando atravessados e não conseguimos subir nem descer. Tivemos que ser rebocados pelo dono do hotel, que por sorte tem uma Land Rover. Após este stress, fomos descansar para acordarmos cedo no dia seguinte. Se fores ficar neste hotel peça para o proprietário subir o carro até o estacionamento, pois ele está mais acostumado e fará isto com mais segurança.

O único incoveniente do Hostel Malka: difícil acesso ao estacionamento

O único incoveniente do Hostel Malka: difícil acesso ao estacionamento

Dica do dia:

Para chegar a Iruya pela ruta RN9, há uma placa à direita indicando a entrada da RP13. Porém deve-se ignorar esta primeira entrada e continuar pela RN9, entrandor à direita na próxima entrada 500m mais adiante. Estas duas entradas se encontram um 1Km adiante na RP13, mas a primeira entrada está em condições bem ruins e não está mais sendo usada. Descobrimos isto na volta e não sabemos o porquê ainda não transferiram a placa para a segunda entrada. Abaixo, em rosa, você poderá ver o melhor caminho a seguir.

Melhor caminho até Iruya. Imagem do software Garmin Mapview (mapa do projeto Mapear).

Se estiver chovendo na região não vá para Iruya, pois os rios (Rio Grande e Rio Iruya) que cortam a RP13 diversas vezes alagam completamente a estrada, deixando-a intransitável.

Leve balas (caramelos) para distribuir para a criançada no caminho para Iruya (RP13), com certeza você trará uma grande alegria para elas.

Caso queira se hospedar em Iruya, segue abaixo uma dica de hotel: Hotel Iruya. Não nos hospedamos lá e também não conhecemos o hotel, mas alguns internautas o indicam como uma boa opção de hospedagem na vila.

Veja mais fotos deste dia no Flicker: clique aqui!

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Pôr do sol na ruta exRN40

Saída: Salta/Argentina – Km 2330 (12:57h)
Chegada: Purmamarca/Argentina – Km 2694 (23:27h)
Distância: 364Km

Hoje acordamos mais tarde, por volta das 9:30h. Arrumamos nossas coisas no carro e tomamos o café da manhã. Aquecemos água e fizemos chá de coca nas nossas garrafinhas de inox para tomarmos durante o caminho, já que íamos atingir maiores altitudes. Fomos então nos despedir do Hector, dono da pousada. Como tínhamos que fazer a troca de óleo do carro, ele nos deu uma dica de onde fazer. Na hora de pagar a hospedagem, é importante ressaltar que na pousada do Hector são aceitas diversas moedas: pesos chilenos e argentinos, reais, dólares, bolivianos e euros. A hospedagem neste hotel foi muito boa, principalmente pela atenção que o dono dá aos seus hóspedes. Ainda na hora de sair ele falou que se tivéssemos qualquer problema, tanto na Argentina quanto no Chile, poderíamos entrar em contato com ele.

Fomos trocar o óleo, sacar dinheiro e comprar algo para comer durante a viagem, tudo isso acabou nos atrasando bastante e acabamos saindo de Salta às 13h.

Nosso destino deste dia é era ir até Purmamarca, passando por San Antonio de Los Cobres (SALC).

O dia estava muito bonito e ensolarado. Fomos em direção a San Antonio de Los Cobres pela ruta 51, cujos primeiros 10km são de rípio em condições irregulares e após asfaltada em ótimo estado. Os últimos 20km também são de rípio, porém em bem melhores condições que o primeiro trecho que não era asfaltado.

As paisagens desta ruta também são muito bonitas, com morros cobertos por muitos cactus. As paisagens certamente compensam a viagem.

Ruta 51 em direção a San Antonio de Los Cobres

Ruta 51 em direção a San Antonio de Los Cobres

Ruta 51 em direção a San Antonio de Los Cobres

Ruta 51 em direção a San Antonio de Los Cobres

Ruta 51 em direção a San Antonio de Los Cobres

Ruta 51 em direção a San Antonio de Los Cobres

Ruta 51 em direção a San Antonio de Los Cobres

Ruta 51 em direção a San Antonio de Los Cobres

Ruta 51 em direção a San Antonio de Los Cobres

Ruta 51 em direção a San Antonio de Los Cobres

Ruta 51 em direção a San Antonio de Los Cobres

Ruta 51 em direção a San Antonio de Los Cobres

Um pouco antes de chegar a San Antonio, o tempo começou a ficar feio e pegamos chuva forte no caminho. Caiu até mesmo chuva de pedra, sorte que eram bem pequenas.

