Saída: Antofagasta de la Sierra/Argentina – Km 5561 (9:00h)
Chegada: Antofagasta de la Sierra/Argentina – Km 5561 (22:00h)
Distância: 221Km
Acordamos bem cedo em função do nosso tour para o Salar de Antofalla, o qual possui em torno de 140Km de extensão. Tomamos o café da manhã no hotel, simples e composto de torradinhas com doce ou manteiga, chá, leite ou café e água mineral com gás.
Separamos as coisas que levaríamos para o tour. O guia já estava com a camionete ligada em frente ao hotel nos esperando. Saímos às 8h (horário na Argentina). Fomos então em direção ao salar e também ao povoado de Antofalla. Passamos primeiramente pela Laguna Colorada, que estava seca.
Durante todo o passeio passamos várias vezes por vicunas, mulas e emas. O caminho é bem legal e vai gradativamente aumentando a altitude. Chegamos a um ponto onde podíamos ter uma visão panorâmica do Cerro Buenaventura e também, avistar o Vulcão Antofalla.
Paramos para almoçar em uma casa abandonada, onde os tours geralmente param para o pessoal fazer as refeições e descansar um pouco. Almoçamos o lanche que o guia nos levou, sanduíches de queijo e presunto, coca-cola e frutas. Seguimos e em seguida já podíamos avistar o salar de longe. Mais adiante onde iríamos ter uma ampla visão do salar, o guia parou o carro e perguntou se não gostaríamos de ir caminhando alguns metros para apreciar melhor a vista. Caminhamos um pouco e quando chegamos mais acima podemos apreciar uma paisagem indescritível, provavelmente a mais linda que já vimos!! Tínhamos a visão do salar, do Vulcão Antofalla, cerros, vegetação, uma laguna azul turquesa e, ainda um pouco distante, um pequeno oásis entre as montanhas que era o povoado de Antofalla.
Ali ficamos alguns minutos contemplando aquela paisagem maravilhosa. Subimos um morro um pouco mais alto para termos uma visão mais ampla. Foi realmente um cenário fantástico! Fomos então, atravessando o salar através de uma estrada que passa bem pelo meio, até o povoado de Antofalla. Lá paramos um pouco, descansamos e tiramos umas fotografias. Neste povoado moram cerca de 40 pessoas. Lá tem escola, e um centro comunitário onde tem internet e TV via satélite. Quando fomos embora demos uns 2 pesos para um guri que ficou na nossa volta no tempo em que ficamos por lá.
Saindo do povoado íamos costeando todo o salar. Em uma das paradas para tirar fotos, o guia juntou várias pedras de material vulcânico (oxidiana ou vidro vulcânico) e nos deu. Com estas pedras é possível fazer vários trabalhos: antigamente se faziam pontas de flechas, hoje em dia são usadas em artesanatos, massagem corporal, entre outras utilidades. As pedras são muito bonitas e contra luz se pode ver que são transparentes e, dependendo do tipo de material, podem ter cores diferentes.
A propósito, o guia Sérgio faz de tudo um pouco: trabalha na oficina mecânica, na hosteria municipal, faz os tours e outras viagens para transportar amostra de minerais para análises e ainda é artesão e colecionador de pedras (por isso seu gosto e conhecimento sobre pedras)! Ele também nos contou que trabalhou na abertura de várias estradas do salar e dos seus arredores. Ele nos disse também que já escalou o Aconcágua para retirar algumas amostras de minerais para uma empresa.
A nossa próxima parada foi nos ojos del salar, que são poços com águas cujas cores variam conforme os minerais do lugar. Neste salar há vários ojos, cada um com a cor diferente de água. O mais impressionante é o que tem a cor avermelhada e com a vegetação a sua volta refletida na água, lindíssimo! Os outros têm cor azul, esbranquiçada ou estavam secos.
Após fomos na Vega La Botijuela. É lugar que também tem uma paisagem muito bonita. Neste lugar mora um homem solitário, o Simon. Dizem que ele fala pelos cotovelos e não pára até te conseguir vender suas pedras. Ele é muito conhecido e recebe ajuda de turistas do mundo inteiro, pois todos querem que ele permaneça morando onde está. Neste dia ele não estava em casa. Próximo a este lugar tem o Salar de Botijuela.
Saindo dali fomos ao povoado Las Quinuas. Hoje em dia, neste povoado moram apenas 2 pessoas. Antigamente eram um povoado com mais habitantes, mas devido a falta de emprego e estudo quase todos os habitantes do lugar foram embora. Isto ocorreu também com o povoado de Antofalla. De Las Quinuas se tem uma bela visão do salar.
Após seguimos viagem de retorno a Antofagasta de La Sierra. No caminho ainda tivemos belas paisagens pela frente. As paisagem mudam constantemente, sendo igualmente bonitas. Chegamos ao hotel às 21:00h (horário da Argentina). Estávamos exaustos, porém valeu e muito a pena.
O guia que nos levou ao Salar de Antofalla foi excelente. É daquelas pessoas que gostam do que fazem. Foi paciente, explicou sobre os lugares, parava sempre que queríamos tirar fotos. Nos explicou muito sobre a cultura e história do povo local e da Argentina em geral. Recomendamos!! Se alguém tiver interesse em contratá-lo, o nome dele é Sérgio Quipildor e pode ser encontrado na oficina mecânica bem em frente ao posto de combustível, na Hosteria Municipal em Antofogasta de La Sierra ou através dos telefones 03835-15528716 e 03835-15410334 .
Se você não tem um carro apropriado (camionete 4×4) para ir aos pontos de difícil acesso em Antofagasta, vale à pena contratar um guia que tenha um. Caso não seja possível, somente a viagem até Antofogasta de La Sierra já é muito gratificante. Infelizmente não tínhamos mais dias para ficar na cidade, pois além deste passeio, há outros como Campo de Pedra Pomez, Salar do Hombre Muerto, subida nos vulcões Antofagasta e/ou Alumbrera entre outros passeios legais. Destes lugares citados, somente a ida aos vulcões não precisa de carro 4×4.
Logo que chegamos do passeio, fizemos o pedido do jantar no hotel e fomos na Municipalidad mandar um sinal de fumaça para o Brasil através da internet, pois a do hotel estava com problemas.
Jantamos, tomamos um banho e fomos descansar. O dia foi cansativo, mas extremamente compensador.
Dica do dia
A visita ao Salar de Antofalla em Antofagasta de La Sierra é um dos passeios mais deslumbrantes que se pode fazer em toda a Argentina. Caso você não tenha carro 4×4, contrate um guia na cidade que tenha um e faça um passeio por este salar. As paisagens são indescritíveis!
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