Chegamos a San Antonio de Los Cobres às 18:30h. A cidade fica no meio dos morros e sua principal atração é o viaduto La Polvorilla por onde passa o Tren a las Nubes (Trem para as Nuvens). Este trem faz o percurso entre Salta e San Antonio de Los Cobres, passando da altitude de 1200m até 4200m. Logo que chegamos algumas crianças já vieram nos abordar. Uma menina nos deu 2 pedrinhas dizendo que eram “regalos da suerte” e em troca queria dinheiro. Demos umas balas que já tínhamos comprado para este propósito. Boa parte dos povoados do noroeste argentino são bem pobres, e as balas (caramelos) sempre fazem a alegria da criançada. Em seguida veio um menino que queria servir de guia para nos levar até o viaduto La Polvorilla. Dissemos que não era preciso, demos mais balas e seguimos para dar uma volta rápida pela cidade.

San Antonio de Los Cobres

San Antonio de Los Cobres

Ruas de San Antonio de Los Cobres

Ruas de San Antonio de Los Cobres

Logo seguimos para o famoso viaduto, demoramos um pouco para encontrar sua localização no GPS. Depois que encontramos, o GPS nos levou direto para lá. Para chegarmos lá seguimos pela ruta 51, depois pegamos a ruta 40 à direta até o viaduto. O trecho da ruta 40 está péssimo, pois passa literalmente por dentro do rio, acabamos levando muito tempo para chegar lá. Próximo a chegada tivemos que tapar alguns buracos na estrada com pedra para poder passar. Na volta descobrimos um caminho mais fácil (veja no fim da página, nas dicas do dia).

Viaduto La Polvorilla por onde passa o Tren a las Nubes

Viaduto La Polvorilla por onde passa o Tren a las Nubes

Viaduto La Polvorilla por onde passa o Tren a las Nubes

Viaduto La Polvorilla por onde passa o Tren a las Nubes

Retornamos para SALC pelo novo caminho e seguimos para Purmamarca. Para irmos para Purmamarca pegamos a ruta exRN40 em SALC, indo em direção ao norte até encontrar a ruta 52 (em Salinas Grandes, no paso Jama). Este trecho é de 100Km de rípio, sendo que os 10 primeiros em condições bem ruins: tem que andar no máximo a 20Km/h devido as costeletas na estrada. Posteriormente a estrada está ótima, podendo-se andar de 60 a 80km/h. Após as Salinas Grandes pega-se a ruta 52 à direita em direção a Purmamarca, passando pela Cuesta del Lipán. Toda a ruta 52 é pavimentada e está em ótimas condições Após 60km pela ruta 52 chega-se a Purmamarca, logo após a Cuesta del Lipán.

Retornando para San Antonio de Los Cobres (ruta 51)

Retornando para San Antonio de Los Cobres (ruta 51)

Retornando para San Antonio de Los Cobres (ruta 51)

Retornando para San Antonio de Los Cobres (ruta 51)

O trecho da exRN40 possui paisagens deslumbrantes. Como pegamos este caminho já ao final da tarde, podemos contemplar as belas paisagens de montanha no pôr do sol. No caminho você encontra algumas criações de lhamas e mulas, além de algumas vicunhas soltas. Conseguimos chegar bem perto delas e tiramos várias fotos. Com o pôr do sol as montanhas ficam com cores fantásticas. Conseguimos fazer também ótimos clicks das salinas, com a luz do sol refletida e as montanhas ao fundo. Este trecho valeu a pena mesmo!

Percorrendo a exRN40 em direção a Purmamarca

Percorrendo a exRN40 em direção a Purmamarca

Percorrendo a exRN40 em direção a Purmamarca

Percorrendo a exRN40 em direção a Purmamarca

Lhamas na exRN40

Lhamas na exRN40

Lhamas na exRN40

Lhamas na exRN40

Salinas Grandes vista desde a ruta exRN40

Salinas Grandes vista desde a ruta exRN40

Pôr do sol na ruta exRN40

Pôr do sol na ruta exRN40

Pôr do sol na ruta exRN40

Pôr do sol na ruta exRN40

Quando chegamos a ruta 52 já estava noite e acabamos não conseguindo apreciar as belas paisagens da Cuesta del Lipán. O bom é que iremos passar por este mesmo caminho quando formos em direção ao Chile, pois este é o percurso do paso Jama, que vai até San Pedro de Atacama.

Durante a descida da Cuesta del Lipán, os discos do freio aqueceram muito (estavam cheirando a queimado) e perdemos muita sua eficiência, isto de uma hora para outra. Sorte que conseguimos perceber isto a tempo, antes de precisar deles em alguma das muitas curvas. Tivemos que descer os 2000m em segunda marcha (a no máximo 40km/h), usando o freio motor e com as luzes de alerta ligadas. Levamos um susto, mas conseguimos chegar a Purmamarca sem maiores problemas. Não entendemos o porquê do problema, já que fizemos a revisão dos freios antes de sair de viagem e as pastilhas possuem pouco uso.

Chegando em Purmamarca tivemos uma impressão muito boa da cidade, pois havíamos lido que possuía apenas 500 habitantes e achamos que não ia ter ninguém. Porém chegando lá vimos que é muito turística e havia bastante movimento, mesmo sendo bem tarde da noite. Havia também várias opções de hospedagem.

Andamos um pouco pelas ruas de Purmamarca em busca de um hotel. Nos dois primeiros hotéis que perguntamos, e que foram indicados por uma pessoa na rua, o preço foi de PA$250,00 (R$130,20). Embora o hotel fosse muito bom, o valor estava acima do que pretendíamos pagar. Continuamos procurando e encontramos a hosteria Él Ricon de Claudia Vilte por PA$120,00 (R$62,50), localizado na calle Libertad, s/nº (entre Belgrano e Rivadavia). A pousada era bem simples e rústica, mas valeu a pena para passar apenas uma noite. Na pousada funciona um bar/restaurante com música ao vivo. A proprietária, Claudia Vilte, é uma cantora.

Purmamarca é um pequeno povoado com ruas estreitas de terra, fundada em 1594, localizada entre diversas montanhas coloridas. Com apenas 500 habitantes, a vila é agradável e possui várias opções de hospedagem. Sua atração principal é o Cerro de Siete Colores, que é uma montanha com pelo menos 7 faixas de cores, formada por diferentes camadas de sedimentos e que pode ser vista de praticamente qualquer parte da vila. A imagem desta montanha é um dos principais cartões postais de toda a região. Apesar de pequena e rústica, a vila é muito frequentada por turistas.

Dica do dia:

A seguir descrevemos o melhor caminho para chegar ao viaduto La Polvorilla: para seguir até o viaduto saindo de San Antonio, deve-se pegar a ruta 51 até o encontro da RP74, onde se toma à direita até a ruta 40, pegando novamente à esquerda até o viaduto. Este caminho é muito melhor mesmo, leva-se menos da metade do tempo, pois a estrada está em condições bem melhores. Abaixo, em rosa, você poderá ver o melhor caminho a seguir.

Melhor caminho para chegar no viaduto La Polvorilla (em rosa). Imagem do software Garmin Mapview (mapa do projeto Mapear).

Faça o percurso da exRN40, entre San Antonio de Los Cobres e Salinas Grandes ao entardecer, as paisagens são deslumbrantes.

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Quebrada las Flechas

Saída: Salta/Argentina – Km 1804 (7:50h)
Chegada: Salta/Argentina – Km 2315 (23:15h)
Distância: 511Km

Acordamos cedo e saímos do hotel antes das 8h. Para os argentinos seria antes da 7h, pois aqui não tem horário de verão. Não tomamos o café da manhã e seguimos viagem. Nosso destino foi o percurso de Salta para Cachi (pelas rutas 68, 33 e 40), passando pela Cuesta del Obispo e Parque Nacional Los Cardones. Depois fomos de Cachi para Cafayate pela ruta RN40 passando por Quebrada las Flechas, Quebrada de Cafayate (também chamada de Quebrada las Conchas), retornando para Salta pela ruta 68. Tínhamos também planos de passar em Quilmes, mas infelizmente o dia foi curto para fazer todo o percurso e tivemos que desistir.

Ruta 33 em direção a Cachi

Ruta 33 em direção a Cachi

Ruta 33 em direção a Cachi

Ruta 33 em direção a Cachi

Logo que saímos o dia estava nublado e continuou assim por um bom tempo. Próximo do final da manhã quando estávamos no alto da Cuesta del Obispo o dia começou a melhorar e ficar ensolarado, pois afinal estávamos acima das nuvens, numa altitude de 3348m.

Para chegar a Cachi o caminho é feito pelas rutas 68, 33 e 40. Uma parte do trecho é pavimentado e o restante é de rípio em estado razoável. O percurso de rípio é cheio de subidas e descidas e consegue-se andar a uma média de 30Km/h. Chegando na Cuesta del Obispo, o caminho é de rípio com muitas subidas e intermináveis curvas. Na Cuesta del Obispo as paisagens são lindas, principalmente quando se alcança maior altitude, onde é possível ter uma visão acima das nuvens. A visão é espetacular!

Cuesta del Obispo

Cuesta del Obispo

Cuesta del Obispo

Cuesta del Obispo

Cuesta del Obispo

Cuesta del Obispo

Cuesta del Obispo

Cuesta del Obispo

Na sequência passamos pelo Parque Nacional Los Cardones, também com paisagens maravilhosas com incontáveis cactus enormes. Este parque é uma reserva natural de 64 mil hectares de extensão a 2700m de altitude, onde é possível ver animais como vicunhas, mulas e raposas. Mas vimos apenas mulas. É uma região repleta de cactus (em espanhol: cardón) que dão o nome ao parque. Estes cactus podem atingir até 8m de altura e viver 400 anos, cujas formas são uma marca registrada de todo noroeste argentino.

Parque Nacional Los Cardones

Parque Nacional Los Cardones

Parque Nacional Los Cardones

Parque Nacional Los Cardones

Parque Nacional Los Cardones

Parque Nacional Los Cardones

Parque Nacional Los Cardones

Parque Nacional Los Cardones

Parque Nacional Los Cardones

Parque Nacional Los Cardones

O trecho da ruta em Los Cardones é boa parte asfaltada (em bom estado). Alguns trechos da pista estavam em obras de pavimentação.  Uma parte da rodovia é uma estrada retilínea perfeita de 18Km a 3000m de altitude que corta o parque e é chamada de Recta del Tin-Tin.

Há poucos quilômetros está a cidade de Cachi. De Salta a Cachi levamos cerca de 4h30, com muitas paradas para fotos. Cidade pacata e muito simpática com aproximadamente 5 mil habitantes. É a mais importante produtora de pimenta do país. Chegando em Cachi fomos procurar algo para comer, mas como estávamos com pressa queríamos algo que podemos levar para continuar viagem. Chegamos ao restaurante chamado Comedor El Estribo, localizado na esquina da praça e próximo ao museu. Compramos uns deliciosos sanduíches de milanesa (com ovo, alface e tomate, carne à milanesa) pagamos PA$18,00 (R$ 9,38) o que correspondeu a 4 sanduíches do tamanho do nosso pão francês. Ótimo custo benefício. Enquanto esperávamos os sanduíches ficarem prontos, tiramos algumas fotos das ruas da cidade, da praça central, da igreja e do museu.

Chegando em Cachi (ruta 40)

Chegando em Cachi (ruta 40)

Ruas de Cachi

Ruas de Cachi

Então seguimos viagem até Cafayate pela ruta 40. Esta ruta é de rípio em precárias condições. São 157Km e o pior trecho é o que segue logo após Cachi, tornando-se melhor próximo a Quebrada de las Flechas. Embora a quilometragem seja pouca, se leva muito tempo viajando neste percurso devido às condições da rodovia (andamos um bom trecho entre 20 e 40km/h). Parece que não chegávamos nunca ao destino, até porque uma parte do trecho não tem muitas atrações.

Km 4484 da ruta 40 (muitas pedras na estrada)

Km 4484 da ruta 40 (muitas pedras na estrada)

As belas paisagens da famosa ruta 40

As belas paisagens da famosa ruta 40

As belas paisagens da famosa ruta 40

As belas paisagens da famosa ruta 40

Isto tudo foi bastante amenizado ao chegarmos à Quebrada de las Flechas. Um lugar muito interessante com enormes formações rochosas, formando uma longa cadeia de pedra bruta. Logo que passa a Quebrada las Flechas, do nada tem alguns painéis de espelhos na beira da estrada. Maluco, mas interessante para fotografar! Vale a pena o passeio.

Quebrada las Flechas

Quebrada las Flechas

Quebrada las Flechas

Quebrada las Flechas

Quebrada las Flechas

Quebrada las Flechas

Quebrada las Flechas

Quebrada las Flechas

Quebrada las Flechas

Quebrada las Flechas

Painéis de espelhos na beira da estrada

Painéis de espelhos na beira da estrada

Próximo a Cafayate, em San Carlos, a estrada já é asfaltada. De Cachi a Cafayate (157Km) levamos 5h15! Acredite, é difícil fazer em menos tempo, pois boa parte da RN40 está em condições bem ruins e é necessário dirigir devagar por causa das pedras e costeletas.

Passamos rapidamente em Cafayate para abastecer e, como já era tarde, desistimos de visitar as ruínas de Quilmes. Então seguimos viagem em direção a Salta pela ruta 68.

Só para constar, Cafayate é uma pequena cidade de 12 mil habitantes que é conhecida como a terra do bom vinho de altitude, onde suas principais atrações são suas bodegas, as ruínas de Quilmes e a Quebrada de Cafayate.

Cafayate

Cafayate

No retorno para Salta passamos pelas impressionantes paisagens com formações rochosas da Quebrada de Cafayate. Estas formações foram causadas devido à erosão do rio las Conchas. A vista é de montanhas rochosas e algumas vezes com formações inusitadas. Passamos pelas formações chamadas Los Castillos, El Obelisco, El Fraile, El Sapo, El Anfiteatro e Garganta del Diablo, todas devidamente identificadas com placas. Sendo que os mais interessantes são os dois últimos. Destaque para El Anfiteatro, que é realmente algo muito interessante. Consiste de uma concha acústica natural, praticamente uma caverna enorme sem teto. Chegando lá havia um músico tocando seus instrumentos, sendo isto um show a parte, contribuindo com a beleza e acústica do lugar. Ficamos um tempo fotografando, enquanto ouvíamos 2 ou 3 músicas que ele tocou. Acabamos compramos um cd por PA$20,00 (R$10,42) para contribuir com o rapaz (Bonzo Horak) que acabou nos tirando fotos bem legais dentro da caverna, pois ele já sabe das “manhas” do local para fazer boas fotos.  As músicas dos CDs são acústicas e bem legais.

Formações rochosas da Quebrada de Cafayate

Formações rochosas da Quebrada de Cafayate

Quebrada Las Conchas (ruta 68)

Quebrada Las Conchas (ruta 68)

Quebrada Las Conchas (ruta 68)

Quebrada Las Conchas (ruta 68)

Quebrada Las Conchas (ruta 68)

Quebrada Las Conchas (ruta 68)

Quebrada Las Conchas (ruta 68)

Quebrada Las Conchas (ruta 68)

El Sapo - Quebrada Las Conchas (ruta 68)

El Sapo – Quebrada Las Conchas (ruta 68)

El Anfiteatro - Quebrada Las Conchas (ruta 68)

El Anfiteatro – Quebrada Las Conchas (ruta 68)

Garganta del Diablo - Quebrada Las Conchas (ruta 68)

Garganta del Diablo – Quebrada Las Conchas (ruta 68)

Além destas formações, este percurso conta com belíssimas paisagens nos seus primeiros quilômetros entre Cafayate e Salta pela ruta 68, que no total são 186Km (asfaltado e em ótima condição). Após passadas as maiores atrações, a viagem ficou bem cansativa e não víamos à hora de chegar ao hotel para descansar. Na chegada a Salta estava chovendo bastante. Fomos direto para o hotel e, de tão cansados, acabamos nem jantando.

Chegando ao hotel Hector nos informou que havia mais 2 casais de brasileiros que estavam hospedados e também estavam viajando de carro: um casal de São Paulo e o outro de Campinas. Fizemos amizade com o Décio e a Margarete de São Paulo, casal muito simpático. Conversamos um pouco antes de ir dormir. O legal de tudo isso é encontrar pessoas que gostam de viajar e curtem aventuras de carro como nós, para podermos assim trocar experiências. Trocamos contatos e como nosso roteiro é parecido, provavelmente nos encontraremos em San Pedro do Atacama no Chile daqui alguns dias.

O dia foi bem cansativo, mas valeu muito a pena os 2 percursos que fizemos. Amanhã tem mais… rumo a Purmamarca.

Dica do dia

Este percurso que fizemos é muito longo para ser feito em apenas um dia. E a ruta RN40 entre Cachi e Cafayate está péssima, obrigando a dirigir devagar. Sugerimos fazer este percurso em 2 dias, dormindo em Cafayate. No primeiro dia pode-se fazer o primeiro trecho que fizemos, que é o mais difícil e demorado (Salta -> Cachi -> Cafayate, pelas rutas 33 e 40). No segundo dia pode-se ir até as ruínas de Quilmes e depois retornar para Salta pela ruta 68, conhecendo sem pressa as belas paisagens deste trecho. Se sobrar tempo pode-se visitar uma das bodegas aos arredores de Cafayate.

Clique aqui e conheça a diferença entre lhama, alpaca, guanaco e vicunha.

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Plantação de girassóis em Concepción del Bermejo

Saída: Resistencia/Argentina – Km 972 (8:40h)
Chegada: Salta/Argentina – Km 1789 (18:30h)
Distância: 817Km

Acordamos às 7:30h e fomos tomar café. O café na Argentina, não muito diferente dos outros da viagem anterior, foi bem simples com medialunas, torradinhas, doces cremosos, café, leite e suco artificial.

Saímos de Resistencia às 8:40h com destino a Salta. A previsão para hoje é de percorrer 816Km. O tempo hoje continuou bem abafado e estava nublado. Choveu em alguns trechos, amenizando um pouco o calor.

Para chegar a Salta o trajeto é através da RN16 em sentido oeste, passando por Presidencia Roque Saenz Peña e Joaquim V. Gonzalez. Após pega-se a RN9/34 à direita e depois a RN9 à esquerda até Salta.

Na saída de Resistencia passamos por outro pedágio que custou PA$2,10 (R$ 1,09).

Paramos em Saenz Peña para abastecer e já compramos uns sanduíches para a viagem, pois o caminho ainda seria longo e sem muitas opções na beira da estrada. Tínhamos que garantir nosso almoço! Pagamos por 4 sanduíches de presunto e queijo PA$14,00 (R$7,29).

Em Concepción del Bermejo, após Saenz Peña, passamos por um campo de girassóis. Não estava tão bonito e o tempo também não ajudou, pois estava nublado e bem na hora começou uma chuva bem forte.  Mesmo assim deu para fazer uns clicks.

Plantação de girassóis em Concepción del Bermejo

Plantação de girassóis em Concepción del Bermejo

A RN16 possui alguns trechos com pavimento irregular, nestes trechos há muitos buracos. Porém estes trechos não chegam a ser um grande problema, basta dirigir com atenção para desviar da maioria dos buracos. Em toda sua extensão não possui acostamento e a pista é simples. A velocidade permitida é de 110Km/h.

Retas intermináveis na RN16

Retas intermináveis na RN16

Deve-se abastecer em Saenz Peña, pois até Joaquim V. Gonzalez são em torno de 440Km e há alguns abastecimentos na margem da RN16. Por segurança, recomendamos manter combustível para uma autonomia mínima de 200Km. Pelos relatos que lemos na internet tivemos a impressão que este trajeto seria bem mais desolado. O movimento de veículos foi pequeno, mas até que havia um número razoável de postos de combustível e vilarejos no caminho. Todo o percurso da RN16 é tranquilo e pode-se percorrê-lo sem dificuldade alguma.

Neste trajeto passamos por outros 4 carros brasileiros. Um deles era uma pickup que está fazendo uma expedição chamada “América do Sul parte II – 2009/2010”.

Passamos por uns 4 postos policiais e não fomos parados em nenhum. Em um posto policial próximo a Pampa de Los Guanacos (entrocamento com a RP6) havia um policial com uma prancheta na mão que aparentemente anotou nossa placa. O indivíduo tinha uma cara de “falcatrua”, mas não nos parou. Pensamos que ele iria avisar algum de seus colegas pelo rádio e logo adiante seríamos parados, mas isto não aconteceu. Lemos um relato na internet que falava sobre cobrança de propina neste posto policial.

No fim da RN16, se pega a RN9/34 à direita. Esta rodovia é toda duplicada e está em ótimo estado de conservação. Depois se toma a RN9 à esquerda em direção a Salta. Neste trecho somente há postos de combustível próximos a RN9. Ou seja, logo depois da RN16 ainda anda-se um bom trecho da RN9/34 sem abastecimentos: previna-se e encha o tanque em Joaquín V. Gonzáles.

Chegando a Salta passamos por dois pedágios que custaram PA$1,80 (R$) e PA$2,50 (R$).

Chegamos às 18:30h e fomos direto para o Hotel Yatasto, o qual foi indicado pelo André Marques de Maringá-PR (Expedição Trópico de Capricórnio) que fez uma viagem para o Atacama em 2009.

O hotel possui estacionamento a uma quadra e meia (já incluído na diária), ventilador de teto, café da manhã e internet wi-fi. O dono (Hector) é casado com uma brasileira, que no momento está passando uma temporada no Brasil. Hector além de ter o hotel, faz passeios pela Bolívia, Chile e pelas regiões de Salta e Catamarca na Argentina. Como já havíamos pesquisado sobre a Catamarca, onde em alguns lugares não é recomendável ir num veículo só (mesmo se tenha um veículo 4×4), acabamos muito incentivados a voltar e fazer uma expedição 4×4 de 9 dias. Estes lugares da Catamarca, segundo um francês que organiza tours por vários lugares no mundo, diz serem os mais lindos de todos! Como podem ver, mal chegamos aqui e já estamos com o pé que é um leque fazendo planos para voltar, porque este lugar é mágico. Mas isso até o momento é somente teoria para nós (vistos em relatos e fotos), pois ainda nem iniciamos a parte boa da viagem.

Após nos instalarmos no hotel fomos dar uma volta para conhecer a cidade.

Fomos primeiramente ao início da subida do cerro San Bernardo para ter uma vista geral da cidade e poder fotografar. Não chegamos a subir, pois já estava tarde e ainda queríamos dar mais umas voltas. A subida no cerro pode ser feita a pé, de carro (até bem próximo do topo) ou de teleférico que parte do parque San Martín. Há também a opção de subir e descer pelas escadarias ou subir e descer através do teleférico. Após fomos conhecer a Iglesia San Francisco, localizada na Calle Córdoba esquina Caseros. Que é uma igreja muito bonita, um dos cartões postais da cidade.

Salta vista do mirante no Cerro San Bernardo

Salta vista do mirante no Cerro San Bernardo

Iglesia San Francisco

Iglesia San Francisco

Depois fomos passear no parque San Martín. É um belíssimo lugar para passar uma tarde. Tem brinquedos para crianças, lago com barquinhos e pedalinhos, além de espaço para se fazer caminhadas. Quando chegamos tinha um grupo musical se apresentando, não sabemos se era chileno ou argentino. O que nos chamou bastante atenção é que as pessoas desta região da Argentina possuem características do povo chileno e boliviano: pele mais escura e estatura baixa.

Músicos argentinos no Parque San Martín

Músicos argentinos no Parque San Martín

Parque San Martín em Salta

Parque San Martín em Salta

Passamos na feira de artesanato que acontece todos os domingos no Parque San Martín. Lá compramos mais uma toquinha de lã para enfrentar o frio dos Geisers Él Tatio no Chile. Jantamos numa pizzaria chamada El Palacio de La Pizza na Calle Caleros, 117. Comemos uma pizza grande e pagamos PA$39,00 (R$ 20,31) que foi bem saborosa. Esta pizzaria estava bem pouco movimentada para um domingo. Na pizzaria o garçom nos recomendou tomar cuidado com nossas bolsas e máquinas fotográficas, pois poderíamos ser furtados.

Convento San Bernardo

Convento San Bernardo

Depois abastecemos o carro e voltamos para o hotel. Na chegada ao hotel conversamos com Hector que nos deu muitas dicas de passeios, sendo muito atencioso conosco. O Hector também nos deu um saquinho com folhas de cocas secas para fazermos chá e tolerar melhor a altitude. Após fomos dormir, pois o outro dia seria cheio, afinal é a partir dé amanhã que começa a melhor parte da viagem.

Dica do dia:

Não durma em Corrientes, escolha um hotel em Resistência, pois nesta última cidade existem maiores e melhores opções de hospedagem.

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